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JUÍZES – XIII – UM JUIZ FORTE! POR DEUS!

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agosto 17, 2015 by Bortolato

Como necessitamos de alguém que nos faça justiça, neste mundo tão cheio de injustiças! Quantas causas têm sido mal julgadas, e quantos inocentes tiveram que pagar pelos pecadores! Quando sabemos de alguns casos através de jornais, o nosso coração se enoja, contrariado, sofrendo com os que sofrem nas mãos dos poderosos… O mal tem crescido tanto, ao ponto de fazer-nos suspirar, ansiando pelo surgimento de um Juiz perfeito, dos juízos de Deus, colocando um ponto final em todas as sentenças pendentes ou mal prolatadas.   Esperamos por um tempo em que o Senhor há de vir para colocar todas essas coisas em ordem.

Isto é um problema muito antigo, pois que nos tempos que antecederam ao surgimento de Sansão no cenário, as coisas estavam extremamente carentes dessa justiça. Isto foi pelos idos anos 1.141 A.C.   Já temos comentado sobre a maneira que Deus usou para trazer ao mundo um homem a quem capacitou poderosamente para agir, em termos humanos, sozinho, mas fortemente assistido pelo Espírito Santo.

Juízes, capítulo 14 nos mostra como ficou aquela situação em torno do casamento de Sansão, circunstância que o Senhor usou para dar um basta à injustiça institucionalizada que imperava já havia anos, na terra de Israel.

Diz Flávio Josefo que um dia os pais de Sansão, que viviam em Zorá, território da tribo de Dan, foram convidados e compareceram a uma assembleia, oportunidade na qual o seu filho pôde fixar os seus olhos sobre uma donzela filisteia, na cidade de Timna.

Naqueles dias, a Filístia governava soberana sobre o território sul de Israel.   Os judeus não chegaram a ser seus escravos, mas sofriam a imposição de altos impostos, e agressões selvagens e desmedidas, ao ponto de viverem oprimidos debaixo desse jugo filisteu.   Aquela dominação era muito violenta e truculenta de tal forma que feria constantemente aos direitos básicos da vida dos hebreus.

A tendência daquele estado era para piorar as aflições, pois que o alvo dos filisteus era o de expandir mais os seus domínios, avançando dali para todo o território israelita. Essas demonstrações de excessos praticados deixavam claro que os hebreus eram um empecilho para os planos filisteus, e não raro provocavam rixas e ódio mútuo.   Os filisteus, conforme avançavam naquela pretensa expansão territorial, iam impondo seus costumes e sua religião idólatra. Eram um povo bem organizado administrativa e militarmente, mas na prática sempre deixavam a marca de sua terrível têmpera.

Como os filisteus iam se multiplicando muito, pela época de Sansão começaram a tornar-se altamente inconvenientes, abusivos e perturbadores.   Não tinham respeito para com os israelitas.

Sansão foi criado na cidade de Zorá, na fronteira com a faixa de terra ocupada pelos filisteus.   A pequena cidade de Timna, que outrora pertenceu a Israel, já estava habitada por aqueles invasores que vinham da ilha de Caftor (Creta).   Eles queriam avançar para o leste, e continuavam cobiçando mais terras para si.

Enquanto isso, Sansão, tendo alcançado a faixa de idade da sua juventude, estava se desenvolvendo e, a cada dia mais, percebendo, testando e experimentando a potência de sua força física.   Às vezes chegava a notar que coisas estranhas aconteciam pelas suas mãos, ao exercer este dom que Deus lhe dera com prodigalidade.

Ele já estava um homem formado, e o constante contato com os filisteus fez com que desenvolvesse, dentro de sua psique, certa sensibilidade ao padrão de beleza feminina, a qual o atraía mais para os tipos das filisteias do que para as jovens de sua mesma origem racial.   Isto em nada seria prejudicial senão pelo fato de que as jovens que caíam no seu agrado tinham compromissos morais, cívicos e religiosos junto ao seu povo, os filisteus, e estes faziam questão de cobrá-las, fazendo valer a todo custo a sua vontade, de forma egoísta, desrespeitosa e até usando da violência para tanto.

