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NEEMIAS – II – PORTAS DA ALMA

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marzo 13, 2020 by Bortolato

Sabia Vc que a alma tem portas? Ou melhor dizendo, portões de entrada e saída? E que através destes podemos permitir a entrada tanto de coisas de bom conteúdo, como as coisas más?

Como funcionam essas portas, isto é um assunto empolgante para quem tem fome de saber e tomar conhecimento dessa área. Sim, porque se elas podem ser abertas para o mal, isso pode prejudicar toda uma vida, tornando-a vazia, com coisas amargas, torpes e escassas de bons ventos. Neste caso os bons ingressos ficam impedidos de adentrar à alma porque a porta está entupida, cheia de tranqueiras que atrapalham o bom andamento da vida.

Por outro lado, essas portas podem facultar pleno trânsito de doçuras, alegrias eternas, que enaltecem o ser, e tornam a vida mais feliz.

Todos temos essas portas que qualificaremos de espirituais, que abrem entrada ou fecham-se para aquilo que aceitam ou rejeitam, conforme o caso.

Dependendo da decisão tomada, o Espírito de Deus é alegremente facultado a entrar e permanecer, ou infelizmente entristecer-Se, podendo chegar ao ponto dEle querer retirar-Se.

Nos dias do Antigo Testamento o Senhor quis habilitar na cidade de Jerusalém, onde se situava o Templo e o Altar em que Ele Se manifestou visivelmente através de fogo e fumaça, por várias vezes, diante de todo o Seu povo.

Jerusalém era cercada de muros altos, que deixavam cerca de doze portões de entrada colocados especificamente em lugares estratégicos de modo a ordenar e facilitar o trânsito de pessoas, animais, mercadorias, cargas e exércitos que saíam e entravam constantemente.

Os muros e portões de entrada de Jerusalém têm um sentido espiritual muito forte, ilustrando com brilho e luz as funções das portas da nossa alma. Isto porque o Senhor deseja habitar conosco, dentro de nossas almas, assim como Ele habitou com os hebreus, compartilhando de todas as experiências, dia a dia, e mantendo a direção de nossas vidas de acordo com a Sua santa e bendita vontade.

Quando o reino de Judá foi devastado por Nabucodonozor em cerca de 586 A.C., a cidade de Jerusalém foi muito destruída, tendo seus muros sucumbidos e suas pedras enormes espalhadas pelo chão, em sinal de completa desgraça. Grande parte dos moradores morreram de fome e de peste durante o cerco, e outra parte morreu à espada. O Senhor permitiu tal desdita porque aqueles judeus permitiram o pecado entrar pelas portas da cidade, e esta se tornou simplesmente detestável aos Seus olhos, e por isso a desamparou.

Jerusalém ficou naquele estado de miséria e humilhação por esse tempo, até que em 536 A.C um grupo de judeus pôde voltar à terra para reconstruir o Templo e o Altar que haviam sido destruídos.

Uma outra migração ocorreu em 457 A.C com o sacerdote Esdras, a fim de dar impulso às cerimônias de adoração e louvores ao Deus de Israel, e ativar melhor as funções do Templo, já então reedificado.

No livro de Neemias, capítulos 2 e 3 lemos que pelo ano 444 A.C o copeiro do rei Artaxerxes da Pérsia veio de Susã a Jerusalém para fazer o povo reerguer os muros da cidade.

Neemias reúne o povo local e lhe fala que veio com este firme propósito:

-”Reedifiquemos os muros de Jerusalém e deixemos de ser opróbrios” (Neemias 2:17b)

Com os muros reerguidos eles passariam a ter o controle sobre aquilo que entrasse na cidade, assim como devemos controlar a entrada de coisas que vêm para dentro de nossas almas.

Há pessoas que, qual Jerusalém destruída, não têm nenhum controle das coisas que penetram para dentro de si. Esses tais precisam de um milagre divino que lhes faça erguer muros e instalar portas para que não se tornem escravos ou joguetes do inimigo das suas almas. Esses precisam que um Neemias venha em seu auxílio para interferir no andamento de suas vidas, saneando e curando as dores da destruição espiritual.

