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LEVÍTICO – XI – DEUS AMA AS FAMÍLIAS E DISTINGUE O SANTO DO PROFANO

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febrero 4, 2014 by Bortolato

QUE DEVEM FAZER AS FAMÍLIAS PARA DISTINGUIR O SANTO DO PROFANO

Em Levítico 18:19 vemos uma proibição do homem chegar-se a mulher durante os dias de sua menstruação.   Muito embora alguns rejeitem este preceito, alegando que este valera apenas para os dias do Antigo Testamento, não podemos deixar de notar que:

  • Primeiramente, as uniões matrimoniais não devem ser movidas somente à base de impulsos.  Os casais precisam, de um lado, muitas vezes dedicarem-se aos jejuns e orações por muitas vezes em suas vidas (Josué 7:6-7; Joel 1:14;), e os dias de separação das regras da mulher podem bem ser aproveitados para o jejum de sexo.
  • Há tempo para tudo, debaixo do sol – tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar (Eclesiastes 7:5).
  • Durante os dias da sua separação, as mulheres têm seu organismo extenuado pela perda de porções de sangue e dores abdominais.   O enfraquecimento traz acentuada sensibilidade para a mulher.   Nessas ocasiões esta pode sentir dores numa relação íntima, e, se insistida nesta tecla, pode também haver a provocação de uma hemorragia.
  • Nas palavras da Wikipédia:  “O folículo ovariano em desenvolvimento, comandado pela glândula hipófise, produz os hormônios ovarianos estrogênio e progesterona, que promovem o desenvolvimento endometrial próprio para gestação. Porém, o ovócito não sendo fecundado, ocorre a involução do corpo lúteo, e, consequentemente, queda brusca dos hormônios ovarianos produzidos por ele. Esta queda da concentração hormonal causa a degeneração e necrose do tecido endometrial, que era estimulado pela ação destes hormônios. O ovócito não fecundado se degenera, e sai com muco uterino (ou endométrio), sangue e hormônios.”
  • São dias em que se busca a  estabilidade física e hormonal, desequilibradas pelo déficit provocado pelo estágio do ciclo menstrual.  Uma relação sexual, no caso, pode vir a causar desconforto e outras situações imprevisíveis para ambos os lados.   Sábia é a Palavra de Deus, que alerta para este fato, ainda que de forma sucinta, a exigir que a fé nEle seja o fator preponderante para o bom andamento do matrimônio.
  • Esta proibição da Lei, nos dias de hoje perdeu a sua força, pelo fato da Lei ter sido sobrepujada pela Graça, mas isto ocorre somente no campo cerimonial.   Na área biológica, a estrutura da mulher ainda é a mesma, e merece os devidos cuidados para a sua saúde.

Em Lev. 20:20, reaparece o sétimo mandamento da Lei – não se deitará o homem com a mulher de seu próximo.   É dizer também: respeite o casamento, a união de seu próximo com sua mulher.   Ainda que este esteja abalado ou prestes a ruir-se.   Não se faça de modo a dar um golpe tão cruel naquilo que anda bem ou mal.   Não acabe com a alegria e o prazer do seu próximo.  Não se haja como fazem os animais, pois somos humanos.   Todos temos sonhos, e isto inclui o casamento.   Não se deve fazer a outrem o que não queremos ao nosso casamento.

Levítico 18:21 diz para não darmos nossos filhos para serem queimados diante de Moloque.  Esta era uma das práticas que enojaram o coração de Deus, de modo que Ele mesmo planejou a invasão de Canaã pelas tropas de Josué, expulsando os povos dali.   Os filhos são dádivas divinas entregues aos pais.   Há muitos casais que desejariam ter filhos, mas não lograram consegui-lo.   Pois cuidar e zelar pela vida dos filhos valoriza a paternidade, mas há certas religiões que não levam este fato em consideração.   Estas pedem aos pais que deem seus próprios filhos em sacrifício a algum deus, queimando a vida de crianças e jovens, levando-as a um fim desastroso e precipitado.  