Sansão chegou em certo ponto da vida, no qual quis encontrar aquela mulher que o agradasse e, com a mesma casar-se.   Era o desejo de sentir-se realizado como homem, e ser um feliz chefe de família, cabeça de seu lar.

Como muitos jovens fazem, pensando estarem dando o grande passo para a sua felicidade, ao conhecer aquela linda jovem de Timna, sentiu-se deveras atraído e, muito rapidamente se viu apaixonado pela mesma.   Quando ela lhe aparecia à sua frente, parecia polarizar os olhos de Sansão, chamando-lhe aquela especial atenção.   Logo passou dessa atenção especial para um interesse profundo, e não tardou para que ele começasse a traçar planos para conseguir casar-se com ela.

O jovem Sansão não pensou muito para tomar uma decisão que lhe traria consequências para toda a sua vida futura.   Estava apenas pensando em si mesmo, no seu impetuoso desejo de conquistar “aquela” que o encantou.   Foi algo muito forte, de forma que ele não titubeou, e com isso, deixou de pensar no Senhor, no seu chamado para ser um nazireu de Deus, e no povo de Deus que estava à procura de um juiz libertador.

Começara então a tomar as providências que julgava necessárias para realizar o seu sonho de amor, presumindo estar fazendo tudo certo, mas ao que parece, sem perceber, naquela sua precipitação estava se distanciando do melhor de Deus para a sua vida.   Mesmo sendo um servo de Yaweh, e estando plenamente ciente de que era um nazireu, um homem consagrado ao Deus de Israel desde a madre e para todos os dias de sua vida, negligenciou o discernimento espiritual para fazer aquela escolha. Assim é que acontece com os jovens que, quando querem algo do gênero, colocam em suas mentes que “aquilo” TEM que ser a vontade de Deus. A própria Lei de Moisés trazia dispositivos que proibiriam aquela união que ele deixou tomar conta de seu coração (Êxodo 34:12-16; Deuteronômio 7:1-3).

Os seus pais sabiam disso, e tentaram alertá-lo, pois não concordavam com aquele desejo que muito rápido se formou, passando a uma forte intenção, e um projeto para casar-se.   Não queriam aceitar aquilo – não com uma estrangeira, e idólatra.   Se contássemos todos os casamentos em que os pais de pelo menos um dos cônjuges não concordaram, e que depois não deram certo, isso daria uma estatística impressionante.   É um caso a ser seriamente considerado, mas será que os jovens pretendentes parariam para pensar nisso?

Não era aquela a melhor opção par ele, mas como este insistisse com persistência na mesma tecla, mesmo contrariados, os seus pais acabaram por ceder, e foram pedir a mão daquela jovem timnita para Sansão, cumprindo assim os costumes locais da época.

Diríamos que foi um erro do nazireu, que poderia ter-se dado muito melhor em sua vida conjugal, se tivesse dado ouvidos aos seus pais e à Lei de Moisés.   Contudo, um homem forte e superdotado pelo Espírito de Yaweh para lutar, certamente que, a qualquer momento, encontraria algum motivo para se defrontar contra um povo que tantas más intenções tinha para oprimir a Israel e impor-lhe uma cultura religiosa idólatra. Não demorou para acontecer, pois o Senhor usou até mesmo a teimosia e a irreverência de Sansão para mostrar o Seu poder, honrando as Suas promessas e profecias que foram ditas a respeito daquela criança que nasceu de Manoá e sua esposa.

