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NÚMEROS – XIII – O SEGREDO DA PROVISÃO DE DEUS

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mayo 18, 2014 by Bortolato

Coisas estranhas em Israel

Deus está preocupado com o seu sustento diário?  Sim.   Como, se tanta gente sente apertos nesta área, e alguns até passam por necessidades primárias?  É preciso obter condições para se viver uma vida satisfatória… A mim e a V., Ele dará aquilo de que precisamos?   O mundo está ficando cada vez mais agressivamente competitivo, gerando uma insegurança muito grande por toda parte…

Disse Jesus: – “Buscai, pois, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a Sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mateus 6:33).

E os sacerdotes que se entregaram ao Seu serviço integral, dando-Lhe a vida toda para o Seu sacerdócio, obterão aquilo de que necessitam?   E se obtiverem, então não precisarão fazer mais nada, depois de consagrados, para ganharem o seu pão de cada dia?

Para se obter o sustento quotidiano, via de regra, é preciso trabalhar.   Para se obter algo mais, será preciso muito mais trabalho, e algum golpe de sorte, mas principalmente, e acima de tudo, a bênção de Deus.

Quais as regras para se executar o serviço consagrado a Deus?   Como Ele desejaria que eu trabalhasse, servindo-O?   O que deveria eu fazer?   Qual seria minha função?

O capítulo 18 de Números trata dos deveres e dos direitos que os sacerdotes e levitas receberam no passado, mas também nos fala hoje de certa forma, pois que o serviço para Deus ainda precisa ser feito, e há muito a se fazer.

Poderia alguém pensar que estaria voluntariamente se oferecendo, num gesto que, por antecipação à escolha divina, teria alguma vantagem, mas isto não é assim.   Ninguém se antecipa à escolha divina.  É Deus quem nos escolhe.   Ninguém se autodesigna a servir ao Senhor.

Disse Jesus:

“Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça…”  (João 15:16)

O desejo de servi-Lo já foi provocado por Ele mesmo, que Se revelou com Seu irresistível amor… que já foi programado desde antes de fundação do mundo (I Pedro 1:18-21).

Temos, primeiramente, que compreender que nem tudo é sacerdócio, no serviço e na presença de Deus.  O Senhor escolheu a tribo de Levi para desenvolver todo um trabalho de montagem e desmontagem, transporte, guarda, zeladoria e conservação do Tabernáculo.   Não era um trabalho leve; era muitas vezes duro, pesado, que demandava força e energia de homens fortes para a execução dessas tarefas.

Essas atribuições, porém, não eram menosprezadas, mas pelo contrário, eram muito reverenciadas entre o povo fiel a Jeová.

Como foi essa escolha dos levitas?   Tudo começou com aquela manifestação violenta da ira de Simeão e de Levi, que mataram o povo de Siquém sem o conhecimento e nem o consentimento de Jacó.   O patriarca, então, antes de partir deste mundo para aonde está Deus, profetizou que aquelas duas tribos, descendentes daqueles seus dois filhos, seriam absorvidas ou espalhadas pela Terra da Promessa (Gênesis 49:5-7).   A tribo de Simeão foi absorvida pela de Judá, e os levitas foram espalhados para perto de todos os seus demais irmãos israelitas.

O que inicialmente pareceu ser uma maldição, de posse da terra, mais tarde, então tornou-se em uma bênção para ambas aquelas tribos.   Ao ser absorvido por Judá, Simeão passou a participar de todas as bênçãos destinadas ao seu irmão, o que não foi pouca coisa.  Ao tornarem-se vizinhos de todas as tribos de Israel, os levitas, por sua vez, tornaram-se mestres e ensinaram a Torah, a Lei do Senhor,  para seus patrícios.   Da época de Davi em diante, foram nomeados para a execução do louvor e da música nos cultos ao Senhor.    Até os filhos de Coré (dos que não tinham participado da sua rebelião em Cades Barnéia) se tornaram famosos por suas composições de alguns dos Salmos.

O fato é que Deus necessitava que uma das tribos fosse destinada a servi-Lo full time, integralmente, o que não poderia compatibilizar-se com o trabalho do campo, de semeadura, colheita, armazenagem, ou o pastoreio de rebanhos.   Quem serviu a Javé com amor no coração, recebeu essa tarefa como um privilégio, algo muito bom, e quem a menosprezou, encarou-a de modo errôneo.

