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NÚMEROS – XXIV – A CEIA DE DEUS

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junio 28, 2014 by Bortolato

Ceia do Senhor

O Deus Eterno imortal, convida a homens e mulheres mortais para virem cear com Ele.   Estes dois capítulos de Números: 28 e 29 têm uma mensagem muito forte, insistente, que repete ordenanças de outras passagens bíblicas, enfatizando assim sua importância.

Em Êxodo 24:8-11, um privilégio inédito ocorreu, como nunca antes visto na face da Terra:  Moisés, Aarão, Nadabe e Abiú, e mais setenta homens de Israel foram convidados para cear diante da presença visível do Todo Poderoso Deus, El Shadday.      Tiveram, antes disso, de ser aspergidos com o sangue de sacrifícios pacíficos (24:5).

Que diria V. se recebesse em algum momento de sua vida, um convite assim?   Pois saibam todos que Deus está interessadíssimo em ter esse momento de encontro e de comunhão, do partir do pão, e de comerem juntos a carne de um cordeiro, com cada um de nós individualmente e juntamente com o Seu povo, coletivamente.

Há que haver antes uma preparação.   Israel teve que ser separado de todos os outros povos para estar em um deserto, e ficar a sós com Deus, o Senhor Jeová.   Qual será a condição por Ele estipulada para nos separar do mundo?   Cada qual terá que receber uma resposta a si endereçada em particular – vinda do céu.

Um outro fator importante foi a aspersão do sangue dos novilhos sobre o povo.   Bezerros eram cultuados pelos egípcios – e portanto Israel teria que aprender a valorizar a Jeová matando esses animais que foram tidos por ícones deificados, para que aquilo que os israelitas aprenderam dos egípcios fosse atropelado pela revelação do Senhor Deus, seu Libertador,  a fim de que Jeová os pudesse aceitar em Sua santa e terrível presença.

Aquela ceia no deserto foi especialíssima.   Foi mais fantástica e fascinante do que um jantar à luz de velas na presença do homem mais poderoso do mundo,  mais do que a presença do homem mais rico, mais do que a presença do presidente dos EUA, do que do secretário da ONU e do que todos quantos há nesta Terra.

Já pensou em um almoço assim?    Pois com Deus as coisas teriam que ser de muito mais requinte e sofisticação, pois a Sua presença, por si só, já torna tudo muitíssimo especial.

Os israelitas viram a Deus, e até debaixo de Seus pés puderam ver um pavimento de cor safira, como o parecer do céu quando está claro (Êx. 24:10).   Eles viram parte de Sua glória!

Eram momentos mais que especiais para homens pecadores.   Deus não Se mostra assim para todos, todos os dias, em qualquer momento, ou de qualquer modo, e da narrativa de Êxodo 33:20, depreendemos que eles sequer puderam ver a Sua face.

Com o tempo eles teriam que aprender que não mais O veriam assim, senão quando viessem a morrer, mas até lá poderiam sentir-se muito honrados com a presença gloriosa do portentoso El Shadday, servindo-O e sendo fiéis à Sua Palavra fielmente.

Ele, Jeová, pediu que Lhe trouxessem sacrifícios.   Esses sacrifícios, em Números 28 e 29, foram então sendo relembrados a Israel.   Teriam que ser trazidos nas ocasiões marcadas como propícias a isto, com exceção do Holocausto contínuo, que não devia cessar, dia após dia.

Parecia até que Ele também, Deus, comesse da carne dos animais sacrificados, os quais, já  temos visto, são figuras de Cristo sacrificado.   Espere!   Isto está parecendo um “non sense”, algo muito estranho.   Deus tem fome?   Ele necessita, como nós, de comer carne todos os dias?   E Ele se deleita em sacrifícios de animais?   Melhor dizendo, Ele se compraz em comer a carne de Cristo?   Que coisa intrigante!   Precisamos destrinchar melhor este ponto, que mais está parecendo com um paradoxo.

Nas ocasiões tais como a páscoa, festa das primícias, festa das semanas, e outras eram momentos em que Ele, Deus, convidava a Seu povo para cear com Ele.   Ele queria isto, e até forneceu as normas e as formalidades para realizá-lo.   Como cearemos nós com Ele?

A cada momento todos os habitantes deste mundo estão sendo tentados e caindo, fazendo toda sorte de pecados, e isso nos torna abomináveis diante dEle.   Talvez alguém não goste desta palavra, mas por mais puro que possamos parecer, podemos aparentar essa “pureza exterior” diante dos homens, mas não diante de Deus.   A exigência de sangue derramado nos diz categoricamente que houve culpa, e daí a necessidade de expiação da mesma.

Poderá ser que existam pessoas que não se achem muito pecadoras, e aos seus próprios olhos possam julgar-se justas, pessoas boas, de boa índole, boa gente, só porque não roubam, não matam, não estupram, não são violentas e nem agressivas.   Mas isto só é muito pouco, diante do Senhor do Céu e da Terra, que tem a visão dos raios X de todos os corações.