No decurso de sua história, veremos que Sansão desobedeceu a Deus por várias vezes, e mesmo assim o Senhor não deixou de cumprir a Sua promessa, usando-o.   Pelos seus erros, porém, um dia o nazireu haveria de colher os frutos correspondentes.   Ao que deixa demonstrado, Sansão não estava andando em plena comunhão com o Senhor, mas ainda assim, Deus estava com ele, marcando com Sua fidelidade os momentos em que Ele quis atuar, livrando ao Seu povo.

A proximidade de seu casamento estava chegando, e com isto, as visitas a Timna foram-se sucedendo.   Em uma daquelas vezes em que estava a caminho do lar daquela que encantou o seu coração, veio-lhe ao encontro um leão novo para atacá-lo, ao qual Sansão matou com suas mãos nuas, rasgando-o ao meio, como se separa em duas partes um cabrito.

Em outra feita, voltando por aquele mesmo caminho depois de dias, desta vez para tomar a sua amada por esposa, desviou-se um pouco de seus pais para verificar a carcaça do leão morto, e viu que nesta se havia criado um enxame de abelhas e já estavam produzindo mel.

Descuidadamente tomou do favo para comê-lo e deu-o também a seus pais – e assim contrariou a Lei do nazireado, que lhe proibia contato com corpos mortos.   Apesar desse seu desrespeito para com aquela Lei, o Senhor não o abandonou.

Chegando à casa de seu futuro sogro, foi apresentado a trinta moços, convidados entre amigos e parentes, para estarem com Sansão e animarem a festa.   Ora, aquelas festas eram normalmente regadas a vinho, o que nos dá a impressão de que em mais um item ele pecou, mas o Senhor ainda era com ele.   Entusiasmado com aquela espécie de comitê de recepção, ele se arriscou a lançar um enigma baseado no fato havido com o leão morto por suas mãos, coisa que era exclusivamente do seu conhecimento, pois nem seus pais o sabiam.   Não foi, porém, uma proposta inocente, pois que envolvia características de um jogo de azar, no qual quis ele envolver àqueles trinta jovens que o acompanhavam.   Deu-lhes o prazo de sete dias, prazo comumente usado para a duração de festas de casamento.   Neste prazo, evidenciou-se o ódio e a violência filisteia, pois que à parte ameaçaram de morte à noiva, caso ela não lhes revelasse o segredo do enigma.

Com isso, a tal jovem pressionou a Sansão, dia após dia, chorando, fazendo chantagem emocional, fazendo por aborrecer a alma do jovem nazireu de Israel, ao ponto de ele terminar por ceder-lhe a chave para a solução do enigma.   Assim, mal estava ele se casando, já teve a primeira briga de casal, e confiou na sua noiva pela primeira – e última vez.

Ao chegar então o sétimo dia das bodas, os jovens filisteus mostraram terem sido muito eficientes – até demais – logrando terem conseguido os meios de vencer aquele jogo, matando a charada.   Desta maneira também revelaram terem usado de expediente inescrupuloso para consegui-lo, usando de chantagem e fortíssimas pressões sobre a noiva.   A noiva, pois, ficou mal com Sansão, ao agir de forma a prejudicá-lo.   Ela certamente tentou justificar-se diante dele, apresentando o seu forte argumento: fê-lo para salvar a sua vida e a de seu pai.   Mas o jovem noivo não aceitou tais desculpas.   Foi surpreendido pela traição, e não engoliu aquilo às boas maneiras.   Ficou totalmente enojado com a situação.

Sansão então começou a reagir com ira, inconformado por ter sido traído pela própria esposa, e então levantou-se daquela festa, andou cerca de quarenta quilômetros até Ascalom, uma das capitais da Filístia que se localizava naquela próxima região praiana.   Ali foi ele, e matou a trinta filisteus com o alvo de despojá-los de suas vestes, artigos luxuosos, e com estas, pagou aos que o haviam vencido no jogo daquele enigma.

De tal forma, porém, ficou ele enfurecido, que em vez de tomar a jovem timnita como esposa e levá-la consigo, voltou só para casa de seus pais.

