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JÓ – XVI – QUANDO DEUS NOS FALA

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agosto 26, 2020 by Bortolato

Jó capítulos 38 a 39

Homens falam muito, quando o dia se alonga. Uns cansam-se de falar, e outro cansam-se em ouvi-los. Alguns ainda tomam bebidas que os anima muito a soltarem seus palavreados como se fossem matracas incansáveis, para usarem as bocas por mais tempo do que o fariam em perfeito equilíbrio. Nessa multidão de palavras, porém, não faltam notas de insensatez, loucura e vaidade. Os bares deste mundo que o digam.

Cientistas anseiam muito por encontrarem axiomas que representem verdadeiras leis da natureza, e quando pensam ter encontrado algo do tipo, ficam exultantes, mas a premissa descoberta, no passar do tempo, poderá ter de ser reformulada por uma outra lei, ou pela mesma, que passa a ser interpretada de modo diferente.

Perguntamos aonde encontrarmos verdades absolutas, ou pelo menos aquelas verdades relativas que não terão de sofrer mudanças significativas. E então ficamos a vaguear daqui para acolá, sem acharmos o que nos satisfaça.

Realmente a sabedoria humana tem demonstrado ser débil em muitos das suas bases, mas existe uma sabedoria e uma ciência que, de tão alta e pura, precisa adequar-se às limitações do nosso entendimento, a fim de poder expressar-se de forma a ser compreendida e absorvida.

Esta se manifesta quando Deus fala! Quando Ele fala, ouça! Valorize! Será muito bom escutá-Lo! É importantíssimo! Escreva o que Ele diz, e guarde muito bem as Suas palavras. Ele não é homem para mentir; a palavra que Ele fala é a verdade. Desfaz dúvidas e sofismas. Traz esperanças. Transforma situações. Encontra soluções. Salva vidas. Renova a alegria. E quem decidir colocá-la em prática, achará a paz dentro do interior de sua alma.

Jesus, o Cristo, certa vez afirmou em uma parábola que a Palavra de Deus é como a semente que um semeador lança sobre a terra, pois ela tem o condão de germinar, crescer e produzir frutos, dependendo do tipo da terra (no caso, da reação da pessoa) que a receber (colocando-a em prática, ou não).

Em suma, o moral dessa história é: guarde bem a palavra que Deus diz! Mas guarde-a muitíssimo bem!

Para melhor ilustrarmos, vamos ao caso de Gideão, narrado no livro de Juízes, capítulo 6, verso 11, quando ele estava (cerca do ano 1296 A.C.) em Ofra, região da tribo de Manassés,malhando o trigo no lagar, para salvá-lo dos midianitas, quando lhe apareceu o anjo do Senhor. Ele salvava assim o trigo, guardando-o escondido do inimigo. Isto era importante, porque se ele não salvasse a sua colheita, esta poderia ser saqueada, e isto significaria sofrer fome, uma vez que o trigo é a matéria-prima de onde se fabrica o pão.

Podemos passar fome também das palavras de Deus e para evitar isso, precisamos guardar a semente da Palavra de Deus. Daí, então concluímos: afinal, o que é mais importante: o pão material ou o espiritual?

Ao ser Jesus tentado no deserto, o diabo lhe sugeriu que transformasse pedras em pães, ao que o Mestre lhe respondeu:

  • Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus” (Mateus 4:4)

É evidente que o pão material também é importante, mas temos que tratar o que é mais importante como o mais importante.

E o que é mais importante?

Jesus também disse:

  • Eu sou o Pão da Vida… quem comer da minha carne e do meu sangue, viverá”. (João 6:35)

Ele ainda afirmou ser o Pão que desceu do Céu. O que isto quer dizer?

Quando comemos o pão material, estamos alimentando o nosso corpo que precisa deste elemento para vivermos.

Por isso Jesus disse que Ele é a Vida (João 14:6), e João escreveu ser Ele a Palavra da Vida (I João 1:1), isto é, da vida mais abundante (João 10:10) e da vida eterna (João 1:12).

