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NÚMEROS – XIX – GUERREANDO E VENCENDO AOS GIGANTES

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junio 5, 2014 by Bortolato

Davi e Golias

Quais os ingredientes para bisarmos conquistar feitos humanamente impossíveis?

Primeiro, uma análise acurada das condições;  em segundo lugar, procurar saber qual a vontade de Deus para aquela determinada situação; em terceiro, obediência ao que Deus ordena.   Se observarmos diligentemente a esses passos, não será de se espantar, pois a seguir virá a vitória.

Desde a época de Abraão habitavam em Basã os refains, uma raça de gigantes.   Quando se fala de um rapazola que venceu a um gigante, logo nos lembramos de Davi, que depois foi feito rei de Israel, mas os confrontos de Israel com gigantes vem desde a época de Moisés, isto é, cerca de quinhentos anos antes.   Isto quer dizer que Davi não foi o primeiro a derrotar gigantes ameaçadores, ele teve em que se inspirar, na história do povo de Deus.

O reino de Ogue, rei de Basã, na verdade, era algo muito temido, antes de tudo, pelo porte enorme de seu rei.   Se alguém vencesse a seus exércitos, este seria mais  temido ainda por todos os povos de leste a  oeste do Jordão.   E foi o que aconteceu.  Em Números 22:1-3 vemos o grave temor que se apoderou dos moabitas, depois da batalha de Edrei, onde os dois exércitos, de Israel e dos amorreus, se defrontaram.  Os homens de Jericó também sentiram derreter seus corações de medo e temor, depois disso.

Os israelitas, após tomar as cidades do reino de Seom, prosseguem em sua jornada.  Eles têm um alvo colossal em seus caminhos, a leste do rio Jordão, e não vão desistir de persegui-lo.   Aquela primeira conquista no território amorreu foi apenas uma amostra do que estava por vir.   A confiança daquele povo em Jeová o fazia animoso, cheio de expectativas quanto ao seu futuro, e cheio de moral.   Por necessitar de mais terras, ele segue confiante em marcha para o norte.

Encontram então a região de Basã.   Região promissora, com muitos pastos verdejantes, ideal para a agropecuária.   Os touros de Basã são mencionados na Bíblia como fortes animais.   Ao que tudo indica, a proximidade com o Monte Hermon lhes trazia um orvalho que regava seus prados, tornando aquelas paragens muito prósperas.   Foi alvo da conquista de um povo muito forte, imponente, respeitável e temido  – os refains.   Depois destes, ninguém mais ousou querer demovê-los dali, daquela região privilegiada pela natureza, pois que seria uma temeridade querer desafiá-los.

O relato bíblico nos conta que a cama de Ogue era de ferro, de cerca de quatro metros de comprimento, e de cerca de 1,80 metros de largura (Deuteronômio 3:11), e que este seria o último dos refains, mas sabe-se também que a família de Golias era composta de vários gigantes, e estes últimos se despontaram dentre os filisteus, que já estavam alojados pela planície de Sarom, região costeira de Canaã desde antes da época da invasão da terra pelos hebreus.   De qualquer maneira, aqueles amorreus de Basã eram tidos por todos como o povo dos gigantes.

Os israelitas que olhassem muito para a estatura desses refains ficariam amedrotados; aqueles homens de Basã tinham fama de serem enormes; de quarenta anos para trás os espias os viram.   E era prática militar colocarem os maiores deles à frente da linha de ataque, quando seu exército era posto em marcha de guerra, a fim de causarem impacto, atemorizando aos seus adversários.

E lá vinham eles!  Mas… Israel, desta vez, não agiu como meninos covardes, como os dez espias sem fé!   Tanto quanto corriam os seus inimigos ao seu encontro, assim também corriam os israelitas, pressurosamente para o corpo a corpo!

Os homens de Basã olharam um tanto incrédulos, para aquela cena!   Continuavam correndo, e correndo ao seu encontro, mas aqueles israelitas não se portavam como outros inimigos que já enfrentaram antes!    Os homens de Israel, embora julgados, sem motivo justo, de serem de baixa estatura, vinham correndo muito rápido.   Era-lhes estranho!   Com gritos de entusiasmo alarmante, pulavam, saltavam obstáculos ousadamente, e pareciam ter asas nos pés!   Suas espadas à mão vibrava à luz do sol, que as fazia reluzir de uma forma ofuscante aos olhos.   Os da tribo de Gade ficaram famosos por sua agilidade nos montes (II Crônicas 12:8).

De uma das bandas do exército de Israel, vinham os homens com fundas nas mãos.  Estes eram exímios atiradores.   Tiveram bastante tempo no deserto para treinarem arremessos com pedras.   Os benjamitas, mais  tarde, foram mencionados como os que se notabilizaram nessa arte (Juízes 20:15-16).   Tal como aconteceu mais tarde com Golias, as pedras foram alcançando as cabeças dos amorreus.