O incidente provocou uma certa desavença, pois a sua ira, uma vez desabafada de forma acintosa, culminou por iniciar uma intriga entre famílias ( Jz. 14:18).

Logo depois daquele clima criado entre Sansão e a família de sua noiva, o pai desta decidiu que iria tentar desagravar ou talvez apagar o triste incidente da memória dela, e entregá-la para ser mulher de um “companheiro de honra” do casamento do hebreu.   Isto foi a conta para deixar o espírito de Sansão mais amargurado do que nunca, e fez com que este se tornasse um inimigo feroz e implacável dos filisteus.

Este quadro apenas serviu para que Deus começasse a manifestar o Seu poder através da vida de Sansão, não porque este fosse perfeito em todos os seus caminhos, mas porque Ele, o Senhor, queria usar alguém que já havia preparado desde antes de existir no ventre materno, e assim manifestar-Se de forma a inibir os planos ousados dos Seus inimigos.   O jovem Sansão era um nazireu falho com muitas imperfeições, mas o Senhor Yaweh, que é cumpridor de Suas promessas e perfeito em todos os Seus caminhos, continuava a abençoá-lo de uma forma toda especial.

No capítulo 15º do livro de Juízes vemos os conflitos havidos entre Sansão e os filisteus tomarem vulto, sempre resultando em um desagravo para o israelita, e causando cada vez mais perdas, medo e preocupação para os filisteus.

Passado aquele furor havido por causa da decepção que teve com a própria noiva, Sansão então resolveu voltar a Timna para tentar fazer as pazes com ela, levando um presente.   Não nos cause estranheza o tipo de presente – um cabrito – coisa comum naquela cultura, que usava o gado como moeda em muitos negócios .   Aquele animal representava um valor relativamente pequeno, mas tinha uma boa aceitação comercial, e tinha tudo para o seu doador poder receber, em troca, uma recepção no mínimo, positiva.    Ele queria esquecer-se do infortúnio havido por ocasião das suas bodas.

Assim, lá foi ele, andando cerca de sete quilômetros desde sua casa até lá, enchendo, pelo caminho, o seu coração da esperança de rever a sua amada, e conseguir levá-la consigo para a sua cidade.   O seu coração parecia ter perdoado a atitude da noiva filisteia e ele, esperançoso de retomar aquela boa impressão que teve inicialmente dela, veio com a alma preparada para começar com ela uma longa vida feliz, cheia de amores, lindamente romântica.   Afinal, eles já estavam casados, pelo menos oficialmente.   Nada mais natural, nada mais justo, nada melhor para ambos!   Ele estava certo de que estava fazendo uma caminhada para o amor.

Em chegando à casa de seu sogro, que decepção!   Uma surpresa nada agradável o agrediu como o golpe de uma adaga em seu peito!

Um dos “companheiros de honra” de seu casamento, diríamos em nossa linguagem atual, um de seus “padrinhos” por ocasião da celebração das bodas aproveitou-se do momento infeliz ocorrido, e roubou-lhe a noiva, com o consentimento e o conluio do pai da mesma.

A falta de discernimento de Sansão, o envolvimento com filisteus, povo inimigo de seu povo, e o desenrolar de uma cena desagradável no meio daquela festa, a qual deveria ter sido uma alegre celebração, induziu-o a aceitar na ocasião, como “companheiro de honra”, um inimigo, ou, melhor dizendo, um “amigo da onça”.