Vamos, pois, colocar nosso espírito de observação e de análise sobre cada porta de Jerusalém, as quais Neemias pôde restaurar, visto que cada uma destas tinha uma função apropriada, que também nos fala no tocante às nossas almas.

A PORTA DAS OVELHAS

Neemias 3:1-3 nos fala da reedificação da Porta das Ovelhas, que ficava no ponto mais oriental do lado Norte dos muros, e a partir dela estes foram sendo refeitos, dando uma volta ao redor da cidade, no sentido dos ponteiros de um relógio.

Esta porta era destinada à entrada de animais que haveriam de servir de sacrifício no altar do Senhor Yaweh, e portanto era do maior interesse por parte dos sacerdotes e levitas que serviam no Templo. Eram ovelhas, bodes, novilhos, carneiros, pombas e rolinhas. Aqueles sacrifícios tinham os significados de ações de graças, de louvor, de alegria pelas festas religiosas, de tempos e tempos de servidão a Deus, de reconhecimento das culpas dos pecados, pecados estes que deveriam ser apresentados perante o Senhor da forma prescrita pela Lei de Moisés.

O sangue desses animais e aves na verdade prefiguravam o único sangue que tem o poder de lavar e purificar homens dos seus pecados: o sangue do Cordeiro Imaculado de Deus, Jesus Cristo, o Filho de Deus.

Deste modo, aquela porta trazia uma grande esperança dentro dos corações dos que apresentavam suas ofertas sacrificiais: a de serem aceitos na Presença de Deus como parte de Seu povo, e de receberem as Suas mais diversas bênçãos oriundas de Suas mãos.

Devemos ter bem presente em nossas consciências o fato de que somos, sim, pecadores, porque não podemos desfazer o que já fizemos de erros na vida, mas o que é mais importante é que vamos ao encontro do Deus que nos promete perdoar pecados, dar-nos forças para sermos santos como Ele é, à Sua semelhança, e nos restaurar à Sua comunhão.

Sim, nós devemos nos apresentar perante a Presença do Santo dos Santos, mas não de mãos vazias. Deus espera de nós o nosso louvor, nossa dedicação, nossa transparência e submissão à Sua vontade, mas nada disso tem tanto valor diante do Pai quanto o sangue de Seu Filho que foi crucificado no monte Calvário. Para sermos mais claros, a única maneira de sermos perdoados e bem recebidos pelo Pai no Seu trono celeste é através do sangue do Senhor Jesus.

No Evangelho de João, capítulo 5, verso 2 esta porta é mencionada por se localizar, já na época do Novo Testamento, perto do Tanque de Betesda, que tinha cinco pavilhões, onde quase cinco séculos depois de Neemias ali se achavam os enfermos: cegos, paralíticos, mancos, dentre outros tipos de deficiências físicas, que esperavam pacientemente que um anjo tocasse nas suas águas, e quando isto acontecia, alguém destes era curado ao entrar nas suas águas e lavar-se.

Esta porta, portanto, era a porta do milagre da restauração da saúde. Na impossibilidade de um certo paralítico poder usufruir da graça de ali banhar-se, Jesus, o próprio Filho de Deus, curou-o maravilhosamente.

É também a porta da fé por excelência. Mesmo não tendo condições de levantar-se e de ir ao encontro do anjo que tocava nas águas, aquele homem foi agraciado pelo Filho de Deus, porque ficava firme na fé e no propósito de receber a cura que os médicos humanos não poderiam dar-lhe.

Abramos os nossos olhos da fé, fiquemos firmes, como que vendo o invisível, pois o Senhor Jesus deseja nos surpreender com um milagre maravilhoso que adentrará e mudará as nossas vidas.

Antes de prosseguirmos para a próxima porta de Jerusalém, vamos nos deter a um detalhe importante: os colaboradores de Neemias tiveram que reconstruir também as torres, que ficavam próximas às portas: a torre de Hananel, a torre dos Cem, e mais adiante, do lado oriental, a torre de Ofel, dentre outras.

