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ESTER – VIII – A HORA DA VERDADE

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junio 3, 2020 by Bortolato

Ester capítulo 7

O que é a verdade? Aonde anda esta virtude? Muitas coisas se falam neste mundo, mas se todas estas fossem passadas por algumas peneiras para serem apuradas, bem poucas restariam.

A primeira peneira, a mais grosseira delas, é a da lógica. Quando as palavras voam como plumas ao vento, elas parecem não se assentar em lugar algum. No caso, estariam faltando os fundamentos, os alicerces lógicos, para que estas sejam aceitas como verdadeiras. O problema da lógica é que esta precisa de pontos de apoio para que seus argumentos fiquem consistentes e seguros.

Ainda assim, apesar de algumas coisas faladas terem sua lógica, nem por isso é que podemos dizer que as mesmas são verdadeiras. Muitas filosofias existem neste mundo, que construíram suas bases dentro de uma estrutura lógica, mas eis que esta ficou confinada dentro de uma casca protetora que não lhe permite ser confrontada e ser alterada por ideias externas, o que significa dizer que não é aprovada por outras filosofias. Como exemplo disso, temos os diversos sistemas de governo: monarquia, presidencialismo, parlamentarismo, capitalismo, socialismo ou comunismo. Estes se debatem, cada um defendendo suas teses, tentando destruir os pensamentos que lhes contrariem de alguma forma, ponto por ponto, e nenhum deles demonstra vontade de retroceder, ou ceder um pouquinho que seja. Um jovem sincero, que não tem ideia formada, ficará perdido no meio das disputas, não sabendo para que lado estariam os erros, e onde estaria a verdade.

Uma outra, um pouco mais fina, seria a peneira da ética. Esta tem uma aparência de ser mais refinada do que a da lógica, mas também apresenta falhas. Se examinada a ética a fundo, logo se vê que esta é relativa e mutável, se se está procurando a verdade. A ética vive acoplada a um sistema filosófico, e portanto, tem a mesma vazão que a peneira da lógica. O que é ético para o Presidente dos Estados Unidos da América não o é para o Primeiro Ministro da China, por exemplo, e vice-versa. Aliás, é por isso que o mundo vive em constantes conflitos.

Costuma-se usar a peneira do consenso social, isto é, aquilo que se ouve da parte de várias pessoas, com a finalidade de estabelecer-se uma verdade firmada sobre o que a maioria pensa. Esta é a tal peneira que não peneira nada, deixando vazar tudo quanto a comunidade local nem sequer desconfia; é aquela cujo slogan enganoso é: vox populi, vox Dei; ou seja, voz do povo, voz de Deus. E quantas vezes os povos decidiram democraticamente várias coisas das quais se arrependeram amargamente? A Alemanha, por exemplo, decidiu eleger Adolf Hitler como seu fürer, seu guia, e qual foi o resultado? O mundo todo tremeu por isso, milhões morreram e o próprio fim do nazista foi, ao que tudo indica, uma morte precoce.

Outra peneira, esta já um pouco mais refinada, é a da consciência. Esta senhora costuma por vezes dar um sinal vermelho acusando que alguma coisa estaria errada. Diremos que até certo ponto, esta peneira funciona, porque foi o próprio Deus quem a colocou na alma de cada ser representante da humanidade, mas ela tem certa limitação: quando ela trabalha muito, em um esforço inglório, para fazer-se entender, e as pessoas fogem sistematicamente dos toques de suas chamadas, por este motivo, a partir de algum momento ela deixa de funcionar, deixando o indivíduo que a rejeitou à mercê dos construtos de ideias e desculpas aceitos pelo tal fugitivo. E é assim que as inverdades são consolidadas como se verdades fossem.

No livro de Ester, capítulo 7º, vemos o relato de um momento cruciante, em que chegou a hora da Verdade.

Foi um acontecimento que teve lugar no ano 473 A.C., na fortaleza da cidade de Susã, uma das capitais do império persa, o qual dominava o Oriente Médio de sua época.