Se ele, Sansão, fosse contemporâneo do apóstolo Paulo, este o teria aconselhado assim:

“Já por carta vos escrevi que não vos associeis com os impuros… não vos associeis com alguém que, dizendo-se irmão, for impuro, idólatra, maldizente, beberrão ou roubador…” (I Coríntios 5:9-11)

Depois de sua alma ter sido ferida de tal monta, traído pela esposa, pelo sogro e pelos que lhe deram como companheiros para alegrar suas núpcias, Sansão é impedido de sequer chegar a conversar com aquela que ele tinha eleito para que fosse sua companheira pelo resto de seus dias.   Seu coração, que vinha caloroso e cheio de sonhos pelo caminho, ao receber repentinamente um “balde de água fria”, foi mudado, e transformou-se o seu semblante.   Ele perdera a esposa, a amizade com a família desta, o seu casamento e o seu castelo se desmoronou todo, em poucos minutos, como se fosse derrubado por um míssil nuclear.

Em poucos instantes ele percebeu que sua tentativa amistosa de construir um bom relacionamento com os filisteus se desfez com um ato que lhe trouxe humilhação e vergonha.   Aquilo lhe representava mais que um sonho desfeito, mais que um costume autóctone quebrado – era um “more”, uma cláusula pétrea de sua constituição que fora atingida.

Muito indignado ao ser barrado por seu sogro com aquela notícia, ele lhe responde com palavras duras, à altura da afronta que recebera, e sai dali com o coração revoltado contra aqueles estrangeiros, prometendo retaliação.

Seus pensamentos se revoltaram contra aquela cultura injusta, desonesta e impiedosa, que admite valer qualquer coisa para se tirar alguma vantagem, ainda que em cima da desgraça alheia.   Ele reconheceu que o infeliz incidente que o surpreendeu tinha suas raízes no espírito de iniquidade reinante no meio dos filisteus.   O seu caso não deveria ser um caso isolado, por certo que aquilo veio a se repetir por vezes, nos contatos hebreus-filisteus.   O que lhe ocorrera era sintomático, para prejuízo das partes mais fracas.

Os filisteus não titubeavam em trair, adulterar, e destruir um casamento e a felicidade do próximo, ainda que por motivos fúteis – principalmente em se falando de israelitas, de quem tinham preconceito racial.   Era para se parar, pensar, chorar, sentir-se desconsolado e reagir.   Não poderia ficar assim uma coisa daquelas!   Se em Israel não havia ninguém com coragem e senso de justiça capaz de julgar a sua causa, ele próprio iria julgá-la, e ele iria julgá-la sozinho, mesmo sem a ajuda dos seus.

A Bíblia ainda escreve que, ao sair da casa de seus sogros de mãos frustradas, sem a sua esposa, ele conseguiu caçar trezentas raposas (esta palavra hebraica é a mesma que se refere a chacais, animais que andam em bandos, razão que nos leva a crer que seriam principalmente estes, e não tantas raposas, os que ele conseguiu aprisionar).

A revolta de Sansão estava tão profunda em seu coração, que ele teve a paciência de perseguir, caçar e prender vivos um enorme número desses animais – trezentos.

Antes de seu casamento, ele havia sido atacado por um leão, e onde há leões, há também outros predadores carnívoros que se aproveitam do restante das carcaças deixadas pelos felinos.   Lá ele encontrou, pois, os chacais.

Foi impressionante o plano de vingança de Sansão; como ele levou tempo, paciência e esforço para executá-lo! Mas, ajudado pelo Senhor, não demorou muito a ser bem sucedido.   Ele juntou os animais um ao outro pelas suas caudas, amarrando-os juntamente com um facho, onde ateou-lhes fogo, e soltou-os nas searas dos filisteus.   Era época da ceifa do trigo (Juízes 15:1), o fruto estava maduro e as folhas e hastes estavam secas como palha.   O resultado daquele ato foi muito além do esperado.

Os chacais e/ou raposas, desesperados e enlouquecidos por aquele fogo que lhes queimava os seus rabos, foram-se espalhando, correndo para lá e para cá, deixando um rastro de incêndio por onde passavam.   Os cereais em ponto de colheita pegaram fogo e com alguma ajuda do vento, houve um desastre ecológico, que alcançou até as vinhas e os olivais.   O prejuízo dos filisteus montou em graves perdas para muitos, naquele local.   O caso foi notório, e os filisteus prejudicados não gostaram nada daquilo.   Foram inquirir quem era o autor da façanha, e ficaram sabendo de toda a história daquele casamento desastrado do hebreu.