Se Gideão não salvasse o trigo para que este não fosse destruído pelos inimigos, ele poderia morrer de fome (morte física), mas de morte muito mais terrível sofrerá quem não salvar o alimento espiritual. Daí a importância da fé na Palavra de Deus.

Salvemos o nosso trigo. Coloquemos a salvo a Palavra de Deus, e Jesus será o nosso Pão da Vida. Pão que verdadeiramente nos alimenta, mais do que o pão material.

Como a Palavra de Deus é tremendamente útil! Quantos não estariam neste momento dizendo a si mesmos: “oh, se Deus me falasse, em meio a tanta tribulação, tantos tumultos, e tantas dores! Ele não somente nos traria o Seu conforto, através da Sua Palavra, como também o alívio por meio do Seu poder, de que tanto precisamos neste mundo!”

Como é que Deus fala? Como pois distinguiremos a Sua voz de tantas outras que se ouvem nesta Terra?

O autor da carta aos Hebreus nos diz que Deus falou de diversas formas, e diversas vezes, através de profetas (Hebreus 1:1), e depois, ultimamente, através do Seu Filho, Jesus.

Falando de profetas, estes são aqueles que ouviam a voz do Senhor e a transmitiam. Não sabemos exatamente como eles as ouviam, mas sabemos que quando Deus quis falar com o Seu profeta Moisés e o fez diretamente, de sobre o monte Sinai, para todo o povo ouvi-Lo, a Sua voz ressoava como um trovão (Êxodo 19:9, 19).

Trovões são audíveis, vindo do céu, ressoando sobre a Terra, veiculando um som grave, muito sério, que inspira respeito, pois que o mesmo procede de raios, fenômenos de grande poder elétrico, e potenciais fantásticos de destruição.

Isto tem um significado espiritual. Uma voz semelhante à de trovão chega a assustar, intimida a nos calarmos, interrompermos aquilo que estivermos fazendo, e prestarmos atenção porque procede do Senhor do Céu e da Terra.

Quando Deus fala é hora de todas as demais vozes calarem-se neste mundo, no Paraíso, no Céu, no Hades, e em toda parte.

Que todos os falantes se calem, com suas argumentações e clamores. Todos os teólogos, todos os príncipes, reis, sábios, filósofos ou livre pensadores, pois que Ele tem a resposta devida a todas as perguntas, a verdade acima das falsidades, que desmorona a quaisquer sofismas. Se Ele fala, todos têm que ouvi-Lo, quer sejam estes grandes ou pequenos.

Diante de Deus, os homens são menores do que formigas neste mundo. Encheram a Terra, popularam seus rincões, fazem seus movimentos, destroem lavouras que outros plantaram, tudo por interesses próprios, pois não se deram conta de que não são os donos do mundo. Falam muito, mas de forma a distorcer fatos, tergiversar, desconstroem as obras dos que proferem a verdade, e propõem séries e séries de inverdades… Mostram-se pretensamente fortes, mas basta um sopro da boca de Deus e todos perecem, de uma só feita.

Às vezes há mister de que Deus manifeste-Se, a fim de mostrar quem é quem na ordem do dia. Isto pode ser que demore um pouco, mas é certo que Ele vem para dar um basta à iniquidade.

Certa vez, um famoso feiticeiro, aliás o segundo maior do Brasil e o quinto do mundo em sua época foi abordado por evangelistas, e isso muito o irritou, porque ele detestava intensamente a Deus.

A propósito, o seu nome é Jurandir Ferreira. Tão indignado ele ficou, que começou a esbravejar, proferindo blasfêmias. Passou a clamar, olhando para cima, para o céu, bradando que queria que Deus lhe aparecesse, pois ele queria que Lhe mostrasse o rosto, e estava pronto para puxar o gatilho de seu revólver, para feri-Lo com um tiro. Decerto ele pensava que, ao Deus aparecer, Jurandir Lhe daria o tiro, e Deus procuraria apressar-Se para esconder dele, ou que o Senhor poderia ser de fato ferido, como ele gritava. Que loucura!