Os filhos são herança do Senhor.    Foi o Senhor quem os deu, ou melhor, entregou-os nas mãos dos pais, a fim de que estes fossem treinados e aperfeiçoados no amor, e pudessem compreender melhor como é o amor de Deus pelos Seus.   Foi o Senhor quem deu aos pais terrenos a capacidade de procriar, e de educar aos seus filhos, portanto, o vínculo paterno é um empréstimo concedido aos pais, como que um investimento em suas famílias.

Os filhos, quando crescem, desenvolvem-se e chegam à idade da autonomia, e saem de casa, mas o elo entre filhos e pais permanece, de alguma maneira.   Depois, mais tarde, os filhos de hoje serão os pais de amanhã, dando prosseguimento às gerações que devem ser dedicadas ao Altíssimo.

Não fora assim, Deus não teria poupado a ninguém no Dilúvio, nem a família de Noé.  Se os pais não inculcam o temor do Senhor em seus filhos, a terra será totalmente corrompida.

Em Levítico 18:27-28, Deus fala sobre contaminações,  mas não no sentido bioquímico.   Ele está falando de coisas que Lhe são detestáveis (18:30), as quais eram costumes entre os povos de Canaã.   O apelo que Deus faz é para a Sua Pessoa, que não aceita ter de conviver com tais comportamentos humanos.

Outras coisas são apontadas pelo Altíssimo neste mesmo capítulo; coisas que Deus detesta, no tocante às relações íntimas reprovadas.   De fato, os povos daquela localidade haviam irritado muito ao Senhor com essas coisas.  Vale frisar que muitas destas eram açuladas pelos rituais pagãos, presentes nos cultos a Baal, Aserá, e outros deuses a estes associados. A pureza de Deus é absoluta; mas a natureza humana fora contaminada pelo pecado, de forma que para aqueles povos, essas coisas lhes pareciam naturais como um curso de vida biológica que lhes atraía e arrastava para esses atos; e não queriam saber de outra opção, como sinal de sua obcessão física e espiritual.

Ocorreu no Jardim do Éden um desvio de rota, um desvirtuamento de atitudes de tal monta que um pecado admitido na alma tornou-se em comportamento condicionado e aprendido, que se instala, e dali não arreda o pé.     Aliado a transformações hormonais, o pecado se tornou em substância que se inoculou no sangue da raça humana – como uma dependência bioquímica que impele com muita força o homem para mais e mais coisas e atos, cada vez mais sofisticados, cada vez mais aprofundados e mais refinados em práticas que nos afastam da Presença de Deus.   Não fosse essa força solidária que um pecado tem, atraindo como um ímã a outros pecados, não haveria necessidade do primeiro casal ter de retirar-se de vez daquele Jardim especial, de Deus.   Um pecado nunca é um fato pontual, é isto que temos que colocar em nossos espíritos, e procurar não nos deixarmos iludir com vitórias parciais sobre o mesmo, pois ele sempre procurará atacar novamente, e cada vez de uma forma diferente, para tentar nos envolver com suas sutilezas.

Os povos cananeus, levados e afeitos a vários tipos de pecado de forma filosófica, religiosa e sistemática, adotaram a institucionalização dessas práticas; por isso foi que, nas palavras que Deus mesmo usou em Levítico 18:28: – “a terra… vomitou a gente que nela estava antes de vós”, e “para que a terra vos não vomite…”

No verso 18:30, Deus previne ao Seu povo que não façam estatutos abomináveis, isto é, não pensem e não queiram advogá-los e nem tentem racionalizá-los, justificando-os, pois, para isso, Ele mesmo estava lhes fornecendo uma Lei e mandamentos à parte, diferentes desses do mundo, e originais do Trono do céu.   O grande mandamento é então mais uma vez repetido: “Eu sou o Senhor, vosso Deus”, como o grande argumento para a obediência a Ele.  É o Senhor, Ele é soberano, e felizes os que se ajustam ao Seu querer.

 

Em Levítico, capítulo 19, é abordado o tema “Eliminando Impurezas da alma”.

Outra vez reafirma o Senhor: “Santo sereis, porque Eu, o Senhor vosso Deus, sou Santo.” (verso 19:2)

Ser santo é ser como Deus é.

