II REIS – VIII – O PÃO NOSSO DE CADA DIA
Comentarios desactivados en II REIS – VIII – O PÃO NOSSO DE CADA DIAenero 8, 2018 by Bortolato
Esta palavra é bem conhecida. Faz parte da oração que Jesus nos ensinou.
A fome no mundo é um fato epidêmico, se não endêmico, e de qualquer forma, dramático. Milhares e milhares estão passando por necessidades primárias, e atribuem a causa à falta de chuvas, falta de recursos para semeadura e colheita, pragas, enchentes, meios de transporte ineficazes, gestões políticas corrompidas, ou simplesmente a má sorte.
Existe, no entanto, a causa primeira, que antecede aos fenômenos da natureza e a todas essas outras que apontamos acima.
Antes de tudo há que ser considerado: quem fez a Terra que abriga as sementes no seu seio e lhe dá condições para as mesmas germinem? E quem fez as sementes que germinam? E quem fez as chuvas que caem para fertilização do solo? Ele é o princípio de tudo, e o resto é conseqüência. Ele é o Criador, e todos os demais são criaturas.
Existe um princípio que, se quebrado, redunda em interferências no percurso da natureza que Ele fez. O da semeadura e colheita – e isto funciona também nas relações entre os seres criados.
Maltrate-se um animal, e o mesmo criará aversão à pessoa que o maltratou. Acue-se uma serpente, e esta estará pronta para desferir o bote e a picada a quem quer que lhe represente uma persona non grata. Criem-se filhos que vivam recebendo agressões físicas ou mesmo morais, e estes mais tarde lhe darão o troco, quando ambos os lados estiverem mais velhos.
Há, além disso e antes de tudo, a omissão de palavras que deveriam demonstrar amor e reverência para com Quem tem todo o poder nas mãos para reverter todo um quadro negativo – e esta omissão, uma vez assumida, provoca um distanciamento nada benéfico entre as criaturas e o seu Criador. O amor entre as partes pode e deve ser cultivado, para que os frutos desse tipo de relacionamento sejam agradáveis – e a recíproca também é verdadeira.
Não obstante, vamos rever a oração de Jesus. Como é que ela se inicia? Logo de início, pedindo pão? Absolutamente. Tem que haver, antes de tudo, um protocolo de aproximação.
Quem, em sã consciência, se chegaria a um rei, um presidente, ou um juiz, querendo dirigir uma petição, sem antes apresentar-lhes uma saudação, uma apresentação, um coloquial cartão de visitas tecendo as palavras que reconheçam o título e a honra que lhes é devida pela posição que tais autoridades ocupam?
Antes de pedirmos algo a Deus, temos de aproximar-nos dEle. De que maneira? Em reverência e amor, despojando-nos de toda arrogância, mas deixando a entender que Ele, o Soberano, o Criador, o Grande Provedor e também o Sumo Juiz, merece um tratamento todo especial, e que aqui estamos prontos a dar-Lhe, com todo o carinho que temos em nossos corações.
Podemos estar passando por necessidades opressoras, mas isso não é ensejo para esquecermos Quem é o Grande Benfeitor da humanidade e de toda a Criação.
É patente que os erros dos homens os conduzem a situações as mais terríveis; e a fome pode bem ser conseqüência de um caminho equivocado, que foi assumido precipitadamente – e não há justificativas para lançarmos sobre Ele a culpa por tais destinos infelizes.
Os homens se afastam dEle, seguem seus próprios caminhos, atolam-se em problemas, e depois ainda acham que a culpa é de Deus, que os deixou que assim se atolassem. Na verdade, pesando-se os pratos de ambos os lados da balança, o que esta acusaria? A quem caberia assumir a culpa? A balança simplesmente responderia: – “Quem foi que abandonou a quem?”
Quando filhos pródigos abandonam a casa de seu pai, eles se distanciam. A distância, tanto física como espiritual, é um dos fatores que promovem um desligamento radical, o desfazimento de uma relação familiar. O que passa a acontecer é que ambos os lados passam a ter que se ajeitar com a distância, ainda que dolorosamente, querendo ou não.
Homens, mulheres, e famílias com todos os seus membros, que se distanciam de Deus, passam a ter que sofrer reveses que têm de enfrentar, e como as cordas sempre arrebentam do lado mais fraco, daí quem mais sofre é quem fica sem a presença e o auxílio do Único que os pode ajudar.
O Deus que retém nas mãos o poder de fazer as chuvas caírem, o trigo produzir, e fartar o povo com Suas bênçãos, com pães, se não é buscado por corações inteiramente abertos, também não é encontrado, salvo em algumas exceções, quando Ele decide romper cadeias de círculos viciosos no intento de transformar situações humanamente insolúveis.
