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NÚMEROS – XXVIII – AVALIANDO UMA JORNADA COM DEUS

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julio 16, 2014 by Bortolato

Palmeiras

Será que V. já olhou para trás e chegou a pensar em todos os detalhes dos caminhos por onde passou, e pôde contabilizar no presente momento tantas bênçãos recebidas das mãos do Deus Todo-Poderoso?   Já parou para pesar na balança como teria sido, se não tivesse o Deus Jeová a seu favor, para livrá-lo, protegê-lo, e ensiná-lo, trabalhando com divina paciência sobre os seus erros, tentando amoldar-lhe segundo os Seus perfeitos padrões de vida?

Às vezes penso no apóstolo São Paulo, quando ele mesmo diz que Deus teve muita misericórdia dele, que, aos seus próprios olhos foi… o principal dos pecadores!   (I Timóteo 1:12-15)   Seguindo nesta mesma linha, lembro-me ter-me admirado ao ler no livro da madre Basilea Schlink, “Encontrei a chave do coração de Deus”, quando ela confessa que o Senhor teve grande compaixão de sua vida, pois que ela teve que ser muito trabalhada para serem aparadas as arestas de seu temperamento cujas tendências eram más.

Isto é uma realidade, em todos nós, seres humanos.    A nossa caminhada é prevista como longa, cheia de nuances, e se cada um puder ver que as coisas tidas por desditas, ou até mesmo tragédias que aconteceram, e perceber que a mão de Deus esteve por perto, continuando a operar…   Felizes são os que, dentro de si, conseguem, em algum momento, “acender a luz”, e lograr ligar, num clique, seu contato com a Sabedoria do Alto, enxergar e compreender num plano mais elevado e abrangente, quais foram os propósitos divinos que permitiram que fôssemos burilados, para sermos transformados em seres dignos de Sua magna graça – a graça personificada em Jesus, o Cristo.

Logicamente que nem tudo foram transtornos ou experiências atrozes.    Houve, sem dúvida, o vivenciar de alguns,e  até de muitos instantes incrivelmente mágicos em que Deus Se revelou de forma inequívoca, trazendo-nos provas abundantes de Seu cuidado paterno.

O que muitos não entendem é que, em um relacionamento entre pessoas, certamente haverá trocas de boas palavras, de ânimo, de conforto, mas também de desaprovações.   Tudo depende do que estará sendo tratado, e haverá oportunidades para o surgimento de todo tipo de situação – e para cada uma delas, o apropriado tratamento.   Assim é entre humanos, e assim também é o relacionamento entre humanos e Deus.

Nas palavras de Jó:  “… receberíamos de Deus o bem, e não receberíamos o mal?…” (Jó 2:10)

Qual o pai que não tem que repreender a um filho, durante sua educação?   Se deixarmos nossos filhos serem educados pelos cursos de sua própria natureza, chegaremos à mesma conclusão a que chegou Jean Jaques Rousseau, ao observar o comportamento de seus próprios filhos:  “A natureza forma, mas também deforma”.   Se Deus nos deixasse à mercê de nossas tendências e propensões, sem tentar nos corrigir, então Ele não seria um bom Pai.

Deus é perfeito, e não precisa mudar em nada, ao passo que somos muito imperfeitos, e, sob este prisma, não é difícil saber-se quem é que precisa e tem que mudar.

Aqueles que, como Miriam, Aarão e Moisés, reconheceram seus erros e as consequências que estes trazem, sentindo-se ainda assim amparados pelo Senhor Jeová, puderam caminhar longamente com Ele, e conviveram com o Excelso Deus de forma satisfatória.   De quebra, receberam maravilhosas bênçãos que ninguém mais, nesta Terra, puderam contemplar, e, melhor ainda do que isso,  eles hoje vivem em um lugar privilegiado por Deus, em Sua abundante glória.

Em Números, capítulo 33, vemos por onde andou o povo hebreu, desde que saiu do Egito, até chegar às campinas de Moabe, durante os seus quarenta anos de peregrinação pelo deserto.

São mencionadas, desde Ramessés, no Egito, até Abel-Sitim, nas campinas moabitas, quarenta e uma paradas que o povo de Israel fez durante esse tempo.

