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BREVE HISTÓRIA DA IGREJA

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junio 26, 2012 by Bortolato

OITO ETAPAS IMPORTANTES DA HISTÓRIA ECLESIÁSTICA
1. Introdução – As primeiras perseguições ( séculos I a IV);
2. A Igreja se une ao Estado
3. As primeiras heresias e Concílios
4. As Cruzadas – os Templários
5. Os bispos de Roma e o  papado –  as indulgências
6. Os Pré-Reformadores e A Reforma; John Wycliff; John Huss; Lutero; Calvino; Zwinglio;
7. As Missões Transculturais;
8. Os avivamentos na história da Igreja e a Igreja Contemporânea.
INTRODUÇÃO
À HISTÓRIA ECLESIÁSTICA
É a história do amor de Deus, continuando a buscar e salvar o homem, que se havia desviado e perdeu-se neste mundo.
A história da Igreja, contudo, distingue-se das demais e da própria História de Israel, porque nos mostra um esforço incomensurável da parte de Deus, nesta empreitada que luta em disputa contra as forças deste mundo, e contra as forças dos principados, potestades e dominadores das trevas.   O cerne dessa disputa é o coração do homem, o coração, a vida, a alma, e o destino que haverá de ser dado a cada um de nós.
Até que viesse Cristo a este mundo, essa luta se estendia até chegar aos limites que dividem nosso corpo de nosso espírito.   Os vencedores aos olhos de Deus sempre foram os que deixaram que a sua carne fosse esmagada em detrimento da vontade de Deus.
A carne, então, assim denominado aquele complexo de forças que nos impelem à satisfação de todas os impulsos tidos por necessários ou não, desde os mais supérfluos  aos mais básicos, nessa história, tornou-se um campo aberto onde Satanás e seus demônios a ele unidos, lutaram sempre para, através dos desejos dessa nossa carne, fazer suas ofertas, instaurar seu domínio escravizador, e não permitir que a vontade de Deus prevaleça neste mundo, em tempo algum da história da humanidade.   É a velha saga de Satan, querendo destronar a Deus e reinar absoluto sobre os homens.
O grande lance que Deus ofereceu nessa história foi a encarnação de Jesus Cristo, seu Filho Unigênito.   Se a carne era algo de ruim, transtornada pelo pecado, corrompida pelas distorções eu a saga de Satanás instalou em nossa raça, de repente algo novo e diferente aconteceu:  Cristo nasceu em carne.   Cheio do poder de Deus, porém, não perdeu aquele estado da inocência que houve nesta Terra já no primeiro Adão.
A humanidade, então, começou a perceber que Deus não nos deixou totalmente entregues às mãos de seu e nosso inimigo.
Jesus sempre santo, sempre ligado ao Pai, sempre cheio do Seu Santo Espírito, mostrou ser a Grande Revelação de Deus, a maior de todos os tempos.    O Verbo se fez carne, e o corpo do Senhor Jesus foi sempre um veículo totalmente e harmoniosamente em sintonia com a vontade divina.   Fez maravilhas, fez coisas impossíveis para os homens e anjos, superou todas as expectativas, e no final, ainda usou de sua própria carne e sangue, trazendo-nos em seu próprio corpo a mais clara demonstração, a mais linda revelação:  Deus nos ama, ao ponto de dar a sua própria vida para nos salvar da perdição e de nossa condenação!  Louvado seja Deus!    A nossa carne e a nossa alma são lavadas, purificadas, e aquele que nos trazia sob a égide do mal é vencido e debelado.   Através dos atos de Jesus, somos santificados e abençoados por Deus!   Tudo muda!    Nossas vidas, nossos dias, nossas perspectivas, e até as nossas dores, miséria, vícios e pesares são aliviados pelo Seu poder, manifesto por meio de Sua vida, Seus atos, Suas palavras, Seu amor.
O advento de Cristo foi e é o maior acontecimento da história deste mundo, o maior de todos os tempos – tanto é que dividiu a história em Antes e Depois de Jesus de Nazaré!
ANTES DE JESUS:
Religiões eram forjadas, a maior parte delas tentando revelar “segredos espirituais” que prometiam melhorar a vida das pessoas, mas todas elas, com exceção da verdadeira, só serviam para camuflar fatos inevitáveis, amenizar dores como que ministrando um elixir paregórico, que limitado como é, não alivia das dores da morte eterna.
O paganismo era a maior religião deste mundo.   Abraão mesmo, foi chamado quando ainda andava na idolatria.