Um certo homem chamado Hamã, um agagita, um ferrenho inimigo do povo judeu, tendo recebido do rei Assuero a honra de assumir o posto de primeiro ministro do reino, em dado momento, ao perceber que UM judeu, Mardoqueu, não lhe prestava mesura quando se encontravam, encetou um plano de ação que visava a exterminar com todos os judeus que viviam sob a regência do imperador persa.

Usando de meias verdades, mostrou ao rei um lado distorcido da realidade, dizendo que o povo judeu tinha lá suas leis próprias, e com isso não obedeciam as leis persas. Eles tinham, sim, a Lei do Senhor, que era e é universal, mas não se prestavam a adorar outros deuses, e nem colocar outras pessoas no lugar que somente a Deus pertence – o que foi suficiente para que fosse lançada sobre eles uma acusação perversa, dizendo que, à vista disso, eram insubmissos, inconvenientes, provocadores da desordem no reino, gente que não merecia viver debaixo da batuta real da Pérsia.

Tal acusação então foi apresentada, com a finalidade de fazer o rei aceitar a ideia de que esses “trastes de gente” deveriam ser mortos, todos, bastando haver uma sentença que propiciaria a um saque dos seus bens que poderia erguer os recursos do tesouro nacional da Pérsia.

Hamã, com tais argumentos, escondia o ódio racista que alimentava o seu coração, como o verdadeiro motivo para tomar uma atitude tão baixa, covarde, vergonhosa e desumana.

Acontece entretanto que o rei Assuero havia se casado, cinco anos antes disso, com uma jovem judia, a quem chamavam pelo nome persa de Ester, e a corte toda não estava ciente desse pormenor. Pois havia uma tradição persa de que, para que o rei escolhesse alguma mulher para ser sua rainha, esta deveria pertencer a uma renomada família persa, coisa que foi ignorada pela ocasião da escolha e da coroação, tal a maneira com que Assuero se encantou com ela.

Quando Ester soube da ordem da matança dirigida aos judeus, ela ficou pasmada e inconformada. Mesmo sabendo dos riscos de vida que correria, pediu a seu primo e pai adotivo, que não era outro senão Mardoqueu – o mesmo judeu a quem Hamã odiava de forma imutável, acima de todos os da sua raça, muito mais do que os seus patrícios condenados à morte – para que os seus se dispusessem a jejuar e orar ao Senhor Yaweh, que tantas vezes operou maravilhosamente em favor de Israel no passado, pois ela estava decidida a levar Hamã a uma hora da verdade, em que as máscaras haveriam de cair.

Com o dia marcado através de um sádico sorteio para o genocídio, cujo dia fatal seria dali cerca de onze meses, especificamente para o dia treze do mês de Nisã, o tempo corria contra os judeus, e Ester tratou de logo adotar medidas para essa hora da verdade. A corte persa era acostumada a usar de banquetes para trazerem notícias, pedidos, e revelações inéditas para os convidados, e para fazer o que desejava fazer, ela convidou Hamã e Assuero, apenas estes, para lhes oferecer seu banquete.

Hamã, em sua perversidade contumaz, ainda queria que o dia de Mardoqueu fosse adiantado, e para isso construiu uma forca (a tradução do termo permite a versão de: instrumento de empalação) de cinquenta côvados, ou seja, 22,2 metros de altura, possivelmente sobre um alto muro, ou uma elevação, com esta finalidade horrenda: riscar a vida de Mardoqueu do mapa. O problema é que, ao tentar propor esta indecência ao rei com suas envolventes e doces palavras, ele chegou num momento impróprio para tanto. Assuero estava pensando em exaltar Mardoqueu exatamente naquele instante, e ordenou que Hamã se encarregasse de ser o executor dessa tarefa, sem mais tardança. Aí então começou a queda do agagita, que parece ter caído das nuvens.

Um dos mordomos eunucos do rei Assuero, Harbona, foi naquele mesmo dia buscar Hamã para o segundo banquete de Ester, e pôde notar o exagero da altura daquele instrumento de carrascos, e perguntou o motivo daquele tamanho de madeiro próximo à casa do agagita. Foi quando ele ficou sabendo que era destinada a Mardoqueu.