Conforme esse escândalo se ia desenrolando com contínuas ofensas contra Deus, os homens que estavam ali representando o Senhor se prostraram em terra, clamando a Deus para que tivesse misericórdia daquela pessoa desajuizada, portadora de tamanha insensatez e arrogância, desafiando o poder do Altíssimo sob o risco de ser instantaneamente aniquilado, ali mesmo onde expôs a sua impiedade.

Deus, porém, não quis liquidá-lo. Em lugar disso, uma pequena faísca acesa desceu do céu e pousou sobre o automóvel de Jurandir. Logo um fogo estranho se espalhou sobre o teto daquele veículo para então queimar-lhe toda a sua pintura. O veículo ficou todo escurecido, e perdeu aquela cor viva que tinha antes disso, causando grave prejuízo ao seu dono.

Isso impressionou a todos os que o viram. Jurandir então saiu dali com uma palavra que o fazia incomodado por longo tempo, e que lhe dizia contínua e simplesmente:

  • Deus é poderoso… Deus é poderoso…. Deus é poderoso… Deus é poderoso…”. Isto por muitas e muitas vezes…

Mais tarde, em condições dramáticas, Jurandir foi a uma igreja evangélica, e ali se iniciou uma verdadeira conversão ao Senhor Jesus para culminar com a formação de um servo Seu, e pregador da Sua Palavra.

Nos capítulos 38 a 39 do Livro de Jó também está registrada uma outra intervenção do tipo, em que Deus manifesta-Se para calar de quatro a cinco homens que falaram aquilo que não agradara a Deus.

Desta feita Ele, Deus, não veio para destruir automóveis, mas sim, para lhes ensinar coisas que todos homens deveriam analisar, refletir e tratarem de ser mais cautelosos antes de abrirem suas bocas para soltar quaisquer palavras.

Antes da manifestação divina, porém, após ter sido duramente açoitado pelo chicote de Satanás, Jó foi psicologicamene espremido por seus três amigos, que o acusaram ostensivamente, sem motivo justo.

Para encerrar esse estressante diálogo travado entre eles, Jó então reafirmou a sua própria justiça, alegando que Deus errou com ele, e para corrigir tal erro, esse homem fez um tipo de petição judicial, que pensou tê-la competentemente protocolado, para ser apresentada no Tribunal Excelso de El Shadday, o Todo-Poderoso. Assinou-a, dando sinal de uma total confiança de que venceria a causa, achando-se seguro de estar pleno de razões e de legítimos direitos.

A disputa entre Jó e seus amigos circundava constantemente um ponto: quem deles estaria cheio de sabedoria! E Jó, ao final, parecia ter vencido a disputa de palavras, expondo seu depoimento com uma dramaticidade que só as circunstâncias que o oprimiam poderiam inspirá-lo.

Apesar de ter muitas razões a seu favor, após uma análise, chegamos a concluir que Jó pecou ao afirmar e reafirmar que:

1 – Deus tornara-Se em seu inimigo tenaz.

2 – Deus errara ao tratar com o caso de Jó.

3 – Jó traria em si uma justiça maior do que a de Deus.

4 – Jó estaria assistido de todo direito em seu favor, e por isso entrou em uma querela contra o seu Criador, apostando que o Senhor perderia o pleito, desde que o julgamento fosse executado com perfeita justiça.

A maneira de Jó repetir tais coisas, e por fim mover um processo jurídico contra Deus, pois, deixara no ar perguntas de um tema que amedrontaria a muitos valentes o simples formulá-las. Um clima de expectativas se intensificou e tomou conta do ambiente.

Então um jovem chamado Eliú, nos capítulos 32 a 37, percebendo tais erros em Jó, levanta-se e dá testemunho da soberania e da verdade de Deus, apesar de conter em seu discurso uma certa dose de agressividade contra o homem que sofrera tão grandes perdas na vida…

De qualquer forma, essa palavra de Eliú serviu como uma introdução para a chegada da voz de Deus, que então rasgou o Céu e desceu de Sua glória, do meio de um redemoinho, que invadiu o lugar onde Jó estava.