Chamados à reflexão, os gregos começaram a rever os conceitos religiosos e passaram a procurar as respostas às nossas mais freqüentes e profundas perguntas e ordenar suas vidas de acordo com aquilo que achavam ser a verdade ou algo que a substituísse.   Com Alexandre o Grande, houve a expansão do Império Grego, que difundiu esse tipo de cultura, a partir do IV século A.C.   Apesar de a razão tentar substituir as respostas ás crises existenciais, muitas vezes se via que não havia palavra que pudesse calar os sentimentos de perda.
Quando morreu a filha de Plínio, o Moço, este escreveu a uma amigo: –
– “Dá-me algum alívio, algum conforto que seja grande e forte, tal e qual eu nunca tenha ouvido ou lido.   Porque tudo o que tem chegado ao meu conhecimento, e de que posso me lembrar, não me ajuda, pois a minha tristeza é por demais profunda para ser removida pelo que sei”.
Como resultado desse vazio existencial que as filosofias deixavam, o povo continuava a viver em pecado e trevas.   O nível moral, em geral, era baixo.
Não bastava ser inteligente, nem de moral elevada – isso não trazia maior ou menor esperança.   Não adiantava ser rico ou poderoso – o desengano era maior ainda.
Nem as artes e a poesia, que encantam as pessoas com a beleza, trouxeram melhores expectativas de vida.
Foi assim que chegou a plenitude dos tempos:  Deus lembrou-se de nós, e enviou a Cristo.     Jesus, porém, teria que nascer em algum lugar, e pertencer a um determinado povo, da livre escolha de Deus Pai e do Santo Espírito.   Se todos os povos se tinham igualmente corrompido, onde e em que povo, em que descendência teria que vir o Messias?
Certamente que em algum lugar onde Deus já houvesse semeado a Sua Palavra, e revelado alguma luz.   Onde Deus já houvesse falado, tratando com o povo.   No meio de um povo que já tivesse ouvido falar dEle, de seu poder, de Seu zelo, de um povo que, ao menos tivesse uma Lei que O agradasse.
Foi, sim, no seio do judaísmo.   No meio do povo que tinha recebido a Revelação das Escrituras do Antigo Testamento.   Não que estes fossem melhores que outros povos, mas porque havia um relacionamento feliz entre Deus e Abraão, ao ponto de o Senhor lhe prometer que “a sua descendência (de Abraão) seria uma bênção para todas as nações”.   As Escrituras nos mostram que Israel, em certas ocasiões, fizera coisas mais perversas do que os povos que este expulsara da terra que Deus lhes dera, mas apesar disso, esta foi a escolha de Deus.
Foi em meio à cultura e religião judaica que Jesus veio e pregou, e fez discípulos, e escolheu 12 apóstolos, e iniciou a história da Igreja.
ETIMOLOGIA
O termo IGREJA (em grego= ekklesia) é derivado do verbo Kaléw, cujo sentido é “chamar para fora”.   É a reunião de um povo em assembléia, com uma finalidade – aquela para a qual Deus chamou e reuniu o seu povo – tirá-los espiritualmente deste mundo para fazer a vontade dele.   Um povo exclusivamente seu! Diferente dos outros, chamado para ser santo como Ele é santo!
Esta palavra foi usada por Jesus, pela primeira vez no Novo Testamento, em Mateus 16:18, quando Ele se dirigiu a Pedro, dizendo que este era uma pedra.    Na mesma ocasião, Ele ainda prometeu que “sobre esta pedra edificarei a minha igreja (ekklesia)”.   De fato, Pedro foi o primeiro grande evangelista de massas da história, sendo muito bem sucedido neste ministério.    Com uma só pregação, obteve como fruto a conversão de quase 3.000 pessoas (Atos 2:40).    O sufixo “Logia”, em grego, significa estudo.    Eclesiologia, por exemplo, é palavra que tem por objeto o estudo da igreja em suas práticas.
Apenas a título de esclarecimento, abrimos um parêntese, a fim de analisar Mt. 16:18.   Esta passagem está inserida num contexto onde Pedro acabara de declarar que:
– “Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivo”.
Logo em seguida, Jesus disse-lhe que foi o Pai que está nos céus quem o revelou (Mt. 16:17).
Assim, concluímos que o fato de Pedro ser uma pedra sobre a qual seria erguida a Igreja não significa que ele seria a pedra de alicerce, a pedra angular, mas sim, que ele seria uma das primeiras pedras a serem assentadas no edifício de Deus, e sobre esta, muitas outras também se assentariam.
