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O LIVRO DE GÊNESIS – X

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noviembre 18, 2013 by Bortolato

 

Gênesis  capítulo 13 – UM HOMEM SEPARADO DOS SEUS PARA DEUS

O Senhor já havia falado para Abraão sair do meio da parentela de seu pai – isto significava ir-se para a procura de uma terra, sem levar consigo a ninguém de seus parentes.

Devido ao apego que Ló tinha com Abraão, dispôs-se a segui-lo, mas este não era o plano de Deus.  Quando chegaram a um espaço entre Betel e Ai, os pastores do gado de Abraão contenderam com os de Ló.   O acesso a locais privilegiados por poços de água eram muito disputados.

As riquezas desta terra podem servir de bênçãos aos seus possuidores, mas o excesso, por certo, acaba trazendo dissabores e mais preocupações a estes, de forma que a relação custo-benefício pode vir a se tornar desvantajosa e indesejável.   Quantos não se deixam enganar pelas riquezas ilusórias deste mundo, e colocam a adoração ao Deus Vivo em segundo lugar!  Felizmente para Abraão, este não foi o seu caso, mas administrar toda a sua fazenda era um problema incomum e complicado para sua época.    O maior desafio para seus pastores era encontrar água disponível para todo o rebanho ter condições de beber.   Em dado momento, começa a confusão, e tudo se transforma em briga pela conquista de um espaço à beira dos poços de água.

Abraão estava muito rico, sua fazenda contava muitas cabeças de gado.  Ló não ficava muito atrás.   As circunstâncias foram muito envolventes.  Não havia mais como se evitar a separação.  Eram momentos de decisão.  Ambos teriam que sair dali para algum lugar de direção diferente do outro, mas para que lado ir, que destino escolher?

Abraão cedeu ao sobrinho a primazia na escolha.  A que devemos escolher, quando nasce uma disputa?   Quando alguém quer disputar espaço conosco, o que é preciso fazer?   Abraão confiava em seu Deus, que não o iria desamparar.   Não queria prejudicar a seu sobrinho, e também não sair prejudicado.    Ló escolheu a parte que lhe parecia sorrir naquele momento, com um pasto verdejante convidativo para ali levar seu rebanho de animais, pois estava enxergando aquilo com os olhos da matéria.   Abraão viu também os campos de Sodoma, mas aquilo não lhe era o mais importante, naquele momento.  O mais importante nessas ocasiões é confiar em Deus, para seguir o Seu caminho.    Talvez os pastores de Abraão não tivessem gostado da escolha de seu senhor, porque também não entendiam as coisas pela fé, mas guiavam-se pelas vistas dos olhos.   Muitas vezes, quando achamos que saímos perdendo algo em alguma negociação, Deus nos estava poupando de entrarmos em alguma situação difícil, a qual estava encoberta aos nossos olhos.   Assim é que Ele dirige nossas vidas.

Ló olhou para o lado da campina do Jordão, um jardim bem regado, esverdeado, lugar de vegetação muito bonita, de vegetação  muito atraente de se ver, e isto foi o que norteou sua escolha.   Foi estender suas tendas próximo a Sodoma e Gomorra, algum tempo antes da destruição daquelas cidades.

Quando fazemos nossas escolhas, aliás, nunca devemos ir pelas aparências, sem antes consultarmos a Deus.   Lembremos das escolhas que Sansão fez, quando quis casar-se com uma mulher, não tendo nenhum discernimento, o que culminou com sua destruição, perda da unção de nazireu, perda dos seus próprios olhos, da sua liberdade, e por fim, lhe veio a morte.

Confiando em seu Amigo Eterno, lá se foi Abraão para o lado oposto ao de Ló, e veio até Hebrom.   Ló escolheu o que lhe pareceu melhor, que lhe traria maiores facilidades e riquezas, sem olhar para o campo espiritual, e por isso, teve problemas.

Em Gn. 13:14-17, o Senhor falou novamente a Abraão, de uma forma totalmente contrária às dificuldades circunstanciais que este estava enfrentando.   Prometeu-lhe dar toda a Canaã ao Seu amigo, e à sua semente; e mais – a sua descendência seria inumerável, como o pó da terra!

