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LEVÍTICO – XVI – ANO SABÁTICO E ANO JUBILEU

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febrero 23, 2014 by Bortolato

tábuas da Lei (2)

Nos versos de 1 a 7, de Levítico, capítulo 25, o Senhor ordena que Seu povo observe o ano sabático, o qual teria lugar no sétimo, após seis anos de semeaduras e colheitas.   Novamente o argumento utilizado pelo Senhor é a Sua autoridade.

Os israelitas podiam colher dos frutos de suas vinhas, romaneiras e outras árvores frutíferas, que nascessem espontaneamente, sem ter havido poda alguma; mas apenas para o consumo próprio da sua família, e não para a comercialização, durante esses anos sabáticos.

O que se pode observar, como resultado desta ordem, é que este procedimento dá descanso à terra, e os homens cessam de pensar em lucros e em enriquecimento.   Os frutos espontâneos da terra são prova da Providência Divina, e estes servirão até para os pobres se alimentarem, e para animais que porventura também o queiram.   Tal preceito, então, além de ensejar o repouso natural para a terra, a qual não seria plantada por um ano, servia, outrossim, para controlar a cobiça e a ambição dos israelitas, que, afinal, não eram os verdadeiros donos da terra – esta pertence ao Senhor, eternamente.

Esta é mais uma prova de que Deus está muito mais interessado em que nEle pensemos e dEle nos ocupemos, do que nos atenhamos em enriquecer-nos, pois o tempo gasto na semeadura e colheita podia ser dedicado a mais orações, cânticos de louvores, leitura e meditação na Sua Palavra, e nos caminhos do Senhor – que os Seus servos assim o fizessem ao menos uma vez a cada sete anos.

Que importa isso para nós hoje?   Quando, pois, alguém se ver numa situação  de desemprego, que pondere e pense em aproveitá-la para aquilo que o Senhor lhe estiver chamando.   Lembremos que Ele é nosso Pastor, e portanto, nada nos faltará (Salmo 23).   Os momentos a sós com Ele são muito mais proveitosos do que aqueles em que estivermos nos entregando às lutas e ao labor do dia após dia.   Ele mesmo, Deus, estava desejoso que os homens pudessem sentir quão mais sublime, lindo, e maravilhoso é senti-Lo em suas vidas, e isso é mais saboroso e substancial do que o labor e o próprio fruto do campo.

Levítico 25:8-55 nos mostra algumas profundas verdades, semelhantemente.

Se atentarmos bem para o versículo 23 deste trecho, veremos que Deus está intentando passar-nos um princípio de sabedoria eterna.   Qual seja, homens trabalham e tentam enriquecer-se, empreendendo múltiplos esforços e empregando estratégias, com a finalidade de obter mais e mais para si.   Hoje sabemos que no mundo há alguns que detêm em suas mãos enormes quantias de dinheiro, um poder muito grande de influenciar a política de países no mundo, uma enorme quantidade de empregados a seu serviço, e muitíssimos imóveis, nas cidades e no campo.   No fundo, isso não passa de ilusão.   Pensam que eles têm tudo isso, mas estão enganados.   Nada disso lhes pertence, apenas está passando por suas mãos por um pouco de tempo, pelo tempo que Deus lhes entregou como uma concessão de empréstimo, o qual, logo…   Será que esses ricaços não sentem, no fim de suas vidas, que esta passou, e o fruto de seu trabalho não poderá ser mais gozado, a partir de certo momento?   E isso já começa quando um diabete os impede de ingerir açúcares, amidos, massas, e carboidratos.   Quando uma pressão sanguínea alta os impede de ingerir mais sal, e são obrigados em comer comida insípida…   E depois desta vida, nada  daqui levarão para a vida eterna.

A quem pertencem as riquezas?  Certamente que não aos ricos, e nem aos pobres desta terra.   Deus não é capitalista, nem comunista, nem socialista.   A quem,  então?

“Minha é a prata e meu o ouro, diz o Senhor” (Ageu 2:8)

“Do Senhor é a Terra, e a sua plenitude, o mundo e os que nele habitam” (Salmo 24:1)

Sim, isto pode parecer um tanto centralizador nas mãos de Deus, mas se reparamos bem, não é obrigatório.   Ele entregou a terra aos homens, para nela habitarem, e sobre ela dominarem – dentro dos padrões divinos – mas quando o homem pecou, permitiu que Satanás entrasse em seus domínios, e por isso é que vemos que os valores deste mundo estão invertidos; e por isso é que a cobiça, as ambições exageradas, a ganância impera em muitos lugares.   Até onde domina o comunismo, vemos que existe a disputa pelos melhores cargos do governo, onde homens intentam escapar de condições precárias da vida, chegando até a altas mordomias, nos mais altos escalões dessas autoridades.

