RSS Feed

LEVÍTICO – XV – JESUS, A LUZ E O PÃO DO ANTIGO E NOVO TESTAMENTOS

0

febrero 20, 2014 by Bortolato

Neste capítulo, temos a repetição de diversas leis, que iremos comentar.

Lev. 24:1-4 fala sobre o azeite combustível das lâmpadas do minorah (candelabro), da obrigação do sacerdote de manter sempre acesas, suprindo-as com óleo de olivas puro.   As lâmpadas  deviam estar queimando continuamente, brilhando e iluminando o Tabernáculo, dia e noite.   Em Apocalipse 1:12-13, 20 aparece que esses castiçais eram figura da Igreja, dos salvos e redimidos pelo Senhor Jesus, que devem sempre brilhar neste mundo, como luzeiros, revelando a gloriosa vontade de Deus.

Levítico 24:5-9 trata do pão para a mesa do Senhor.   Esta é mais uma pré-figura do Senhor Jesus, o Pão da Vida.   Em João 6:48 a 51, é assim que Ele Se apresenta.   Em Marcos 6:30-44 lemos que Ele fez a primeira multiplicação de pães.  Em Marcos 8:1-9 fez a segunda.  Ao ser procurado após essas multiplicações de pães, Jesus diz aos que O buscavam que pelejassem, sim, não pelo pão perecível, mas pelo Pão Vivo que desceu do céu – aplicando a Si mesmo a prerrogativa do poder miraculoso ocorrido no deserto, quando os hebreus puderam usufruir da bênção de receber e comer do maná.   Jesus, o Filho de Deus que veio do céu para nos dar a sua própria vida, e a sua carne e sangue para estender Sua vida a nós, é mais do que o maná, pois os que do maná comeram, morreram – mas quem se alimentar do Pão Vivo, este jamais terá fome e nem sede espiritual.

Durante a ceia com seus discípulos, Ele disse para que tomassem daquele pão, e o comessem como se estivessem comendo a Sua própria carne (João 6:51-58), pois foi assim que Ele mesmo o quis.

Levítico 24:10-23 – Quanto ao pecado da blasfêmia, já temos visto que este, quando direcionado contra pais, já era considerado crime passível de sentença de morte.  Para isto, remetemos ao comentário de Lev. 20:9.   Em esta seção, entretanto, temos um caso de um filho de uma israelita que tornou-se o primeiro caso tratado com a aplicação da pena de apedrejamento.

O caso se mostra agora como uma ofensa a Deus.   O infrator era filho de um homem egípcio com sua mãe israelita, portanto considerado como estrangeiro, como era costume da época, devido à sua paternidade.   A Lei favorecia aos estrangeiros que quisessem habitar no meio do povo de Israel e fossem fiéis a Javé, concedendo-lhes amplos privilégios, mas também pesava as mesmas penas  sobre os tais, quando fossem apanhados em infrações.

Se as ofensas a pais seriam punidas com a morte (ver comentário sobre 20:19), na coordenada horizontal de relacionamentos (homem – homem), então o mesmo tratamento seria imputado ao transgressor que blasfemasse contra Deus, na coordenada vertical (homem – Deus).

Amaldiçoar a Deus é um comportamento tão estranho e descabido, como seria pagar com violenta ingratidão a um grande benfeitor.   Tão mal soa tal atitude, quanto nos parece com a intenção de envenenar a quem nos alimenta, dá o ar, a água, a vida, e as condições de sermos felizes, apesar das lutas e contratempos que fazem parte normal da existência de todo ser.

Há tempos atrás, no século XX, alguém quis proclamar que Deus morreu, e está morto.  Na verdade, foi o homem que dele se distanciou, e como não mais podia vê-Lo, quem assim falou quis entender que Deus morreu, porque achou que seria oportuno se assim fosse – na sua pura estultícia.   O conceito de Fichte de existência não pode ser aplicado no caso de Deus, tanto quanto quaisquer realidades que não se veja ou não se sinta.   Não se pode matar quem é Eterno e real, e não se deve declarar guerra ao Todo Poderoso, pois esta é uma disputa muito desigual, e desvantajosa para o lado mais fraco – o lado onde sempre as cordas se rompem, quando puxadas nos desafios dos chamados “cabos de guerra”.   Isso não é nem um pouco inteligente.

Voltando ao caso apontado pelo Livro Sagrado, havia naquela época em que foi escrita esta passagem, várias nações vizinhas a Canaã, e o Egito era uma delas.  O jovem que saiu do Egito depois de testemunhar uma série de manifestações divinas demonstrando o Seu poder, desde então não tinha como única opção de lá sair, e viver no meio do povo israelita, no deserto, pois teria que respeitar os costumes daquele povo.   Havia até uma crença de que “os deuses da terra” precisariam ser temidos e honrados ali, onde tinham assentado o seu reduto, a fim de que os peregrinos não caíssem no seu desagrado.   Muito mais Javé era para ser temido e amado.