Esta condição privilegiada, no entanto, se amparou na declaração que Pedro prestou acerca de Jesus, pelo Espírito do Pai.    Foi uma declaração que aflorou de um espírito aberto para receber o soprar do Espírito de Deus.   Logo, a declaração que reconhece que Jesus é o Messias, o Filho do Deus Vivo, nos mostra que, para sermos pedras no Edifício de Deus, precisamos lançar o que é o fundamento.  Jesus é a Rocha, a Pedra Fundamental, o Fundamento, o alicerce, a base, o principio, o começo da sua Igreja.   Somente seremos pedras com ele alinhados, se deixarmos sermos lançados em harmonia com a colocação das outras pedras, e por sobre o alicerce que é Ele.
Ora, assim foi que vimos ser formada a congregação dos discípulos de Cristo.   É também chamada por outros apóstolos de: Rebanho de Deus, Lavoura de Deus, Edifício de Deus, o Corpo de Cristo, ou ainda, a Noiva de Cristo.
A História da Igreja, em todos os seus detalhes fascinantes, encheria páginas e mais páginas, mas temos como  objetivo principal, responder às seguintes perguntas:
• O que teria acontecido à Igreja após a morte e ressurreição de Cristo?
• Como foi que os discípulos levaram à frente a Grande Comissão de evangelizar o mundo?
• Quais os obstáculos que a Igreja teve que enfrentar, até chegar aos dias atuais?
• Que faremos nós, a quem foram confiadas tais palavras?
I –AS PRIMEIRAS PERSEGUIÇÕES
RESUMO DE ATOS DOS APÓSTOLOS:
Resumidamente veremos o que teria ocorrido no século I de nossa era.
Nos dias que sucederam ao dia de Pentecoste, quando Pedro discursou, e se  acrescentaram quase 3.000 pessoas, almas do aprisco do Senhor e Salvador, vemos que os discípulos se reuniram todos os dias no páteo do Templo    Tinham tudo em comum, e um espírito de temor e louvor a Deus tal que impressionaram.
Pregavam com ousadia a vinda de Jesus, sua Salvação, e o juízo vindouro.   Muitos milagres, principalmente curas, eram constantes.
O número de novos convertidos crescia continuamente.   Jerusalém era o marco inicial daquele maravilhoso desabrochar de uma Igreja que marcharia triunfante, até que Estevão, um diácono, foi apedrejado pelos judeus, e a grande maioria dos irmãos em Cristo tivera de fugir, espalhando-se pela Judéia e Samaria, onde o Senhor continuava a usá-los, por onde quer que fossem.
Em meio às perseguições movidas pelos judeus, Saulo de Tarso pediu cartas ao sumo sacerdote para ir a Damasco prender e trazer discípulos cristãos de volta.   No caminho, foi visitado pelo Senhor Jesus e, sofrendo grande impacto, foi  derrubado ao chão.   Dali se ergueu, e passou a ser  de perseguidor do evangelho, mais um perseguido por causa do amor a Cristo, e a Igreja passou a receber grande impulso e força, com isto.
Pedro recebeu a revelação (At.10) de que os gentios também deveriam ser aceitos na congregação, e  fez o primeiro batismo desses na casa de Cornélio.
Em 40 DC. Herodes mandou matar à espada a Tiago, irmão de João, dos filhos de Zebedeu.(Ats. 12).
Depois disso, Paulo e Barnabé são autorizados e abençoados pela Igreja para desenvolverem um ministério até então desconhecido: – o da obra missionária apostólica.   O próprio Espírito de Deus lhes pedira e eles obedeceram.
Começaram com Chipre, foram a Antioquia, Icônio, Listra e Derbe (Ásia Menor), voltando depois a Antioquia (da Síria), cidade que se tornou a base das missões transculturais daquela época.
Paulo fez três viagens missionárias, abrangendo nelas a Ásia Menor (hoje chamada de Turquia), Macedônia e Grécia.   Foi preso, e levado a  Roma, onde viveu sob custódia de soldados  romanos, e assim mesmo pôde pregar com muita liberdade a todos que o procuravam.   Depois disso, sabe-se que Paulo foi julgado, absolvido e liberto da sentença fatal que lhe quiseram impor.   Continuou pregando até que em 67 DC., uma vez preso, foi condenado e sofreu a pena capital por decapitação, segundo nos narra a tradição da Igreja.
Além de Paulo, outros apóstolos também iam sendo executados como mártires da Igreja.    Já  no ano 62 havia morrido Tiago, irmão do Senhor, apedrejado a mando do sacerdote Ananias.
Em 64 DC. até 68 DC. houve a primeira perseguição oficial do Império Romano, a qual iniciou-se em Roma, após o grande incêndio que havia sido provocado por Nero.
