BREVE HISTÓRIA DA IGREJA – IV
0agosto 1, 2012 by Bortolato
IV – A IGREJA NA IDADE MÉDIA. AS CRUZADAS:
Esta Idade foi marcada pela decadência espiritual e moral, maquiada pelo ritualismo religioso, e uma pseudo-autoridade espiritual sobre os membros da Igreja.
Esse estado de coisas parecia tentar ocultar uma verdadeira miséria espiritual à custa de aparências enganosas dentro da Igreja, e dentro do clero. Havia o rito latino, não compreendido pelo povo e às vezes também até pelos abades.
Surgiu, então, no século XII, os petrobrussianos, que se opunham à superstição reinante no meio do povo, e criticavam o clero, chegando mesmo a escarnecer daquele colegiado.
Surgiram, também, os Cataristas, ou Albingenses nos séculos XII e XIII, que, na realidade, eram uma igreja à parte, rival da Igreja romana, com ministério, organização, credo e sacramentos distintos.
Outro movimento que protestava contra o estado de decadência da igreja romana foi expresso pelos Valdenses, que tiveram como seu fundador, Pedro Valdo, um comerciante de Lion (Fr.). Movido por Mateus 10, começou a distribuir todo o seu dinheiro entre os pobres, vindo a tornar-se um evangelista itinerante. Multidões o seguiram e foram excomungados pelos papas da época ( em 1184 DC, pelo papa Lúcio III, seguido por Alexandre III, que os proibiu que pregassem).
A Igreja romana, então, usando de uma postura rígida e muito pouco hábil, lançou os valdenses para fora do seu seio. Foram combatidos com a Inquisição e depois, vindo a Reforma, tornaram-se protestantes.
Após estes, ainda surgiram os chamados de Irmãos – dissidentes que professavam uma fé simples e eram conhecidos pela vida santa que viviam. Completamente desligados da igreja romana e o clero. Cresceram muito em número e passaram a realizar trabalhos missionários, tal como os valdenses.
AS CRUZADAS:
Nos séculos XII e XIII o cristianismo europeu efervesceu num movimento que levou cavaleiros cristãos, camponeses e até mesmo crianças às armas e campanhas militares.
Apesar de se misturarem causas políticas e econômicas nesse mover de povos, o motivo primordial foi o religioso.
Os turcos seljucidas expulsaram os árabes e começaram a difundir seu fanatismo religioso, sobrepujando os seus substitutos em violência e truculência,na Ásia Menor.
O imperador Aleixo, de Constantinopla, solicitou a ajuda dos cristãos da Europa Ocidental contra esses invasores que ameaçavam a segurança de seu reino.
Isto veio a movimentar cerca de um milhão de pessoas apenas na primeira Cruzada.
Havia também muita paixão pela aventura militar, o que a Igreja romana santificou, nesse tempo.
As Cruzadas se ergueram, por essa época, contra várias correntes religiosas:
1) Contra Cristãos chamados de heréticos, numa Cruzada de militares.
Contra os Cátaros e Valdenses (1209 a1229).
2) Contra Eslavos no leste da Prússia, pelos cavaleiros Teutônicos na Polônia e na Hungria.
3) Contra os muçulmanos – este movimento foi dividido em 3 frentes:
3.1) Na Sicília;
3.2) Na Espanha (1095 – 1299)
3.3) Na Palestina (1095 – 1261)
Houve várias tomadas de poder em Jerusalém, ora pelos soldados cristãos, ora pelos islamitas.
Embora o motivo principal tenha sido o religioso, da parte dos Cruzados que alegavam estar lutando pela liberdade de peregrinação pela Terra Santa (pois de fato os turcos perseguiram os peregrinos europeus que chegavam à Palestina), havia muitos outros interesses de se estabelecer e expandir feudos, ou também de saquear os lugares libertados das mãos dos muçulmanos.
É notório como muitas guerras são levantadas e abertas sob alguma alegação, quando, no desenrolar destas se notam outros interesses a motivar os guerreiros.
Os Templários – eram cavaleiros, cujo nome se originou de seu centro operacionalem Jerusalém. Foram criados em 1118, e reconhecidos como uma Ordem, oficialmente, em 1128. Composta de homens determinados a defender a Terra Santa dos ruidosos assaltos dos muçulmanos.
Os Cavaleiros Hospitalários foram fundados no início do século XII com a finalidade de defender os peregrinos e cuidar dos doentes. Faziam inicialmente papel semelhante ao da Cruz Vermelha, exercido por monges que faziam voto monástico, mas não abandonariam o exercício e a ação com as armas. Mais tarde, tornaram-se organização puramente militar, fazendo uso da força para defender a Terra Santa dos não cristãos. Eram realmente um exército de monges cavaleiros.
Estas duas organizações ficaram sujeitas exclusiva e somente ao papado, e dedicadas aos seus interesses.
Category Fatos da História | Tags: ECLESIOLOGIA, HISTÓRIA DA IGREJA
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