Harbona se admirou muito porque, todos ficaram sabendo que Mardoqueu era o judeu que assistia à porta do palácio real, aliás aquele mesmo que Hamã tivera que sair pela cidade conduzindo o cavalo do rei, onde o judeu se assentava usando o manto, a coroa e uma corrente de ouro pertencente a Assuero, e ainda a proclamar em alto e bom som diante de todo o povo, que era assim que se fazia ao homem cuja honra o rei se agradara. Aquilo não parecia fazer sentido para o eunuco, que ficou confuso, intrigado e até desconfiado de que alguma coisa estava fora do lugar… pois onde já se viu uma forca para matar ao homem a quem o rei tem altíssima estima e lhe dá tanto valor? Assim ia pensando Harbona pelo caminho, levando Hamã ao seu lado.

Chegados ao local do banquete da rainha, o rei, muito curioso, pela terceira vez, dentro do espaço daqueles dois últimos dias, lhe pergunta qual seria a sua petição, mostrando que o seu coração estava aberto e disposto a lhe oferecer até “metade do reino”, logicamente confiado na modéstia e no jeito simples e cativante, próprio de seu ser, que Ester sempre lhe havia demonstrado.

Chegou então a hora da verdade. Era aquela a hora de falar… Ester não podia mais deixar passar a oportunidade, e então expôs tudo o que se passava e perturbava o seu coração, e, dentro do mesmo pacote de revelações colocou também qual era a sua nação de origem.

Sabiamente, ela pede primeiramente por sua própria vida, e em seguida pela vida de seu povo, incluindo-se, como judia que era, dentre os condenados à morte. Com muita humildade, ela ainda explica que, se eles todos tivessem sido vendidos como escravos, ela não ousaria incomodar ao rei como estava fazendo, mesmo porque a vileza do opressor não merecia que Assuero fosse aborrecido com o fato.

Assuero ficou espantado com essa declaração. Devido à série de compromissos, agendamentos, e problemas tantos do reino, enquanto estava se deliciando com os manjares do banquete, ele recebeu aquele choque com a notícia, e sua mente ainda não conseguiu captar o espírito daquela petição. Parecia um paraquedista que acabara de pousar no solo. Ele não podia acreditar que algo do tipo estivesse acontecendo com a sua rainha. Ele ficou surpreso e admirado, e então, cheio de curiosidade e expectativa, pergunta a ela:

  • Quem é esse? E onde está esse, cujo coração o instigou a fazer assim?” (Et. 7:5)

A resposta de Ester foi curta e objetiva:

  • O homem, o opressor e o inimigo, é este mau Hamã!” (Et 7:6)

As máscaras caíram. A partir daquele momento Hamã já não era mais aquele homem da mais alta confiança do rei, mas sim, o perverso opressor dos judeus. Assuero se deu conta de que fora traído pelas hábeis palavras de Hamã, para fazer o que era mau. Mau para a sua rainha, e mau para com o povo a que ela pertencia. Além disso, também mau para com Mardoqueu, o judeu que se arrojou para salvar a vida do seu rei.

Foi estonteante. Ambos, tanto o rei como Hamã, se perturbaram com a notícia.

Hamã parecia ter recebido um forte soco no estômago, sentindo que sua casa caiu e já estava determinado o seu fim; e Assuero ficou transtornado, ao perceber que um amalequita como Hamã o havia enganado o tempo todo, usando dos privilégios e da autoridade que havia ganho acima de todos os persas, para fazer uma política de mesquinha vingança pessoal, usando de tanta falsidade, abusando do poder que lhe fora emprestado no reino.

Em poucos segundos, todo o rumo da história dos judeus na Pérsia mudou radicalmente.

O banquete terminou. Ninguém deles mais comeu nada mais daquela mesa a partir daquele momento. Não havia mais clima para isso. Uma notícia alarmante acendeu o estopim da ira do imperador.

