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NÚMEROS – XII – QUE DEUS LHE FAÇA FLORESCER!

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mayo 12, 2014 by Bortolato

Vara da amendoeira

Quando Deus deseja mostrar que nos tem escolhido, quando Ele quer realizar obras, sejam estas as mais espetaculares e incríveis ou não, Ele as faz, e não há quem O detenha, pois não há mão que possa deter a Sua mão poderosa.   O impossível Ele o fará, quer alguns queiram ou não, quer gostem ou não.   Sua soberania não falha.

Ele fez nascer água da fenda de uma rocha.

Ele fez que águas do mar se secassem em um instante, abrindo passagem para o Seu povo passar.

Ele fez que do orvalho do céu, de pequeninas gotas de água destilada, brotasse o maná, no meio de um deserto.

Ele tanto fez bênçãos caírem sobre Seu povo, como fez dez pragas caírem sobre os que pretendiam mantê-los como escravos.

Seu poder e capacidade de operar coisas inéditas é incalculável, vai além da nossa limitada imaginação.

Para Ele não existem dificuldades, embora, para nós, estas se nos apareçam diariamente.

Seu desejo é que todos os homens recebam muitas bênçãos, aliás, toda a Sua criação.   Sucede, porém, que não são todos os homens que têm um espírito agradecido e submisso à Sua vontade.   Daí é que surgem as obras que Ele faz para abençoar as pessoas, ou, em casos adversos, para as amaldiçoar.

Pela Sua vontade, o homem nunca, jamais, em tempo algum, teria pecado – então o Jardim do Éden se teria crescido e expandido para o norte, sul, leste e oeste, espalhando bênçãos para as demais áreas do globo terrestre, para onde quer que este ser, o homem, pudesse lá chegar.

Mas o homem falhou, pecando, e então começou o afastamento da presença e das bênçãos de Deus; mas isso não foi de Sua vontade, não partiu de nenhuma ação ou providência divinas.

Cresceram e se multiplicaram sobre a Terra, formando várias raças, famílias, clãs, cidades, e nações.

Queria Ele que todos se voltassem para a Sua presença, que todos buscassem fazer o que Lhe é agradável, e que suas maiores ambições convergissem para obter o especial favor de poderem contemplar a Sua face, mas isso não foi assim.   Afinal, todos se desviaram, e se tornaram seres abjetos aos Seus olhos (Salmo 53:1-3).

Perguntamos o que faria o leitor no lugar de Deus numa situação como esta.   Talvez alguns diriam que aniquilariam a todos os transgressores da lei, exterminá-los-ia da face da Terra, para acabar de vez com todo o mal, grande ou pequeno.   Esta atitude, no entanto, se tomada, não permitiria sobrar sequer um só homem neste mundo para contar a história, nem mesmo o dileto leitor, e nem o escritor destas palavras!

Como, contudo, Ele não é como nós, homens, Ele tem sabedoria e um grande amor capaz de encetar um plano para salvar o que se havia perdido (Lucas 19:10).   Para Ele, como todas coisas Lhe são possíveis, não há dificuldades, embora, para nós, estas se nos apareçam diariamente.

Daí, então, vimos como Ele decidiu fazer da descendência de Abraão, um povo sobre o qual colocaria a Sua mão abençoadora, e assim o fez.

Escolheu a Israel para fazer dele um povo Seu.

Israel, porém, muito embora fosse um povo descendente de homens cheios de fé e fidelidade ao único Senhor e Deus, também mostrou que não foi digno dessa gloriosa e abençoada escolha.   Em meio a esse povo, houve muitas coisas, em muitos momentos, que desagradaram a Deus, entristeceram-nO e suscitaram-Lhe a ira.

No capítulo 16 de Números, vimos como Ele  teve de tratar com aqueles que O desafiaram.   Os homens mostraram ser ciumentos, obtusos, egoístas, “donos da verdade”, além de rebeldes e pirracentos.   Este foi o caso que se deu no episódio gerado por Coré, Datã e Abirão.   Quiseram apoderar-se de privilégios que já tinham sido concedidos a seu irmão, Aarão…

O que acontece quando há uma crise em um relacionamento entre pessoas?    As coisas  podem ir de mal a pior, trazendo finais infelizes para ambos os lados.