Se formos analisar o coração do homem mais pacato deste mundo sob a visão penetrante dos raios X de Deus, certamente iremos constatar muitas vezes iras, mágoas, cobiças, maledicências, cobiças, invejas, julgamentos precipitados, adultérios nutridos nos corações (muito embora muitas coisas assim estejam apenas dentro do nível da mente, se formos verificar quantas vezes isso acontece diariamente… ).   E pensar que muitos olham  para seus próximos à direita e à esquerda, e julgam-se melhores do que este e que aquele…  A igreja de Cristo precisa refletir muito sobre esta questão e procurar diligentemente rejeitar a esse tipo de “farisaísmo escuso”.

Então, eis a razão por que tantos sacrifícios Deus exigia por ocasião da Antiga Aliança.  Eram tantos e tantos, que não tinham conta.   Eis, porém, que tantos eram os pecados, e nem tantos eram os sacrifícios.  Ficou comprovada a afirmativa divina que disse um dia:

“E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobra a Terra,  e que toda a imaginação dos pensamentos das pessoas era só má, continuamente”  (Gênesis 6:5)

Enquanto homens consideram-se grandes líderes, proeminentes criaturas, heróis da pátria, valorizando-se muito dentro de seus íntimos,  Deus os olha do céu, e certamente balança a sua cabeça, pois todos se fizeram inúteis, para Ele (Salmos 14 e 53).   Os grandes abolicionistas, as iminentes assistentes sociais, os notáveis religiosos, os políticos mais renomados, analisados pela ótica de Deus, não passam de “trapos de imundícia”.   Não por serem más pessoas, mas porque somos parte de uma geração, uma raça corrompida pelo pecado, e não passamos disso, quer queiramos ou não.

Ninguém se ache mais justo do que “publicanos e pecadores”, presumindo que por não fazer ou não ter parte em “certas coisas” (porque em outras…) possa olhar ao seu derredor com menosprezo e encher o seu coração de orgulho, como se pertencesse a uma “casta superior”.  Todos pecaram, e foram destituídos da glória de Deus, esta é que é a verdade!   E  mais: continuam pecando, uns mais e outros menos, mas o melhor deles, muito frequentemente, peca várias vezes por dia!  Esta é uma conclusão difícil de engolir e de aceitar-se, mas quem sabe refletir sobre este assunto com imparcialidade, sabe que é a verdade.

Quando lemos em Números 28 e 29 a quantidade incomensurável de sacrifícios que Deus exigia, chega-se até a pensar que Ele parecia querer deixar bem a salvo a Sua porção de autoestima e consideração no meio da  sociedade israelita que vivia desviando-se, mas não é esta a dedução correta do ponto a que devemos chegar.   Ele é muito Autossuficiente, e não necessita do apoio de ninguém para ser o que Ele realmente é.   Se Ele tivesse fome e quisesse comer um cabrito, por exemplo, não precisaria dizer isso a ninguém para Se satisfazer.   Os sacrifícios múltiplos eram tão exigidos por nossa causa, e não pela dEle.   O interesse dEle é pela comunhão conosco, e não pela comida em si.  Quem deveria ter a consciência pesada por haver pecado?  O pecador ou o Santo?  Por lógico, deduz-se que o pecador é quem precisa de ter sua mente e coração trabalhado para lavar e limpar toda espécie de sujeira – de modo tal, que os sacrifícios foram exigidos para este mesmo fim.

Em cada solenidade era exigido o sangue de pelo menos um carneiro, e cordeiros.

Se atentarmos bem para isto, veremos que o holocausto contínuo pedia sempre dois cordeiros.    Um era sacrificado pela manhã e outro o era de tarde (Núm. 28:2).  Por aí já vemos a pré-figura do cordeiro, apontando para Cristo, o Cordeiro de Deus!

Nas solenidades, além dos sacrifícios exigidos para o holocausto contínuo, era obrigatório o sacrifício de um bode, para expiação dos pecados (Números 28: 15, 22 e 30;   29:5, 11, 16, 19, 22, 28, 31 e 34).

Ao nos depararmos com o número de sacrifícios, podemos espantar-nos.  Muito embora numerosos, porém, em importância não chegam aos pés do sacrifício de Cristo, que é o único capaz de limpar-nos do pecado – mas muito embora fossem apenas tipos do verdadeiro, que realmente lava e limpa-nos  de todo pecado, aqueles eram sucedidos uns após outros, sem cessar, para que a natureza carnal e pecaminosa pudesse ser controlada e remoldada continuamente.    Isto porque, na verdade, temos que estar continuamente dando combate ao princípio do mal que em nós se manifesta a cada instante.   Essa tarefa foi algo muito difícil de ser bem compreendida pelos fiéis do passado, pois demandava muitas providências de sua parte, talvez deixando margem ao erro de pensarem serem justificados por suas obras; mas hoje, uma só fé, em um só sacrifício, da cruz, de Jesus, nos traz o presente dessa justificação.

O fato é que, devido ao contínuo pecar estar sempre trabalhando nas mentes e corações dos homens, Deus por isso  mesmo exigiu que todos se preocupassem com esta situação, e se detivessem a pensar sobe isso mais detidamente.   Por isso é que o fogo ardia continuamente no altar, queimando e consumindo a milhares e milhares de ofertas, acompanhados de clamores por uma redenção – fato que nos aponta continuamente para o sacrifício de Cristo.

