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GÊNESIS – XVI

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noviembre 30, 2013 by Bortolato

EPISÓDIOS DEPLORÁVEIS EM UMA FAMÍLIA ABENÇOADA POR DEUS

Em Gênesis 34, lemos que Diná, uma das filhas de Jacó, ao sair de casa par ver as filhas da terra de Siquém, encontra-se com aquele que tinha o nome daquela cidade.

Diz-nos a Bíblia que a alma do moço apegou-se à de Diná, o que quer dizer que este apaixonou-se por ela, e a tradução Revista e Corrigida de Almeida diz que este tomou-a, muito embora seja acompanhado da expressão amou-a, na verdade o termo hebraico é o mesmo usado para designar um ato de estupro narrado em II Samuel 13:12-14.

Apesar do ato sexual forçado pelo moço, este se enamorou de Diná, e quis tomá-la por sua mulher, e por isso, foi com seu pai até a suas tendas par pedi-la – por mulher – o que nos faz entender que não se falou em casamento.

Este fato indignou aos filhos de Jacó, que enganaram aos siquemitas, colocando a circuncisão como condição para essa união.   Tamanha era a paixão de Siquém, que chegou a convencer aos homens da cidade para aceitarem a proposta, que, no fundo, era nada mais que uma armadilha.

Quando as dores dos cortes estavam mais agudas, foram Simeão e Levi, e mataram à espada a todos os homens daquele lugar, e os filhos de Jacó foram e saquearam tudo, levando-lhes o seu gado, mulheres e crianças.  Isto o tornou detestáveis aos olhos dos moradores dos arredores.

Aquela proposta de união realmente não teria sido boa para um povo que se separou dos caldeus, para servirem somente ao Senhor, pois eram idólatras.   De outro lado, deixaram de ser bênçãos para aquela nação, devido ao seu espírito enganador, belicoso, e vingativo.  Quantos crentes no Senhor poderiam ter sido melhores e mais úteis para o Reino de Deus, se não fossem dados à truculência e à violência.    Atacam e agridem a irmãos, a quem deveriam demonstrar amor, e com isso, até pensam que estão sendo usados por Deus para a “purificação e santidade”.   Como no caso de Simeão e Levi, podem até ter lá suas razões para se sentirem constrangidos diante de certas situações, mas não são as nossas razões que nos levam para perto do Senhor, e sim, o amor, o perdão e um espírito pacífico e generoso.

A Jacó urge se retirar logo daquele lugar, pois seu clã parecia “cheirar mal” naquele lugar.  É assim, a violência, por onde passa, deixa um cheiro de morte que enoja, causa ojeriza, e pode  trazer reações desagradáveis como resultado disso (34:30).

Esaú, por sua vez, tendo-se apartado de Jacó, vai morar em nas montanhas de Seir, ao sul do Mar Morto.  Jacó, porém, indo morar em Siquém, ocorre ali um genocídio cometido pelos seus filhos, sem o conhecimento e nem o consentimento de seu pai.   Uma situação temerária então surge: se ali permanecerem, ficarão marcados, e sem muita segurança, diante dos povos vizinhos, pois ganharam a fama de homens violentos.   A reação do povo seria de afastamento e marginalização por receio deles em um primeiro momento, o que significaria algumas dificuldades para negociarem mantimentos naquela terra – e a possibilidade de serem atacados sem aviso, por pessoas amigas de Hamor e Siquém, que foram assassinados traiçoeira e covardemente, pois o uso da espada atrai uso da espada, conforme disse Jesus: – “Todos que lançarem mão da espada, à espada morrerão” (Mateus 26:52).

Apesar desses gritantes erros, aqueles homens filhos de Jacó pertenciam à descendência de Abraão e Isaque, sobre quem repousavam ricas promessas de Deus.   O Senhor mesmo, pois, conhecendo o perigo em que a família de Israel se colocara, intervém antes que os estranhos pudessem organizar-se para um ataque de vingança.

