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SALMOS – LV – DOIS HOMENS E DOIS DESTINOS

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noviembre 24, 2021 by Bortolato

Salmo 55

Dois homens andavam juntos e gozavam de um clima de companheirismo aparentemente muito unido, porém de repente houve uma ruptura e abriu-se um grande abismo entre eles.

Pareciam amigos inseparáveis, cúmplices muito íntimos, mas havia uma espada de separação dentro da alma de um deles, oculta até certo ponto, ponto este que se deu o ensejo, uma circunstância que lançaria luz entre eles, e que revelaria o que havia dentro dos seus corações.

Assim como na parábola do joio e do trigo, havia aparentes semelhanças entre ambos, mas ao mesmo tempo seus genomas espirituais eram muito diferentes um do outro, e isto um dia haveria de manifestar-se.

A História nos fala muito alto a respeito de Caim e Abel, pois que este último marcou com sangue o primeiro homicídio da nossa raça humana (Gênesis 4:8). Saíram ao campo às boas maneiras, mas de repente tudo mudou, e acabou-se em uma famosa e chocante tragédia que enoja os corações dos justos.

Também sabemos da história de Jacó e Esaú, dois irmãos, filhos dos mesmos pais, gêmeos, que viveram em comunhão por certo tempo, mas a partir de certo momento, tiveram de separar-se, até porque Esaú começou a nutrir um ódio mortal, e intentou, por bom tempo, matar a Jacó (Gênesis 27-28).

No Salmo 55 lemos uma poesia que foi cantada ao som de instrumentos de cordas, na qual podemos perceber uma situação semelhante, onde vemos passar um clima de comunhão entre amigos, companheiros de batalhas, que também se transformou repentinamente em uma extravasão de ódio e tentativa de homicídio.

Com base em apontamentos e declarações diretas, não podemos precisar com exatidão qual foi o real contexto histórico de sua escrita original, mas como este Salmo foi composto por Davi, o filho de Jessé, o teor das palavras parece encaixar-se perfeitamente dentro da ocasião em que Absalão e Aitofel levantaram-se contra o rei.

No caso de Absalão, por ter sido um filho de Davi, o coração de pai superaria o sentimento de alma inconformada por aquela sua traição, mas mantê-lo-ia à distância segura por tempo indeterminado, provavelmente até o último dia de sua vida. Absalão, porém, foi morto na batalha em que visava a matar o próprio pai, e tudo se resolveu dessa maneira, terminando com os dias do amotinamento que havia suscitado. No frigir dos ovos, Davi ficou livre da ameaça e recuperou a coroa que era sua antes desse triste episódio.

Aitofel, porém, foi o homem que provocou profundo sentimento de decepção e nojo no coração de Davi, porque fora anteriormente recebido pelo rei como um conselheiro reconhecidamente sábio, a quem se lhe deu a chance de tomar ciência de verdadeiras aulas de estratégia militar, vindo a crescer diante dos olhos de toda a corte e de todo o Israel, mas o mesmo não cuidou em ser grato, e usou de seus conhecimentos para aconselhar a Absalão, a fim de usurpar o trono de Davi, mas Deus não permitiu que lograsse êxito total em seus vis propósitos.

O Salmo 55 mostra em forma de Cântico uma descrição daqueles momentos críticos em que o rei havia-se ausentado de Jerusalém, do conforto do seu palácio, em busca de um lugar seguro, onde pudesse abrigar-se da furiosa saga de seu filho rebelde, e do seu conselheiro de guerra Aitofel.

Davi começa a sua oração cantando, extravasando seus sentimentos dentro da forma de poesia hebraica, exprimindo diante de Deus sua perplexidade à vista do que os fatos lhe estavam demonstrando, aquilo que sai do coração dos homens. De quem ele esperava maior respeito e admiração proveio uma amargura de morte sem limites, pois aquele traidor foi de uma boca que mostrava sede de sangue, o sangue real, de um amigo próximo, um amigo ungido por Deus e coroado rei sobre Israel, que nele confiava de longa data. Realmente esta era uma situação muito conflitante, constrangedora, que fazia Davi sentir-se humilhado por haver confiado tanto em quem não merecia todo o apoio que recebera durante anos e anos.

Ah, essas lutas pelo poder… já vitimaram a muitos que a História Universal nos conta. Levam à traição, que pisoteia com o maior desdém a amizade e o amor fraternal à vista de uma desmedida cobiça. “Amigos da onça” parecem surgir do nada, pois que não precisam ter motivos para trair, mas fazem-no sem vergonha e sem ética, tumultuando e transtornando vidas e vidas preciosas aos olhos de Deus.