Ele é, realmente, muito diferente de toda a raça humana.

Falando claramente quando um homem se une sexualmente a um animal, ele está se animalizando.   Os impulsos daqueles povos estavam descendo ao nível animalesco.

Pois não é o que acontece quando homens brigam e matam-se por causa de comida, ou bebida, ou por fama, ou por “defesa de um status alfa”, ou por uma namorada ou namorado?   Quando fazem assim, estão fazendo exatamente como fazem os animais.  

Não seja assim por falta de leis, estatutos, mandamentos e preceitos.   Deus estava lhes falando tudo através de  Moisés, para que este os escrevesse, e ficasse tudo registrado para todo o sempre.   Não há como engolir-se uma palavra dita, pois que já foi pronunciada, e o que Deus falou, Ele o falou, e Ele não é homem para que minta e nem filho do homem para que se arrependa (Números 23:19).   Ele falou e disse, e não há outra palavra ou versão contraditória.   Quem discordar das Suas Palavras, discorda de Deus.   Quem quiser conviver com Ele, deve coadunar-se com a Sua santidade, e o que difere disso, para Ele é imundo, poluído.

No verso 19:3 vemos mais uma exigência. Cremos que estas coisas eram apontadas de uma forma um tanto desconexas, porque precisavam ser ditas e divulgadas com urgência, porque eram problemas reais, que tocavam em pontos iminentes e relevantes para o momento, conforme a necessidade espiritual do povo.  Algumas dessas leis já haviam sido promulgadas e publicadas, quando este capítulo foi escrito.

Em Êxodo 20:12 já havia sido afirmado:  “Honrar pai e mãe”, e em  Êx. 20:11, já havia sido dito para guardar-se o sábado.   Remetemos ao comentário feito sobre esses versículos, adicionado do que versa sobre o texto de Gênesis 2:2.

“Eu Sou o Senhor vossos Deus” é o primeiro mandamento, e “não vos virareis para os ídolos, nem fareis deuses de fundição” é o seguinte escrito em Êxodo, capítulo 20.

Os sacrifícios pacíficos (19:5) podiam ser, em parte, ingeridos pelos ofertantes.   Note-se que os israelitas não tinham geladeiras para a conservação da carne assada, e por este motivo, deveriam comê-la somente até o dia seguinte ao do sacrifício.   Tal prescrição dispensa comentários quanto à salubridade do procedimento.   Mais um cuidado paternal para com a vida do povo de Deus – não deviam comer alimentos com os mínimos sinais de deterioração.

Em Levítico 19:9, um preceito para que os pobres e os estrangeiros não perecessem de fome.   “Os cantos do teu campo” eram os lugares por onde as pessoas passavam.   Os transeuntes que, por ali andavam, muitas vezes precisavam encontrar um meio de serem sustentados, sem nem mesmo precisarem pedi-lo.   Que estes não se constrangessem, e nem mendigassem.   É assim que é o Pai, que envia a Sua chuva sobre maus e bons, e faz nascer o sol sobre justos e injustos (Mateus 5:45).   E Ele quer que sejamos como Ele é.   Assim, os rabiscos da colheita eram deixados para os que passavam e os quisessem apanhar para si.   Providência do Criador para com os necessitados, estendida com a colaboração dos Seus fiéis.

Nos versos 11 e 13 é repetido o oitavo mandamento: “Não furtarás”, o que também significa:  “e nem roubarás, nem extorquirás, nem trarás prejuízo ao teu próximo”.

Também aqui é colocada a proposta de sermos honestos, e verdadeiros.   Não mentir, e nem usar de falsidade para com o próximo.   Este é um apelo a sermos transparentes.   Quando encetamos algum negócio ou contrato, não procurarmos esconder vícios relevantes, em oculto.   Isto inclui não pecarmos ao falar, pois seria querermos encobrir coisas com mentiras.  Ou falamos a verdade, ou, nas hipóteses menos importantes, nos calamos. É uma proposta a sermos íntegros.   Integridade também inclui o cumprimento de promessas dadas, pois ao negar-se alguém a cumpri-las, equivale a ter mentido quando foi dada a palavra, e ninguém gosta de ser enganado.

