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JUÍZES – VIII – A FORÇA DAS INFLUÊNCIAS

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julio 29, 2015 by Bortolato

Todos influenciam uns aos outros, neste mundo, tanto para bem como para mal. Nossa influência pode determinar os sucessos ou os fracassos daqueles que nos cercam: filhos, netos, irmãos, primos, ou amigos, principalmente àqueles que se nos aproximam tendo menor idade, e reconhecem que temos alguma experiência considerável para lhes repassar.

Isso não acontece só de pais para filhos.   É um constante influenciar, que segue muitas ondas modais, e vertentes de pensamentos.

Existe uma geração de crianças, adolescentes e jovens que necessitam de direções em seus caminhos da vida, e que precisam ser influenciados para bem, ou até mesmo ensinados sobre o que é bom.   Tudo o que é bom, o que é direito, o que é justo, o que é de boa fama, o que é louvável, o que é grato, o que é respeitável, o que é puro, o que é honesto, e o que é amável.

Se as pessoas são ensinadas a preocupar-se em apenas ganhar dinheiro, ou poder, ou quaisquer vantagens, ou a entregar-se a bebidas, prazeres e luxos, fazendo-as afastarem-se das virtudes que mencionamos acima, então elas poderão muito facilmente se enveredar por caminhos que as levam a becos sem saída e até a morte.

Queremos tomar o texto que está em Juízes, capítulo 9º, para nos servir de rota de reflexão.   Este trecho do Livro Sagrado revela um fato muito sério que ocorreu na história de uma família, estendeu-se a uma região de Israel, e que quase atingiu as dimensões de toda a nação.

Tudo começa quando termina a vida de Gideão, o abiezrita.   Ele, que era um homem corajoso e cheio de fé no Deus que um dia conhecera, havia realizado feitos incríveis aos olhos humanos.   Através dessa fé notável, ele logrou receber do seu Deus grandes milagres de livramento das mãos de inimigos poderosos, que só deixariam de atormentá-lo e oprimi-lo, se estes fossem vencidos em uma guerra.   Não havia outra saída senão enfrentá-los e ele foi à luta com uma minoria relativamente microscópica, ao encontro de uma maioria esmagadora, e os venceu de forma incrível, porque estava sendo ajudado pela mão de Yaweh, o Todo Poderoso.

Apesar de suas virtudes, Gideão cometeu, em sua vida, uma falha grave que repercutiu sobre toda a sua descendência.   Ele viveu o suficiente para ajudar a gerar quarenta anos de paz para sua nação, da qual foi um juiz do tipo militar, mas pecou muito quando se tratava de cuidar de sua família.

Ele teve muitas mulheres, e gerou , ao que tudo indica, setenta e dois filhos.   Ora, para ser um pai de uma geração tão numerosa, é preciso também ter sabedoria para educá-los.   Temos ouvido muito ultimamente um adágio que diz:

“Dê atenção a seu filho, antes que um traficante o adote”

Todos nós buscamos encontrar amigos que nos deem atenção e interajam conosco em momentos de alegria, confraternização e temos muito prazer ter com estes uma convivência de bons momentos.   Isto é natural de todo ser humano.   Somos inclinados e levados a conviver em sociedade, e por isso desenvolvemos comportamento de sociabilidade.

Crianças gostam de brincar com crianças, e jovens gostam de se comunicar com jovens – mas existe um outro ditado que nos diz:

“Diz-me com quem andas, e te direi quem és!”

Se algum irmão seu, ou primo, ou filho, ou mesmo amigo está mantendo plena amizade com drogados, se ele não tiver sido bem formado e informado a respeito disso, é certo que acabará experimentando drogas, e com alta possibilidade de tornar-se um viciado também – e isso se abre como um leque também para outros tipos de males – ou para ser um ladrão, ou um traficante, ou um assaltante, ou um neurótico, ou psicopata.

É necessário que alguém o traga a uma vida sadia, sábia, cheia de virtudes, de modo que ele venha a amar a tudo o que é bom, e rejeitar o mau.   Os bons aceitarão bons conselhos, e os maus os rejeitarão, mas se uma criança for ensinada no bom caminho, quando crescer, não se desviará dele.

Gideão, aquele homem campesino, não deu muita atenção a isto, e relaxou principalmente com um de seus filhos, o qual o teve de uma concubina. O nome desse filho era Abimeleque.   Era filho de uma mulher siquemita, de uma cidade onde viviam lado a lado cidadãos israelitas e cananitas.

A influência cananita estava prevalecendo sobre aquela cidade, logo… o que se desencadeou dali foi um desatino de dimensões inimagináveis.

Abimeleque, cujo nome significa “meu pai é rei”, decepcionou-se quando Gideão, seu pai, recusou-se a ser coroado rei.   Ele queria ter sido filho de rei, e não foi, mas ao morrer Gideão, pôs em ação um plano maligno, de inspiração diabólica.   Para ele, não importava se resultasse em bem ou mal, contanto que se fizesse reverter para sua vantagem, que tudo convergisse para os seus interesses.