Por este motivo é que Deus instituiu o ANO JUBILEU!

O que acontecia nesse ano?   Após sete ciclos de sete anos sabáticos seguidos, o Senhor exigia ainda mais um ano de descanso para a terra, e para os homens.    Nada se plantaria, e nada se colheria senão os frutos das árvores, para o consumo próprio das famílias.   O Senhor prometeu que no ano anterior ao sétimo ano sabático, isto é, no 48º  ano, Ele faria com que as colheitas do Seu povo seriam tão fartas, que os sustentariam por três anos – assim o povo descansaria dos seus labores por dois anos seguidos, para trabalharem na terra somente após o ano Jubileu, sendo sustentado pelo fruto da terra do 48º ano – isto, se Israel fosse fiel à Sua Lei (Levítico 25:20-21).

Infelizmente, nem sempre a Lei do ano Jubileu foi cumprida, e não sabemos se de fato o foi por todo o povo alguma vez, mas o que Deus pleiteou por fazer nesses anos cinquentenários, era oferecer ao povo todo a oportunidade de um novo recomeço nas suas vidas.

Aos credores, Deus lhes estava dando a chance de serem humanos e generosos, libertarem a seus compatriotas escravizados. Assim sendo, a esses credores, estava dando-lhes a alegria de sentirem-se cooperadores do Senhor, que os libertou da escravidão do Egito.    Assim como Ele tem prazer em ver sacudido o jugo da servidão, que Seu povo também se solidarizasse com Ele, libertando os escravos.

Se esta Lei do ano Jubileu imperasse no Haiti, não teria havido o genocídio que houve, de todos os senhores de escravos, e mesmo em outros países, muita dor teria sido poupada se tivessem aproveitado esta grande oportunidade de fazerem felizes as famílias de escravos.   Não teria havido tantas maldições e tantas desgraças sobre o povo.   Em II Crônicas 36:20-21 o Senhor mostra que, como o povo de Israel, por muitos anos, não obedeceu à Lei do ano Jubileu, Ele mesmo retirou o povo da Terra de Israel, para que a terra forçosamente descansasse por 70 (setenta) anos.

Quando lemos o texto, supomos que Deus permitiu que houvesse escravidão em Sua Terra Santa, mas quando lemos Levítico 25:14-17, podemos concluir que Ele só estava trazendo ao Seu povo um novo conceito de relações entre senhores e escravos, patrões e empregados.

Os pobres, ou empobrecidos pelas vicissitudes da vida tais como enfermidades, morte prematura, ou morte de um arrimo de família, encontravam na possibilidade de vender a própria liberdade (em outras palavras, o seu trabalho servil), a fim de poderem pagar suas dívidas, e viverem honrosamente.

Os acontecimentos eram sequenciais – os desafortunados, primeiro, vendiam suas terras, e, não tendo terras para nelas trabalhar para si, não tinham como sobreviver, endividando-se cada vez mais.   Assim, o tal acabava vendendo-se como escravo, simplesmente, a algum credor seu.

Se o pobre que se fez escravo tivesse algum parente próximo ou distante, que se dispusesse a remir sua dívida, este poderia fazê-lo, a fim de que não houvesse mais escravidão na Terra.   O valor estimado era de acordo com o número de anos a correr até o ano Jubileu.

Caso ninguém o remisse, então eles esperariam pelo ano Jubileu, quando o escravo sairia forro, e as terras seriam devolvidas ao proprietário original, e assim, de uma condição de escravidão, o cidadão passaria a ser livre e voltaria a possuir seu quinhão de terra, a ele destinado desde o início da divisão dos lotes.

Em suma, não haveria perpétua escravidão entre patrícios, e nem vendas perpétuas de propriedades rurais.   Somente as casas das cidades é que poderiam ser vendidas em definitivo, exceto, claro, as casas  dos levitas, pois estas a esses israelitas foram dadas como consagração desses bens aos “primogênitos de Jacó” – além do fato de que aos levitas não foram originalmente destinadas partes do campo para semearem.

 Em Levítico 25:23 Deus repisa o conceito base de todo o procedimento, mostrando a grande razão para haver bondade e generosidade entre as pessoas:  – “Porque a Terra é minha, pois vós sois para mim estrangeiros e peregrinos”.