O que ocorre com as pessoas que se afastam dAquele que é a fonte do amor e da suprema bondade? Estas acabam perdendo esta Sua influência sobre suas almas, e assumem um caráter diferente, amoldadas segundo os padrões que excluem amor e bondade. Longe dAquele que é fiel, os homens são induzidos a serem infiéis. Afastados do Grande Provedor, acabam por sentir que o pão de cada dia vai ficando escasso. Chuvas se rarefazem, não propiciando boas condições para grãos brotarem da terra, e o passo seguinte é a fome.
Quando depois de sofrerem esses resultados do distanciamento no espaço, no tempo e nos corações, chegam a parar com vistas a meditar sobre os fatos, chega, por fim, um instante em que, arrependidos, o Espírito Santo vem e lhes toca na consciência.
Aqueles que entendem que pecaram e se arrependem, voltam atrás, ainda que com dificuldades, certamente encontram novamente o caminho que os fazia felizes, reencontrando-se com Quem lhes fez, faz e fará muito bem.
A população do mundo, entretanto, em sua grande maioria enveredou pelo caminho largo e cheio de facilidades, de forma que somente uma minoria compõe o rol dos que procuraram fazer as pazes com o seu Grande Benfeitor. Isso complica a situação, porque não enseja a que a solução venha para muitos, e Deus não é de fazer acepção de pessoas. Assim, certos males chegam de forma a atingir, em parte, até mesmo aos que se convertem, como aconteceu e ainda acontece em países onde a Palavra do Senhor e o nome de Cristo são perseguidos.
As bênçãos pluviais são, pois, retidas por tempos e quando estas vêm, dispensadas pelos céus, não chegam de forma generalizada e irrestrita. Aqueles, porém, que buscam a Deus em espírito e em verdade receberão provas incontestes de que Ele é fiel.
O capítulo 4º do IIº Livro dos Reis nos traz a narrativa de dois episódios em que se mostra a fome assolando a terra de Israel.
Em Gilgal, lugar próximo ao rio Jordão, em alguma data entre os anos 895 a 800 A.C. (não podemos precisar com exatidão por falta de elementos comprobatórios para tanto) a história bíblica nos dá um presente de incentivo a nossa fé. Conta-nos o texto sagrado acerca de um grupo de homens que se juntaram com a finalidade de mais e mais aprenderem os caminhos do Senhor.
O profeta Eliseu os dirigia, ajudando-os dentro deste propósito bem-aventurado, com muito amor à causa. Na verdade, ele percorria a terra de Israel ministrando para vários desses grupos que foram chamados de “os discípulos dos profetas”.
Em certo dia em que eles estavam reunidos, depois de certo tempo juntos, conscientizados de que teriam que preparar algo para comerem, o profeta designou um jovem para cozinhar e outro deles foi colher verduras na natureza, aquelas próprias da região.
Desconhecendo as propriedades de algumas daquelas plantas, que por sinal também estavam sofrendo os efeitos de uma estiagem severa, não encontrando muitas das conhecidas, o tal foi e apanhou uma trepadeira silvestre que julgava ser própria para o consumo, e a levou para prepará-la. Cortaram a mesma em pedaços, colocaram-na na panela, e quando julgaram ter chegado a hora de servir, foram distribuídas porções individuais, e logo…
Alguém, tendo provado o sabor característico daquela planta, tão diferente de um saboroso prato vegetariano, deve ter cuspido fora aquilo, e exclamou:
– “Morte na panela, homem de Deus!”
Alguém atinou para o fato de que algo estava errado. Provaram do cozido, e sentiram um gosto estranho, de um amargo muito característico, como de um veneno. Ao prová-lo, logo cuspiram fora, e já deram o alarido. Era um gosto intragável, e se alguém ali teve a audácia de engoli-lo, deve ter vomitado em seguida, logo após tomar ciência do que era aquilo.
Parecia-lhes que perderam muito tempo e trabalho com aquela comida, e que teriam de começar tudo de novo: colocar água para ferver em uma panela, esperar que fizessem uma nova coleta de verduras no campo – desta vez com muito mais critério e cuidado, o que significa: com mais vagar – postergando tudo para outro horário bem mais avançado, e enquanto isso a fome apertava o estômago de todos.
Além de tudo isso, ainda ficaria aquele sentimento de frustração e humilhação para os que se deram ao trabalho que lhes fora incumbido, sem nenhum sucesso, mas pelo contrário, ainda expondo todos a um grave perigo de envenenamento.
Quebrando essas expectativas negativas, em vez disso, Eliseu apenas falou-lhes para misturarem farinha dentro daquele cozido, e, pelo poder de Deus, tudo foi purificado. O veneno desaparecera, e bem assim todo aquele gosto terrível que o acompanhava. Não havia mais morte na panela, mas vida, força e saúde para os que puderam ser contemplados com aquela maravilha que só tinha uma origem: o poder e a misericórdia do Senhor.