Assuero sabia que Ester estava para lhe pedir alguma coisa que demandaria em especial a sua atenção, mas em momento algum teria passado por sua mente aquilo que estava realmente acontecendo. Era de estarrecer.

Estupefato, querendo colocar em ordem os seus pensamentos, o rei se retira imediatamente daquele recinto. Foi buscar um ar para respirar, e pensar um pouco. Tinha que tomar uma atitude à altura daquela tormenta, e ele precisava se refazer do atordoamento do vinho, para não se precipitar e não se arrepender do que haveria de fazer. Devido à revelação de Ester, ele tinha que, de qualquer forma, se prevenir e procurar por sua guarda, a fim de prender o amalequita, e talvez deixar para resolver algo sobre a vida do mesmo, mas ainda não tinha bem definido o que haveria de fazer com o tal. Estava certo, porém, que Hamã lhe incitara a ira, e Assuero estava muito irado.

Enquanto Assuero estava fora, Hamã aproveitou o ensejo para pedir para que Ester rogasse por sua vida, pois estava certo de que a sua casa caíra.

Ester, no seu divã de imperatriz, próprio para se recostar e se alimentar diante da mesa do banquete, continuava ali, ainda em suspense pelo que poderia advir dali em diante, mas ao mesmo tempo com a sua consciência em paz, porque tinha aliviado o peso de responsabilidade que lhe estava pesando no coração. Agora tudo estava nas mãos de seu marido, o rei, que estava por momentos fora do recinto.

Hamã percebeu que perdera a coroa, e, conhecendo o temperamento explosivo de Assuero, a sua sentença tinha probabilidade de que seria a de morte, a menos que… a própria rainha pudesse interceder por ele. Ela era a única corda de esperança de que dispunha no momento para sobreviver àquela queda, e, aproveitando a ausência do rei na sala, foi implorar a ela por sua vida. Era a última cartada que lhe restaria, mas até isso lhe foi um fator agravante, que em vez de aliviar-lhe a pena, acabou de entornar o caldo.

Na sua ânsia de estender as suas súplicas, ele se aproximou muito de Ester, quebrando protocolos, de uma forma até indiscreta. A razão do rei ter tantos eunucos a servi-lo no reino já demonstrava que ele não admitia intimidades entre sua rainha, ou mesmo suas concubinas, com outros homens.

Hamã estava, tal como Assuero, já tocado pelo vinho, e ao se aproximar da rainha, que continuava praticamente deitada em seu divã, desequilibrou-se um pouco e… que desastrado!

Foi como quem vai com muita sede ao pote, para convencer a Ester de poupá-lo, e acidentalmente Hamã caiu sobre o divã onde ela estava deitada, e esta cena complicou as coisas para o filho de Amedata.

Pois foi nesse preciso instante que Assuero volta à sala do banquete, e flagra Hamã sobre a rainha Ester. Foi a conta. Ele já estava irado com seu ministro, e ao ver aquilo, foi como a gota que transbordou. Não tinha mais o que ponderar. Ele bradou:

  • Será possível, que ele quereria desonrar a rainha perante mim, nesta casa?”

Esse grito foi como um alarme que soou, equivalente a uma explícita sentença de morte. Ao pronunciar essas palavras, os servidores particulares de Assuero não tiveram dúvidas e cobriram a cabeça de Hamã, ato que já foi muito adotado por outros reinos, tais como Roma, ao tratarem dos seus condenados à pena capital.

A ira de Assuero foi notória. Ao perceberem isto, logo imaginaram que a sentença já era dada de tal forma que deveria ser cumprida imediatamente. Um dos eunucos que assistiam diante do rei, Harbona, naquele mesmo ato informou ao rei de que havia, perto da casa de Hamã, uma forca de uns vinte metros de altura, a qual o tal mandou construir para enforcar (ou: empalar) o homem que salvou a vida do monarca.

Tendo ouvido isto, as palavras de Assuero foram claras, breves e muito incisivas, para o azar de Hamã:

  • Enforcai-o (ou: empalai-o) nela!”