Viver, pois, desagradando a Deus no meio de Seu povo era um fato tremendamente desafiador, ainda que somente na consciência do pecador.   Mas se Deus era de fato vivo, então Ele atentaria a qualquer agravo que recebesse; e se fosse o caso de alguém se desagradar do Deus Vivo, Javé, teria inteira liberdade para, antes de pecar com seus lábios, dizendo coisas desapropriadas contra o Eterno, que o tal se apartasse do acampamento do povo de Israel; melhor seria assim, do que lá permanecesse.

Israel mesmo estava sendo testado e provado naquele deserto.   Deus queria que o povo fosse aprovado, e para isto é que estava a dar-Lhes uma Lei, e a demonstrar com poder que Ele é Deus acima de todos os outros deuses do Egito, da Filístia, de Canaã, da Mesopotâmia, e de quaisquer demais nações com seu respectivos deuses.   Israel tinha recebido drásticas lições sobre isto, mas ainda era uma criança passando por uma fase de aprendizado.

Uma voz herética, de repente, no meio do povo que Ele estava tentando educar e treinar para ser exemplo de fé, boa moral, boa conduta espiritual, para ser Seu adorador, foi ouvida para a surpresa geral, para espanto, e para a infelicidade daquele que a proferiu.   Foi uma pena,  uma lástima, uma oportunidade e uma vida inteira que se revelou perdida.  

O que muitos não entendem é que o povo precisa saber Quem é o doador da vida, e que tem nas mãos as chaves da morte e do inferno, Quem pode hoje conceder o fôlego da vida a uma criança, mas também pode, em um simples gesto, tomá-la de volta.   Assim como não se discute decisões de um juiz supremo, não devemos sequer querer nos colocar no lugar dEle, que tudo pode, como se a nós coubessem certas decisões que só a Ele cabem.

Israel estava começando a conhecê-Lo.   Ele é terrivelmente grande em poder e autoridade, e pode simplesmente eliminar a todo um povo, ainda que com todos os exércitos do mundo este último queira guerrear contra Ele.   Senaqueribe que o diga quanto lhe foi o custo de uma blasfêmia (Isaías 36 e 37).

Nadabe e Abiú foram mortos porque tencionavam chegar-se a Ele de forma inadequada.   Eram filhos do sacerdote principal, Aarão, e no devido tempo poderiam vir a ser usados, também, como sacerdotes, se tivessem tido respeito, reverência, paciência e o bom senso de em tudo obedecer a Ele, mas todo o povo teria que aprender algo que nunca, jamais, em tempo algum deveriam esquecer – que Ele é santo, puro, sem pecado algum, terrivelmente grande, bem diferente de cada um de nós, e homem algum poderá achegar-se a Ele sem que, antes, dEle receba o consentimento.

Mais tarde, Coré, Datã e Abirão também conheceram-nO como terrível Deus, que não permite haver concorrência entre líderes, como que a querer desbancar a autoridade de um servo como Moisés.

O jovem blasfemo estava, no mínimo, em uma situação muito ruim, muito embora todos estavam em dúvida se deviam mesmo justiçá-lo com rigidez.   Estavam inseguros sobre se deviam ou não fazer alguma coisa a respeito.

Consultou Moisés a Deus sobre o caso do blasfemador, pois o caso se mostrava grave.   Deus fora ofendido, como que cuspido em Seu rosto em tom depreciativo.   Ele mesmo, então, foi Quem deveria dizer qual a sentença para o tal.

O Senhor escolheu a eliminação do mal de dentro de Seu arraial, por apedrejamento.  Esta foi a sentença, e esta criou um adendo à Lei (Lev. 24:23).

Nos dias de hoje, na era da igreja, da graça do Senhor Jesus Cristo, não há uma lei que nos aponte o caminho de sentenças capitais, mas que os homens fiquem avisados de que Faraó, Senaqueribe, Nabucodonozor, os soldados de Acazias e muitos outros já desafiaram a Ele, e receberam duras punições sobre suas cabeças.   Jamais nos devemos esquecer de que Ele é o mesmo Deus do Antigo Testamento.   Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo, por isso muito melhor é suplicar por Sua misericórdia.

Muitos ateus confessos, após algumas experiências traumáticas, e outras mais amenas, revisaram seus posicionamentos e voltaram-se para Ele, suplicando por Sua misericórdia.  Que estes sejam sensatos, e possam alcançar o Seu favor, ainda que tardiamente, mas antes que não haja mais remédios e nem outras oportunidades na vida.

Em Levítico 24:17 a 22 se repete a Lei do Talião, a qual já temos oferecido comentários quando passamos por Êxodo 21:23-27, para onde remetemos o leitor.


0 comments

Sorry, comments are closed.

Asesorado por:
Asesoramiento Web

Comentarios recientes

    Archivos