O Senhor então faz lembrar a Jacó que em Betel, quando este fugia da ira de Esaú, Ele lhe apareceu ali, para animá-lo e confortá-lo, e dar-lhe novas esperanças.   Agora havia outra necessidade de uma fuga estratégica para colocar-se novamente em posição de segurança.   Betel ficava numa altitude de cerca de trezentos metros acima de Siquém, o que significava um posto de vigilância mais alto, dificultando avanços rápidos de inimigos.    Deus os estava dirigindo para lá.   Betel era um marco de bênção em momento de crise para Jacó, que estava voltando de Padã Harã vitorioso – sobre as trapaças de Labão e sobre a ameaçadora ira de Esaú.   Agora, eles teriam de ir para Betel, fugindo da ira de um povo que se sentiu desafiado e desrespeitado, mas havia um porém: ídolos no arraial de Jacó.   Com toda certeza, não eram de Jacó, devido à sua união com o Senhor unicamente, mas Raquel os tinha trazido da casa de seu pai, e os servos de Jacó eram, muitos deles, oriundos de Harã, cidade idólatra, e trouxeram ídolos consigo.

Quando Deus nos dá um direcionamento na vida, ainda que este seja algo de radical ou implique em mudanças extremas, tanto geográfica como espiritualmente, o melhor que temos a fazer é obedecê-Lo em tudo.   Uma desobediência,  por simples displicência que seja, pode custar muito caro, tão caro que alguns pagam com a vida.   Não convém demorarmos para cumprir o seu mandado.

Assim, Jacó percebe que chegou um momento crítico, pois precisavam mudar-se de cidade, mas mais importante que isso, era que toda a sua casa servisse somente ao Senhor.  De pouco adiantaria prosseguirem sua viagem, tendo comportamentos inadequados para viverem na presença de Deus.   Muitas pessoas, famílias e povos precisam abandonar práticas reprováveis perante Deus, e em fazendo-o, sentem que suas vidas mudaram muito, e para melhor.  Ele faz um discurso, e um apelo a todos de sua casa.  

Todos lhe entregam, então, os ídolos que portavam.  Jacó tomou aqueles objetos a ele entregues, e os enterrou ao lado de um carvalho.   Aquela árvore ficou sendo um marco de testemunho de que aqueles homens fizeram um ato de abandono a deuses, para irem adorar ao Deus de Abraão, em Betel.

Isto feito, partiram dali, enquanto os povos ao redor começaram então a assimilar melhor o ocorrido e as circunstâncias, a entender o que aconteceu, e ficaram pasmados de terror.   Nem deu tempo para uma reação, tal foi a rapidez com que tudo se desenrolou, e não viram mais as tendas dos hebreus ali.   O fato é que Deus não permitiu que Jacó fosse traído pela situação criada a seu contragosto, e aproveitou o momento para constranger os corações duros da casa do servo dEle, atraindo-os a Si.

Em Betel edificou Israel um altar, onde ele se apresentaria com orações perante a face de Deus.   O Senhor lhe aparece ali, então, reafirmando Suas promessas feitas a Abraão, repassando-as aos seus descendentes através de Jacó.   Como é bom nos apresentarmos diante da presença de Deus, em tempos de tribulação e incertezas, ou em quaisquer outras condições.

“Tu conservarás em paz aquele cujo coração está em Ti, porque confia em Ti” (Isaías 26:3).

Jacó levanta ali uma coluna de pedra, e deitou sobre esta uma libação e azeite.  Um sacrifício, e o óleo da unção.   Um arrependimento, um abandono de coisas abomináveis, uma conversão dos ídolos a Deus, e a recompensa que vem na forma de unção do Seu Espírito.  Tudo isso muito significativo, faz um sentido que ainda hoje vemos acontecer na vida dos que se voltam para Ele.

A MORTE DE RAQUEL

Raquel estava grávida, e teve muito trabalho no parto.   Temeu perder a criança, mas a parteira lhe assegurou que o filho nasceria vivo – porém ela, Raquel, não resistiu.   Faleceu ali, junto a Belém, onde até hoje está marcado o local de sua sepultura.   Era ainda jovem, talvez ainda com o esplendor da sua força.   Bela, amada e a preferida de Jacó até o fim.

Sua atitude, porém, de furtar os terafins de seu pai, trouxe-lhe uma mácula sobre o seu caráter, que, por passar despercebido ao seu conhecimento, induziu Jacó a amaldiçoá-la de morte (31:22).   Maldição sem causa não se cumprirá (Provérbios 26:2), a menos que esta seja quebrada, mas no caso, vemos que a maldição tinha encontrado campo na vida e no coração de Raquel.    Esta não foi morta em Gileade, onde foi amaldiçoada, mas morreu em Belém.   Ao que tudo indica, esta palavra tornou-se uma profecia, pois, após pouco tempo decorrido desde a saída de Padã Harã, Raquel deixou este mundo.   Quanto poder tem uma palavra!   Precisamos ter muita cautela antes de proferirmos palavras que venham a lançar maldições, pois somos chamados para abençoar as pessoas neste mundo, em nome do Senhor, e nunca amaldiçoá-las.  Muitos são os que desconhecem ou desdenham esta lei de semeadura e colheita, e com isso o mundo está forrado de maldições.   Por providência divina, porém, em Belém mesmo nasceu Aquele que quebra, com Seu poder, a toda e qualquer maldição lançada nesta Terra. Que o Senhor nos dê sabedoria, e que a graça do céu seja sempre dispensada, ao abrir de nossas bocas.   Que a ordem de Deus a Abraão seja por nós obedecida: – “Sê tu uma bênção!” (Gênesis 12:2)

