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JÓ – XIII – ATÉ ONDE NOS LEVA O SABER

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agosto 8, 2020 by Bortolato

Jó capítulo 28

Até a Lua o homem já chegou a pisar com seus pés. Criou também uma Estação Espacial que paira bem longe da esfera do nosso planeta, mas não foi capaz de sequer ousar ultrapassar os lindes do nosso Sistema Solar.

Já foram enviadas sondas no espaço sideral para obterem fotos, as mais incrivelmente maravilhosas, de imagens de outras galáxias, lugares que jamais um ser humano poderá chegar e explorar, tão longe estas se localizam.

Tudo isso o homem já fez, e continua fazendo outros tantos mais, mas não consegue resolver os muitos problemas aqui nesta Terra. Problemas de ordem íntima, sociais, econômicos, políticos, psicológicos, espirituais e até mesmo dentro de suas aventuras filosóficas. Muitas das soluções alcançadas nesta área parecem ser como elixir paregórico, que apenas tende a aplacar as dores, mas as causas da dor continuam, e vão amolando sem parar.

Quando nos ligamos à mídia, esta nos informa de séries e séries de problemas, que acabam por compor cerca de 90% das matérias jornalísticas deste mundo. Se quisermos ouvir más notícias, ou ficarmos deprimidos, é só nos ligarmos com noticiários da TV.

Os homens cansam de tanto pesquisar, a fim de buscarem mais e mais conhecimentos. Mas aonde poderão nos levar a ciência e a tecnologia? A algumas descobertas e algumas soluções parciais dos desafios que se nos apresentam dia após dia, e nada mais. Quer ver? Quando irão inventar uma vacina que nos imunizará contra todos os tipos de surtos, epidemias e endemias? Quando pensam que um desses acabou, logo aparece outro, ocasionando a morte aos milhares.

Não menosprezamos os esforços bem intencionados dos cientistas que tanto lutaram para lograr dar cabo de enfermidades e fraquezas que muito abatem a humanidade, de longa data. Estes merecem uma coroa de louros e medalhas de honra ao mérito, mas eis que os problemas não acabaram por aí.

O grande cabedal de conhecimentos que podemos adquirir é impressionante, mas é preciso que tenhamos sensatez, a fim de não abusarmos da sorte, e desgraçadamente venhamos a fazer mau uso desse know how.

Alfred Nobel inventou a dinamite, e a balistite, um derivado da pólvora que logo foi usado para fins militares. Ficou muito decepcionado ao ver quanto estas suas invenções trouxeram em número de males para a humanidade. Por este motivo ele quis que depois de sua morte a sua fortuna fosse destinada a premiar várias áreas do conhecimento científico, mas em especial àqueles que promovessem a paz. Mas onde anda essa paz? Os conflitos continuam acelerados…

Alberto Santos Dumont, um dos expoentes considerado como o pai da aviação moderna, logrou realizar voos perfeitamente dirigíveis com aparelhos mais pesados do que o ar, mas conta-se que o mesmo, ao ver que ofereceu impulso e incentivo à destruição do próprio homem, no ataque aéreo à cidade de Colônia em 1914, e durante a Revolução Constitucionalista em São Paulo, em 1932, ficou em extremo desgostoso, e em julho desse mesmo ano se suicidou, sofrendo de profunda depressão psicológica.

O fato é que há uma grande diferença entre o conhecimento e a sabedoria.

No capítulo 28 do Livro de Jó foi inserido um monólogo que o tal homem, atingido por sérios problemas na vida, discute com seus amigos, os quais insistem em acusá-lo de haver provocado a ira de Deus sobre si, supondo ser esta devida a seus pecados cometidos e ocultados.

O texto é escrito em um estilo poético, seguindo a linha da poesia hebraica, que perscruta vários assuntos atinentes à nossa vida terrestre.