Palavras duras suscitam ira, e atos dessa natureza, também.   Os filisteus atingidos pelo incêndio, em represália, não mediram e nem refrearam uma reação em cadeia – queimaram à ex esposa de Sansão, juntamente com o seu pai.   Ao perceber isto, Sansão lhes responde no ato, matando um grande número deles.   Foi uma matança.

Aquilo era para deixar a qualquer um chocado, mas Sansão já estava metido naquela encrenca, e não podia esperar por outra coisa.   Seu espírito amargurado se rebelou mais uma vez contra aquela cultura da impiedade, e o que era só uma questão familiar acabou por armar o palco para uma guerra – a guerra de todo um povo filisteu contra apenas um homem, Sansão.   Houve muitos líderes em Israel que foram designados para liderar e serem vencedores, mas há também homens que não nasceram para serem liderados, mas para executar, e Sansão era um deles, assim dotado pelo Espírito de Yaweh.   Ele já havia perdido muito com aquela situação, e parecia pouco incomodar-se com a ameaça dos filisteus que se levantava contra si, no seu encalço.

Para não comprometer aos seus, à sua parentela, ele passou a morar em uma caverna, na rocha de Etã, logicamente afastada da comunidade dos israelitas de Zorá.

Imbuído de um espírito aguerrido, ele não se deixou intimidar.   Ele sabia que as coisas estavam tomando proporções gigantescas contra sua pessoa, e, para a sorte de Israel, o Senhor ainda estava lutando ao seu lado, para fazer do Seu nazireu um vencedor.

Depois que o estopim da guerra se acendeu, parte-se para o tudo ou nada, e que vencesse o melhor, mas Yaweh era com Sansão, pelo menos enquanto ele O servia para os Seus propósitos.   As orações dos judeus oprimidos subiam aos céus, e o Senhor estava colocando Sansão ali, na fronteira com os inimigos, para servir-lhes de escudo de contenção, uma barreira para deter o avanço das forças estrangeiras.

Os filisteus, irritados contra Sansão, decidem então ameaçar aos judeus, com a finalidade de apenas poderem eliminar aquele homem de performance inacreditável.   Armam suas tendas de guerra em Leí, exigindo-lhes que entregassem o nazireu.   Queriam decerto queimá-lo vivo, como fizeram com sua ex-mulher e seu ex-sogro.   Os judeus, medindo bem as circunstâncias, acharam por bem irem falar com Sansão, e pedir-lhe que se entregasse.

Em comum acordo com os lideres de Judá, Sansão consente em ser amarrado com duas cordas novas, para ser entregue aos filisteus, desde que não fosse ferido pelos seus.

Ao chegarem ao acampamento em Leí, os filisteus vieram ao seu encontro alegremente, aos brados de júbilo.   Pensavam ter-lhes chegado a sua hora da vingança, mas… quando parecia que Sansão tinha já caído nas suas garras, o Senhor Yaweh surge para Se apossar do Seu mandatário juiz nazireu, e este, com a maior facilidade, quebrou as cordas, como se estas fossem totalmente podres, debaixo dos olhos incrédulos de seus inimigos.   Estes estavam em seu acampamento de guerra, o que nos faz supor que aos milhares.     Sansão estava solto, à sua frente, mas eles eram muitos.   Pela sua própria honra, aquele homem só não poderia escapar-lhes, apesar de sua tremenda força, e então começou a batalha em campo aberto, dos milhares de filisteus contra Sansão.