Não amaldiçoar ao surdo, bem como não colocar tropeços no caminho dos cegos também quer dizer amar ao próximo como a nós mesmos (19:18), tendo misericórdia dos menos afortunados.

A injustiça no juízo (v. 19:15) deve ser evitada com balanças justas,  e pesos também, fechando-se os olhos para a posição, cargo, posses, influência , tanto do pobre como do rico.

Não andarás como mexeriqueiro” (19:16).   Fofocas denigrem a fama e a honra do próximo.  É muito fácil, em meio à ferocidade e ao ímpeto de palavras, lançar-se calúnias, e destruir a vida e o prazer de uma pessoa.

Não se deve dar ouvidos a palavras depreciativas ou pejorativas lançadas contra alguém, ainda que estas refletissem alguma realidade.  

Sócrates, o filósofo grego (469 a 399 A.C.), ao ser informado de que uma terceira pessoa estava para ser alvo de um comentário, ele interrompeu as palavras do mensageiro e propôs-lhe que usasse o teste das três peneiras:

  1. Peneira da Verdade – é realmente comprovado aquilo de que se quer dizer?  Se não, descarte-se.   Se sim, passemos à segunda peneira.
  2. Peneira da bondade – vai fazer algum benefício ou  bem para a pessoa que é alvo da conversa?   Se não, descarte-se o comentário; e se sim, passemos para a terceira peneira.
  3. Peneira da utilidade – aquilo que se vai falar é útil, serve para edificação, e vai trazer a solução para algum problema?   Se sim, então que se fale, pois vai ser muito bom sabermos.  Se não, arquive-se sumariamente, pois será uma fofoca a menos para poluir o ambiente do planeta.

Levítico 19:17 – “Não aborrecerás teu irmão no teu íntimo, mas repreenderás o teu próximo, e por causa dele, não levarás sobre ti pecado”.

Mágoas são reações que pessoas carregam dentro de si por se julgarem, precipitadamente ou não, terem sido prejudicadas pelo próximo.   São muito comuns, e não conhecemos sequer uma pessoa que não as tenha tido, algum dia na vida.

Rancores já se mostram um pouco mais a fundo.  É quando a pessoa que nutre uma mágoa começa a manter sentimento de raiva do seu próximo.   É muito nocivo, pois o ódio pode brotar e levar  a um passo mais avançado, que é uma resposta de ataque ao que lhe representa um ofensor.   Isso pode acontecer e terminar mal, em discussões infindas, brigas, e tentativas de homicídios.

Para não deixarmos que coisas cheguem a esse nível, existe uma maneira de agirmos, que pode cortar uma tragédia pela raiz: – irmos até o próximo, e expormos os nossos motivos.   Segundo o Novo Testamento, poderemos ganhar o irmão, com esse modo de agirmos, e tudo poderá ficar como se nada tivesse havido.   Se a razão estiver de nosso lado, a pessoa poderá até mesmo a negar-se a ser gentil, e não dar o braço a torcer.   A orientação de Jesus é que então devemos chamar dois presbíteros ou dois irmãos, e repreendê-la.   Se esta ainda assim não quiser aceitar, para estabelecer-se a paz, então deve-se ignorar o irmão, como se este não pertencesse ao povo santo de Deus.

Levítico 19:18 – “Não vingarás… mas amarás o teu próximo … como a ti mesmo.  Ainda quando nos sentimos prejudicados e sem reparação, a vingança não nos é licitada.   Esta pertence ao Senhor, que conhece as pessoas, dentro de sua intimidade, e sabe como tratar a cada uma com justiça e com amor.   Este é o segundo mandamento em importância, que Jesus colocou, só perdendo para o primeiro (Mateus 7:12; Romanos 13:8-10).

Em Levítico 19:19 vemos que animais diferentes não deviam misturar-se para juntos puxarem o arado.  Isto é desigualdade.  Tamanhos diferentes, constituição física, força, agilidade e firmeza nos passos, na forma de reagirem, tudo isso implica em falta de harmonia no desempenho.  Isso tudo concorre para a mantença de pureza entre as raças do reino animal.   As misturas de cruzas também foram classificadas de confusões desnaturadas.