Essas torres marcam a cidade, como emblemas de segurança contra ataques de inimigos. Não podemos viver como se não fôssemos jamais atacados, porque vivemos em um mundo que jaz no maligno. Precisamos sobriamente vigiar, a fim de podemos estar bem firmados, e prontos para resistir às investidas e às astúcias de Satanás.

A PORTA DO PEIXE:

Esta porta era assim chamada porque negociantes de peixes frescos, salgados ou secos traziam as suas mercadorias por ali, a fim de suprirem os mercados que os recebiam pelo interior da cidade.

Peixes eram parte do cardápio do povo que habita nas cidades. São, portanto, alimentos para a reposição das forças dos que os ingerem.

Alimentos precisam ser saudáveis, porque senão poderão trazer doenças, no lugar de refazerem as nossas forças.

Com que alimentamos nossas almas? O nosso pão diário é claramente revelado por Jesus, o Cristo:

  • Eu sou o Pão da Vida; o que vem a mim jamais terá fome, e o que crê em mim jamais terá sede.” (João 6:35)

Jesus falou assim, após haver multiplicado cinco pães e dois peixes para saciar a fome daqueles que vinham a Ele em busca de seu Messias, mas eles pareciam estar bem mais atentos ao pão material dos que ao espiritual, e esta sua fala veio para esclarecer-lhes qual o pão deveria ter sido o alvo maior de suas buscas.

Em João, capítulo 4º, Jesus disse aos discípulos que tinha uma comida para comer que eles não a conheciam, a qual consistia em fazer a vontade do Pai e fazer a Sua obra. (João 4:31-34)

Ele disse com muita firmeza ao diabo, quando da tentação no deserto:

  • Nem só de pão viverá o homem, mas de toda Palavra que sai da boca de Deus”.

Que os nossos ouvidos estejam bem abertos para ouvirmos e aceitarmos as palavras de Deus, quais “portas do peixe” de nossas almas.

Por sinal, um certo peixe, quando desenhado, veio a ser símbolo do cristianismo primitivo, o qual trazia a mensagem subliminar contida nas letras gregas do mesmo: ICTUS, que deu ensejo a um recurso mnemônico das palavras: “Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador”.

Restauremos esta Porta do Peixe, e Jesus , o Filho de Deus, seja o nosso Messias, e o nosso Salvador.

A PORTA VELHA:

Esta porta, ao que tudo indica, era da muralha antiga, ou da “cidade antiga”, seguindo-se para oeste, para a esquina onde se localizava, a noroeste da cidade. Esta entrada dava acesso à estrada que ia a Damasco.

Significativamente esta porta é a que passa pelo monte Calvário, o qual se localiza fora da cidade, e junto a este, fica a “caverna de Jeremias”, onde o profeta se escondeu durante a trágica invasão babilônica que houve em seus dias.

O detalhe mais importante desta entrada é que, junto ao Monte Calvário havia um horto, ou jardim, mencionado por João 19:41-42, e nesse jardim havia uma sepultura, a qual foi doada pelo senador José de Arimateia para que ali se depositasse o corpo morto do Senhor Jesus naquela sexta-feira da Paixão que o mundo todo hoje toma conhecimento.

Esta porta, pois, abre a vista para a morte vicária de Jesus, o Cristo, e também para o Seu sangue derramado por amor de nós, os que pecamos contra Deus, com a finalidade de nos livrar das nossas culpas e das mãos do maligno, fazendo-nos salvos da ira vindoura.

Essa Porta Velha nos traz mais uma luz para os nossos corações: a luz da esperança de uma ressurreição, à semelhança da ressurreição do Senhor Jesus.

O túmulo em que o corpo de Jesus repousou nos também nos traz à memória a Sua ressurreição, que houve naquela Páscoa, daquele ano da Era Cristã.