Assim também nós devemos encarar a nossa peregrinação por esta terra – terra que foi amaldiçoada por Deus no jardim do Éden (Gênesis 3:17), mas que ainda nos oferece a oportunidade de provarmos que somos da estirpe dos levitas, que ensinam a Palavra de Deus aos seus vizinhos e louvam a Deus com todos seus corações; bem como somos da estirpe de Calebe e Josué, que foram achados dignos de herdarem e alcançarem as ricas promessas de Deus em uma terra que muitos se limitaram a amaldiçoá-la.

O final do capítulo 17 de Números encerra uma grave apreensão do povo:   “Todo o que se aproximar do Tabernáculo do Senhor morrerá; seremos, pois, todos consumidos?”

O capítulo 18 de Números retoma alguns mandamentos já anteriormente lançados, para lembrar ao povo que Aarão era o sacerdote escolhido por Deus, que deveria ser ajudado pelos levitas, e cada qual exerceria uma função específica.   Se todos os servos de Deus cumprirem o que Deus dá como tarefa, não havendo invejas, cobiças por honras, nem disputas, nem concorrências, não haverá o que temer.

Ao povo cabia apresentar-se com suas ofertas e dízimos perante os levitas.  Estes últimos as deviam recebê-las e destas separar os dízimos dos dízimos, para destiná-los a fornecer  o suprimento também na casa dos sacerdotes.

Eram doze as tribos de Israel que contribuíam, pois que Manassés e Efraim faziam duas tribos em separado, uma vez que não havia a tribo de José.   Logo, os dízimos das doze tribos eram para ser juntados e, em média, os levitas ficariam com doze décimas das colheitas, das quais excluiriam os dízimos desses dízimos, que pertenciam aos sacerdotes.   Deus ainda contava que haveria fidelidade nisso, e assim sendo, os levitas e sacerdotes não seriam desamparados, mas privilegiados com a melhor produção da terra.   Sim, porque os dízimos e as ofertas não deveriam ser de animais magros, defeituosos, feridos ou doentes.   Assim, Deus honrou aos que O honraram, e sempre os honrará.

A carne das ofertas de manjares, ofertas alçadas, ofertas de culpa e oferta pelos pecados eram santificadas, mas Aarão e sua família podiam comê-la, desde que dentro do Lugar Santo, isto é, na parte interior da primeira dependência da Tenda de Javé – atentando-se ao fato de que nem tudo é dado aos sacerdotes.   A gordura, os órgãos internos, e os sangue eram santificados somente ao Senhor.   Os filhos de Eli, mais tarde, transgrediram este mandado (I Samuel 2:15-17), mas pagaram caro, pois sofreram das mãos de Deus por seu agravo, que terminou com suas mortes num só dia.

Os dízimos de toda a renda do povo de Deus não são conceito apenas da Lei.  Abraão já o praticava, muitos anos antes disso (Gênesis 14:18-20).

Além dos dízimos que eram pagos aos levitas e sacerdotes, um outro dízimo era tomado de toda a novidade do campo, e era comido perante o Senhor, aonde estivessem os adoradores fiéis (Deuteronômio 4:22-27), além do que era deixado para os pobres (Levítico 19:0-10).

Isso tudo nos aponta para um fato: não devemos nos apegar a bens materiais e nem mesmo a alguma prosperidade que Deus nos conceda (Salmo 49:5, 16-20).

O homem que se nega a dar ao Senhor os dízimos e as ofertas está simplesmente negando-se a reconhecer que sem as mãos operantes do Deus vivo, não haveria provisão.   Tal comportamento negativo demonstra a bondade e a eficiência do Todo-Poderoso, a qual nos cerca e nos contempla com muitos recursos naturais, através de Suas mãos.

É muito relevante o fato de que os dizimistas não desamparavam aos levitas e sacerdotes, assim como hoje também acontece nas congregações do Senhor Jesus.   Quem se negar a dar os dízimos e ofertas a Deus, nega-se a aceitar o sustento da casa do Senhor, e isto é um pecado de omissão tal, no qual paralelamente também se nega a honrar a Deus, e se estaria excluindo a Deus dos méritos obtidos quando do sucesso das colheitas.  Por fim, estaríamos excluindo a Deus de muitas das áreas da vida, em que o homem e a mulher poderiam estar desfrutando de uma íntima, gostosa e gloriosa comunhão com o Altíssimo.

