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DEUTERONÔMIO – XX – DANDO A DEVIDA ÊNFASE

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diciembre 29, 2014 by Bortolato

O que é importante para V.?   Família, negócios, saúde, habitação, segurança, ou outras prioridades?   Os dias do presente se nos mostram como o mais importante e emergente, mas o futuro não cessa de aproximar-se, e temos que ser previdentes, se não, seremos apanhados em surpresas desagradáveis.    Há coisas das quais não podemos nos esquecer, são importantes ao extremo.  E são muitas.

Avaliamos a situação do povo de Israel, ali, nas campinas de Moabe, ansioso para erguer-se e tomar posse da sua terra prometida.   Os jovens estavam esfregando as mãos,  afiando suas espadas, fazendo um intensivo treinamento físico, e confiando nas estratégias de guerra que o Senhor, o Deus que os livrou das mãos de Faraó, estaria passando para Moisés e seu futuro sucessor.    Estavam com os corações cheios de boas expectativas…

Mas o momento de uma conquista pode ser muito breve, se alguns cuidados não forem tomados.   Jovens são sempre jovens, e sua inexperiência pode trazer-lhes a inconsequência, a solução da continuidade, e no final, uma frustração terrível.

O que diria um velho profeta em seu último discurso a uma geração nova, que estaria prestes a receber um prêmio, uma recompensa fabulosa, em suas mãos?

Quando se sabe que a morte, em questão de dias ou horas, virá a colher a pessoa que estaria para falecer, esta, com certeza, teria um desejo muito forte de passar para seus descendentes, no caso do profeta, para as gerações que o sucederiam, as informações que eles precisavam colocar em alta conta na escala das importâncias e das prioridades da vida.   Ele conhecia e sabia bem qual o perfil dos seus e do ser humano em geral.    Ele entendeu que eles tinham que ouvi-lo, pois se não, erros viriam a suceder-se após a sua morte, seguidos de consequências desastrosas e amargas que se potencializariam a cada dia.

Por certo os filhos, netos e os mais chegados já o ouviram falar por várias vezes sobre esses assuntos, mas nunca se sabe até onde eles o acataram e absorveram o seu ensino como palavras de sabedoria.   Como eles o receberam?   Provavelmente uns sim e outros não, outros fizeram como se a tivessem recebido, assentiram afirmativamente com a cabeça, mas no seu interior ainda não se encaixara aquela mensagem de forma ajustada e consolidada.    Daí porque foi necessário repeti-las mais uma vez, ainda que esta fosse a última coisa que faria, antes do último suspiro.

Esta era a preocupação de Moisés, inquietado pelo Espírito de Deus, quando fez com que fossem escritas aquelas palavras, que estão gravadas nos últimos capítulos de Deuteronômio.

Deuteronômio, essa “segunda Lei”, é, na verdade, a repetição de várias cláusulas já anteriormente comunicadas e escritas.   Foi aquilo que o Senhor Deus Jeová lhe havia dito anteriormente.   São palavras provenientes, afinal, não do coração do homem, mas do coração de Deus para todo o Seu povo – e Deus não fala coisas à toa, sem valor.   São palavras que visam à conservação da vida, da alegria da vida, da preservação da raça humana, da dignidade, da paz com Deus e com os homens, das formas aceitas para adoração, da moral, do relacionamento do homem com Deus, dos homens com os homens, dos castigos e das misericórdias, da reverência, dos perigos a serem evitados, dos direitos civis e penais dos cidadãos, e da postura espiritual de cada um individualmente e do povo como um todo.   Quem tem essas coisas como importantes tem que assimilar esta palavra.

Nos capítulos 22 a 26 de Deuteronômio, pois, por trazerem máximas já comentadas nos livros de Êxodo, Levítico e Números, apenas teceremos algumas palavras a respeito do espírito dessas leis.

Na vida doméstica, familiar, como no conduzir-se na Congregação do Senhor, nos negócios, nós vemos também aquilo que as Epístolas da Bíblia tratam, as quais têm seus princípios fundamentais alicerçados nesta seção do Pentateuco.

Quando o Senhor nos fala reprovando a nossa comunhão com o mundo, pois este jaz no maligno (I João 5:19), o faz usando o mesmo princípio para dizer que nem o amonita, nem o moabita entrarão no meio da Assembleia do Senhor (Deut. 23:1-6), isto é, no pátio da congregação.  Por quê?  Porque esses povos não respeitaram a Deus Jeová, que fez grandes milagres para salvar ao Seu povo, tantos que esses mesmos povos também ficaram sabendo (alguns até puderam observá-los), quando o Seu povo quis passar por suas terras, mas não o permitiram.  Além disso ainda quiseram amaldiçoá-los usando a boca de Balaão.   Amaleque (25:17-19) lembra Êxodo 17:8-14, e foram enquadrados na mesma classe de proibição.   Eram povos que não respeitavam a Jeová, e muito menos ao Seu povo – sua presença no meio da congregação dos servos de Deus, além de ser um despropósito, era também um ultraje.   Eles não tinham e nem queriam nada com Javé.  Não O adorariam no meio da congregação dos Seus.   Eram fanaticamente idólatras.  Este era o grande motivo dessa exclusão.