Em todo esse período, morreu quase totalmente aquela gente que, dos vinte anos de idade para cima, saiu do Egito.   Até então, sobraram somente Moisés, Josué e Calebe, acompanhados pela nova geração de israelitas.  Ao final, Aarão já era morto, aos seus 123 anos de idade, e Moisés contava com seus 120.   Alguns morreram mais cedo e outros, mais tarde.  Até aquele momento tinham restado vivos, da velha geração, apenas três pessoas, mas o povo era ainda muito numeroso, contando quase o mesmo número de homens que iniciaram aquela jornada.

Isso nos faz pensar: quantos anos serão aqueles que contaremos, até chegarmos ao nosso dia final?  Não existe plano de seguros ou assistência médica que nos garanta termos uma longa vida, mas esta pode prolongar-se, sim, por muito tempo – mas quanto?    Isto ninguém sabe.

Quantas idas e vindas, quantas vezes arrumar malas e levantar acampamento, quantos acidentes de percurso, quantas paragens visitaremos, quantas vezes os nossos corações se encherão de esperanças, quantas vezes essas esperanças vingarão fruto, e quantas delas se desvanecerão?

Quantos acertos, e quantos erros cometeremos?   Com toda certeza, um dia haveremos de olhar para trás e diremos a nós mesmos: – “aqui e ali eu faria o mesmo outra vez, e aqui e ali eu teria feito diferente, diante do conhecimento que hoje tenho a meu dispor”…

Todos erram e todos acertam.   Moisés errou uma vez, ao que consta, nessa viagem pelo deserto, durante esse período, e seu erro ficou marcado com uma repreensão da parte do Senhor, e algumas consequências com as quais teve de arcar.   A sua comunhão com Deus, porém, foi sempre muito bem nutrida, sincronizada, e sempre finamente ajustada – o que por certo lhe proporcionou muitíssimos acertos e vitórias.   Como resultado disso, foram muitas e muitas bênçãos vistas pelos seus patrícios.   Deus falou muito, muitas vezes, com muito amor, muito poder, conduzindo um povo extremamente numeroso pelo deserto.   Se fossem contadas mulheres e crianças, juntamente com os homens, provavelmente somariam cerca de dois milhões.

Como?   Como dois milhões viveriam num deserto por quarenta anos, com aquela escassez de água, de alimentos, de roupas, calçados, remédios, a uma temperatura escaldante durante o dia, e muito baixa durante as noites?    Como passaram o tempo caminhando tanto, sem que tivessem algum mal súbito, passassem mal por insolação pelo caminho?   E quanto aos animais peçonhentos que os encontrassem?   Muito improvável seria que dois milhões de pessoas errantes não topassem com alguns desses.   Quem lhes forneceria um socorro, um soro antiofídico?    Quantos cuidados deve haver ao longo de uma vida num lugar como esse?

Incrédulos logo dirão para contar-se uma outra história, pois que esta parece ter sido muito improvável ter acontecido.

Concordamos que Israel lutou contra as probabilidades, contra as impossibilidades, e se não fora o Senhor…  se aqueles homens estivessem vivos hoje, teriam muitas coisas a dizer…

Diriam que foi um tanto difícil, sem dúvida, mas sempre Se lhes oferecia o Senhor, trazendo-lhes um escape.

Quando lhes ocorria: o que comeremos?   O maná lhes era oferecido seis vezes por semana, trazido pelo orvalho do céu, condensando-se sobre a areia do deserto.    Certamente que comer todos os dias o mesmo cardápio possa ter sido cansativo, mas graças a Deus pelo maná.    Arroz e feijão também são constantes em muitos pratos brasileiros, mas o povo não se cansa de degustá-los, dia após dia.   Se temos de que comermos, demos a Ele graças!   Ele tem cuidado de nós!

