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O LIVRO DE GÊNESIS -IX

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noviembre 16, 2013 by Bortolato

Viagem de AbraãoGênesis 12 – A PROMISSORA AMIZADE DE DEUS COM ABRAÃO

Passam-se centenas de anos desde o Dilúvio, até os dias de Abraão.   O mundo parece, já, ter-se enveredado por um caminho diferente daquele para o qual Deus lhe havia destinado.   Houve uma multiplicação muito rápida dos seres humanos na Terra, de modo que a Europa, a Ásia e a África foram alcançadas e povoadas, formando cidades e cidades.   Não era mais aquele mundo que Noé encontrou após a grande inundação.

Depois do incidente da Torre de Babel, o mundo passou a ser explorado e o homem foi-se assentando aqui e ali, habitando as terras por onde passava.   Os povoados continuavam a ser edificados, e a densidade demográfica aumentava a cada dia mais.

As lutas da vida chegam a cada dia, e com estas, as necessidades impelem o homem a buscar forças aonde se possam encontrá-las.  Muitos então já estavam longe do Senhor Deus de Noé.   Parece que a imaginação do homem realmente é má desde a sua meninice, e isto leva nossa raça a ter que lutar contra a tendência de desviar-se do seu Criador.    Infelizmente, muitos não se dão contas de que este é um problema, e vivem fazendo seus caminhos à revelia.

O sexo, meio pelo qual a vida se multiplica, passou a ser um ato religioso entre os adoradores de outros deuses, e essas pessoas o praticavam, a mando e imitando a seus deuses.

O sol, a lua, as chuvas, os rios, coisas da natureza acabaram se tornando objeto de culto.  Reis que se tornaram poderosos foram deificados.  Ninrode, fundador da cidade de Babilônia, foi chamado de Marduk, e tornou-se o principal deus local.

Muitos foram os deuses que passaram a ser adorados, e os seus cultos envolveram embriaguez e imoralidades.

A cidade de Ur ficava dentro dos lindes do reino da Babilônia. Ali, eram adorados o fogo, o sol, a lua, as estrelas, entre outras coisas.  Ninrode foi aquele poderoso caçador (Gn.10:8-9), que, segundo a arqueologia, teria desobedecido a Deus, na verdade desafiando ao Senhor, levantando a Torre de Babel.  Mais tarde, Ninrode recebeu o nome de Marduk, e o status de um deus.

Ningal, a deusa lua, era a principal deidade da cidade de Ur, de onde veio Abraão.  Foi a deificação da paixão sexual, pois o seu culto exigia práticas do ato sexual.  Em seus templos, as sacerdotisas mantinham tais relações com seus adoradores, e além destas sacerdotisas, toda moça, toda esposa, ou mesmo viúvas tinha de ser, pelo menos uma vez na vida, usadas nesses rituais libidinosos.  Não raro, assim eram os cultos a muitos desses deuses de então.

O pai de Abraão, Tera, era um adorador de deuses pagãos, bem como seus parentes e amigos.

Como aconteceu nos dias de Noé, Deus procurava por um homem, com quem pudesse relacionar-Se, sem que tivesse de mostrar-Se indignado ou irado pelas maneiras e costumes que este tivesse adquirido.   A ira de Deus se manifesta sobre toda a impiedade e perversidade dos homens que detêm a verdade em favor da injustiça (Romanos 1:18).   Certamente que Ele não estava à cata de perfeição, pois, conforme nos escreveu Paulo:  “Todos pecaram, e destituídos foram da glória de Deus.” (Romanos 3:23)   Deus olhou do céu para a Terra, e viu que não havia nenhum justo, nem um só sequer.   Todos se extraviaram, e juntamente se corromperam, não havia quem fizesse o bem, nenhum deles (Salmo 14:2-3).  Mas Ele queria aproximar-se de alguém que julgasse especial matéria prima, barro em Suas mãos.

Se Deus quisesse se ater somente a pessoas perfeitas, não as encontraria.  Mas isso não foi motivo para que Ele deixasse de procurar por alguém que Lhe pudesse agradar, apesar de ver neste ser os seus defeitos.

Como o oleiro que vai até o lodaçal, e dali retira sua matéria prima, de um charco malcheiroso, e leva para si o barro com o qual irá trabalhar, às vezes deixando-o secar por um certo tempo, depois atirando-o, batendo-lhe, amassando-o com força, até alcançar a consistência de massa desejável, para depois tentar formar um vaso, moldando-o com suas mãos, e quando este se quebra na moldagem, volta a ser amassado, batido, pisado, para começar de novo o processo.  Quando então seu formato está pronto, ainda é retocado com tinta, e depois de tudo, levado suportar a horas dentro de um forno, onde irá ficar firme, e sairá todo o mau cheiro.    Esta é a maneira que Ele usa para formar pessoas segundo o Seu coração.   Se V. se sente sofredor, ou maltratado pela vida, glorifique ao Deus que está moldando o seu caráter, e lhe dando aquela fibra para ser um vaso de honra, que O glorifique, que Lhe dê prazer de colocar em V. a Sua assinatura, como Sua obra de arte (Jeremias 18:1-7).   Se algo lhe deixou sua alma dolorida, tente olhar para isso como a “marca do tratamento de Deus em sua vida.”