Repentinamente aquele redemoinho se achega, e de dentro deste, ouviu-se a voz do Senhor, para temor e espanto de todos os que puderam ouvi-la.

Chegou então aquela palavra, a última esclarecedora, que pôs fim ao calor daquela discussão em círuculo vicioso, que prometia não ter fim.

A palavra foi dirigida inicialmente a Jó, provando-lhe que este havia errado em muito, dizendo palavras que escureciam a verdade (38:1).

Uma das coisas mais difíceis em uma discussão é convencer a uma pessoa que se julga sábia aos seus próprio olhos. Foi assim que Jó proferiu os seus discursos no afã de defender-se das acusações frívolas que recebera de seus amigos.

A Palavra de Deus então chegou, por fim, aos ouvidos do homem que se julgava injustiçado pelo Céu.

Muito embora o Senhor prefira omitir-Se diante de debates e discussões que homens travam entre si, e abstenha-Se de interferir em casos do gênero, Ele deixou-se dessa vez envolver-Se com o caso de Jó, o Seu servo fiel, sacerdote Seu perante a sua própria casa, sincero, reto, íntegro e temente a Deus.

Apesar desse fato parecer ocorrer tão raramente, a verdade é que Deus sempre quis comunicar-Se com os homens, e a ocasião que Jó provocou para esse encontro foi um evento muito privilegiado, esse de ouvir-se claramente a voz do Senhor. Afinal, Ele é vivo, conhece os sofrimentos por que passam todos nesta Terra, ouve e responde às nossas orações – à Sua maneira, conforme a Sua vontade.

Privilégio é conhecer melhor ao Senhor, e quando Ele fala, a Sua voz faz calar aos gabolas e aos mais sábios desta Terra.

Ao tentar colocar a sua justiça própria acima da do Senhor, Jó fez-se como se fora superdotado de uma sabedoria superior à divina. Audácia!

Então Deus começa a falar das Sua obras que fez, como grande engenheiro e arquiteto, a fim de colocar as coisas no devido lugar.

Uma das coisas que o Senhor coloca diante de Jó se expressa através da pergunta: – “Qual o caminho para acessar-se a luz, e onde esta tem sua morada; e ao mesmo tempo, onde moram as trevas?” Quem pode responder esta pergunta é Aquele que uma vez disse:

  • Haja luz, e houve luz”.

A pergunta é retórica, pois como poderia alguém lograr perseguir a luz do Sol ou da Lua, de modo a fugir das trevas da noite, e vice-versa? Lembramos, a propósito, que naquele tempo em que Jó viveu, nem se pensava em viagens espaciais da era atual.

SOBRE A TERRA:

Dentro de um estilo retórico, Deus começou a falar que a Terra fora criada dentro de uma estrutura fundamental que a fez extremamente cheia de detalhes. Isto aconteceu há muito, muito tempo atrás, quando Jó não estava presente nem mesmo potencialmente nos lombos de Adão. O Senhor então lhe faz a pergunta: – “Onde estava tu…” naquela época?

O Senhor também pergunta a Jó SE este tem sabedoria para medir as dimensões terrestres. Atualmente os cientistas puderam chegar a estimar aproximadamente o comprimento da circunferência da crosta terrestre (38:5, 18), mas nos dias de Jó isto estava totalmente fora de cogitações.

Quando Deus calculava as medidas desta, pergunta a Jó se alguém chegou a acompanhá-Lo com algum instrumento de mensuração… Quem teria feito isso? O mais sábio dentre os homens, quem sabe se Jó, poderia tê-lo feito?

Quais as estruturas básicas, algo tal como os alicerces desta Terra, as quais foram formadas enquanto os anjos cantavam de júbilo perante o Senhor? Quais eram estas? Quem se achar sábio, que o responda.

SOBRE O MAR:

Olhe para o mar, que se veste das nuvens do céu. Profundo em extremo, de modo a atingir a escuridão nas suas águas. Quem, pois, colocou rochas em suas orlas, impondo-lhe limites que essas águas não poderão ultrapassar?

As profundezas do mar apresentam uma certa ligação com “as portas da morte” (verso 17), coisa que não está abertamente revelada aos vivos.