Temos então duas vistas grandiosas: uma representando o lugar da maldição de morte que Jesus assumiu em nosso lugar, e a outra, nos levando a visão para a Sua ressurreição, que nos enseja à nossa ressurreição à semelhança da Sua, que em breve há de se manifestar, e lembrar-nos que um dia haverá um Juízo Final, quando mortos ressuscitarão e prestarão suas contas ao Supremo Juiz de toda a Terra.

A PORTA DO VALE:

Esta porta foi aquela por onde Neemias iniciou a sua incursão noturna, que lhe deu uma ideia mais acurada sobre o estado das muralhas de então. Localiza-se no lado oeste da cidade. Saindo por esta porta, ele rumou para o sul, rodeando o poço de Siloé e depois, contornando ainda os muros caídos, rumou pelo norte, passando pela Porta da Fonte, e depois voltou pelo lado oeste da cidade, retornando para dentro através da mesma Porta do Vale, novamente.

Foi uma verificação prévia de quem não estava ali para satisfazer os seus próprios desejos, mas sim, aos do povo que voltou do Cativeiro e vivia em situação vexatória diante dos outros povos vizinhos.

Esta é a porta por que devemos andar para estendermos as mãos para os necessitados do povo de Deus. Alguns deles tiveram sorte por estarem vivos, mas as marcas das ameaças e da humilhação do Cativeiro ainda estavam latejando, fazendo lembrá-los da dor por que passaram e ainda estavam passando. Esta porta é a do Vale da dor, e do altruísmo que não fica omisso diante da dor do próximo.

Deus nos chama para sermos semelhantes a Ele. Ele é um Deus sofredor, ainda que possua todo o poder em Suas mãos. Quem quiser agradá-lo terá que ser como Ele é: santo, piedoso, altruísta, e misericordioso.

A PORTA DO MONTURO:

Esta porta ficava na extremidade sul da cidade, perto do tanque de Siloé. Era a saída principal para o vale dos filhos de Hinom. Esse vale tem uma história macabra, pois foi ali que o rei Manassés sacrificou seus filhos aos ídolos (II Crônicas 33:6), quando sua fase idólatra estava no auge.

O rei Josias, neto de Manassés, veio depois para profanar aquele altar maldito e assassino de crianças, e o transformou em um monturo, ou seja, um depósito de lixo. Por este motivo é que esta porta também foi chamada de “Portão do Esterco”.

Observação: o termo hebraico Geena (aglutinação de Ge-Hinnom) significa “Vale de Hinom”, o qual se identifica com a região em que Jesus usou de ilustração para o inferno, “onde lhes não morre o verme e nem o fogo se apaga” (Marcos 9:44).

Esta porta nos leva a concluir que é necessário lançarmos fora de nossas almas toda sorte de imundície, a fim de que estas não nos contaminem, o que pode causar a nossa destruição (II Coríntios 7:1 e I João 1:9)

A PORTA DA FONTE:

Ficava do lado sudeste do monte Sião, abaixo do Tanque de Siloé, no extremo sul da cidade, tendo do seu lado de fora, o Vale do Cedrom.

Este Vale tinha que ser transposto para que quem saísse da cidade pudesse dirigir-se ao Monte das Oliveiras, lugar para onde Jesus costumava levar os Seus discípulos, a fim de passar longas horas instruindo-os e com eles orando. Foi ali naquele monte que Ele também suou gotas de sangue enquanto orava ao Pai, antes de ser preso, julgado, condenado e depois levado à cruz.

Esta porta, pois, é a porta da oração insistente. Quando chegam horas difíceis, todos nós necessitamos nos retirar para orar ao Pai, longe do tumulto da cidade, para que quando tivermos de enfrentar tentações, possamos estar bem preparados, com o poder do Altíssimo nos cobrindo.

A Porta da Fonte dava acesso ao tanque de Siloé, para quem entrava por ela para dentro da cidade. Esse tanque foi também chamado de “Tanque do Rei”, desde os tempos em que Judá tinha rei e era independente de outros reinos.