A água era outro elemento indispensável à vida.   Onde achá-la?   Em Elim, havia doze fontes de águas e setenta palmeiras (Êxodo 15:27).    Em Refidim, a rocha se abriu e dela brotou água.   Em Mara, águas amargas, insalubres,  se tornaram doces (Êxodo 15:22-25).   Para Deus não há falta de água, mas principalmente das águas vivas (João 7:37-38), as quais Jesus ofereceu à mulher samaritana: –  “Se conheceras o dom de Deus, e quem é o que te pede: dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva” (João 4:10).   Esta é mais importante que a água elemento químico H2O, e se esta não falta aos que O buscam, muito mais serão supridos do material.

Contra o sol escaldante, uma nuvem os cobria, e lhes dava sombra e frescor que não havia em nenhum outro ponto daquele deserto.

Quando as noites frias lhes sobrevinham, a coluna de nuvem se transformava em uma coluna de fogo.

Suas roupas e calçados nunca envelheceram, não ficaram rotos  e nem se desgastaram com o tempo.   Isso não foi efeito de nenhum produto químico e nem conservante.   Foi o efeito maravilhoso do poder do Senhor Javé.

Alguns deles foram picados por serpentes venenosas, mas quando isso lhes aconteceu, não foi preciso ambulâncias, nem pronto socorros, enfermeiros ou médicos a lhes atender.    Teriam apenas que olhar para uma haste em forma de cruz (símbolo da cruz de Cristo), com uma serpente de metal nela fixada – e os que assim fizessem, seriam curados e não morreriam.

Neles não se manifestou enfermidade senão decorrente de pecados que desagradaram a Deus.   Em todo o restante do tempo, eles usufruíram de uma saúde invejável.   Calebe, por exemplo, disse que aos seus oitenta anos, tinha o mesmo vigor dos seus quarenta.   Que bênção!   Vale a pena sermos agradáveis a Deus!

Muitos morreram, certo é, mas qual foi o ponto de divergência que fez com que uns poucos lograssem herdar o Terra, e outros não?   O que fez tal diferença?   Diremos que foi a visão de Deus.

Tudo converge e recai sobre a visão de Deus.   Moisés tinha essa visão.   Josué e Calebe também.    Mas não foi somente uma visão.   Eles não eram visionários idealistas, no sentido de que tentaram viver de uma ideia, iludindo-se como se esta fosse uma realidade.   Eles não estavam ingenuamente cegos.   Eles sabiam muito bem quais as condições paupérrimas e precárias que tinham em mãos, materialmente falando-se, e um simples ideal não os traria para a Terra Prometida.   Seria preciso muito mais do que uma ideia entusiasmante para estimulá-los a enfrentar todas as coisas que enfrentaram, para depois de tudo, ainda lutarem contra inimigos fortíssimos, numerosos, para apossarem-se da terra.

Foi preciso que o Deus Eterno Se manifestasse, e lhes inoculasse a fé em seus corações, de que Ele seria o seu general, o seu benfeitor, o seu grande ajudador.   Ele, Javé, que derramou dez pragas sobre o Egito, tinha em Seus planos abrir-lhes o mar, vencer aos seus inimigos, prover-lhes de alimento, de água, de sombra para os dias ensolarados, de calor durante as noites frias, de cura para suas enfermidades, e ao fim da jornada, a Terra Prometida.

A quem afinal pertence esta Terra?   Senão Àquele que a criou do nada?   Homens desonraram-nO, ignoraram-nO, quiseram a terra, mas além de não se lembrarem sequer de agradecer pela dádiva de poderem usufruir dela, ainda fizeram deuses para si, segundo os seus corações pervertidos.   Quiseram as bênçãos, mas não querem o Criador abençoador.    Além de tudo, ainda ofereceram suas crianças em sacrifício aos deuses de suas crenças criminosas.   Como não iria Ele desgostar-se de um povo assim?

Assim, como as sete nações de Canaã foram despojadas de suas terras, destruídas e expulsas dali, assim ocorre com os que O rejeitam.

Aos que O aceitarem, porém, estes receberão a visão que Ele dá para se apossarem das bênçãos terrenas e celestiais, até o final dos tempos.    Que os exemplos e as lições do passado nos tenham ensinado o suficiente para olharmos para a cruz, vermos a Jesus, e esperarmos na Sua maravilhosa graça.   Vamos em frente, olhando para o Alto, para o Autor, incentivador, provedor e consumador da nossa fé!   Seu nome é Jesus!


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