No campo também as sementes deveriam ser mantidas separadas.   O hibridismo que vemos hoje na agricultura, por outro lado, é algo bem controlado, de maneira diversa da que fariam via polenização casual daquela época.  Mas ainda vemos com muita reserva os cereais geneticamente modificados, já em cultivo, mas sem a segurança total necessária para sua aceitação em cem por cento.

Sabemos que as misturas, tanto para as espécies de animais como de plantas não têm tido bom resultado na grande maioria das tentativas das pesquisas tecnológicas.   O caso que consideramos uma exceção no reino animal, é o cruzamento entre cavalos e burros, que resulta no gado muar, as mulas – mas veja-se que estas não podem procriar outras da mesma raça.

Este preceito não tem nada contra a multiplicidade de culturas no campo, mas cada plantação deveria ser localizada em área localizada diversa da de outro tipo.

As misturas de fio têxteis também eram proibidas.   Esta questão se prende mais em manter-se uma cultura da PUREZA, pois Deus é puro, é luz, íntegro e não se mistura com as trevas e nem com nenhum mal.   Certamente que este preceito tornou-se caduco com o advento de Jesus, que cumpriu a Lei, como judeu que era, pois a graça sobrepujou-a, liberando os gentios de sua obediência no tocante ao cerimonialismo (Atos 15:19-21), mas a mensagem de pureza é válida ainda hoje.

O que batia forte nessa questão naquela época é que os sacerdotes pagãos e mágicos usavam roupas de tecido de fios mistos, mas os sacerdotes de Javé precisavam fazer diferente, quebrando vínculos e semelhanças com os cultos prestados pelos povos gentílicos.   Isto nos fala também quanto ao tipo de vestimenta que os cristãos devem usar – não quanto à textura dos fios, mas no tocante a não devermos nos assemelhar com os costumes deste mundo (Romanos 12:2), que se fazem afeitos à sensualidade e apelos à libido, comuns às religiões pagãs.   Que o padrão cristão seja isento de provocações e agressividade nesta área.

Nos versos 19:20-21, o Senhor ordenou a Moisés que falasse à congregação dos  filhos de Israel:

“Quando um homem se deitar com uma mulher que fora serva desposada do homem e não for resgatada, nem se lhe houver dado liberdade, então serão açoitados; não morrerão, pois não foi libertada.   E, com carneiro da expiação da culpa, o sacerdote fará propiciação por ELE… e o seu pecado… lhe será perdoado.”

Precisamos atentar bem para alguns pontos salientes neste caso.   Em casos de adultério comuns, a sentença era, sem dúvida alguma, o apedrejamento até a morte, mas aqui se mostra um caso em especial.

Numa sociedade não escravagista, esta passagem se torna de maior dificuldade para se entender, pois a ótica diverge em muito da que adota a escravatura.

Sabemos que a escravidão era uma saída para os endividados, e os que precisavam de sobreviver após se empobrecerem ao ponto de passarem por privações e fome.   Estes vendiam seus serviços e sua liberdade, voluntariamente e de comum acordo, a seus senhores, a fim de escaparem, de situações terrivelmente decaídas, escolhendo dentre os males, o menor.   Desta forma, o senhor dos escravos, muitas vezes, era visto como um benfeitor, em vez de um oportunista ou mau caráter.   Porém, nem tudo eram flores nesse caminho…

Uma escrava não liberta tinha muitas obrigações a cumprir perante o seu senhor, e o seu bom desempenho em fazê-lo era algo que sempre contava pontos diante de todos os membros da sua casa de servidão.   Isto se desenvolveu como uma cultura nos corações.   O seu senhor tinha uma espécie de pátrio poder sobre a escrava.   Suas ordens e pedidos misturavam-se muitas vezes sem distinção entre uma coisa e outra.

Esta situação podia gerar alguns momentos propícios a que se desenrolasse algum romance entre o senhor e a escrava, mesmo nos casos em que esta fosse comprometida para casar-se, ou mesmo estivesse casada com outro homem.    Note-se que ambos viviam debaixo do mesmo teto.   Circunstâncias facilitavam as tentações da carne, para culminar com o desgosto do marido da escrava, e para o coração de Deus.