Quando Deus nos fala, as coisas mais inacreditáveis podem acontecer.    Não convém olhar para as vertentes,  as tendências  ou mesmo para a situação presente.   Ele nos fala visando a um tempo que transcende ao que estamos passando.   O tempo não é nenhum obstáculo para Ele, que é Eterno, e Sua ampla visão prevê  aquilo que está por vir, e não o vemos .   Olhemos para a Sua Palavra com desejo de nos achegarmos a Ele, muito embora isto nos custe alguma coisa nos dias atuais e façamos escolhas segundo o Seu bendito conselho.   Com o passar do tempo, veremos que Ele tem razões para nos proferir quaisquer palavras, e, seguindo os passos que Ele nos apontar, o nosso futuro será muito melhor do que esperamos, tanto nesta vida, como na vindoura.

 

Gênesis capítulo 14 – UM RESGATE OUSADO

Deus é extremamente zeloso para com os Seus.   Ele não deseja que nenhum mal lhes sobrevenha.   Quando observamos os Seu atos poderosos, podemos perceber que Ele opera façanhas portentosas, e para Ele não existem riscos em Suas operações.   Quando tudo parece perdido, Ele vem para mostrar que nada lhe é impossível.  Nós é que vemos os riscos, os perigos, as desvantagens, e muitas vezes desanimamos diante de problemas desse tipo.  Por este motivo, não devemos nos acovardar diante de grandes desafios em nossas vidas.

Às vezes estamos em meio a uma guerra, onde muitos dos nossos já tombaram e ficaram no meio do caminho.   A promessa dEle, porém, em Salmo 91 é a de que “mil cairão ao nosso lado, e dez mil à nossa direita”,  mas não seremos atingidos.   Nosso Deus é varão de guerra.   Se o nosso pequeno contingente de amigos, que estão ao nosso lado, não dá contas de vencer a batalha, façamos uma aliança com Ele.    Só a presença dEle já é o suficiente para não sermos vencidos ou nos sentirmos derrotados.   Eliseu que o diga (II Reis 6:15-23).

Feliz é o homem que tem a sua confiança no Senhor.   Não se perturbará diante de desafios homéricos.   Nem mesmo quando estoura uma guerra.   Quando vemos relatos e reportagens sobre um conflito bélico, vemos que quem sofre, em geral, é o povo.

Ló estava habitando como estrangeiro junto às cidades de Sodoma e Gomorra.   Os reis destas duas cidades se uniram a outros três, e foram-se à peleja contra Quedorlaomer, rei do Elão (Pérsia), que veio com outros três reis consigo.   Os reis de Sodoma e Gomorra foram vencidos, e levados cativos, e, junto com estes, o povo destas duas cidades, inclusive Ló e sua família.

Ora, Ló era considerado por Abraão como se fora seu irmão, como se fora seu irmão amado, e este acontecido não lhe cabia no coração, isso não podia ficar assim.

Abraão não se intimidou;  armou-se e aos seus 318 (trezentos e dezoito) homens, e foi em busca do seu amado sobrinho.   A confiança no seu Grande Amigo não o deixou ser intimidado.  A desproporção numérica de contingentes era enorme, mas isso é o de menos – para quem tem o Deus de Abraão.

O Deus de Abraão era o mesmo de Adão, e de Noé.   Se aceitarmos a genealogia de Gênesis, capítulos 5 e 11 na íntegra, Noé viveu até o nascimento de Abraão; e  a vida de Noé, por sua vez, foi contemporânea por 600 (seiscentos) anos com Matusalém; a de Matusalém coincidiu por 243 (duzentos e quarenta e três) anos com Adão.   Por estes dados, conclui-se que Abraão recebeu de Sem a narrativa do Dilúvio feita por Noé, e a de Adão acerca do Jardim do Éden, feita por Matusalém.   Com isto, concluímos que Abraão buscava ao Deus de Adão e de Noé, recebendo a tradição da palavra falada, e provavelmente também algo escrito.  Sem, por sua vez, percebeu o chamado de Abraão, e deve ter-se alegrado com isso – e foi este, provavelmente quem lhe repassou a narração antediluviana.

