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SALMOS – XLIV – ESTA SEDE DE DEUS…

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mayo 2, 2021 by Bortolato

Salmos 42 e 43

Que enorme sede! Eu preciso dEle! Ele é a grande pedida de minha alma, meu grande prêmio, a minha força, e a minha maior alegria!

Sede de Deus! Sabem o que é isto? Pobres são os que sequer o descobriram…

Quando um viajor cansado, perambulando pelo meio de um deserto abrasador, percebe que precisa continuar a caminhar, mas está com sua garganta seca, sua pele arde em reação ao calor excessivo, em seus pensamentos se vê possuído por uma ideia fixa: seu desejo por beber água! Água pura, cristalina, em uma vertente, ou em uma fonte, é tudo quanto quer! Água! Água! Água… Quem me venderia um litro de água pura? Oh, onde se acharia um oásis, onde se pudesse beber, sentar-se sob uma sombra, descansar um pouco, renovar as forças, para só depois pensar em continuar a sua jornada?

Nos tempos de estiagem, nas paragens das terras do Oriente Médio, os rios temporários que em outras épocas do ano percorriam seus leitos, fluindo, umedecendo suas margens e oferecendo seu líquido precioso para todos, até às alimárias das redondezas, estes estão totalmente secos.

As corças, que antes se serviam à vontade neles, chegam àquelas suas margens e encontram seus leitos secos, em vez de água encontram um chão rachado pela seca e o insistente calor do Sol. Elas então vagueiam daqui para ali, e não encontram o elemento que tanto procuram. A sede as abate e as atormenta. Elas levantam suas cabeças, mexem com suas narinas, tentam achar um pouco do cheiro da umidade no ar, mas em vão. Então bramam. Estão em aperto. Precisam de água, e se esta lhes faltar, morrerão.

Os viajores do deserto também estão sujeitos a cair na mesma situação. Estes levam seus suprimentos necessários para a travessia, mas se um imprevisto acontece, um pequeno erro de planejamento, ou algo que os fez cumprir um trajeto mais longo, ou assaltantes, roubadores os atacam, e lá se vão embora seus cantis e reservas de água e comida…

A sede é assim. Ou a matamos, bebendo o líquido que Deus fez para matá-la, ou ela nos matará.

Isto ocorre no plano físico. Água é um elemento essencial para podermos nos manter vivos.

Existe, porém, um outro tipo de sede que se oculta dentro de nossas almas, que não se nos mostra com clareza muitas vezes, mas ao longo do tempo irá se acentuando, até deixar homens infelizes e insatisfeitos, com suas vidas desgostosas, vazias e secas, chegando até a uma crise de existência. Quem a ignorar por muito tempo, procurando desculpas para si mesmo, ou outra coisa para tapar a lacuna, irá fatalmente perder a vida.

Esta é a sede de Deus.

Quem já experimentou beber da água da vida, que Jesus nos dá, nunca mais cessará de buscar essa fonte, até que possa novamente saciar a sede de Deus.

Quem nunca bebeu dessa bendita água, não sabe o que é saciar a sede de viver uma vida abundante, que vale a pena ser vivida, calma e intensa ao mesmo tempo. Buscarão achar dessa água em diversões, passatempos, bens materiais, prazeres da carne, ou até em bebidas ou drogas, mas não se satisfarão. A ilusão anestesia a sua sede de encontrarem a Deus, mas não por muito tempo. Logo estarão sofrendo pela falta de alguma coisa que não sabem o que é. Desejarão outras doses desses tipos de anestésicos, mas sempre voltarão a caírem em si, e sentirem que lhes falta algo muito importante, que eles não conseguiram captar no entendimento e diagnosticar com precisão o que viria a ser…

Estes apenas ficarão como que hipnotizados por suas ilusões, as quais os enganarão temporariamente, buscando esconder a real necessidade de beberem da água que só Cristo pode lhes dar. Quando acordam, suas almas ficam inquietas, bramando por “aquilo”, como cegos que desejam achar uma saída para a situação em que se encontram, assim como corças nos desertos deste mundo.

A pergunta que insiste é: até quando vamos enganar as nossas almas assim?

Vamos sofrer assim por quanto tempo? Resistiremos até o fim? E ao findar esta vida, como será esta sede, depois de tudo isso? O que será de nós? De nossas famílias? De pessoas queridas que nos cercam ao redor?

Quem nos dará um start para concluirmos que isto não deveria ser assim, e que precisamos mudar essa história malfadada?