O ato consumado não deixava de ser algo a lamentar-se , algo que não poderia ser bem recebido no meio do povo chamado para ser o povo de Deus, pois afinal era o Senhor quem legislava sobre ambos.

Como resolver este problema?   Matar e execrar nem sempre trouxe a melhor solução.   Não podemos precipitar o julgamento, enquadrando-o em caso de um simples adultério.   Normalmente nessas instâncias a culpa maior cabe ao homem, que muitas dessas vezes tomou a iniciativa para o ato.   Também não podemos dizer que a culpa foi só do homem ou só da mulher, em toda e qualquer circunstância.   O fato é que ambos afrouxaram e cederam na moral (pois que, notar bem que não se trata de um caso de estupro, o que seria considerado e punido de forma bem diferente), poluindo um casamento, instituição divina, lançada desde o Jardim do Éden.

Sabemos, outrossim, que o Deus de Israel não muda, e Ele sempre teve em mente uma nova oportunidade de vida para pecadores que se arrependem, e no Novo Testamento vemos que Jesus não condenou à mulher adúltera (João 8: 1-11).

Este tipo de caso, pois, foi a chance que Deus teve de mostrar a Sua misericórdia, mesmo na Era da Lei, diante dos pontos apresentados, atenuantes em um delicado problema que poderia ser interpretado como fatal, e apontar para uma ou duas sentenças de morte, no final.   A sentença de açoites era, então, como que algo de somenos, a estas alturas.

Não colocamos estes versículos como uma permissividade para com o pecado, mas sim, exaltamos a bondade e a misericórdia do Senhor, que, no fim, ainda apontava a solução para o sacrifício do cordeiro – figura do verdadeiro sacrifício cujo sangue limpa, lava e purifica de todo pecado.   Ele, JESUS, é a propiciação para todo pecador que lastima haver pecado, e volta-se para os santos caminhos do Senhor.   Louvado seja Deus por Suas tantas misericórdias – a grande causa de não sermos consumidos  (Lamentações 3:22).

Nos versículos de Levítico 19: 23 a 25, mais um conceito para preservação da saúde do povo.  Uma árvore plantada teria seus frutos comestíveis vetados de serem aproveitados.   Eram chamados de “frutos incircuncisos”, isto é, impuros aos olhos do Senhor.

Existe uma controvérsia sobre a qualidade desses frutos – uns dizem ser inapropriados para o consumo, e outros afirmam que isto seria um tabu.

O Senhor não explica motivos – apenas diz para não comerem de tal fruto.

Há vários indícios e crenças de que de fato haveria algo nocivo à saúde, que tornava tais frutos condenados, e essa prática, até os dias atuais, é observada entre os lavradores, quanto aos primeiros frutos de uma árvore – e evitar-se a pode para aproveitar-se de frutos de uma árvore ainda em desenvolvimento é sugar-lhe a vitalidade, impedindo seu livre crescer.

A questão se torna mais para o lado teológico, quando vemos, por verossimilhança, o episódio da tentação do Jardim do Éden.

Podemos dizer que Deus já estava muito desapontado e desgostoso com o homem e com toda a sua descendência, contaminada pelo pecado da desobediência.   Desta forma, Ele quis fazer com que o homem fosse lembrado de que fruto proibido significa fruto proibido, e fim!   Depois de três anos sem ser aproveitado sequer um fruto da árvore que começava a frutificar, ainda teria que haver uma santificação e dedicação, no quarto ano, ao Senhor.   Primícias.  Somente então no quinto ano é que se poderia comer do referido fruto.

O grande argumento para isto é repetido: –

“Eu sou o Senhor vosso Deus.”   Não é um argumento convincente?   Certamente que sim.

Levítico 19:26 – Recomeça aqui mais uma seção que ataca os costumes pagãos.  Já temos comentado sobre não se beber o sangue de vítimas (animais e aves).   Outros problemas são apontados, como segue:

1. Agouros e adivinhações são sinônimos de falta de fé no Senhor que tantas bênçãos nos dá, doador de toda boa dádiva, nosso Pastor e provedor.