Então foi o que fizeram. O feitiço virou contra o feiticeiro, de conformidade com as palavras de Provérbios 11:5-7:

A justiça do sincero endireitará o seu caminho, mas o ímpio pela sua impiedade cairá.”

A justiça dos virtuosos os livrará, mas na sua perversidade serão apanhados os iníquos.”

Morrendo o homem ímpio perece a sua expectação, e a esperança da iniquidade se perde”

O justo é libertado da angústia, e o ímpio fica no seu lugar.”

A família de Hamã, que esperava por boas notícias do banquete da rainha Ester ficou horrorizada ao ver que… no lugar de Mardoqueu, aquele instrumento de tortura e morte foi aplicado para matar o seu cabeça do lar. Que impressionante a virada do rumo que se tomou do futuro daquela mulher, filhos e servos do amalequita.

Após executado sumariamente o agagita, então o coração de Assuero aplacou a sua ira.

Havia, porém, uma outra questão: pois que ainda estava de pé e valendo o decreto que condenou os judeus do reino à morte, com data marcada para o dia 13 do mês de Adar.

Isto Ester ainda teria que suplicar a Assuero pela revogação, mas deixaremos o desfecho dessa virada histórica para o próximo artigo a ser publicado.

Como vimos, o coração do homem é como um baú repleto de coisas. Logo, algumas ficam por baixo das outras, de forma a não se mostrarem aos que inicialmente abrem-no. Assim, aparecem inicialmente à vista apenas o que é superficial. E é desta maneira que muitas pessoas se apresentam diante de quem desejam causar boa impressão – escondendo aquilo que porventura venha a lhes desabonar. Isto pode ser chamado de hipocrisia, mas se é assim, então arriscamos dizer que ninguém é sincero neste mundo.

No caso de Hamã, ele escondia uma faceta muito cruel, vingativa e desalmada atrás de uma “política de reerguimento da economia de seu país”. Ao ser desmascarado nessa dramática história, seus propósitos foram expostos à tona, e a verdade foi revelada e prevaleceu sobre a maldade oculta. A verdade não era uma boa referência para o currículo de Hamã; logo, ele vivia das enganosas aparências. Isso, como pudemos ver, lhe custou muito caro.

No caso de Ester, ela escondeu as suas raízes étnicas, por motivo de precaução. Na verdade, ela bem poderia revelá-las desde o início de sua ascensão ao trono que lhe concedeu Assuero, mas devido a uma longa história de perseguições de diversos lados contra o seu povo, ela ocultou esse fato.

Quando ela revelou este pormenor, e portanto, que estava automaticamente condenada juntamente com os seus, realmente ela tomou a atitude de tirar essa máscara que lhe parecia conveniente até então. Foi a hora da verdade, mas como poderemos dizer que ela mentiu ao povo persa, se nunca ninguém lhe havia perguntado a que povo ela pertencia? O fato é que, na hora de assumir as consequências que a verdade traz em seu bojo, ela não se negou, e retirou do fundo do baú o que poderia até lhe causar a morte, mas fê-lo com prudência, piedade, debaixo de orações e até de jejuns, no momento certo e Deus a recompensou.

Foi dessa maneira que Ester, culminou sua história com chave de ouro, levando em sua performance características de um tipo de Cristo, pois ela foi alguém que, mesmo sendo portadora de uma coroa real, humilhou-se e representou do povo de Deus, sendo que este estava condenado à morte, e intercedeu por todos, correndo o risco de ser considerada uma das muitas pessoas que deveriam ser abatidas e lançadas na vala comum, devido ao decreto que Hamã, um tipo de Satanás, conseguiu editar intentando levar muitos para o túmulo. E para a felicidade dela, e esperança de seu povo, o inimigo foi desmascarado e vencido.

Quero agora lhes apresentar alguém que sempre disse verdades que foram confirmadas com milagres extraordinários, alguns dos quais jamais repetidos com o mesmo poder e nas mesmas medidas, os quais confirmaram que o que ele dizia era verídico.