Cada um de nós precisa compreender que as coisas deste mundo não nos levarão à felicidade completa e duradoura, mas na vontade de continuar sempre tentando, essa busca não terá fim se, e quando procurarmos aquilo que tanto desejaríamos encontrar, mas o fazemos em lugares errados. Isto acontece na maioria das vezes porque temos uma alma mal informada.

Os filhos de Coré então compuseram uma canção de profundo significado, cuja letra nos desvenda os olhos para fazermos uma busca honesta, sem preconceitos e sem visão distorcida da realidade espiritual. Esta se acha nas palavras dos Salmos 42 e 43. Estas duas peças deveriam ter sido uma só, originalmente, e não se sabe por que razão foram divididas, mas têm o desenvolvimento da mesma tônica.

O Salmo 42 se inicia assim:

Como a corça suspira pelas correntes das águas, assim, por Ti, ó Deus, suspira a minha alma”

Esses filhos de Coré se sentiram um dia em um exílio, no meio dos gentios. Uma pergunta muito comum que esses povos lhes faziam era: – “Onde está o teu Deus?” (Versos 3 e 10) – questionando e até tentando fazê-los desacreditar do Verdadeiro.

Uma vez longe do Templo de Jerusalém, bateu-lhes uma saudade enorme em seu peito, lembrando das bênçãos inesquecíveis que puderam ali sentir, juntamente com a congregação do povo. Era uma alegria sem par. Eles sabiam que ninguém mais poderia lhes trazer tal gozo, senão o Senhor Yaweh, por mais que fossem questionados.

Quem já viveu intensas experiências proporcionadas pelo Deus de Jacó, jamais ficará feliz se estiver longe das celebrações, cultos, cerimônias em que se manifesta a presença do Senhor. Esta é a razão por que no Salmo 137 o salmista diz:

Como, porém, haveríamos de entoar os cânticos do Senhor em terra estranha? Se eu de ti me esquecer, ó Jerusalém, que se resseque a minha mão direita, apegue-se-me a língua ao paladar, se me não lembrar de ti; se não preferir eu Jerusalém à minha maior alegria.” (Salmo 137:4-6)

O fato é que existe dentro de cada ser humano um espaço vazio dentro de sua alma, o qual só o Senhor pode preencher plenamente, de modo a alegrar-nos sobremaneira e satisfazer-nos sem deixar lacunas, efeitos nocivos ou indesejáveis.

Estar longe da presença insubstituível de Yaweh é como sentir fome e sede que não poderemos saciar de outra forma. O coração estará constantemente pedindo-O, e essa falta provocará sentimento de anseio, até às lágrimas dos que não se consolam com nada mais e nem menos. Aqueles que não provaram do Seu Espírito, por certo que não saberão entendê-lo, por mais que se esforcem neste sentido, até que o experimentem.

Interessante notar que na ocasião em que escreveram estes dois Salmos, os filhos de Coré estariam na região da nascente do rio Jordão, que brota junto ao monte Hermon, ao norte. No caso, é até paradoxal que eles estivessem contemplando aquelas águas, quando o que sentiam era a sensação de sede – mas esta era a sede de Deus!

Naquelas paragens, na época do degelo, as águas da nascente se somam com as das chuvas, o que produz a formação de ribeiros que se avolumam e fazem surgir cascatas exuberantes.

Pois é, então os salmistas, ao contemplarem tais cenas, continuavam com aquela sede, que vai torturando suas almas durante os dias que se passam. As águas torrenciais oriundas do monte Hermon podiam até alcançar aos autores dessa peça de poesia sacra, e encharcá-los, mas isso não lhes podia produzir o sufocar ou afogar a sua fome e sede de Deus.

Ao cair das noites, acabados os afazeres do dia a dia, então lhes surgia a oportunidade para acharem um cantinho onde pudessem orar à vontade.

Então eles abriam os seus corações, e exprimiam seu forte desejo de estarem ao Seu serviço, junto ao altar de Deus (43:4), onde sentiam o seu maior prazer, e pediram para serem levados de volta até lá, cumprindo o seu ardente anelo.