Para aparar-se os golpes que as ofensas poderiam trazer, redundando em reações cada vez mais violentas, é de bom alvitre escolher-se alguém de confiança para as duas partes, para servir de intermediário no meio desse conflito.   Nesses casos, quem iria dar a última palavra, aceitando ou rejeitando o mediador, seria o lado mais forte, que tem o poder ou habilidade para matar o outro, e já detém nas mãos as armas prontas para o golpe fatal.   A  parte mais fraca só terá condições de aceitar a quem quer que seja, pois não estaria em condições de fazer quaisquer escolhas.

Pois bem, esta ilustração, embora imperfeita, abre-nos aos olhos o fato de que Deus tinha feito Sua escolha, e esta recaiu sobre a pessoa de Aarão – este seria o homem que Ele aceitaria como intermediador, aquele homem que intercederia por pecadores arrependidos, e que se dispusessem a recomeçar a andar novamente às boas com o Excelso.

A escolha estava feita, Aarão seria o homem que serviria incompleta e precariamente de figura do Grande Mediador entre Deus o os homens – Jesus, o Cristo, o homem Deus (I Timóteo 2:5) e não haveria outro igual.

Após a rebelião de Coré em Cades Barnéia, ficou erguida uma dúvida: a quem foi que Deus escolhera para ser o sumo sacerdote, e representar ao povo em um sacerdócio aceito pelo Altíssimo, ali naquele deserto?   Depois que chegaram até as portas de entrada da Terra Prometida, e tiveram de voltar, começaram a duvidar de tudo – até mesmo da eficiência de Moisés, como profeta – e o levante de Coré suscitou no povo uma disposição para revoltas.   As situações críticas que puseram a Moisés e a Aarão em risco de serem linchados pelos rebeldes tinham de parar, ou então tudo poderia ser posto a perder.   Não fossem as intervenções emergentes de Jeová nos momentos exatos, aqueles dois servos de Deus já teriam morrido assinados pela turba.    E se naquela ocasião tivesse havido a morte dos irmãos líderes do povo, ainda que com uma única pedrada, a vingança do Senhor teria sido muito mais violenta.   Talvez todos os israelitas tivessem sido mortos, com exceção de Josué, Calebe e suas famílias.   Para Deus, isso também não teria sido problema, pois Ele é o Deus dos recomeços.

Números, capítulo 17.   Aquela situação, no entanto, não poderia mais tornar a acontecer.  Algo tinha de ser feito, a fim de evitar-se que alguém mais do povo ousasse insinuar algo ou balbuciar qualquer palavra no sentido de achar que havia mais candidatos pretendentes ao sacerdócio, prontos para preencher aquela posição diante do povo.

Para que o povo não alimentasse mais a dúvida que levou alguns a morrerem neste cenário, devido a sua dureza de coração, o Senhor propôs uma ato que lhes foi uma prova de Sua vontade.   Pois que Ele era a parte mais forte do conflito, e estava com sua espada na mão, pronta para exterminar a quem Ele o quisesse.   Era Ele quem poderia dar a última palavra, colocando um ponto final naquela questão.

Era importante saber qual a vontade de Deus, e esta se manifestaria mais uma vez de forma maravilhosa.

Os homens iriam até onde pudessem encontrar amendoeiras, e lá escolherem doze galhos, que seriam podados e limpos.   Uma vara seria formada para cada representante líder de tribo.   Aarão colocou o seu nome em uma delas, pela tribo de Levi.    Cada líder esculpiu o seu nome em sua vara.

Poderia alguma delas florescer em um só dia?   Não naturalmente, mas sim, pelo poder miraculosos de Deus.   O desafio de Moisés ao povo era o desafio que Deus lhes estava a fazer-lhes.

Essas varas estavam tão limpas que não havia uma folha sequer para brotar nelas, naquele momento.   A sequidão do deserto não era propícia para algo assim.

Todas as doze varas foram então trazidas por Moisés para dentro da Tenda do Testemunho, isto é, diante da Arca da Aliança, de onde Deus falava com seu profeta.   Todos saberiam, então, que essa prova viria trazer à luz a vontade do Senhor Javé. A vara que florescesse revelaria quem era o escolhido do Senhor, a quem Ele permitiria entrar à Sua presença no Santo Lugar.

No dia seguinte, um fato estupendo para todos verem:  nada de inesperado, diante de tantos outros sinais que Deus já lhes havia operado naquele deserto, mas a maneira como viram o bordão de Aarão foi bastante notável.   Era impossível que aquilo não chamasse a atenção de quem para lá olhasse.