A discussão entre Jó e seus amigos esquentou, e os três visitantes chegaram ao ápice da disputa, ao ponto de pararem de estender o dedo acusador, vencidos pelo cansaço – e então surge o capítulo 28 do livro, do qual não se tem certeza sobre quem teria sido o gênio que o descolou de dentro de seu espírito.

O tema nele versado é: onde estará a sabedoria?

Há pessoas que têm alguma facilidade para pronunciar um longo mantra de palavras, mas estas não passam de meras palavras, e nada mais que isso. Peneirando-se conteúdos, resta então uma pura filosofia sem alicerces firmes e reais. Assim era a base dos discursos acusadores que os três amigos lançaram despudoradamente sobre um homem que mal podia pensar muito bem, para concatenar melhor as suas ideias, tão incomodado que estava com os sucessivos choques psicológicos que o atingiram, provocados pelas perdas sofridas, e com a enfermidade que o atormentava dia e noite.

Certa vez Charles Spurgeon escreveu que:

A sabedoria é o uso correto do conhecimento. Conhecer não é ser sábio. Muitos homens têm grandes conhecimentos, e, por este mesmo motivo, são os mais tolos. Não há tolo maior do que o tolo instruído. Contudo, saber-se como usar o conhecimento, isto sim, é ter sabedoria.”

Voltamos então à pergunta: onde está a sabedoria?

Em Jó 28:1-4 podemos depreender que o ser humano sabe muito bem como como extrair minérios da terra: o ouro, o cobre e o ferro. Sabe também como buscar e achar pérolas preciosas, quais jamais vistas iguais. E para obter esse tipo de material tão precioso em suas mãos, podem chegar a abrir minas nos lugares mais distantes dos povoados, e através desse seu saber, aplicam mãos à obra e conseguem enriquecer-se.

Nos versículos 5 e 6 vemos que o homem sabe como obter o seu pão da superfície da terra, e enquanto isso a escava por baixo e encontra pedras preciosas, de onde nem o olhar acurado da águia o pode ver, e nenhum animal selvagem o percebe.

Nas suas escavações consegue desviar veios de água, canalizá-los para outra direção, e prossegue extraindo aquilo que ninguém havia descoberto antes dele.

Perguntemos então a esses mineradores e cientistas se eles conhecem a Deus… e ouviremos respostas as mais variadas, loucas, estapafúrdias, conflitantes, paradoxais e contraditórias; algumas até com certa aparência de sabedoria, sim, serão ouvidas, e assim vemos que não chegam a lugar algum, salvo raríssimas exceções.

O poeta prossegue com sua pergunta retórica:

  • Mas onde se achará a sabedoria?”

Onde poderíamos comprá-la?

Ôps! Não vamos enveredar por esse caminho! Sabedoria é um dom que não está à venda, como mercadoria que se vende em empórios, mercados e farmácias. Não podemos misturar coisas que não se misturam. Uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa, e por mais óbvio que isto seja, que se deixe bem claro!

Oferecer-se o ouro, o vil metal, para obtê-la seria o mesmo que tentar pescá-la com uma vara de pescador onde não há água. Não se caça águias com equipamentos de pesca, e nem leões com estilingue. Não se pode comparar dons espirituais com coisas materiais. Ouro, prata, ônix, cristal, topázio ou esmeralda são coisas muito diferentes, estão em outro nível…

Isto nos faz lembrar do bandeirante Fernão Dias Paes Leme, que tanto chafurdou as matas do sudeste do Brasil em busca das pedras verdes que o encantaram com o seu brilho, e que, depois de campear toda a vida, em dado momento teve um lote destas em suas mãos. Era no ano 1681, no Estado do Espírito Santo, que hoje é área anexada ao Estado de Minas Gerais. Ele pensava que enfim havia achado as cobiçadas esmeraldas, mas… No afã de desbravador dos sertões, estava acometido de uma febre que o levou a óbito quando ainda estava na mata. Depois de sua morte, examinadas as tais pedras, constatou-se que não eram esmeraldas, mas sim, turmalinas, mineral de menor valor comercial.