UM FILHO DE JACÓ DESONRA A SEU PAI

Este é o problema de muitas pessoas: falta de controle sobre seus impulsos da carne.

Bilha era a escrava assistente de Raquel, e Raquel já havia morrido.

Jacó, de Belém, foi a Migdal-Eder, local apropriado para apascentar seus rebanhos.

As tarefas de Bilha mudaram, e passaram a ter menor carga.   Em vez disso lhe ser uma bênção, este  fato a expôs mais tempo diante dos filhos de Jacó.   Sem a guarda e vigia de sua senhora, passou a ser motivo de tentação para o filho mais velho de Israel – este ainda jovem, mas já homem formado.   Contudo, Bilha era uma concubina de seu pai, e mãe de dois dos irmãos de Ruben.

Sentindo algo fogoso por dentro, é da natureza dos jovens, até certo ponto inexperientes, e às vezes o tempo ocioso lhes serve de pedra de tropeço.   Ruben sentiu-se atraído pela serva de Raquel, o que, pois, poderia ter sido um problema contornado com jejuns e orações diante do Deus de Jacó.  O que o levou a pecar contra Deus e contra seu próprio pai foi ter deixado ser vencido pelo glamour do sexo.    Este tipo de pecado não é uma opção única a ser assumida da parte de quem é tentado.   O fato é que Ruben aceitou em seu coração assumir aquela escolha, aquela opção de partir para o jogo da sedução.   Ele era o primogênito de Jacó, até então.   O mandamento de honrar pai e mãe ainda não tinha sido lavrado em pedra no Monte Sinai, mas a tradição dos povos daquela época já impunha um respeito muito severo dos filhos para com seus pais.

Qual foi a palavra que Deus disse a Caim?   Que o “pecado jaz à porta” (Gên. 4:7), o que quer dizer que está do lado de fora das nossas almas, mas às vezes fica insistente, batendo à porta de nossos corações.    E mais: “… e sobre ti será o seu desejo, mas sobre ele deves dominar” (Tradução de João Ferreira de Almeida, na Bíblia de Referência Thompson).

Muitas e muitas  famílias já sofreram demais por causa de paixões não dominadas.  Casamentos foram desfeitos, crimes foram cometidos, vários desastres agrediram aos sentimentos  de muitos casais, devido à falta de refreamento de apetites carnais.   No caso, Jacó apenas soube do acontecido, e ficou pesaroso, mas Ruben deixou de receber a maior bênção de seu pai, por causa deste incidente malfadado em sua história, pois o coração de Israel deixou de propender para o seu primogênito, o que afetou-lhe no momento de abençoá-lo, como consequência daquele pecado.

No verso 27 vemos que Jacó visita a seu pai Isaque, em Quiriate Harba (esta é Hebrom), e pôde rever a seu progenitor.   Nada se fala então acerca de Rebeca, donde se supõe que já havia falecido.   Quando então chegou o momento da morte de Isaque, lá estavam juntos novamente, Israel e Esaú, graças a uma obra poderosa de Deus, desfazendo mágoas, e estabelecendo a harmonia entre os irmãos.

Em Gênesis 36 vemos a genealogia de Esaú, que já habitava em Seir, e ali habitou com seu clã, quando Israel voltou de Padã Harã.   A narrativa é extensa, o que mostra que houve uma grande multiplicação entre seus filhos, de forma que quando Moisés escreveu o livro de  Gênesis, já vigorava uma dinastia de reis e príncipes entre os edomitas.   Não é provável que Esaú tenha sido idólatra, pois amava muito a seu pai, e dele tinha recebido muitos ensinos, e muitas palavras, mas do povo que veio de sua descendência, não podemos dizer o mesmo.   O livro de Jó, contudo, nos narra uma história de um homem muito fiel a Deus, e leva todos os indícios de que tenha sido algo que ocorreu nas terras de Edom.


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