Com o advento das perseguições, os cristãos primitivos desenvolveram uma linguagem própria deles, para despistarem os inimigos do cristianismo.    Abaixo, segue um quadro, mostrando-nos alguns símbolos que a Igreja codificou para defesa de seus membros:
SÍMBOLO SIGNIFICADO
Alfa-ômega Cristo Eterno
Âncora Fé
Pão e Vinho Ceia do Senhor – a morte de Cristo
Chi-Rô Primeiras duas letras de “Cristo” em grego
Cruz Morte de Cristo
Pomba Espírito Santo no batismo de Jesus
Fogo Espírito Santo no dia de Pentecostes
Peixe Iniciais da frase em grego “Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador” (ICHTHUS), que formam a palavra “peixe”.  Lembra a alimentação dos 5.000, e dos pescadores de homens
Cordeiro A abnegação sacrificial de Cristo
Pastor O cuidado de Cristo  por seu povo
Navio A igreja (cf. a arca de Noé)
Videira União de Cristo com seu povo; o vinho da ceia do Senhor
No mesmo ano em que Paulo foi martirizado (67 DC), Simão Pedro foi crucificado de cabeça para baixo em Roma, durante a perseguição ordenada por Nero.
Além de Nero, que foi imperador nos anos 54 a 68 DC., vários outros imperadores perseguiram a Igreja.   Após o seu reinado de dor para os discípulos do Senhor, a Igreja teve pouco mais que 10 anos de relativa paz e liberdade para poder crescer – e ela cresceu!   Logo depois disso, veio Domiciano (81-96DC), o qual exilou muitos cristãos na ilha de Patmos, de onde João escreveu o livro de Apocalipse, e sob  o seu governo, Flávio Clemente, líder cristão, foi martirizado.
Depois de Domiciano, este foi sucedido por Nerva, que manteve, nos seus 2 anos de reinado, paz com os cristãos, ao ponto de libertar João do exílio.   Depois disso, subiu ao trono romano, Trajano.
Trajano (98-117) foi cruel na perseguição.   Não procurou ter bom relacionamento com cristãos.   Durante o seu reinado, foi morto Inácio, bispo de Antioquia (em c. 112 DC).  Apesar disso, não aceitava acusações anônimas contra os cristãos.
Adriano foi o imperador que o sucedeu de 117 a 138 DC.  Seguiu a política de Trajano, na mesma linha de perseguição.
Antonino, o Pio (138-161) também perseguiu cristãos, e em seu mandato, foi morto Policarpo, bispo de Esmirna (c. 155DC).
Marco Aurélio (161-180) moveu feroz perseguição em 177 DC., na Gália(em Lion) e em Viena.  Nessa época, foram martirizados Justino (em 165 DC); Fotino, bispo de Lion (177) e também Blandina (177 DC).
Depois destes, se destacaram por sua contumaz perseguição:
Sétimo Severo (193-211) decretou ser ilegal ser cristão ou judeu.
Décio (249-251)  queria uma religião só no império, e requereu que todos os povos tivessem um certificado de sacrifício.
Valeriano (253-259), em 257 proibiu reuniões cristãs nos cemitérios e em 258 DC ordenou a execução de clérigos.
Diocleciano (284-305) ordenou em 305 a destruição dos prédios das igrejas e as cópias das Escrituras.   Nessa época, os cristãos  que entregavam suas Escrituras eam chamados de “Traidores”.
Galério também perseguiu (305-311), até que houve a promulgação do escrito Édito de Tolerância.
O QUE SUCEDEU AOS APÓSTOLOS:
André, acredita-se, pregou na Citia, na Ásia Menor e na Grécia.   Foi crucificado em Patras, na Acaia.
João, que serviu grande parte de seu tempo em Éfeso, sofreu morte natural (l00 DC.), após ter sido liberto de Patmos.
Filipe foi crucificado em Hierápolis, na Ásia Menor.
Mateus andou por vários lugares. Presume-se que tenha sido por Etiópia, Partia, Pérsia e Macedônia.
Tomé pregou na Babilônia, e no final foi martirizado na Índia.
Bartolomeu passou por Hierápolis, e por fim foi martirizado na Armênia.
Tiago de Alfeu – não era este o irmão de Jesus.   Acredita-se ter desenvolvido o seu ministério na Síria.
Judas Tadeu – este também não era irmão na carne de Jesus.   A tradição fala de seu ministério em Edessa.
Simão, o zelote, foi associado com a Pérsia, Egito, Cartago e com a Bretanha.

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