Então veio aquela chuva de flechas.   Os arqueiros as desferiram com força e vontade!  Os homens de Basã nunca viram tantas dessas, voando tão alto e tão de longe!

Aquilo parecia confundir os adversários, mas estes eram apenas alguns pontos a favor de Israel, pois os de Basã confiavam na sua destreza em guerra e na sua força, capaz de enfrentar vários algozes de uma vez.

De repente, as flechas alcançaram alguns dos guerreiros amorreus da linha de frente da batalha, homens valentes, fortes e experientes em guerras, de tal forma que estes caem ao chão, abrindo brechas, deixando espaços vazios que quebravam o bloco de isolamento daquela força de impacto da vanguarda.

Daí, outros são derrubados por pedradas arrojadas por fundas.   Se alguém o visse, diria que foram vários golpes de sorte, e que a sorte estava sorrindo para os israelitas.  Era espantoso.

Ao perceberem isto, o moral dos homens de Basã se abate.

Os israelitas, então, entram em combate, homem a homem, com uma energia assustadoramente sobre-humana; eles saltam com muita habilidade, e com golpes de maestria e muita perícia, milimetricamente precisos, suas espadas alcançam muito rápido aos pescoços dos mais altos inimigos.

Os maiores guerreiros amorreus vão caindo, uns após outros, sem acreditarem no que lhes estava acontecendo.

Quando os da retaguarda viram que seus exponenciais  sucumbiam diante do ataque fulminante do povo protegido e inspirado por Javé, eles começaram a duvidar que a batalha, que dantes lhes parecia tão fácil de ser vencida, poderia realmente lhes chegar a um final feliz, porque estavam vendo desenhar-se um fim cruel e danoso para seu povo.

Percebendo que a luta lhes estava causando muitas baixas, os amorreus que vinham por trás procuraram esforçar-se para tentar cobrir a falta que seus primeiros deixaram adiante de si, mas não estavam  vendo bom resultado.   Aquela guerra pareceu trazer-lhes um “efeito dominó” inesperado.   Em desespero, ah, invocaram por seus deuses:  – “Astarote!  Asera! Baal!  Que outro deus lhes poderia ajudar?   O que isto importa, a estas alturas!   A batalha foi já definida, e está nas mãos do povo de Deus!

Alguns amorreus então  resolvem fugir, para escaparem com vida, mas logo são alcançados, os quais tentam resistir à captura e ao final, mas estes são logo vencidos, e não sobrou um sequer deles para oferecer qualquer espécie de resistência!

As cidades daquela nação de amorreus então foram saqueadas, destruídos seus deuses, seus altares, e todo o restante do povo que não tinha ido à batalha.

Essa conquista foi muito importante para os hebreus, porque confirmou-lhes que o Senhor Deus Jeová é também o Deus dos Exércitos, Varão de Guerra, invencível, que detém todo o poder da vitória em Suas fortes mãos!   Seu povo sentiu-se amplamente ajudado por Ele, e a fama dos israelitas começou a tornar-se o grande assunto discutido nas  rodas das cidades de Canaã, parecendo a manchete daqueles correspondentes de jornais que relatavam as notícias da guerra.   Não se falava de outra coisa pelas manhãs, pelas tardes e pelas noites.

Involuntariamente, Israel tornou-se sinônimo de terror, naquela parte do mundo – mas quem realmente é terrível é o Senhor seu Deus!   Quem O tem por seu Deus, não tem o que temer, mas ai dos Seus inimigos!   “Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo!” (Hebreus 10:31)

Se, por um lado, os inimigos de Deus sofriam terríveis derrotas, outros ainda não alcançados pelo peso de Suas mãos começaram a tremer de medo.   E pensar que Deus nunca desejou e nem colaborou para que fossem Seus inimigos…  mas o eram, e ferrenhamente.

Enquanto isso, havia louvores, júbilo e alegria, no arraial de Jeová.   Assim devem acontecer as coisas – os inimigos do Senhor, o diabo e seus anjos, é que devem temer e tremer.   Os que O servem, pelo contrário, só têm motivos para exultar!

Quando nós, que pertencemos a outra cultura,  à do homem civilizado contemporâneo, ouvimos falar dessas guerras, e de tanto sangue derramado, ficamos desconcertados!   Nossos corações mal compreendem tamanha carnificina, ainda mais quando sabemos que houve um genocídio como este, dos amorreus durante as guerras pela conquista de Canaã.

Logicamente, se formos transplantar esta situação, própria de sua época, para os dias de hoje, teremos que passar tudo pelo filtro do evangelho de Jesus, o Cristo:  devemos amar aos nossos inimigos, e abençoar aos que nos maldizem;  não resistir aos que nos desejam o mal, e dar o outro lado da face para os que nos esbofeteiam.  Se o nosso inimigo tiver fome, que lhe demos de comer.   O Sermão do Monte não nos deixa opção para ressentimentos, ou sequer a sentimentos de vingança.  Se alguém nos obrigar a caminhar uma milha, que caminhemos duas – e jamais nos esquecermos de que o nosso grande inimigo é espiritual, são as hostes espirituais da maldade que se alojaram neste mundo, que patrulham os ares, e até às regiões celestiais – contra estes, sim, devemos guerrear com todas a nossa garra, e vencê-los, pelo poder de Jesus, que já os venceu na cruz.