ABRAÃO E MELQUISEDEQUE:

Com a incursão guerreira de Abraão, Ló foi liberto, e também o povo de Sodoma e Gomorra, e, de quebra, recuperou os bens roubados  e os restituiu aos dantes vitimados daquele conflito.

Ao voltar de sua campanha relâmpago, eis que o rei de Salém (Jerusalém) vem ao seu encontro.  Um certo mistério envolve este rei, chamado de Melquisedeque (que em hebraico, significa “rei de justiça”).   Quem seria este?   Como um verdadeiro sacerdote, e uma pessoa de certa autoridade sobre Abraão, vem  a seu encontro para abençoá-lo.   Em meio a tantas culturas idólatras, impuras e imorais, alguém preservou a fé no Deus Único e Verdadeiro, ao ponto de ser o pastor espiritual de Abraão!

Considerando que Abraão foi contemporâneo de Sem por cerca de 120 (cento e vinte)anos, bem poderia ter sido Sem o rei de Salém, pois era, então, patriarca e sacerdote com mais de 560 (quinhentos e sessenta) anos, e isso explicaria o porquê de Abraão ter sido abençoado por ele.   Fosse quem quer que fosse esse Melquisedeque, eis que se tornara uma figura de Cristo, o nosso Sacerdote eterno, que já, bem antes da Lei mosaica, era vivo e ministrava pelo Senhor Deus da verdade, e ministrará eternamente.   A Ele sejam dados não somente os dízimos, mas toda a nossa devoção, o nosso amor, pois é Ele quem nos abençoa para sempre!

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Gênesis , capítulo 15 – CONVERSANDO COM DEUS FACE A FACE

Deus falou em visão a Abraão.  Na verdade, Deus tem falado de muitas e diversas maneiras, e esta foi uma  delas;   e Ele fala com quem Ele o quer.

O Senhor Se lhe apresentou como o seu escudo, e o seu grandíssimo galardão.  Ele já o havia defendido no Egito, junto ao Faraó; e também diante dos quatro reis encabeçados por Quedorlaomer –  e esta palavra nos mostra que Ele sempre o defenderia.

O diálogo com Deus se lhe mostrou aberto como nunca.  Abraão então expõe sua frustração: não tem filhos, e por isso, todos os seus bens poderiam ser herdados pelo seu mordomo, Eliezer.   Havia um costume na época que dizia que um homem sem filhos poderia adotar um escravo seu para este receber a sua herança.    O Código de Hamurabi, da Babilônia, da região de onde veio Abraão, também comunga deste princípio, e, no caso, o damasceno Eliezer seria o privilegiado, enquanto não surgisse um herdeiro natural.

Deus lhe fala para não temer.  Isto quer dizer: cobrar ânimo, e ter fé.   No Velho Testamento o Senhor, no verso 4º, o Senhor confirma que o herdeiro será um filho gerado naturalmente, e não um adotado.

O Senhor ainda leva Abrãao a olhar para cima, para o céu, e contemplar as estrelas , e o desafia a contá-las, pois assim também seria a semente abraâmica.  O Senhor ainda promete-lhe dar a terra onde Abraão  estava.   (v. 7º).    Esta é uma palavra profética que se cumpriria no futuro, e não nos dias do patriarca.

Deus lhe deu a chance de crer, e ele creu.  A Bíblia lhe dá a chance de crer, e ele creu!  A Bíblia diz que isto foi-lhe imputado por justiça.   Bom é crer naquilo que Deus diz.  Bem-aventurados os que não viram e creram (João 20:29).

Há uma tendência moderna de descrer-se de tudo…  parece que até que os nossos contemporâneos são discípulos de René Descartes, filósofo francês, chamado de pai da filosofia moderna, que propôs o método da dúvida sistemática para se obter a verdade como produto desta.  Isto funciona apenas ao nível da matéria, mas peca com relação ao mundo espiritual.

O espiritual não é aparente.   É um mundo invisível aos olhos da  carne, transcendente ao material, e muito pode influir no nosso mundo visível.  Suas leis são diferentes das leis deste mundo.