Ele curou cegos de nascença, paralíticos entrevados por vários anos, ressuscitou mortos, até mesmo um cadáver que jazia havia quatro dias na sepultura e já cheirando mal; andou sobre as águas do Mar da Galileia sem usar sequer uma prancha; expeliu espíritos demoníacos que atormentavam várias pessoas; multiplicou pães e peixes sem cobrar coisa alguma para os que o ouviram; sua marca constante apregoou a chegada do Reino de Deus na Terra.

Este, sem dúvida alguma, é Jesus de Nazaré, que depois de três anos de intenso ministério inédito neste mundo, foi morto, mas ressuscitou ao terceiro dia.

Ele afirmou: – “Eu sou o Caminho, a Verdade, e a Vida; ninguém vem ao Pai senão por Mim.” (João 14:6)

Quando Ele decidiu aceitar a condenação da cruz, por nossa causa, diga-se de passagem, foi julgado pelo Sinédrio judeu, e entregue ao governador Pôncio Pilatos, que O interrogou, querendo saber se haveria algum motivo para que Jesus fosse condenado à morte.

Pilatos lhe perguntou se Ele, Jesus, era rei. Jesus lhe respondeu que de fato, sim, Ele era o Rei dos judeus, mas que naquele momento, o Seu Reino não era daqui desta Terra; e que Ele viera até aqui para dar testemunho da Verdade, e que todo aquele que é da Verdade, ouve a Sua voz.

Pilatos então compreendeu que Jesus não estava querendo incitar o povo para fazer uma rebelião, mas sim, pregar a Verdade. Logo, Ele não era digno de pena de morte… mas uma outra pergunta então lhe fez o governador:

  • O que é a Verdade?” (João 18:38)

Pôncio Pilatos, naquele momento, pareceu ter jogado a Verdade Absoluta para o nível da relatividade, mas vamos deixar essa questão filosófica de lado, e analisar essa atitude do governador da Judeia.

Para nos mostrar que realmente a peneira da Verdade de Jesus possivelmente o incomodaria ao nível da sua consciência, imediatamente após ter feito esta pergunta, Pilatos dá as costas a Jesus para ir dialogar com os judeus. Isso mostra que Pilatos não estava interessado em saber o que é a Verdade, e fugiu da Verdade, no momento em que poderia tê-la apreendido. A máscara de autoridade, dessa autoridade temporária que Deus permitiu que ele fizesse uso enquanto estava no poder político, estava lhe cegando para tudo o mais; Pilatos não queria saber realmente o que é a Verdade. É assim que uma consciência acaba se cauterizando.

Jesus se apresentou como o Verdadeiro. O que significa isto? Que outros pretensos salvadores já tinham vindo antes dele, e que não eram enviados de Deus. Propuseram-se como verdadeiros, mas não eram.

Quantas religiões existem neste mundo, cada qual pregando estar certa, e, consequentemente quanto às outras, a estas rotulam de erradas, ou, no mínimo, menos certa do que aquela que apregoam. Não podemos crer que tenha existido alguém que pudesse superar a performance, a postura, a lisura, a santidade, o altruísmo, o amor de Deus, o poder e a luz divina que Jesus nos apresentou. E se alguém ousa tentar afirmar-se assim, então que seja morto em uma cruz, e ressuscite depois de três dias para poder entrar em concorrência com o Filho de Deus – e não havendo mais ninguém com este currículo, que caiam as máscaras, pois só nos resta dizer:

  • JESUS é a Verdade! O Caminho e a Vida! Ninguém vai ao Pai senão por Ele.

Vamos, pois, a Jesus, aprendamos com Ele, e Lhe sejamos seus semelhantes, sejamos verdadeiros como Ele é. Conheçamo-Lo, e prossigamos em conhecê-Lo. Não arredemos pé. Não voltemos atrás, mas permaneçamos firmes e constantes. Seremos justificados por Seu sangue diante do Pai, receberemos o perdão dos nossos pecados, e uma vida eterna cheia de alegria, paz e o amor de Deus.


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