Daí ficamos a pensar:  por que o Senhor quis que assim fosse?

Em resposta a esta pergunta, então enumeramos os seguintes pontos a ponderarmos e lembrarmos:

  1. Das causas do Dilúvio: violência, sexo desenfreado, muitas religiões de feitiçaria, destinos comandados pelo diabo, regendo toda uma civilização.   O Dilúvio foi a maneira de Deus destruir tudo isso, para começar tudo de novo, preservando apenas uma família, que restou como base espiritual razoável para um novo mundo.   À família de Noé foi dada todo o planeta Terra, até pouco antes possuída por homens endemoninhados, indignos da misericórdia divina.   E o mesmo estava para acontecer aos cananeus, em um problema de intensidade pontual, ali, naquela parte do mundo.
  2. Da crescente impiedade dos povos cananitas. Astarote, nome de um deus cananita horrível, nome com que batizaram uma cidade que era capital do reino de Basã.   A região era privilegiada com verdes pastos, boas condições de vida, mas tudo isso os amorreus atribuíam às graças de seus deuses, que constituíram verdadeira afronta ao Deus Criador.   Eram feitos muitos cultos à base de bebedeiras, orgias e infanticídios, sem contar com a instituição da prostituição sagrada como ato profissional religioso, e com os sacrifícios humanos, até de adultos, que eram consagrados àquelas divindades.   Aquilo foi enchendo a medida da impiedade dos cananeus, cada vez mais, conforme o próprio Deus o revelara a Abraão (Gên. 15:16).
  3. A deixar esse problema desenvolver-se à vontade dos homens, tudo viria fatalmente a culminar para uma disseminação da corrupção geral da raça humana como um todo, como aconteceu em Gênesis, capítulo 6º.   Os cananeus estavam levantando essa bandeira, e acionando-a para que o mundo todo a abraçasse, para desaprovação e desgosto do coração de Deus.   Eles queriam dizer: – “Estão vendo, nós desacatamos ao Deus Criador, e nada nos acontece!”   Infelizmente, essa iniquidade desafiou por muito tempo a Deus, que, na Sua longanimidade, esperou exaustivamente e em vão que tais homens se arrependessem, mas não o quiseram.
  4. Em guerras, muitas vezes havia a captura de reféns, o que poderia ter acontecido durante a invasão das terras dos cananeus, mas, no caso, o Senhor lhes havia advertido que não os poupassem, pois os seus costumes espirituais idólatras, e hábitos moralmente deploráveis, tais como assassinatos, roubos, atos de violência, estupros, opressão sobre os mais fracos, tudo isso viria a lhes contaminar e comprometer o ideal de uma religião monoteísta, do Deus único e verdadeiro.   Até mesmo uma criança poderia trazer-lhes traços daqueles costumes hediondos (basta ver o que acontece ainda em nossos dias, quando um grupo resolve armar crianças para estas espalharem o terror).   Vale dizer que, em alguns casos, os próprios “escolhidos dos deuses” para serem vítimas de sacrifícios humanos eram incompreensivelmente doutrinados, e estes aceitavam esse “chamado” para servirem-se como um holocausto a deuses que, conforme o Apóstolo S. Paulo os identificara, não passavam de demônios (I Coríntios 10:19-20).
  5. Como recompensar-se a fé em Deus, daqueles que vaguearam pelo deserto, sendo educados e discipulados pelo Senhor?   E ao mesmo tempo, punir àqueles que O desonraram, traíram-nO, deram glórias a outros deuses e tomaram de Suas criaturas, mesmo crianças, para as sacrificarem, provocando a indignação divina, e a clava de Sua justiça?   Ele é o Criador Soberano.   Ele dá a vida e a toma quando acha de deve fazê-lo.
  6. Assim, era necessário recompensar a fé que teve Abraão; e por isso, Ele teve paciência com o povo hebreu para tratar com este, e fazê-lo possuir a Terra Prometida, pelo menos enquanto esta linhagem fosse fiel a Ele.
  7. Da necessidade de Israel ter o seu lugar para assentar-se e ter uma vida próspera, menos nômade, e mais cômoda do que este vinha tendo.   Se não tomassem as possessões de Canaã, só lhes restaria voltar ao deserto, como lugar onde os outros povos vizinhos lhe permitiriam ali habitar, e ainda sob forte vigilância, sem nenhuma segurança, e sem muros para protegê-los.   Se fosse seguida essa direção, então o povo de Deus deveria contentar-se apenas com terras áridas, as que outros enjeitaram?   O Senhor não quis assim, e abriu-lhes as portas de Canaã, para lá adentrarem.   O Deus Javé é rico, e tem sempre o melhor para dar aos Seus.

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