Aquela simples vara de Aarão, a única dentre aquelas doze, estava com algumas partes inchadas, onde se teriam desenvolvido gomos, nós, de onde saíram brotos que cresceram e produziram flores; e, como se isto ainda não bastasse, além de flores, estas frutificaram, produzindo amêndoas.

Estava muito claro.   O Senhor escolhera somente a Aarão.   Que os demais aspirantes ao sacerdócio afastassem quaisquer ideias a respeito disso, e que se mantivessem longe de qualquer pretensão nesta carreira.

Uma coisa, todavia, fica patente: quando Deus escolhe,  Ele não Se arrepende, e não volta atrás.   Aquilo que Ele promete a Seus filhos, não será negado, a menos que o homem escolhido abra mão e decline dessa escolha.   Enquanto, pois, permanecermos firmes nessa fé, ainda que sejamos atacados, rejeitados, ou chamados de “candidatos espúrios” ao sacerdócio, Ele é Quem nos sustenta no Seu serviço.

Jesus, o Cristo, é o verdadeiro Sumo Sacerdote, da ordem de Melquisedeque, e logo que Ele morreu na cruz, o véu do Santuário rasgou-se, como que desfazendo aquilo que era apenas uma figura do Seu legítimo sacerdócio.   Desfez-se então o sacerdócio aarônico, pois que era chegada a hora de revelar-se o verdadeiro sacerdócio que agrada a Deus.

Hoje, todos os que Ele escolheu, chamou e ungiu, são Seus sacerdotes por multiplicação espiritual, que levam o povo à confissão, arrependimento, salvação, libertação do poder e da condenação do pecado.   E agora não há distinção:  todos Seus discípulos, Seus seguidores são chamados para este sacerdócio real, raça eleita, nação santa, povo de exclusiva propriedade de Deus, a fim de proclamarmos as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz – nós, sim, que antes não éramos Seu povo, mas agora somos povo de Deus, que dantes não tínhamos alcançado misericórdia, mas agora alcançamos misericórdia (I Pedro 2:9-10).

Em outras palavras, somos abençoados ao ponto de nossos bordões florescerem, mesmo quando não há condições climáticas ou terrenas de florescerem.

Temos, contudo, de notar alguns detalhes muito importantes:

Antes de tudo, que ajamos conforme Ele nos orienta.   A direção de Deus em nossas vidas é primordial, deverá ser o princípio de todas as bênçãos que Ele nos dá.   Seguirmos Suas orientações é condição sine qua non para sermos abençoados.

O segundo passo seria: nossos bordões de sacerdotes têm que passar tempos na presença do Senhor, no Lugar Santíssimo, do Tabernáculo do céu.   Hoje o Tabernáculo físico já não tem mais o valor que tinha antes da morte do Senhor Jesus, mas temos que levar nossos bordões perante a presença de Deus, perante o Seu alto e sublime Trono.  Mas isso não pode mais ser por apenas um dia, mas por muito mais tempo, continuamente,  e para sempre!

Um terceiro passo a ser tomado:  temos que esperar que o dia da Sua visitação chegue até nós.  Existe o tempo certo para florescermos.  Existe tempo para tudo debaixo do céu (Provérbios 3:1), mas este florescer não acontecerá no nosso tempo.   Devemos esperar tranquilamente que o nosso dia chegará, e não faltará.   Há momentos em que não podemos fazer nada senão orar, e no mais, ficarmos quietos, e sossegados.   A fé nos diz que Deus costuma falar em ambientes quietos, onde os sons do mundo não abafem a santa voz e a Sua operação dentro de nosso interior.

Em quarto lugar, chegará o dia da florescência, o dia em que a florada desabrochará, e ficará exuberante.   A nossa bênção será tão grandiosa que servirá para ser guardada como um exemplo padrão, uma amostra do que Deus quer e faz em cada vida, para ser exposta dentro de Sua Arca do Concerto, para que sirva de Testemunho para todos quantos quiserem e vierem a saber de nossas histórias.

Todo o mérito, toda a honra, toda a glória, todo o louvor, toda a majestade, todo o domínio, poder e todo o galardão pertencem Àquele que venceu na cruz, e que por nós intercede como nosso Sumo Sacerdote.


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