Deus, então, olhou do céu, e, não vendo a nenhum que Lhe parecesse digno, encontrou a Abraão, e viu nele um barro a ser trabalhado pelas Suas mãos.

Abraão vivia, então, no meio da idolatria.  Como foi que Abraão saiu dessa?   Certamente que através de uma revelação direta de Deus para o seu espírito, que envolvesse o seu coração com aquela ternura e amor para com um homem pecador.

Com toda certeza, Abraão já havia sido tocado pela mensagem que o Patriarca Sem, seu ascendente, havia-lhe deixado, acerca do Jardim do Éden, e do Dilúvio, pois que foram contemporâneos.   Abraão guardara aquelas palavras que nada tinham a ver com o legados de deuses estranhos, mas sim, do único Deus que não divide Sua glória com outros.    O Espírito de Deus lhe tocou, desde a sua infância, a buscar ao único e verdadeiro Deus, pois essa história de deuses veio depois, com a descendência de Sem, Cam e Jafé, para obscurecer o Único caminho correto.

Existe até uma lenda, baseada em escritos antigos, que diz que Abraão foi perseguido, quando criança, por Ninrode, recusar-se a adorar a ídolos.

Dando prosseguimento ao plano divino para sua vida, o Senhor, que conhece os corações dos homens, viu um potencial a ser desenvolvido amplamente, na alma de Abraão.

Tera, seu pai, saiu de Ur para ir morar em Harã, e lá vem a morrer.  Por perto da morte de Tera, Abraão ouviu a voz de Deus, prometendo grandes bênçãos, quando este tinha 73 (setenta e três) anos de idade.

OUVINDO A VOZ DE DEUS:

Se pudermos atentar para este fato, veremos que Deus nos chama.  Ele tem vários tons de voz em Seu chamar.

Elias diria que Sua voz é mansa e suave (I Reis 19:12).

Os israelitas, diante do monte Sinai, diriam que a voz do Senhor estremece a Terra (Salmo 18:13;  Êxodo 19:18-19).

A multidão que estava presente na entrada triunfal de Jesus em Jerusalém disse que a ouviu como se fosse um trovão (João 12:28-30).

Às vezes delicadamente, às vezes num som forte, como que incitando a um exército para batalhar, assim ouviu-se a Sua voz.

O que todos devem concordar é que o Senhor possui uma voz tão maravilhosa, como não há outra igual.  Os discípulos no caminho de Emaús disseram que as palavras de Jesus ardia-lhes em seus corações.   Nosso Deus é fogo consumidor, e Sua palavra é como fogo em nossas vidas, martelo que esmiúça a penha (Jeremias 23:29).

Tudo passa nesta vida, mas a Sua palavra permanece eternamente, é a verdade (Salmo 119:160) e luz para a nossa caminhada (Salmo 119:105).

Deus, então, achou por bem chamar a Abraão, estando este convivendo em meio a idólatras.  Não repreendeu o Senhor à família de Tera, mas escolheu e chamou a Abraão.

Abraão logo reconheceu  que aquela voz teria sido a mesma que falara com Noé, ordenando a construção da Arca, cerca de 400 (quatrocentos) anos antes, segundo a cronologia que lemos nas genealogias descritas na Bíblia.

Assim, Deus faz quando nos chama:

  • Deus chamou o Universo à existência, e assim foi feito.
  • Deus chama soldados para guerrear pela fé.
  • Deus chama seus abençoados para a paz.
  • Deus chama os pobres, tanto quanto aos ricos…
  • Ele nos chama com amor, mas nunca podemos nos deter somente a este tipo de chamada, pois também nos chama pela dor.
  • Deus chama os pecadores ao arrependimento, bem como aos justos, para abençoá-los.

A Abraão Ele disse: – “Sai-te da tua terra, da tua parentela, e vai para um lugar que te mostrarei…”

DEUS E ABRAÃO, UMA AMIZADE INABALÁVEL!

Muitas coisas poderíamos dizer acerca de Abraão, mas o que mais tem sido dito é que era um homem de fé.  Dizemos que mais do que isto, ele era um abençoado por Deus.

Quando Deus lhe falava algo, ele logo entendia que aquilo era muito importante.

Como já temos visto, a Bíblia, bem como outros escritos antigos, constataram que Abraão não tinha afinidade com deuses, muito embora sua própria família de seu pai os cultuasse.

Cremos que coisas marcantes aconteceram na vida de Abraão – menciona-se até que ele teria sido salvo milagrosamente de uma fornalha acesa, onde teria sido lançado – tradições e relatos à parte, mas isto explicaria um pouco da devoção e do carinho que ele nutria por Deus.