Os homens que sacrificavam, cada vez que assim o faziam, contemplavam o resultado dos pecados – a morte – e sentiam o pesar por suas culpas, que não eram poucas.  Este pois é o sentido de tantos sacrifícios, continuamente atraindo a nossa atenção e nela trabalhado para que Cristo, o Cordeiro sacrificado, limpe-nos continuamente de todo pecado, e, conscientizados deste processo, sejamos transformados à Sua semelhança.

Legalistas são os que se acham “mais limpos” do que outros.  Todos precisamos da misericórdia e do sacrifício de Cristo continuamente.

Em sua última ceia neste mundo, Jesus disse:

“Este é o meu corpo, partido por vós….  e este é o meu sangue…”  (I Coríntios 11: 24-25)

E em outra ocasião:

“Eu sou o pão vivo que desceu do céu, e se alguém comer  desse pão, viverá para sempre, e o pão que Eu der é a minha carne, que darei pela vida do mundo.

Na verdade, na verdade vos digo que se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes o Seu sangue, não tereis vida em vós mesmos.

Quem come a minha carne e bebe o meu sangue, tem a vida eterna, e Eu o ressuscitarei no último dia.

Quem come da minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e Eu nele” (João 6:51-55).

Esta é a declaração que nos vem como um atestado do quanto Deus abomina o pecado.  Muitos acham muito comum o pecador pecar, mas que custo trouxe isso para Jesus, o Cristo!

O altar contínuo do Antigo Testamento não parava de queimar vítimas e mais vítimas.  Paralelamente, o sangue de Jesus, o mais excelente sangue que foi derramado neste mundo, está continuamente a purificar pecadores milagrosamente.   Este é o sangue e esta é a carne que Deus exige que esteja presente quando queremos celebrar a Sua santa Ceia.   Queremos cear como os setenta anciãos na presença de Deus?    Não poderemos vê-Lo com nossos olhos carnais, mas se Ele, por Seu amor, nos der o dom da fé, perceberemos muito claro que Ele está ali, galardoando aos Seus fiéis com Sua santa presença – o Seu Santo Espírito o testifica.

Este convite e esta celebração são tão sérios, e possuem um significado tão chocante, que não temos como explicar com muitas razões.   Mas tentaremos, de maneira que fique bem claro aos olhos de quem lê estas palavras.

Que diria alguém, se fosse convidado para cear com outra pessoa, e nessa ceia fosse servida a carne humana do filho do anfitrião, e o seu sangue para ser bebido?  Certamente diria:  – “Que convite terrível, tétrico, horripilante!  Isso é uma loucura, um crime hediondo!  Não se deve comer carne humana, e nem beber desse mesmo sangue!   Isso é produto de um assassinato!”

De fato!   A pessoa que diz tal coisa, porém, não está considerando que quem assassinou o Filho de Deus, no caso, não foi o Pai, mas sim, a mão dos romanos, movida pelos judeus, homens deste mundo pecador do qual fazemos parte, e com eles compactuamos a cada vez que cometemos um pecado – de forma que, num julgamento divino de ampla e completa justiça, nós todos nos fizemos culpados, coparticipantes desse crime, conscientemente ou não.

Pois é, este é o sangue que o próprio Deus, o Senhor que tem todo o direito de nos julgar, e nos dá para o bebermos, quando celebramos a Santa Ceia do Senhor.   E quando comemos o pão, este nos está representando, em um psicodrama todo especial, a Sua carne ferida na cruz, sendo-nos servida para a nossa salvação!

Assim como os israelitas viviam e reviviam o sacrifício de Cristo, olhando pela fé para um futuro ainda obscuro aos seus olhos, devemos deixar que hoje caiam as escamas de nossos olhos, e enxerguemos que foi Ele, Jesus, quem morreu, e nos deu a Sua carne e o Seu sangue – olhemos para o cálice desta bendita ceia, e no vermelho carmesim do sangue das uvas, vejamos o Seu santo sangue, derramado para nossa redenção!

Tanto foi assim, que quando imperadores romanos decidiram perseguir à igreja de Cristo, uma das acusações que quiseram impor aos discípulos foi a de….  canibalismo!   Sim, senhores, canibalismo, porque nas solenes ceias do Senhor, repetiam-se as Suas palavras:

“Isto é o meu corpo partido por vós… e isto é meu sangue…” (I Coríntios 11:24-25)

Os romanos captaram bem ou mal – isto eles é que o sabiam – a mensagem embutida nos cultos de Ceia do Senhor, mas que todos os crentes em Cristo descubram o mais profundo significado desta aos seus olhos, e vejam a nua realidade do sacrifício de Jesus, que continuamente se interpõe por nós perante Deus.

Que cada qual se arrependa dos seus pecados, e assim beba do cálice de Sua Ceia, e coma dignamente do Seu pão, pois para isso mesmo fomos convidados!   A bênção de Deus é imensa, nesses sagrados momentos.   Que todos a recebam, com arrependimento e com alegria em seus corações!

 


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