Por três vezes, nesses Salmos 42 e 43, vemos que em meio a tal ansiedade, os pobres peregrinos assumem a opção de crerem que um dia, em um futuro bem breve, tudo mudaria, e então eles se sentiriam confortáveis novamente. Eis a declaração de fé que fazem:

Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda O louvarei a Ele, meu auxílio e Deus meu” (Salmos 42:5,11 e 43:5)

Estes são Salmos da mais pura e verdadeira adoração. Adoração, sim, daquele que, embora tendo um coração amoroso, que tem prazer em fazer todo o possível para agradar a sua família, tem o coração grato a Deus pelas bênçãos materiais, mas … mas… mas… sabe que o seu maior tesouro, pelo qual suspira, é entrar na maravilhosa presença divina… morar junto ao Altíssimo, usufruir do Seu amor, receber dEle aquela porção gratificante que o Seu Espírito transmite de forma inigualável, que nos derrete por dentro, nos modifica por inteiro, transforma-nos, fazendo-nos receber aquela unção que nos faz semelhantes a Ele…

Isto é que é vida, a vida mais abundante que existe, que não pode ser encontrada nesta Terra, mas somente junto a Deus.

Neste mundo andamos muitas vezes em apertos. Situações tristes, às vezes vexatórias, desesperadoras, que nos fazem ver morrer tudo aquilo quanto semeamos, plantamos com tanto esforço, carinho e sacrifício.

Castelos que pareciam ser eternos, de repente desmoronam como se fossem de areia. O decorrer dos anos nos mostra tais situações. Quem duvida disso, verá que o tempo lhe confirmará o que afirmamos.

Repentinamente somos obrigados a abrir mão de tudo que nos fazia bem às nossas almas, mas espere! Há algo que ninguém, nem mesmo o decorrer do tempo, que a tudo desgasta, poderá tirar de dentro de nossos corações.

É essa riqueza que Deus nos acrescenta, com o desfrutar da Sua presença. É eterna, não sofre depreciação, não enferruja, não murcha, não desvanece, não perece, mas nos enriquece para todo o sempre.

Vamos agora para o Evangelho de S. João, em seu capítulo quarto. Conta-nos o evangelista que Jesus estava junto ao poço de Jacó, nas terras da cidade de Sicar. Uma mulher se aproxima dele, trazendo um cântaro vazio consigo, e Ele, de forma mui educada, rompe o silêncio que havia entre ambos, e pede-lhe um pouco daquela água do poço.

Por causa de preconceitos rixosos e bairristas, ela se mostra indignada por ter um judeu ousado a pedir-lhe água, a ela, uma samaritana; e responde ao pedido do Mestre com uma frase capaz de criar mais barreiras entre ambos.

A resposta que Jesus dá a ela é aquela que desvenda o mistério que todos nós precisamos decifrar, o segredo que todos temos que conhecer:

Se conheceras o dom de Deus e quem é que te pede: dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva…” (João 4:10)

Ela, ainda não entendendo o que o Mestre lhe queria dizer, indaga-lhe como poderia ele tirar água daquele poço, sem portar sequer um vasilhame, atado a uma longa corda.

Para melhor esclarecer, Jesus continua a lhe explicar:

Qualquer que beber dessa água tornará a ter sede; aquele, porém, que beber da água que Eu lhe der, nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que Eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna.” (João 4: 13,14)

No deserto avassalador deste mundo, muitos estão fazendo como a mulher samaritana: buscando constantemente a água que não pode saciar a sede de Deus, enquanto o Senhor lhe oferece a água viva, que jorra do interior da pessoa que a encontra, desfruta, e prova do seu maravilhoso sabor.

A esta altura, decerto o leitor estará se perguntando: – onde poderei eu achar tais águas vivas?

A resposta mais clara e concisa aponta para Ele: Jesus!

Jesus é a resposta para todo anseio, sentimento de vazio, vontade de viver, ou crise existencial. Conhecer a Jesus é o privilégio que está ao alcance de todos os que queiram dobrar seus joelhos diante de Deus, e pedir que por Sua doce graça, para que possam encontrá-Lo, e saciar a sede de beber de Sua água viva.

Peça-O! Ter Jesus é bem melhor do que todas as riquezas deste mundo, melhor que todas as benesses que se possa ter neste plano terreno. Ele é inigualável. Só quem O conhece é que pode constatar isto.

Fale com Ele, encontre-O, e experimente-O. Você não se arrependerá, e verá que a sua vida vai mudar para melhor, muito melhor, para nunca mais ser a mesma – eternamente.

Se não nos vermos aqui nesta vida, então poderemos nos ver lá, na eternidade. Espero encontrá-lo muito feliz com Jesus.

Até lá!


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