 Os edomitas e egípcios, sim, estes poderiam participar das assembleias do povo de Deus depois da segunda geração, quando seriam aceitos, tanto quanto os judeus.

Muito embora leiamos aqui que algumas atitudes deveriam ser duramente mantidas em favor da ordem e dos direitos civis, se olharmos bem para os mesmos, veremos que em tudo o Senhor lhes estava propondo Leis que regulamentariam os contatos sociais, e, por consequência, também os espirituais, com relação a Ele.

Leprosos (24:8-4) serem mantidos fora do convívio com o povo em geral é um procedimento que até hoje é observado a fim de isolarem-se os contaminados, e assim livrarem os restantes do povo.   Medida de prevenção, nada a depreciar o valor dessas vítimas de grave enfermidade.  Jesus curou a todos os leprosos e enfermos que O procuraram, valorizando-lhes e alegrando suas vidas, motivo por que devemos ver em cada enfermo uma oportunidade de Deus abençoá-los.

Uma pena açoites poderia alcançar, no máximo, quarenta golpes (25:1-3), foi proclamada porque muitas vezes o ódio que uma transgressão gerava e clamava pela justiça, era, não raramente, superior a esse limite estabelecido.   Parece que a sede de vingança, nos povos do oriente médio, têm uma força em geral maior que a de seus vizinhos, e o povo judeu não é uma exceção, neste quesito.

A severidade das leis era para que se evitassem os desmandos, graves discórdias e desavenças entre as famílias, de um lado, e revelando, de outro lado, qual a solução que o Senhor daria para certos problemas difíceis de serem resolvidos.    A balança da justiça deveria propender, em suas decisões, para sentenças justas, a fim de que o direito e a retidão não tivessem a sua força depreciada ou desmerecida.    Nada mais justo do que pesos iguais e medidas iguais nas balanças e medidores, e assim também nas decisões jurídicas, pois o  Justo Juiz tem olhos que a tudo veem, e nada se Lhe escapa.

Em tudo, porém, vemos que a inflexibilidade da Lei não excluía atos de misericórdia, aos quais denominaríamos de atos de equidade.   Muito embora esta prescrevesse pena de morte aos adúlteros, às prostitutas e prostitutos (23:17-18), com o primeiro advento de Jesus ao mundo, estes que se entregaram a tais práticas, não necessariamente, têm de ser civil e penalmente condenados, mas que recebam a pregação da Palavra de Cristo, que perdoou à adúltera, apenas recomendando-lhe: – “Vai, e não peques mais”… (João 8:11)

Os divórcios então foram legislados a fim de que mulheres, as quais antigamente não tinham um plano de assistência social, não fossem despedidas por seus maridos por qualquer motivo, e, sem eira e nem beira, fossem difamadas e colocadas em um plano moral rebaixado.    O fato de a Lei proibir que mulheres que já pertenceram a um primeiro marido (24:-4) e, despedidas, passassem a pertencer a outrem, tornassem a pertencer novamente ao primeiro, é um grande indício de que havia, antes da Lei, uma promiscuidade tal que afrouxaria a seriedade e o sacramento dos casamentos.   Levada essa licenciosidade ao extremo, as cerimônias matrimoniais perdem o seu peso de valores morais e espirituais.

Em Efésios 5:22-23, Paulo se refere aos casamentos como figura da união entre Cristo e a sua igreja.   Este seria o grande motivo por que Deus instituiu o matrimônio – porque Ele deseja casar-se com a Sua igreja – e como Ele é santo, puro, imaculado, é mister que a Sua noiva também tenha estas qualidades.

Nos capítulos 22 a 26 de Deuteronômio vemos uma justiça implacável entremeada com atos de bondade e de compaixão.   Como exemplos disso, vemos que a devolução de bens perdidos, encontrados por alguém (22:1-4), o poupar a vida de aves (22:6-7), o pagamento dos salários de empregados diaristas (24:14-15), o respeito pelos estrangeiros, órfãos e viúvas (24:27 e 25:5-10), e pelos pobres (24:18-22), esses mandamentos podem ser resumidos pela palavra que diz:  “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”.

Deuteronômio 26, porém, nos faz relembrar que devemos gratidão a Deus, e em reconhecimento aos Seus atos de bondade para conosco, devemos honrar a Sua Palavra, andando com Ele nos Seus justos caminhos.   Porque isto é bom, cai-nos bem, faz-nos aprazíveis e atrai as misericórdias do Senhor.

Os dízimos e as primícias da terra devem ser dedicados em consequência dessa obediente devoção.   Não devem ser atos mecânicos, automáticos, mas conscientes, e de todo o coração.   Agindo consoante a este aspecto, usufruiremos das promessas de prosperidade nesta Terra, conforme Malaquias 3: 10-12.


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