Ora, Davi foi o rei que prefigurou o grande Rei Jesus, e isto nos leva a meditar sobre os caminhos de quem vinha pelo lado sul da cidade… Estes provavelmente passavam pelo Vale de Hinom, onde há lembranças de pecados do passado, e em descartando-se o lixo ali, voltavam-se para a cidade pela fonte do Rei, do Rei Jesus.

Jesus é a fonte que nos traz purificação dos pecados, e nEle temos acesso ao rio de Águas Vivas, do Espírito Santo. Cheguemo-nos à Fonte do Rei dos Reis, o Senhor dos Senhores, para lavarmos nossas consciências com água limpa, e tornarmo-nos agradáveis a Ele, e assim prosseguirmos as nossas jornadas.

A PORTA DAS ÁGUAS

Esta ficaria do lado oriental do monte Sião, defronte de Giom (Nee.3:26), um pouco mais ao Norte, como que indo para a direção do Templo.

Esta porta foi aberta para os judeus que Davi, através de Joabe, conquistou a cidadela dos jebuseus, verdadeira fortaleza, anteriormente chamada de Jebus. Foi uma verdadeira façanha, uma demanda estratégica que passou a dar o poder sobre o lado da cidade de Jerusalém que ainda não havia sido conquistado.

Que o Senhor conquiste todos os cantos de nossos corações, não restando nenhum reduto para o inimigo de Deus dentro de nós.

O que é mais importante, além de tudo, é que este ficava perto da fonte mais acessada pelos moradores da cidade, de forma que quando o sacerdote Esdras fez a abertura da Festa dos Tabernáculos, no ano em que os muros foram totalmente reconstruídos, o povo se reuniu na praça que havia defronte da Porta das Águas (Nee. 8:1-12). Ali era também um dos lugares onde o povo estendeu as suas tendas pelos dias daquela comemoração (Nee.8:16-17).

Pois bem, Jesus, cerca de 480 anos depois, em uma daquelas Festas dos Tabernáculos, levantou sua voz solenemente e clamou, no último dia da celebração:

  • Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em Mim , como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de Águas Vivas. (Isto Ele disse com respeito ao Espírito Santo que haviam de receber os que nEle cressem…) (João 7:37-39a).

Essa porta das Água, pois, nos convida a crer, abrindo totalmente os nossos corações para Jesus, pois que em assim fazendo, estaremos nos preparando para a entrada do Espírito Santo na Sua plenitude – ao ponto de fazer-nos verdadeiros canais do transbordamento de Suas águas.

Jesus é quem nos batiza com o Espírito Santo e com fogo, conforme a promessa que nos foi dada através do profeta João Batista.

A Porta das Águas é também chamada de Porta Oriental, ou Porta do Rei. Em Ezequiel 44:1-3 nos fala da mesma, profetizando que esta ficaria fechada, porque por ela o verdadeiro Deus de Israel entrou, mas o Prícipe, o Messias, ali se assentará para comer o pão diante do Senhor.

Que esta porta de nossa alma se abra para entrar o Rei da Glória, e faça de nós morada Sua para sempre.

A PORTA DOS CAVALOS:

Esta ficava bem próxima à esquina do lado sudeste do Templo, defronte do palácio do rei, (Nee 3:28 e Jeremias 31:40) usando de uma ponte para lá chegarem os que adentravam à cidade.

Em II Reis 23:11 lemos que o rei Josias, em sua performance zelosa no sentido de destruir aquilo que trazia maldições sobre o povo de Judá, ordenou que fossem retirados os cavalos que reis idólatras de Judá haviam dedicado à adoração ao sol, (o chamado deus Amom-Ra, do Egito) e queimou os carros dedicados a essa adoração, de modo que não mais tais portas se prestassem para tal despropósito na vida de servos de Yaweh.

Isto significa que podemos usar nossas forças tanto para o mal quanto para o bem. Se porventura as temos usado para o mal, façamos como Josias, que tomou decisões radicais para extinguir males, e permitir que o Senhor derrame sobre nós as Suas bênçãos..