A oração de Davi, pois, é aquela em que o homem busca a Deus em um momento no qual sente-se enfraquecido, com inimigos vorazes à volta, ameaçando-lhe a liberdade, a honra e a vida.

Foi naquele momento em que o homem portador de um currículo extraordinário sente que está prestes a perder as bênçãos que Deus lhe havia dado: família, filhos, esposa, amigos, bens, títulos, coroa e também até aqueles que um dia puderam apoiá-lo na sua gestão real.

Incrivelmente parece que para o traidor, nada disso tem valor, e não é tão importante quanto a sua ambição, desde que alcance seus objetivos sinistros.

Sem chance de defender-se das acusações que lhe lançaram, ele se assenta como um sentenciado perante um Juízo oculto que o condenou e lhe armou um motim pelas suas costas. Realmente , o salmista passou por momentos de perigos surpreendentes, situações de difícil assimilação para sua alma.

Davi escaparia desse complô e desse levante de guerra civil contra a sua alma?

Nesses instantes há alguém que tem o poder de ajudá-lo. Alguém que sempre lhe fora fiel, o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, o Senhor dos Exércitos. Este Deus foi e é inesquecível nos corações de Seus fiéis. Ai de nós, se não fora este nosso Deus! E foi daí que saiu a oração de súplica por socorro, no Salmo 55.

Terrores de morte assaltam? O coração estremece? Está horrorizado? Não sabe para onde ir esconder-se? Queria ter asas como as de uma pomba, para poder voar até encontrar um lugar seguro?

Por tudo isso Davi passou. Seu principal conselheiro voltou-se contra ele de uma hora para outra, abusando da posição que recebera do próprio rei. Davi convivia com uma serpente, e não sabia disso. (I Samuel 15:31)

Com um inimigo externo teria sido mais fácil de lidar, pois em uma guerra ambos os lados se haverão preparado para uma luta, mas quando uma ameaça de morte surge de dentro do próprio convívio de amigos, de quem jamais suspeitaria, não há tempo de preparação, devido ao elemento surpresa surgir como um assaltante, alçando sua voz, anunciando seus atos de terror; além disso, realmente dói na alma, ter que levantar-se para procurar salvar o que pode ser salvo e enfrentar àqueles que até então eram amados e queridos.

Isto provoca uma outra batalha em paralelo, que se desenrola dentro dos corações traídos. Como lidar com o conflito interno, de ter que fugir e preparar-se para lutar contra alguém a quem amou?

Davi atravessou o rio Jordão, e foi com os seus mais achegados soldados para Maanaim, mas ali teve de ficar lutando a sós dentro de seu espírito, enquanto seus homens, em grupo minoritário, foram à batalha física, de face a face e peito a peito com os seus numerosos e preparados adversários.

Houve um confronto junto a um bosque, no bosque de Efraim, enquanto Davi lutava em espírito em Maanaim. Seus sentimentos de indignação se direcionavam contra aquele que o traíra. Ele não desejava a morte de seu filho Absalão, mas uma vitória sobre aquele exército que buscava a sua vida lhe era claramente necessária.

Como conciliar o fato de ter de lutar para sobreviver, para salvar a própria pele em legítima defesa, a fim de não morrer na espada de um filho que se aliou com um ex-amigo inescrupuloso?

A resposta está nos versos 16 a 18 deste Salmo 55:

Eu, porém, invocarei a Deus e o Senhor me salvará. À tarde, pela manhã e ao meio-dia farei as minhas queixas e lamentarei; e Ele ouvirá a minha voz.

Livra-me a alma, em paz dos que me perseguem; pois são muitos contra mim.”

Davi prossegue a sua oração, inconformado ainda com a maneira enganadora de um falso amigo, que de maneira tão sutil fingiu ter comunhão com ele, e de modo tão assustador e hostil, agora faz de tudo para levá-lo à cova. É-lhe difícil digerir tal desencanto, e a estilo do Velho Testamento, pede que a desgraça atinja e caia sobre o renegado maldoso.

Para termos, porém, doce comunhão com Deus nessas horas é necessário ter fé (Verso 22):

Confia os teus cuidados ao Senhor e Ele te sustentará; nunca permitirá que o justo seja abalado”.