Sabemos, porém, que ninguém conquista o coração de Deus sem ter antes sido conquistado por Ele.   Apesar, no entanto, de todas as demonstrações que o Senhor faz de que ama a cada um de nós, nem todos respondem com gratidão e amor.  O caso dos 10 (dez) leprosos que Jesus curou o testifica.

O que de fato aconteceu com Abraão é que ele respondeu ao amor de Deus, com um profundo amor – tanto, que bem antes dos discípulos do Senhor Jesus, ele foi chamado de “amigo de Deus”.

Como é bom podermos reconhecer que o Senhor nos ama!   Termos os nossos corações abertos para Ele, que não poupa esforços para nos conquistar!

É bem verdade que existem muitas circunstâncias da vida que  tendem a nos oprimir , a decepcionar-nos, a entristecer-nos, e cada pessoa tem as suas próprias dificuldades, mas até mesmo nestas é que se pode perceber que o amor de Deus se manifesta em nosso favor…   Se contarmos quantas vezes fomos livres de problemas e adversidades que nos arrepiaram de temor pelo pior…  e sem contarmos quantas vezes fomos libertos de situações terríveis, complicadas, que nem sequer ficamos delas cientes…

Às vezes somos provados, e o Senhor não Se manifesta a respeito, a despeito das insistentes orações, ao ponto de acharmos que Ele nos deixou à nossa própria sorte…  É que nos esquecemos que quando nos tornamos amigos de Deus e nos posicionamos quanto a isto, estamos irritando ao adversário, que, de Deus, passa a ser também nosso inimigo – e por isso teremos provas de fogo para passarmos.   Não nos esqueçamos de que Ele tudo vê, e que, no momento oportuno, nos dará  aquela prova de amor e carinho como de um Pai amoroso.

Não nos esqueçamos que muito tempo de nossas vidas passamos sem nem sequer lembrarmos que Ele existe, e que espera uma atitude de nossa parte no sentido de agradá-Lo e cultivar assim a amizade com Deus.

Outro fator importante é que muitos de nós já andamos desviados como ovelhas errantes.  Ao nos aproximarmos do Senhor, o inimigo arde em ciúmes e inveja, pois estamos ocupando aquela posição que este já teve um dia, e a perdeu. – eis a causa de muitos ataques malignos atravessarem-se em nossos caminhos.

Abraão, sem dúvida, não foi diferente.   Em meio a muitas lutas, ele punha, sobretudo, a sua confiança no seu Deus amoroso.

Chamado a sair de Harã, ele logo se pôs a caminho de uma  terra que nem sabia onde seria.  Chegando ao carvalho de Moré, em Siquém, ali o Senhor lhe apareceu e prometeu que aquela seria a sua terra prometida – mas esta estava tomada pelos cananeus (Gn. 12:6), o que certamente lhe fez tomar a decisão de ir para outro lugar, e foi-se a Betel, e depois, mais ao sul (12:8-9).    Sua sensatez lhe dizia que não havia como duvidar das palavras e promessas do Senhor, mas estas se cumpririam no seu devido tempo.

A fome surgiu na terra por onde peregrinava, trazendo-lhe, possivelmente, a primeira tentação estando dentro dos passos que Deus lhe orientou.   Como muitos fazem, mudando de cidade por motivo de mudanças de emprego, estrategicamente, Abraão e todos os que com ele estavam, foi-se para o Egito.

No Egito surge uma segunda tentação.   Que fazer?   Ficar em Canaã pode significar graves perdas, devido à fome.  No Egito, havia víveres, e ele para lá se foi, mesmo sabendo que certas questões estavam concorrendo contra a sua pessoa.

Sara, sua esposa, era uma mulher lindíssima.  Eis aí o problema!   Costumes e hábitos daqueles povos antigos o ameaçavam.   Sabia-se que o Faraó tinha por costume trazer para seu harém a toda mulher formosa que o atraísse, sendo esta casada ou solteira.  Outro costume que permeava aquelas paragens era o de matarem ao marido de mulheres cobiçadas.

Ela poderia ter sido alvo da cobiça de algum oficial ou conselheiro do rei do Egito, mas pelo andar das coisas, ela certamente teria sido eleita miss naquela região, pois foram gabar de sua beleza a alguém que entenderam que se agradaria dela, e sua admirável plástica não seria digna de ninguém menor do que o próprio Faráó!   Ninguém mais ousou tê-la por mulher, pois acharam que Faraó logo a requisitaria, e foi o que este logo o fez.

Abraão, vendo-se fraco e vulnerável diante deste problema, convenceu a Sara de que esta seria apresentada a todos como se fora sua irmã – e na verdade, ela era meia-irmã sua, na pior das hipóteses.

O grande Amigo de Abraão não gostou disso.  Faraó já teria colocado Sara dentro de seu palácio, para em breve passar a conviver com ela como se fosse sua mulher, mas o Deus de Abraão interveio, e tudo foi revelado.  O rei do Egito ficou aflito ao ser intimidado por Deus, e tratou de devolvê-la a Abraão.


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