Este pecado de omissão, portanto, é do tipo que prejudica a pregação da Palavra do Senhor neste mundo; portanto, é uma demonstração tal de falta de amor para com o Grande Criador e Sustentador da humanidade, o que é mais nocivo ao Reino de Deus do que muitos outros tipos de pecados.   É intuitivo que quem exclui a Deus e aos Seus representantes terrenos de sua vida material, semeia uma perigosa exclusão de sua alma do Reino do Altíssimo.

Uma demonstração de falta de amor desse naipe é tenazmente combatida pelo apóstolo São João:

“Aquele que não ama, não conhece a Deus, porque Deus é amor” (I João 4:8).

Quando o Senhor repreende ao Seu povo que se Lhe tornou infiel nos dízimos e nas ofertas alçadas em Malaquias 3:7-12, tais servos omissos neste item de suas vidas são chamados, indiretamente, de ladrões, porque roubam-Lhe, sim, roubam-Lhe.   Sua sutil omissão equivale a atos próprios de ladrões criminosos.  Esta palavra parece ser dura, mas que os contrários reflitam sobre ela.    A omissão da entrega dos dízimos ao Senhor é como o crime de apropriação indébita, passível de prisão, pela legislação brasileira.   Ladrões não são do tipo de pessoas egoístas, maldosos, desprovidos de escrúpulos?      Realmente, este não poderia ser o tipo de gente que herdaria o Reino de Deus.

Quem reconhece a mão abençoadora do Senhor em seus dízimos e ofertas, de outro lado, estará também Lhe prestando um culto onde reconhece que o Deus de toda provisão é o Grande responsável pelo sucesso obtido por Seus fiéis, os quais demonstram amor para com Aquele que nos dá toda sorte de bênçãos, materiais e espirituais.

Ele ainda acrescenta uma promessa aos que Lhe cumprem fielmente ao Seu mandado quanto a este detalhe:  “Fazei prova de Mim… Abrirei as janelas do céu e derramarei sobre vós uma bênção tal que dela vos advenha, ainda, a maior abastança”.  (Malaquias 3:10)

Isto significa: maior prosperidade, cada vez mais.

Muitas pessoas negam-se a entregar seus dízimos e ofertas a Deus.   Na verdade, este ato não se trata de uma doação, ou sacrifício, mas sim de uma devolução devida de parte daquilo que nos é dado pela mão de Deus.  Alegam alguns que estariam apenas enriquecendo  aos sacerdotes, e apegam-se a este argumento como se fora este uma desculpa forte o suficiente para encobrir o seu pecado de omissão e desamparo à Casa do Senhor.

Quanto a isso, primeiramente, temos a dizer que Deus não tem nada a ver com a fome, a pobreza ou a miséria.   Jesus até Se contrapôs a estas, nas multiplicações dos pães e peixes, com pescas maravilhosas e honrando as ofertas que se faziam a Deus, junto ao Templo, desde que se as fizessem com toda a dedicação dos corações.   Seria um desatino concordar que os sacerdotes a serviço do Senhor merecem sofrer de privações, simplesmente para se solidarizarem com a parte do povo que sofre de tais males.  Além disso, se um sacerdote enriquece, este seria um caso dentre muitos outros colegas seus que sofrem por falta de recursos materiais até para desenvolverem seus ministérios, mas nada há que proíba a maior abastança na casa dos servos de Deus.   As ofertas alçadas deveriam ser feitas sempre com o melhor da terra – esta era a Lei.

Em segundo lugar, a omissão em honrar a Deus só tem consequências funestas para os omissos (Ageu 1:1-11).   Que o Senhor perdoe aos faltosos e estes se arrependam, e sejam fiéis, pois isto lhes trará, além das bênçãos materiais em resposta do céu à sua dedicação, um aperfeiçoamento da fé e do amor, que são características do cidadão do Reino de Deus.

Em terceiro, o comportamento esperado por Deus da parte de Seu povo é a entrega dos dízimos e das ofertas.  Aquilo que os sacerdotes farão, depois de receberem os recursos materiais das mãos do povo, é algo que Deus mesmo lhes irá observar, e cobrar de Seus representantes nesta Terra.   Deixemos Deus fazer a Sua parte, enquanto fazemos a nossa, sendo-Lhe fiéis em tudo, o que envolve também a entrega de Seus dízimos e ofertas.   A resposta de Deus virá no tempo oportuno:  Bênção tal que redunde em maior abastança.  Quem crer, verá a glória de Deus!


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