De qualquer forma, Fernão Dias não logrou usufruir da sua descoberta. De que isto lhe adiantou?

Assim é o brilho do ouro e demais valores: ilusórios, não nos trazem a felicidade. Já não temos ouvido falar que dinheiro não traz felicidade?

No verso 20 deste capítulo 28 lemos:

Donde, pois, vem a sabedoria e onde está o lugar do entendimento?”

Ah, esta sabedoria… Não está no meio das nuvens, onde as aves do céu estendem as asas e voam em suas trajetórias as mais imprevistas.

E também não está na Terra.

O autor do livro usa de uma prosopopeia em que coisas como o abismo (abadon) e a morte (maweth) diriam ter apenas ter ouvido sobre a sua fama. É uma forma retórica de apresentar sua reflexão que teria inquirido às profundezas desta Terra, os mortos bem como o mundo dos que estariam além-túmulo, pois, estes falariam, de forma lacônica e indireta, que nada sabem a respeito da verdadeira sabedoria… e assim, o mistério continua sendo rondado, mas sem resultado plausível.

Então, onde estaria ela? Qual o seu paradeiro? Por onde ela tem andado? Não teria deixado nenhuma pista para que a possamos encontrar?

O poeta então passa a desvendar algo a respeito.

Ele olha por tudo, e considera. Quem poderia revelar alguma coisa sobre a sabedoria?

Chega pois ao ponto principal de sua meditação.

Deus é quem o sabe, porque Ele detém o poder de perscrutar os mais inimagináveis caminhos da natureza: o peso e a força do vento; a medida de todas as águas, tanto em estado líquido, como os vapores das nuvens, as quais nos trazem as chuvas em seu derramar seletivo aqui e ali, renovando a natureza e recompensando o trabalho dos lavradores; e o traçado imprevisível que fazem os relâmpagos no céu. Ele sabe de tudo isso, nos mínimos detalhes, e muito mais. Foi Ele quem mais manifestou o uso da tal misteriosa sabedoria, e aplicou-a dentro dos parâmetros do Seu absoluto controle, de modo que nada foge ao Seu conhecimento e tampouco à forma como Ele o administra.

Neste ponto, o poeta autor do texto chega à conclusão de suas cogitações do espírito, citando a frase final que conclui, atribuindo as palavras desta a uma revelação fornecida pelo próprio Deus:

Eis que o temor do Senhor é a sabedoria, e o apartar-se do mal é o entendimento.”(verso 28)

Em I Coríntios 12:8 lemos que a palavra da sabedoria, tanto quanto a do conhecimento são dons espirituais que Deus dá a quem Ele quer usar, visando a um fim proveitoso, e isto dentro de um escopo do evangelho de Cristo, de modo que estes são decorrentes do beneplácito da vontade divina.

Então vem a questão: logo, qual a participação da vontade do homem? Se a sabedoria é dom distribuído pela exclusiva vontade de Deus, então não há como as pessoas se esforçarem para obtê-la? Seria, pois inútil querer-se esforçar para ser contemplado com esse tão precioso bem?

Parece que o autor desse capítulo do livro de Jó realmente coloca as coisas de forma a exortar que é essencialmente necessário que cada um saiba como apartar-se do mal, e deste afastar-se. Até aqui, tanto Jó como qualquer de seus amigos poderiam ter afirmado este axioma. Jó o faria, por ser um homem justo, e assim estaria defendendo os seus princípios morais. Elifaz, Bildade e Zofar, também o asseverariam, indiretamente propondo a Jó para apartar-se do mal.

Alguém já perguntou, pois: como poderíamos obter a sabedoria, se esta se prende ao completo domínio das mãos de Deus? Como esta vida é complicada!