A pergunta de Deus é movida por certa didática e dialética: – “Já viste as portas da morte?” Em outras palavras: – “Vc já chegou ao limiar que há entre a vida e a morte, e já voltou de lá?” Pois evidente que não.

Os abismos cobertos pelas águas do oceano encerram muitíssimos mistérios, até mesmo para o homem moderno. O Senhor pergunta a Jó: – “Já percorreste, entrando no mar, o seu profundo abismo?”

A PROVIDÊNCIA DE DEUS:

Nós, os humanos, mal conseguimos sucesso em administrar as engrenagens da vida, e enchemo-nos de preocupações quanto à subsistência de algumas criaturas a quem amamos. Deus, no entanto, não somente construiu um tremendo Universo todo cheio de detalhes e complicados mecanismos, que vão desde os movimentos dos astros até os seres microscópicos, de macro a micro, mas os sustenta como a vivos, em Suas mãos.

Suponhamos que um homem como Jó devesse providenciar alimento para os leõezinhos e para os filhotes dos corvos. Quantos estes são? Saberia localizar cada um, com a sua específica necessidade, e provê-las todas? E sabe aonde estaria localizado o armazém que lhes forneceria o material para sua sobrevivência? É esta a pergunta que Deus faz em 38:39-41. Por pesada demais que seja esta tarefa, o Senhor soube como fazê-lo, dotando as leoas de habilidades para tanto. Os leões caçam, e os corvos se servem das sobras das carcaças deixadas pelos felinos. Eles sabem onde encontrar comida, porque Deus lhes deu esta capacidade, a fim de satisfazerem seus estômagos, sua fome, e por isso é que eles podem ser vistos pelos campos, pradarias, bosques, montanhas e vales.

E quanto às outras alimárias selvagens? Quem as alimenta? Jó saberia lá quando as cabras e as corças dão as suas crias? (39:1-4) Como cuidar destas quando nascem seus filhotes? Deus lhes deu forças para serem paridos, e quando caem ao chão no ato de seu nascimento, dentro de alguns minutos já estarão aptos sobre seus próprios pés, e caminhando ao lado daquela que lhe passará a dar de mamar… sem que necessitem de parteiras para iniciarem as trajetórias de suas vidas…

Deus então se reporta a dois outros animais formidáveis: (1) o jumento selvagem livre (em hebraico: Arod), também chamado de onagro (39:5,6). Uma espécie distinta do asno, quase branco, com os flancos amarelados, e uma estreita faixa negra no seu dorso, e sua cauda termina em um tufo. Diriam alguns, que este seria um “meio-asno”. Este animal hoje está extinto na Palestina, embora ainda hoje sobreviva no Iraque, Índia e Ásia Central. Esta espécie é bem mais difícil de ser domesticada, devido ao seu temperamento fugidio, e rebelde, que detesta ser dominado. A pergunta dirigida a Jó é:

  • Quem despediu livre o jumento selvagem, e quem soltou as prisões do asno veloz, ao qual dei o ermo por casa, e a terra salgada por moradas?”

Pois estes vivem das relvas do campo, e a sua liberdade é o seu maior prazer. Os homens quiseram caçá-los e dominá-los, mas se é que o conseguiu, quando o conseguiu, fez raras essas conquistas.

(2) o boi selvagem, animal que hoje é tido por totalmente extinto, era um magnífico espécime, ancestral do gado moderno, também conhecido por auroque. Chegou a ser raro já nos idos tempos do antigo Egito (c. 1500 A.C.), e seu último representante vivo na Europa morreu em 1627. Na Palestina já haviam desaparecido bem antes da era cristã, mas bem conhecido já nos dias do Êxodo (Deuteronômio 33:17; Números 23:22; 24:8), e Isaías também o menciona em seu livro (Is.34:6,7). Era bem maior e mais poderoso do que os touros que hoje conhecemos, marron escuro, com longos chifres voltados para a frente e para cima.

Devido ao seu temperamento, não era possível mantê-lo dentro de um celeiro, ou fazê-lo puxar um arado, ou debulhar grãos.