Queixada de burro

Aquele homem cheio do Espírito de Yaweh viu ao seu alcance algo que lhe pudesse ajudar – não uma espada, nem uma lança, nem escudo, mas… somente uma queixada de jumento, por acaso ali exposta, próxima ao alcance de sua mão.   Rápido como um raio, ele já estava de posse daquele objeto para lutar, ainda que se parecesse ridículo.   Era uma queixada fresca, isto é, nova, de boa consistência, e esta lhe serviu de arma para matar, diz o texto original, a mil filisteus. Uns após outros, aqueles inimigos iam caindo… parecia que eles estavam parados, adormecidos, atordoados, enquanto Sansão estava ligeiríssimo. Mais e mais filisteus iam-se chegando para lutarem contra aquele reles hebreu, e estes também iam sendo vencidos.   Iam caindo mortos, uns sobre os corpos dos outros, fazendo montes de cadáveres.   Os filisteus mais fortes, corajosos e treinados para a guerra então, ao verem aquilo acontecendo, logo correram para o confronto, a fim de liquidar logo com aquele drama que não devia estar se passando, e, quando estes também caíram diante de Sansão, então os demais, impressionados, vendo que a situação era terrivelmente crítica, decidiram fugir para salvarem a sua pele, mas o confronto já tinha avançado muito…

Jamais se soube de alguém que tivesse feito algo assim, com apenas uma queixada de burro em sua mão.   Nem os valentes soldados de Davi o igualariam, nem pela arma usada, e nem pelo número de inimigos abatidos.

Depois de havê-lo feito, uma sede excepcional o deixou à beira da morte, mas água saiu da rocha para mostrar-lhe Quem foi que Lhe deu a força e a vitória.

Dali para diante, os filisteus passariam a tratar do seu caso com mais cautela, pois notaram que um confronto direto lhes seria temeroso.   Aquele israelita tinha algo que nem deuses filisteus, nem cananeus conseguiriam deter.   Eles sentiram isto, e queriam pegá-lo de algum jeito, mas a cada vez que dele se aproximavam, algo muito surpreendente e estranho acontecia e ele, embora sozinho, acabava saindo-se vencedor.   Era de deixar filisteus de boca aberta, pasmos!   Era o poder providencial de Deus que repousava sobre o nazireu.   Suas forças não eram humanas.

Desta forma, os filisteus começaram a sentir-se intimidados, e a vê-lo como o principal empecilho para avançarem sobre as terras israelitas. Se não conseguiam vencer a um só homem, como poderiam vencer ao exército do povo de Deus?   Isto os deixava intrigados, retraídos, e tirava-lhes as forças de dominadores.

Por vinte anos Sansão, assim levantado como uma bandeira israelita em território fronteiriço com a Filístia, fincou-se ali, como um juiz especial de Israel.   Como os seus inimigos ansiavam por ver sua cabeça rolando, e vez após vez eram frustrados!   Queriam capturá-lo, mas como? Suas tentativas iam sendo sucessivamente baldadas, e os seus mortos iam aumentando em número.

Muito embora Sansão tenha sido um homem extremamente descuidado e negligente para com Aquele que o fez alguém superdotado de forças – as quais lhe vinham pela visitação esporádica do Espírito de Deus, sua vida deixou uma marca que o assemelhou ao Messias, Jesus, o Cristo.

Jesus, o perfeito ungido de Yaweh, também foi um só homem que lutou e venceu a todas as facções de Satanás neste mundo.   Legiões de demônios não podiam resisti-lo, a Ele sozinho, apenas Ele, revestido do poder do Espírito Santo de Deus.

Jesus veio a este mundo também numa época em que militares e políticos que oprimiam o povo escolhido para ser Seu, e deteve a força do inimigo, vencendo-o e obrigando-o a retroceder, e assim alterou o rumo da história, fazendo com que todos vissem a quem realmente pertence o poder, e nEle cressem.

A Ele, pois, toda a gloria e honra! Sejam-lhe acrescentados força, poder, o reino, e o domínio desta Terra toda!


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