Levítico 25:33-38 é uma passagem que nos mostra que Deus não se agrada da miséria entre os homens.   A pobreza não é característica do Reino do Céu, muito pelo contrário – a Nova Jerusalém é pavimentada de “ouro transparente” e as suas portas são de pérolas enormes, de peça única.   As muralhas são de jaspe.   Os alicerces são de pedras preciosas diversas.  Na presença de Deus não há pobreza (Apocalipse 21:14, 17-21).

Em Levítico 25:39-40 ainda diz que quando um israelita “vender-se” como escravo a outro israelita, aquele não deverá trabalhar com dura servidão, debaixo de chicotes de feitores, mas apenas como alguém que aluga os seus serviços – somente até soar a trombeta (shophar) vibrante, no Dia da Expiação Nacional, do Ano Jubileu.

A razão para este tratamento mais brando, como se aquele vendido não fosse escravo, é mais uma prova de que a escravidão nunca foi plano de Deus para os Seus.

Havia, contudo, estrangeiros, oriundos de outras nações, que também se propunham vender-se como escravos.   A estes, o Senhor permitia que fossem perpetuamente escravos.  Havia, no entanto, razões para essa exceção.

O costume dos povos pagãos era tal que para eles, nunca houve uma história de “Ano Jubileu”.   Seu status era definitivo, a menos que fossem dispensados pelos seus senhores.   O tratamento, porém, dado a estes, jamais deveria ser truculento, pois a máxima ”amareis ao teu próximo como a ti mesmo” (Lv. 19:18) prevalece em todo tipo de relacionamento, e o escravo também é o próximo, um ser humano.   Se hoje se entende que nem a animais se deve infringir maus tratos, que se dirá do meu próximo?

Os israelitas tinham que entender, também, que todos eles foram libertos da escravidão pela mão forte do Senhor, com o desprendimento de muito poder do céu; e portanto, todos eles pertenciam, sim, ao Seu grande Libertador (Lv. 25:55);  não deveriam ser escravos de mais ninguém, e muito menos de seus irmãos.   Os estrangeiros não entendiam isto, a princípio, porque não tinham a mesma história de vida, e não conheciam ao Senhor.   Em outras terras, com toda certeza, eram dados à idolatria.    Sua convivência com o povo de Israel teria que passar por um abandono dessa prática idólatra, e caso se convertessem a Jeová, então poderiam desfrutar das benesses da Lei do Senhor.   Isso tem um significado profundo:  o povo que se reconhece pecador, e decide voltar-se para Deus, esse tem conhecimento do que é ser livre, e os que não se voltam para Ele, mal sabem o que é liberdade.    Nas palavras de Jesus, “conhecereis a Verdade, e a Verdade vos libertará… todo que comete pecado é escravo do pecado… Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (João 8:32,34,36). Os israelitas tiveram a oportunidade de serem libertos da escravidão, e todos, os gentios, e nós, a temos também, à medida em que Cristo nos liberta do pecado.

De qualquer forma, os povos gentílicos, mesmo através da Lei do Sinai, também teriam de receber um tratamento mais ameno, em relação ao conceito de escravatura das demais nações (Levítico 25:35; 19:13), e tinham a chance bendita de passar a conhecer e fazer parte do povo que obedece à Lei do Senhor.

A figura do Resgatador em 25:25 era uma pré-figura de Jesus Cristo. Por quê?

Porque o Resgatador era alguém que poderia ser um parente próximo ou mesmo longínquo, mas que se dispunha a sacrificar-se com a única finalidade de trazer a libertação da escravidão para seu compatriota.

Assim, Jesus Cristo entregou-Se a Si mesmo no sacrifício santo, puro imaculado, numa cruz, para nos salvar da dívida de nossos erros e pecados que eram contra Deus, e pesavam sobre o destino de nossas almas.   Andávamos todos como que vendidos para a escravidão do pecado, mas Ele pagou com Seu sangue o preço exigido para sermos remidos.   Satanás, o nosso inimigo, e de Deus, acusa-nos perante o Grande Tribunal Divino, trazendo uma lista de todos os nossos pecados, mas Jesus é o nosso Grande Advogado de defesa.   Como parente próximo, Ele morreu pelo Seu povo judeu, mas também pelos mais distantes, assim como um resgatador poderia ser de qualquer procedência.

Ninguém, portanto, tem necessidade de ser escravo do pecado, assim como o povo de Israel saiu do Egito, liberto da escravidão.   Temos um só Senhor, a quem devemos servir: Jesus Cristo é o Senhor para a glória de Deus Pai (Filipenses 2:11).

“Porque os filhos de Israel me são servos, meus servos são eles, que tirei da terra do Egito:  Eu sou o Senhor” (Levítico 25:55)… “não serão vendidos como se vendem os escravos” (Levítico 25:42).


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