A mensagem de Deus que fica por detrás das sagradas letras é: se Jó acha que é forte e sabido o suficiente para defrontar-se com o Senhor em um Tribunal, então esta sua presunção é enganosa, porque ele não consegue nem obter sucesso ao tentar domesticar um desses animais, cuja força humana é incapaz de os deter.

Uma outra mensagem de Deus foi expressada através de uma grande ave, o avestruz. Ave que não se importa em fazer ninhos escondidos dos predadores, mas coloca seus ovos ao ar livre, no chão, onde podem ser quebrados e comidos por algum animal, mas no entanto, isto não lhes traz nenhuma preocupação, ao contrário de Jó, que, fragilizado pelas perdas da vida e pela sua saúde precária, se revoltou contra o Deus que o fez. O avestruz não reagiu assim, Jó!

Outra obra da Criação de Deus foi o distinto cavalo de guerra, diferente do que é usado para fins de trabalho no campo. Este cavalo é especial, cujo sangue lhe ferve nas veias, fazendo-o impetuoso para galopar. Enfrenta as guerras sem medo, e com admirável coragem, sem pensar ou preocupar-se se irá viver ou morrer nos campos de batalhas. Quando corre, parece levar o cavaleiro por um rápido voo, que transpõe distâncias com magnífica facilidade e agilidade. Quem o poderá deter, quando se mostra fogoso, ó Jó? E quem fez esse cavalo? A resposta é óbvia, não foi preciso perguntar, e nem se responder.

E quanto ao falcão e à águia? (39:26-30)

Quem lhes deu capacidade para voar tão alto, e de lá de cima visualizar as suas caças, mergulhar no ar sobre estas e capturá-las? Assim estas obtêm o seu alimento. Os condores e urubus, seus primos da espécie, procuram carcaças de animais mortos, quais lixeiros de Deus, para fazerem uma operação limpeza, através da qual eliminam fontes de possíveis futuras pestes, e assim a ecologia vai fazendo o seu papel de equilíbrio na natureza, seguindo uma cartilha oculta aos olhos dos homens. Quem fez isso? Não foi Jó, com toda certeza. Teria sido complicado demais para um pobre homem aflito e solitário. Não havia, porém, que se apoquentar por este motivo; Deus cuidou de tudo isso.

Estas figuras foram sendo reveladas ao coração de Jó, uma a uma, mostrando-lhe ao seu intelecto que o pobre homem não tem credenciais à altura de competir com a sabedoria divina. Como, pois, querer derrotar a sabedoria de Deus em um Tribunal?

Antes de ouvir a voz do Altíssimo, Jó estava com o seu espírito estufado, cheio de si com relação à sua justiça própria. Não aceitava aquilo que lhe havia sucedido, de maneira alguma. Ele se achava em condições de discutir com Deus, e dobrá-Lo com suas palavras – e fez questão de mover uma ação judicial para isso, muito embora não houvesse um Fórum ou Tribunal neste mundo onde a pudesse apresentar, mas tinha certeza de que o Senhor teria visto a sua intenção. E o Senhor o viu, e passou a lhe responder, mas não era este o tipo da resposta que Jó esperava ouvir.

Deus surpreende ao mais seguro dos homens, que levanta mil argumentações pretensiosas, gabando-se de possuir qualidades insuperáveis.

Quando orarmos a Deus, temos que nos colocar de maneira humilde, pois Ele está no Céu, e nós aqui nesta Terra. Ele domina sobre tudo, e nós mal conseguimos dominar sobre um pedaço de terra onde fomos colocados.

Quando Jesus, o Filho de Deus, veio a este mundo, Ele foi confrontado por fariseus, saduceus, herodianos, e até estrangeiros, que por várias vezes quiseram levá-Lo a cair em contradições, a fim de torná-Lo desacreditado.

Em todas as questões com as quais quiseram envolvê-Lo, Ele mostrou a sabedoria divina, que está muito acima dos raciocínios humanos. Homens querem justificar-se, buscando achar motivos para tanto, mas a última palavra vem da boca de Deus. Inimigos foram calados e envergonhados. Cale-se diante dEle toda a Terra.