O espiritual funciona neste mundo à base de fé, mas fé nas coisas que realmente existem em sua esfera.

Por uma permissão de Deus, tanto homens como anjos têm sua liberdade de escolha, e isto envolve optar pelo bem, estar de acordo com a vontade do Supremo, ou pelo mal, que trabalha contra Ele.

Abraão optou por agradar a Deus, como uma criança aceita ser obediente a seu pai, ouve tudo quanto seu pai lhe diz, e atende à Sua voz.   Abraão creu em Deus, e isto foi agradável ao Altíssimo (Gálatas 3:6; Romanos 4:3, 9, 22).   O Apóstolo Paulo também o atesta.

Foi por essa mesma ocasião que o patriarca apresentou a Deus alguns poucos animais e aves em sacrifício.   Partiu-os pelo meio(v.10), e fez um caminho cercado pelas meias partes.  Por um caminho assim era costume que duas pessoas que queriam entrar em aliança, ambas teriam que passar pelo meio desse corredor de sacrifícios de animais e aves.   A princípio, as aves de rapina sobrevoavam e desciam sobre os corpos sacrificados, tentando ali pousar e atacar, mas Abraão as enxotou.    Ao por do sol, densas trevas cercaram o local, e Abraão temeu.   Deus lhe falou, então, profeticamente o que sobreviria à sua descendência, durante 400 (quatrocentos) anos, sendo reduzida à escravidão, mas depois disso saindo com grande riqueza.

Abraão teve dois obstáculos para chegar à presença de Deus:  a sonolência que o abateu fortemente, e as aves de rapina que vinham para atacar a carne dos animais daquela oferta.  Estes são dois inimigos do homem que deseja ser agradável a Deus.

As aves de rapina que atacam nossas ofertas e a nossa devoção, a nossa obediência a Deus, são figuras do diabo, que luta para tentar-nos impedir de lograrmos agradar ao Excelso.   Como Abraão enxotava as aves, devemos enxotar o nosso inimigo espiritual, que ataca com insistência, e só desiste depois que vê que a nossa persistência em combatê-lo é maior do que a sua em querer-nos destruir perante o Eterno.

A sonolência traz inconsciência, no sono podemos ser prejudicados, se não completarmos as nossas orações.   Há sempre um anjo mensageiro de Deus ao nosso lado, pronto a nos ouvir em nossas petições ao Trono do céu, mas não devemos ser indisciplinados ao ponto de fazermos o anjo esperar longamente, enquanto dormimos antes de terminarmos nossas orações.

Notou-se então um braseiro com uma tocha de fogo passar pelo caminho dos corpos dos animais.   Quando uma aliança entre duas pessoas era feita, ambas teriam de passar juntas pelo meio dos animais mortos, mas aquele braseiro com fogo revelava que Deus passou por ali sozinho – o que significa que Ele estava fazendo um pacto unilateral, no qual Ele, que passava, assumia o acordo incondicionalmente, isto é, oferecendo todo o aval de Sua promessa a Abraão.  Mais uma vez se vê a misericórdia do Senhor.   Ele é fogo consumidor.  Ninguém via a Sua face e vivia.   Ele passou sozinho, assumindo total responsabilidade pelo sucesso daquela aliança de sangue, a fim de que o patriarca não sofresse dano algum com o impacto da presença divina.   Assim foi que nada se exigiu de Abraão, mas Deus zelaria para que tudo o que foi prometido se cumprisse.

Deus lhe prometeu, naquela oportunidade, que a descendência abraâmica voltaria a Canaã, na sua quarta geração, para possuir aquela terra, desde o rio do Egito até o Eufrates, despojando as nações, tribos e raças dos queneus, quenezeus, cadmoneus, heteus, ferezeus, refains, amorreus, cananeus, girgazeus e jebuseus.

Esta passagem nos traz uma tremenda mensagem subliminar.  Trevas, lutas, intempéries, gigantes e opressões poderão nos assustar neste mundo, mas não devemos ficar atemorizados. Ele nos promete estar conosco todos os dias das nossas vidas, até a consumação do século (Mateus 28:20), do mesmo modo como foi com Abraão, pois somos seus filhos na fé.


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