Este fato ilustra bem algumas coisas que conhecemos. Muitos elementos descritos nesta narrativa bíblica se encaixam dentro do conceito de “veneno”. As drogas são um destes. Jimmy Haendrix e Janis Joplin que o digam: drogas matam.
As bebidas alcoólicas também fazem parte deste conceito de “morte na panela”, ou melhor: nas garrafas. São venenos lentos, mas que enlaçam homens e mulheres; e tais e quais serpentes, prendem, devoram, abatem, destroem e matam vidas e vidas.
As bebidas, juntamente com o tabagismo, são apontados como causas primárias do câncer de garganta, e também dos pulmões, além de outros tipos de doenças. Debilitam as defesas dos organismos, deixando-os à mercê dos mais diversos tipos de enfermidades.
Há também outros venenos que não são líquidos, sólidos ou gasosos. São constituídos de palavras que denotam uma fé enganosa e ludibriadora. Por detrás destas, estão filosofias que procuram mostrar que têm pilares que lhes dão firmeza inabalável, mas que se derretem e se desfazem como castelos feitos na areia da praia. Basta vir a maré alta, e nada lhes resta; quando muito, apenas rasos vestígios de que um dia houve uma construção que alguém tentou erguer ali, na esperança de encontrar a verdade e a felicidade… mas foi debalde.
O mundo está repleto desses tipos de veneno, para o que não há outro contraveneno, senão o sangue de Jesus, o Messias. Ele é a cura, o bálsamo, o remédio que médicos e nem hospitais têm para oferecer.
A vida foi envenenada? Já lhe decretaram a sua sentença de morte? Não se desespere. Jesus é a Vida, e vida com abundância. Quem a Ele se achega com fé, esperança e temor de Deus, receberá a dádiva da cura, e terá a realização da promessa de Vida Eterna.
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A passagem seguinte a esta nos revela que é o mesmo Deus que multiplicou pães, tanto no Velho Testamento como no Novo. Ele é quem fez cair o maná no deserto. Ele sabe que Seus filhos necessitam do pão material para viverem, e tem misericórdia dos que O buscam.
Poderá alguém tergiversar, sofismar: – “aonde então estará a justiça de Deus, quando uns perecem de fome enquanto outros são socorridos? “
A diferença entre estes dois grupos está na distância em que estes se colocaram diante do Senhor. Essa distância faz uma enorme diferença, e a provisão de Deus é o ensaio didático que Ele faz para ilustrar, à Sua maneira soberana, o ensino de que existem diferenças entre justos e injustos, pecadores arrependidos e outros impenitentes, entre o céu e o inferno, e que a pior opção que homens assumem também pode ser evitada; e maus caminhos podem e devem ser corrigidos.
O caso de II Reis, capítulo 4º, versos de 42 a 44 é o caso típico da manifestação da misericórdia de Deus, que assim também se manifestou à beira-mar da Galileia, quando Jesus, tendo dado graças ao Pai, ordenou que Seus discípulos partissem o pão e o distribuíssem. Demonstração de que Deus não é Deus de miséria, e Ele está atento às nossas necessidades.
Tomando ainda este gancho que nos prende ao miraculoso multiplicar de pães e peixes pela ordem de Jesus, porém, não podemos nos esquecer de que o pão material não é o mais importante. O povo que pôde comer dos pães multiplicados na Galileia, depois disso, queria fazer de Cristo o seu rei, de forma a levantar-se contra Roma e contra Herodes, mas Ele foi terminante, e não aceitou isso. Ao invés, disse-lhes para batalharem muito mais para receberem o pão espiritual, imperecível; e que Ele mesmo Se apresentou como o Pão Vivo que desceu do céu.
Na verdade, no fundo, a cada chuva que cai sobre as plantações de trigo, cevada e outros cereais, é um feito segundo a ordem divina, que determina que tenhamos o que comer e sustentar nossos corpos físicos, mas isso também não é o que mais importa aos olhos dEle. A cada vez que isso acontece, é o milagre da mão de Deus, ocultado por um suposto fenômeno da natureza – fenômeno que Ele mesmo criou, desde os tempos do Dilúvio.
Finalizamos este comentário, repetindo as palavras do Senhor Jesus quando disse:
“Por isso vos digo: Não fiqueis ansiosos quanto à vossa vida, com o que comereis, nem quanto ao corpo, com o que vestireis, porque a vida é mais que o alimento, e o corpo mais do que as roupas”
“Portanto, não fiqueis preocupados se tereis o que comer o que beber, porque as pessoas do mundo procuram todas essas coisas, mas vosso Pai sabe que precisais delas.”
“Antes, buscai primeiramente o Reino de Deus e Sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas. “
(Lucas 12: 22, 29, 30; e Mateus 6:33)
Category 2º LIVRO DOS REIS, BÍBLIA, LIVROS HISTÓRICOS DO AT | Tags: colocíntidas, Discípulos, Eliseu, Gilgal, Morte, multiplicação, pães, panela
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