As questões mais difíceis de caberem dentro do nosso entendimento têm uma resposta no Céu.

Não haverá maneiras de dobrarmos a sabedoria de Deus com as nossas pretensões. Ele é Onisciente.

Ele criou tudo, em todo o Universo, e em toda a Terra com a sua sabedoria.

Se alguém não concorda com Deus, precisa refletir sobre isto.

Acham os homens que Deus é injusto, por haver tantos males neste mundo? Gostaríamos de ver mais justiça feita diante de nossos olhos? Capturar ao ímpio, julgá-lo e condená-lo, talvez até à morte, para compensar os males que ele fez?

Precisamos entender que o homem é rodeado de fraquezas, de modo tal que, ao condenar a ação do seu próximo em algum ponto ético, em grande parte dos casos, em algum momento da vida se chegará a constatar que julgamos mal, precipitadamente, imputando ao próximo um julgamento que vem a condenar a alguém que lhe é querido, ou mesmo ao próprio condenador…

As perguntas e respostas de Deus feitas para calar o aflito coração de Jó, afinal, fez por colocar tudo que existe nos devidos lugares, simplesmente esclarecendo que não há como um homem querer defrontar-se com Deus.

Esta consciência precisa estar dentro de cada um de nós.

Devido ao amor que se constitui na essência do caráter divino, Sua longanimidade espera por muito tempo, a fim de que as pessoas sejam conscientizadas de que Ele é Deus, o Único, sem igual em poder, majestade, glória, bondade, justiça, ética, bom senso, e ainda nos atributos que somente Ele os tem: Onipresença, Onisciência e Onipotência.

Temos um justo Juiz no Céu, que Se mostra presente nesta Terra quando decide aqui descer e visitá-la. Exemplo disso podemos verificar em Gênesis 3:8 e Êxodo 19:20,21. E Ele vem no momento em que decide que chegou a hora.

Contestar o que Deus faz é temerário. Podemos não compreendê-Lo, e isto com relação a muitos fatos que vemos e não conseguimos aceitar racionalmente, mas podemos, sim, e devemos, crer que tudo ainda há de ser esclarecido e revelado aos homens quando entrarmos em uma outra dimensão, ou em uma nova dispensação iminente, confiados na suprema sabedoria dAquele que é verdadeiro, e que jamais falhou ou viu a Sua bandeira derrotada. Devemos saber, outrossim, que nem tudo nos será revelado na hora em que esperamos que o seja.

Temos que repetir sempre as palavras que Jurandir Ferreira, hoje um pastor evangélico, a dizer-nos: – Deus é poderoso… Deus é poderoso… Deus é poderoso… Deus é poderoso… Deus é poderoso…

Feliz aquele que ouve as palavras de Deus, considera-as valiosas, guarda-as em seu coração, e no momento preciso, aplicará o princípio que Ele ensina, e terá a recompensa dos fieis.

Um outro atributo de Deus, pois, é possuir misericórdia, e exercê-la segundo a medida de Sua graça para conosco.

Ele enviou o Seu Filho Jesus, o Cristo, a fim de que pecadores pudessem ter um caminho de salvação.

Quem O recebe, recebe a vida, vida espiritual, e eterna. Jesus é o retrato fiel da graça de Deus.

Todos nós temos andado desviados por caminhos tortuosos, sem Deus e sem Jesus, mas ao mesmo tempo, todos nós temos a amável possibilidade de procurá-Lo, e achá-Lo, quando O buscamos de todo o coração – e então acharemos a vida mais deliciosa, profunda, poderosa e abundante.

Deseja encontrar a misericórdia de Deus revelada através de Jesus, o Cristo? Ele mesmo anseia por ter esse encontro conosco, e está à nossa espera. Não o façamos esperar mais. Vamos agora mesmo a Ele.

Assim encontraremos a bênção de Deus sobre nossas vidas, uma opção que o mundo não pode nos oferecer. Eia! Avante! Nada nos detenha! Esta será a nossa maior glória!


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