Não se desespere, porque o escritor da carta de Tiago nos deixou esta receita esclarecedora:

Meus irmãos, tende grande gozo quando cairdes em várias tentações; sabendo que a prova da vossa fé produz a paciência.

Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma.

E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente , e o não lança em rosto (dá com bondade) e ser-lhe-á dada.

Peça-a, porém, com fé, não duvidando, porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento e lançada de uma parte para outra parte.

Não pense tal homem que receberá do Senhor alguma coisa.” (Tiago 1:2-7)

Mais uma palavra temos a recomendar aos candidatos à sabedoria.

Quando Jesus veio a este mundo, Ele afirmou que, no Juízo Final, a rainha de Sabá se levantaria contra os homens de sua geração, “porque até os confins da terra veio ouvir a sabedoria de Salomão; e eis aqui está quem é maior do que Salomão.”(Lucas 11:31)

Temos visto, pois, que é necessário exercermos fé, como elemento essencial para pedirmos a Deus e buscarmos a sabedoria.

A fé é obtida quando ouvimos a Palavra de Deus, e a colocamos em ação, na vida prática.

A rainha de Sabá queria ouvir Salomão, porque desejou ardentemente estar perto de quem ela poderia absorver mais sabedoria. De que lhe serviria obter mais sabedoria?

O próprio rei Salomão explicou:

O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e a ciência do santo, a prudência.” (Pv.9:10)

O temor do Senhor é o princípio da ciência; os loucos desprezam a sabedoria e a instrução.”(Prov. 1:7)

O temor do Senhor aumenta os dias, mas os anos dos ímpios serão abreviados” (Pv. 10:27)

Bem-aventurado o homem que acha a sabedoria e o homem que adquire conhecimento. Porque melhor é a sua mercadoria do que a mercadoria de prata e a sua renda do que o ouro mais fino. Mais preciosa é do que os rubins; e tudo o que podes desejar não se pode comparar com ela.

Aumento de dias há na sua mão direita; na sua esquerda, riquezas e honra.

Os seus caminhos são caminhos de delícias e todas as suas veredas, paz.

É árvore de vida para os que a seguram, e bem-aventurados são todos os que a retêm.”(Provérbios 3:13 a 18)

Se queremos ter vida abundante e eterna, então seremos sábios se seguirmos a receita que o Senhor Jesus nos prescreveu:

Eu vim para que tenhais vida, e vida em abundância” (João 10:10)

Há tantas pessoas neste mundo que estão vivendo, mas não gozam de uma vida feliz, abundante, cheia de propósitos. Alguns dizem que vivem por viver, porque não lhes resta outra opção. Estão enfadados, desiludidos, e enganados pelas atrações ilusórias deste mundo. Estão fartos de viver assim, mas não encontram o caminho das pedras para saírem desta situação. A vida se lhes tornou em um fardo pesado de ser carregado…

Para estes é que Jesus disse:

Vinde a mim, todos vós que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para vossas almas, pois o meu jugo é suave e meu fardo é leve. ” (Mateus 11:28-30)

Eis aí o desafio. Quem quer ter sabedoria, deve ter fé para pedir, e pedir a Deus. Se a recebermos, sabedoria então nos leva para o caminho da vida mais valiosa, mais abundante, mais atrativa, e mais compensadora.

Esta vida está em Jesus, o Cristo. Logo, quem de fato for sábio, entrará em aliança com o Filho de Deus, que nos promete a vida mais preciosa e diferente dos demais tipos de vida que se acham neste mundo.

Vale a pena! Quem encontrou esta sabedoria, e achou a Jesus, é testemunha de que essa vida é a melhor que possa existir.

Venha experimentá-lo. Cristo garante a bênção e a vitória, apesar das lutas. Com Ele temos o poder para enfrentar todos os problemas da vida.

Venha hoje mesmo. Ele nos espera de braços abertos.

Louvado seja Deus!


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