Em seguida, Davi amaldiçoa de morte precoce aos criminosos traiçoeiros. No caso de Davi e Aitofel, o Senhor ouviu a oração do Seu servo, corregente no trono, pois que este último, antes que se desenrolasse a batalha no bosque de Efraim, ele foi para casa totalmente certo de que, como não fora ouvido para aplicarem a estratégia fulminante que teria desbaratado o exército de Davi, o seu destino já estava traçado. Foi para casa, colocou todo em ordem, e suicidou-se.

Devemos, porém, termos em mente que a vingança não pertence a nós, e sim, a Deus – recurso do qual Jesus jamais lançou mão, mas antes lançou um potente brado quando ainda sofria na cruz, rogando a Deus por esses:

  • Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”. (Lucas 23:34)

Esta diferença de tratamento corrigiu um detalhe tocante aos inimigos e aos que nos perseguem, cumprindo os ensinos do Mestre que Ele nos deixou, conforme Mateus 5:43-48.

Parece ser instintivo desejar o mal para os inimigos, mas Jesus nos ensina a não sermos assim dominados por tais ganas, e nem a termos sede de vingança. Ele considera a todos como criaturas de Deus, a quem Deus ama, e que gostaria que aqueles também tivessem uma oportunidade de arrependimento, para serem transformados, purificados, e salvos para poderem desfrutar da doce companhia Divina na vida eterna. Isto não é outorgado em virtude de méritos, por feitos heroicos ou por obras meritórias, mas simplesmente porque Deus tem um coração cheio de Sua graça, que deseja muito dispensar sobre os que se voltam para Ele.

É por este motivo que pecadores muito rebeldes são atraídos para Jesus, e estes que se desarmam perante a presença do Deus Vivo, reconhecendo seu estado decaído, lamentando suas falhas, erros e pecados, podem encontrar a Paz do Céu, ganhar nova vida, como que nascendo de novo, para uma vida muito melhor.

Afinal, é patente que todos pecaram, e perderam a imagem e a semelhança de Deus. Quanto mais pecaram, mais se tornaram vis e detestáveis aos olhos divinos – mas mesmo para os piores, ainda resta uma saída.

Por maior que seja a lama, maior a profundidade do mal instalada no coração de uma alma perdida, existe uma maravilha muito mais brilhante, abençoadora, feliz, e aberta para aqueles que, em sua vida de fuga da presença de Deus, crerem que Ele tem graça, muita graça para os alcançar. Estes têm que buscá-Lo a fim de que venha a removê-los da lama, transportá-los para o Seu convívio de uma doce comunhão com o Seu Espírito, que, de quebra, ainda promete livrá-los da morte eterna, salvá-los e recolhê-los para o Seu Reino de luz e amor.

Nisto está um paradoxo, porque muitos, achando-se “puros”, ou “não tão pecadores”, acabam deixando de crer que têm também necessidade de encontrar a graça de Deus e serem beneficiados por esta. Se reconhecerem sua situação de perdidos, e clamarem pedindo salvação, o Senhor os ouvirá. Assim como Ele ouve aos piores pecadores, certamente que ouvirá também aos que não se deixaram aprofundar pelos maus caminhos deste mundo.

Seja qual for a situação do leitor, eis aqui o repto, que nos chama de quaisquer situações para sermos contados dentre aqueles felizes futuros cidadãos do Reino dos Céus. Desde que Jesus, o Cristo ressuscitou dos mortos, esta boa oportunidade está aberta, mas temos que ter um cuidado, e cairmos na realidade de que a morte cessará todas as possibilidades de podermos nos arrepender a tempo.

Portanto, hoje, agora é o momento. Não deixemos escapar a grande oportunidade de nossas almas. Quer salvar a sua alma? Volte-se para Deus. Busque-O em oração, constante e insistente, até que o ouça. É imprescindivelmente necessário que batamos à porta da Sua graça, e bater à Porta certa, abrindo-lhe o seu coração, pedindo-o em o nome do Filho de Deus, Jesus, o Cristo, nosso Senhor e Salvador. A alma está cansada, sem alento, sem mais esperanças nesta vida? Não cesse de clamar. Deus o ouvirá, e não falhará. Comece agora mesmo, e continue até que os Céus se abram para Vc. A princípio, poderá sentir que suas orações não passarão do teto de sua casa, mas na paciência e perseverança ganhará o prêmio almejado da reconciliação com Deus.

Jesus o espera agora. Faça-o agora mesmo. Não deixe para depois, pois nada mais tem maior valor do que a sua eternidade.

Seja feliz agora mesmo. Os anjos do Céu pularão de alegria ao ouvirem o seu clamor, e contemplarem o seu arrependimento dos seus pecados.

Deus o abençoe, através de Jesus!


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