Eis aí o problema.   O Sumo Bem, o Deus de Abraão, de Isaque e Jacó já havia legado ao Seu povo a Lei, e esta era muito boa, excelente para a época.   Até hoje muitas constituições nacionais de muitos países ainda estão alicerçadas em muitos de seus princípios.   A Lei do Senhor deixou muito claro os Seus dez mandamentos, nos quais vemos onde Abimeleque pecou:

  • “Eu sou o Senhor teu Deus… não terás outros deuses diante de Mim.”   (Êxodo 20:3,4)O fato de aparentemente apenas aproveitar-se do dinheiro sujo, não o dirime da culpa de compactuar com os deuses aos quais o Senhor terminantemente abominou, reprovou e exortou a não adotá-los.
  • Pois Abimeleque, apoiado pelos seus tios, irmãos de sua mãe, recebeu setenta peças de prata que eram do templo de Baal-Berite.   Muito embora deixasse claro que ele era produto da miscigenação de duas raças, infelizmente deixou-se influenciar por aquela linha que rejeitou a Lei de Yaweh.   Este já foi o primeiro mandamento ao qual desconsiderou, preferindo unir-se aos baalistas.
  • “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo”. (Êxodo 20:16) Abimeleque afirmou que seus setenta irmãos viriam a reinar sobre Israel, como que colocando-os em um pleito eleitoral como concorrentes à vaga de rei.   Pelo que ele afirmou, todos seus irmãos estariam prestes a formar um governo colegiado, e acusou-os de pretensos futuros pesos que, a muito custo e sacrifício, toda a nação teria que carregar penosamente .   A lógica de seu discurso, como era de se esperar, surtiu seus efeitos, apesar de eivada de mentiras, e ele sentiu que poderia levar avante o seu plano sinistro.
  • “Não cobiçarás”… (Êxodo 20:17).   Abimeleque cobiçou a coroa real e quis que esta repousasse sobre a sua cabeça.   Não é pecado ser ambicioso e almejar grandes coisas, galgar os melhores postos de uma carreira, mas o que dizer, quando o Senhor Yaweh era o rei de Israel?   Ele tentou usurpar a coroa que, conforme bem disse seu próprio pai, Gideão: “Não reinarei sobre vós, nem tampouco meu filho reinará sobre vós.   Yaweh sobre vós reinará.” (Juízes 8:23)
  • “Não matarás!” (Êxodo 20:13)   Este é um mandamento muito sério, que Abimeleque não desobedeceu por somente uma vez, mas naquele momento contratou assassinos de aluguel para matar a todos os seu setenta irmãos.   Só Jotão, o mais novo, conseguiu escapar com vida, escondendo-se daquela matança, da qual o povo de Siquém se tornara cúmplice.

Pretender ser o rei de um povo que foi resgatado da escravidão, libertado por várias vezes das mãos de outros dominadores tiranos, e pastoreado carinhosamente pelo Senhor Yaweh, que vinha ainda cuidando deles como se cuida de uma família não é coisa de somenos.   Isto seria cobiçar o domínio que o próprio Deus Eterno vinha mantendo junto de Seu povo.   D. Pedro I, Simon Bolívar, George Washington foram também líderes que lutaram pela libertação de suas nações nesta América, e foram, depois de vitoriosos, os líderes políticos das mesmas pelas quais pelejaram.   D. Pedro I foi o primeiro imperador do Brasil, e nada melhor para este país, que ser dirigido pelo seu libertador.     Mas quando se fala em tentativa de usurpação da soberania de Deus de sobre Seu povo, e ainda mais aceitando a idolatria a Baal-Berite, e provocando a chacina de seus próprios irmãos, isso já é demais da conta para se querer e esperar que tudo ainda lhe corra bem…

Apesar de todas estas arestas desapropriadas em Abimeleque, que não se encaixavam de modo algum com o querer de Deus, graças ao conluio entre ele e os da cidade de Siquém, ainda o proclamaram rei junto a um carvalho, um local sagrado entre os baalistas, o qual passou a ser o memorial desse ato injusto, próprio de um povo iníquo.

A PROFECIA DE JOTÃO:

O único irmão de Abimeleque que restou vivo daquela matança recebeu então o impulso do Senhor, que é Deus de justiça, para falar aos homens de Siquém usando para tanto a linguagem de uma parábola.

A parábola de Jotão dizia que várias árvores propuseram sucessivamente, primeiramente à oliveira, depois à figueira e depois à videira, que reinasse sobre todas elas, mas estas escolhidas se negaram, e declinaram do convite.   Então as árvores passaram a estender a oportunidade para o espinheiro, para ser seu rei, e este respondeu de forma acintosa que, se aquelas pudessem refugiar-se debaixo de sua sombra, então tudo estaria OK (o que seria impossível); mas se não, saia fogo de seus espinhos de tal forma que incendeie e carbonize os cedros do Líbano.

Pela ordem da disposição dos símbolos desta parábola, a oliveira era aquela árvore que produz o azeite da unção santificado por Deus, símbolo do Espírito Santo, o grande inspirador, e o primeiro homem a receber convite para ser ungido rei foi Gideão, o qual não aceitou este privilégio.