2. A velhice, apesar de ser uma das consequências do pecado original, e trazer limitações que são mal vistas em uma sociedade competitiva, é um estágio da vida que leva as pessoas senis a um estado mais contemplativo e menos ativo; mais inseguro nos seus passos; mais lento nas ações; menos afoito; tendo muitas memórias do passado para se reavaliar atitudes, precipitações e aperfeiçoar as pessoas que logram chegar a este patamar da vida.

– Há uma certa tendência a se desprezar àqueles que não conseguem mais ser eficientes em seus atos, devido a doenças e limitações.   Os jovens deveriam temer e honrar aos idosos, sabendo que um dia todos poderão chegar a este mesmo estado, limitados e enfermos.   Em Daniel 7:13 Deus Se mostra como um “…Ancião de dias”;  em Apocalipse 1:13-14, Cristo Se revela ao apóstolo João em Seu estado de glória, apresentando-Se com seus “…cabelos brancos como a lã branca, como a neve…”   Se Deus Se revela assim, isto quer dizer, no mínimo, que os cabelos brancos são sinal de honra, experiência, sabedoria e eternidade.   Triste é sabermos de casos em que idosos são tratados como se fossem elementos depreciados pelo tempo, descartáveis para famílias e a sociedade.

3. Em Levítico 19:33-34, quando um povo se declara puro, escolhido de Deus e se vê em posição mais alta que os demais, erra por orgulho e arrogância.

Israel, no Antigo Testamento, deveria separar-se de outros povos para não se colocar em situações muito próximas de adquirir costumes idólatras, mas quando o inverso desse movimento acontece, e estrangeiros abandonam a idolatria para seguirem ao Senhor, isto é muito digno de louvores em alegria e gratidão pela obra de convencimento que o Espírito Santo traz para os corações.

Ser peregrino e estrangeiro em terras estranhas é colocar-se de modo a confiar e depender do país que acolhe tais emigrantes.   Isto não deve ser ocasião para se lembrar e estabelecer-se diferenças que só servem para erguer barreiras e dividir pessoas.

Não existe raça superior, ou com foro privilegiado.   Todos pecaram e destituídos foram da glória de Deus.   Não há nacionalidades ruins e nem boas, mas em todas nações há pessoas boas e más.   Diante do Trono de Deus, cada um será julgado individualmente, e não agrupadamente com outros, e de uma só vez.

Israel também foi estrangeiro no Egito, e muito bom seria se em vez de escravizados, tivessem sido bem tratados.    Lembramos que isso fez com que Deus mesmo julgasse aos seus opressores, com mão poderosa, e os livrou.

4. O Senhor, que a tudo vê, também observa os maus juízos, pesos, medidas e balanças injustas (Levítico 19:36).   Ele abomina o dolo, a fraude e a simulação.

As relações interpessoais são desafiantes, pois não vivemos com pessoas perfeitas, e desde a meninice, a tendência do homem é a de “puxar a brasa para a sua sardinha”, isto é, de egoísmo, como se todo o mundo tivesse que nos servir para nosso lucro e prejuízo dos demais.

Existe até uma idade da vida, por cerca de dois anos, em que a criança pensa ser o centro do universo”.   O egocentrismo parece nascer com o próprio desenrolar da existência das crianças.   Se os pais ou educadores não souberem educar, a sede de prejudicar aos outros em seu próprio favor permanecerá instalado nos corações dos já adultos.   Infelizmente, digamos o que é verdade, muitos há que nem sabem como educar a seus filhos, e os resultados são os conflitos, desentendimentos e desavenças, tudo por causa de erros tendenciosos na hora de serem feitas medidas, juízos, e de justiça nos pesos e balanças.

Deus é de justiça, e quando impera a Justiça divina, reina a paz.

Um povo que leva o nome do Senhor deve sempre colocar o temor do Senhor como regra número um em todos os procedimentos.   O grande motivo para assim sermos:  Ele é o Senhor nosso Deus!


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