Cavalos eram animais usados nas guerras e em desfiles por ocasião das festividades, mostrando a força da milícia real ao povo. Isto nos faz entender que a vida cristã está permanentemente em guerra espiritual, e que os cristãos precisam uasr da força e do poder do Espírito Santo para poderem batalhar nas guerras de Deus, e por fim obterem vitória.

  • Não por força, nem por violência, mas pelo Meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos” (Zac.4:6).

A PORTA DA GUARDA::

Esta ficava na direção Nordeste de Jerusalém. Miphkad é o termo hebraico que é usado para designá-la, que pode ser traduzido por “recenseamento”, mas presume-se que tenha sido usada para reuniões que se realizariam entre oficiais, ou algumas vezes de membros do Senado judaico (Sinédrio).

O fato é que ela ficava próxima às casas dos servos do Templo (chamados de netinin) e de comerciantes da cidade.

O seu nome foi dado como local próprio para visitas, inspeções, fiscalização e formação de grupos de membros importantes da cidade, como eram os chamados “anciãos”. Daí passou a ser chamada de Porta da Guarda em algumas versões portuguesas. Versões inglesas a denominam de “Miphkad Door”, e as espanholas chamam-na de “Puerta de la Inspección”.

Ficava entre a Porta dos Cavalos e a das ovelhas, a última do lado leste, bem ao nordeste, perto de fazer-se uma curva, contornando o muro para o lado norte.

Esta porta nos diz respeito ao discernimento que temos de ter quanto a tudo quanto se nos propõe a entrar em nossas vidas. Esse dom tem como função coar, filtrar, depurar coisas, acontecimentos, e contatos, a fim de conservarmos puro o foco da finalidade de uma cidade onde se localiza a Casa de Deus. Aqueles que permitirem que Deus faça uma obra bem feita em suas almas, com toda certeza ainda serão cidadãos do Reino do Céu, e corregentes com o grande Rei, nesta terra.

A Porta da Guarda, pois, representa aquela que nos leva à reflexão, com vistas a fazermos autoexame de nossas atitudes a fim de verificarmos se tudo vai bem, se não há algo mal colocado ou assentado dentro de nós. É a porta da autoavaliação, na qual podemos encontrar erros internos, íntimos, e nos propormos a não mais cometê-los, e nos autodisciplinarmos.

O que teria penetrado em nossos corações que não agradou ao Senhor e que nos faz sentir que precisamos corrigir? Temos que exercer contínua vigilância quanto a essas coisas, estarmos atentos porque é muito fácil haver corrupção dos caminhos que encetamos andar com Deus, e é, às vezes, um pouco desconfortável reconhecermos que temos que mudar – mas ainda que nos custe, temos que fazer, agir eficazmente no sentido de sanear nosso modus operandi.

EPÍLOGO:

Jesus, no Evangelho de S. João, capítulo 10, se propõe como o Bom Pastor, aquele que vigia a porta das suas ovelhas. Ele é Aquele que enfrenta os lobos que anseiam por adentrar no aprisco, para devorá-las. No sentido espiritual, quem O tiver como seu Pastor, verá que Ele mesmo é a porta para os campos celestes, cuja descrição é “onde as ovelhas entrarão e acharão pastagens”.

Através da Porta das Ovelhas da cidade de Jerusalém terrestre, os animais entravam para serem sacrificados, em atenção à Lei Mosaica. Jesus coloca-se como a Porta neotestamentária, na qual Ele mesmo se faz o Cordeiro vicário de Deus que tira o pecado do mundo, e desta forma as ovelhas são poupadas e dispensadas dos sacrifícios cerimoniais da Lei.

Como Ele é a Porta nova, Ele chama as ovelhas, não mais para entrarem em Jerusalém, mas para saírem do aprisco sob Sua direção e supervisão, a fim de caminharem juntos até encontrarem alimento, água e sombra nas pastagens em que temos vida eterna e abundante (João 10:10).

Cristo ainda bate à nossa porta pedindo admissão, conforme Apocalipse 3:20, e se Lhe abrirmos a porta da nossa alma, ao adentrar, Ele se torna a nossa Porta de entrada para a vida eterna com Deus.


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