Certamente que a figueira e a videira teriam sido outras pessoas a quem chegaram a oferecer a coroa real, mas estas consideraram que o seu dom não estaria em um palácio, mas no campo, onde produziriam os frutos doces ao paladar do povo, e assim, estes também declinaram do convite.

Como as árvores mais desejáveis e nobres se recusaram, então restou o espinheiro, arbusto que produz dores e veneno, que se revelou como algo inconveniente, arrogante e indigno de reinar sobre as demais.   Além de todos esses predicados desagradáveis, Jotão ainda acrescentou que do referido arbusto sairia fogo que incendiaria as árvores que dele se acercaram, as quais representavam Siquém.   No mesmo incêndio, porém, fica subentendido que o arbusto arrogante, que representa, no caso a Abimeleque, também seria queimado, dando o pago aos crimes que deram origem a seu reinado ímpio, que manchou de sangue e sujou como um carvão a história de Israel.

Aquela parábola foi uma profecia que amaldiçoou àquela iniquidade sem precedentes, que, de maneira extremamente ingrata, executou o genocídio da família de um homem que muitos benefícios trouxe à sua nação, pela fé no poder de Yaweh, libertando-a da opressão midianita.

Maldições sem causa não prosperam, mas aquela teve bases verídicas, e alcançou tanto a Abimeleque quanto aos homens de Siquém.

Uma revolta nasceu ali mesmo, de uma comilança, bebedice e idolatria (Juízes 9:26-29).   Abimeleque tentou matar aos revoltosos, o que lhe pareceu ser tarefa de somenos, e conseguiu matar a muitos cidadãos de Siquém.

Dentre estes estavam mil homens e mulheres que se abrigaram em uma fortaleza, em uma ampla dependência subterrânea onde se localizava o templo de Baal-Berite.   Abimeleque a pôs a fogo, e todos aqueles que ali se encontravam foram queimados vivos, o que fez-se cumprir a profecia de Jotão contra os cidadãos de Siquém.

Depois de Siquém, Abimeleque dirigiu-se a Tebes, cidade satélite de Siquém, que ficava a cerca de dezenove quilômetros desta.   Sitiou-a, e a tomou pela força.   Uma torre, porém, que foi capaz de abrigar aos cidadãos de Tebes, refugiou-os de forma que esta ficou apinhada de gente, até lotar o terraço do teto, e lá se trancaram.    Abimeleque quis por fogo nessa torre, a exemplo do que fizera em Siquém, mas achegando-se à sua porta, uma mulher lançou de cima desta uma pedra de moinho que se precipitou sobre a cabeça do violento rei.   Entendemos que aquele objeto lhe quebrou o crânio, o que lhe teria deixado uma fratura exposta, e ele quedou derrubado, no chão, sangrando pelo corte produzido por aquela mó.

Vendo que logo morreria, Abimeleque, no seu orgulho de reinante machista, pediu que um seu escudeiro o matasse à espada, o que este o fez, e assim terminou um reinado de violência e injustiça que abrangeu uma certa região do território israelita.

Realmente, aquilo que o homem semear, isto ele também o segará.   Aquele que com ferro fere, com ferro será ferido.   Quem vive pela espada, também morrerá pela espada.

Nossas vidas precisam pautar-se pela Palavra de Deus, pois se Abimeleque assim o fizesse, não teria acontecido o desastre que foi a sua passagem pela história de Israel.   Muito embora seu exemplo tenha sido extremamente negativo, a Bíblia o traz à lume a fim de que conheçamos os traços que homens maus executam, e os evitemos.

Abimeleque foi um filho que cresceu fora dos padrões de Deus, muito embora tenha tido um pai que conheceu intimamente ao Senhor Yaweh, o qual desejaria que todos os seus fossem fieis a Ele.   Ao fim, como escolhera o mau caminho, teve uma vida encurtada como providência do Alto, e deixou de aproveitar a oportunidade de ter sido um servo que honrasse ao Pai celestial.   Deus viu o desenvolver de seus atos, que contaminaram a Israel, e providenciou para que Ele mesmo pudesse, um dia não muito distante, contar com um líder que o reconhecesse como o verdadeiro Rei, que governa, não com espadas e lanças, mas antes de tudo, através do Seu Espírito Santo.   E assim, tudo estava sendo preparado para que Davi aparecer no cenário e para liderar o povo de Deus sob o estigma, a força e a sabedoria que vem do alto.

Este episódio da história de Israel nos induz a culminar com a conclusão de que todo povo necessita de um rei para dominá-lo, mas o reinado perfeito, que não terá fim, pleno de justiça e paz, cheio do amor e da compaixão de Deus, ainda está por vir.   O Messias já veio, e foi para o céu, de onde tinha vindo, mas prometeu que irá voltar em breve.   Esperemos pela volta de Jesus, o Cristo, que mostrará a este mundo o que é um reinado abençoado em todos os sentidos, de tal modo que satisfará plenamente a todos os Seus.   Por isto e por muitos outros motivos, é muito bom sermos servos, amigos, correligionários e filhos do Altíssimo, através da adoção que Jesus nos colocou como o Seu caminho.   Sigamo-lo até o fim!


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