RSS Feed

SALMOS – XX – EM MEMÓRIA DO QUE DEUS FAZ

Comentarios desactivados en SALMOS – XX – EM MEMÓRIA DO QUE DEUS FAZ

diciembre 11, 2020 by Bortolato

Salmo 18

Depois das tempestades vem a bonança.

Depois de passarmos por vários apuros em que pudemos resistir aos mesmos, durante esses períodos de lutas, nos quais ficávamos às vezes pensando: quando é que isso tudo se vai acabar – se é mesmo que vai de fato se acabar…

As dores nos sobrevêm; parece que entramos em uma batalha ferrenha; não sabemos ao certo quem será o vencedor, tais os ataques que tivermos de enfrentar. Continuamos lutando, ou por instinto de sobrevivência, ou por costume de não entregarmos os pontos, ou por teima, ou por não nos sobrar nenhuma outra opção. É lutar e lutar, e quando se entra em uma luta , temos em mente vencermos; caso contrário, é melhor fugirmos. Ficarmos para sermos feridos, derrotados, e apenas servirmos de alimento e de chacota para o inimigo, não é nada interessante. Temos sempre que lutar, sem nos esquecermos de que, quando nos vemos prestes a sermos esmagados, a melhor estratégia é recuarmos.

Às vezes, no entanto, e não poucas vezes, o inimigo é muito forte e poderoso, e nos aperta, forçando-nos ao confronto. Que fazer? A melhor opção para esses casos, é confiar no Senhor, mesmo contra todas as estatísticas e probabilidades. A Bíblia é repleta de livramentos de Deus para o Seu povo. O caso de Davi e Golias é apenas um destes. Golias tanto quis desmoralizar ao exército de Israel, que ficou desafiando-o por quarenta dias seguidos, e chegou até a ousar depreciar o poder de Deus, o Deus que adotara a Israel como povo Seu. Foi forçoso que alguém do povo do Senhor saísse das fileiras para enfrentá-lo, e lá foi Davi, contra todas as apostas e todas as probabilidades e estatísticas, levando consigo apenas um bordão, uma funda e cinco pedras lisas no seu alforje. A fé remove montanhas, e no caso removeu um gigante.

Quando, porém, estamos amparados pelo Senhor, com Ele ao nosso lado, coisas espantosas e impossíveis acontecem.

Depois de Davi haver enfrentado Golias, a sua vida nunca mais foi a mesma; acabaram-se os dias tranquilos de cânticos acompanhados de harpa junto às ovelhas de seu pai. Mesmo que ele não o quisesse, querendo ou não, ele foi colocado dentro de um túnel, impulsionado a percorrer, onde não tinha outro caminho. Só pôde ir em frente. O seu túnel o apertou por muitas vezes, ora o obrigando a abaixar a cabeça e ora o obrigando a caminhar de joelhos. Mas isso fez parte de um programa de treinamento no qual Deus o estava forjando e moldando, para ser o futuro rei do Seu povo. Esse caminho foi-lhe muito difícil, que por vezes o deixava angustiado, pois não via uma luz no fim do túnel, até que… de repente as coisas se engrenaram de tal forma que foi notório que era a luz de Deus, alcançando-o dentro do túnel, e tudo começou a brilhar, tornando-se claro, e ele pôde sair dali com a vitória nas mãos.

Este é o cenário, em linhas gerais, da produção do Salmo 18. Uma estupenda reminiscência daquilo que Deus fez, faz e sempre o fará quando chegar a hora que Lhe é aprazível, no tempo certo, para aqueles de quem Ele se agrada.

Quando olhamos para trás e contemplamos quantas vezes o Senhor nos aceitou, nos protegeu e nos salvou, os nossos corações exultaram de louvores e agradecimentos a Quem nos foi tão precioso naquelas horas.

Davi começa este Salmo exprimindo uma palavra que é uma confissão de amor.

No primeiro versículo vemos que Davi extravasa de amor aos Deus de sua vida, usando um termo de intenso, forte de invulgar significado. É impressionante. Raham é o termo hebraico que embute em si uma expressão de um mui terno amor, que emerge do profundo do ser, como de uma mãe que se enternece por ter em seu ventre o filho que gera ali. É o mesmo termo que é usado quando José viu a Benjamin (conforme narrado em Gênesis 43:30), e sentiu mover suas entranhas.

Davi, como poucos, nutria um amor especial e muito profundo por Yaweh. Só em pensar quantas vezes ele foi amparado pelo Senhor, isso mexia com as suas emoções.

Por esse amor cheio de gratidão ele então despenca-se a confessar sete títulos que procuram descrever o quanto o Senhor Yaweh lhe significava: (1) “minha rocha; (2) minha cidadela; (3) meu Libertador; (4) meu rochedo; (5) meu escudo; (6) minha salvação; (7) meu baluarte”. Davi parou por aí, mas com o coração fervente e desejoso de mais e mais louvá-Lo; apenas foi exaurido por limitações de sua memória e do vernáculo de que dispunha; então ele teve de parar, mas de coração ligado para louvar, tentando ainda expressar esse seu tão intenso amor, amor pelo seu Senhor.

Chegamos a um momento de meditação sobre este trecho da Palavra de Deus. Quantos e quais os motivos que temos para louvar a Deus? Inúmeros, mais Davi começa mencionando que esteve em graves perigos de morte, bem perto de alcançá-lo e de ceifar a sua vida. Ele se sentia como um homem envolvido por um forte redemoinho no meio das águas, ou como um animal preso em uma rede que caçadores armaram para pegá-lo e prendê-lo. Pois então, a cada laço e a cada armadilha, a cada circunstância adversa, o Senhor estendera o Seu braço protetor e o salvou.

Por que Deus faz assim? Ele não precisa chegar só nos nossos maus momentos, mas são nestes que Ele é mais benvindo aos corações. Seus livramentos são, sem sombra de dúvida, os atos divinos que mais marcam as nossas vidas. Como cantaremos hinos de vitória se não tivermos lutas e batalhas? Por isso é que Ele permite que tenhamos de enfrentá-las, e ao final o crente fiel sempre será mais iluminado com essas experiências, de forma a crescer e amadurecer na sua fé.

O importante é que Ele vem nesses momentos, mostra-Se solícito para nos ajudar, e … como é eficiente! Só porque Lhe agrada vir a nos socorrer!

Não há razões plausíveis que nos permitam explicar isso, senão pelo Seu amor com que nos vê. Por que Ele agrada-Se de nós?

Trouxe-me para um lugar espaçoso; livrou-me porque Ele se agradou de mim” (Salmo 18:19).

Nós fomos objeto de Sua escolha. Ele olhou dos Céus e contemplou os nossos corações necessitados de Seus cuidados paternos; teve compaixão de nós, e decidiu agir em nosso favor, com o Seu coração cheio de ternura e desejo por nos ter como Seu tesouro todo especial.

É muito bom fazer parte do povo que é alvo de Sua bondade! Louvado seja Deus! Quem dera que todos o sejam…

Embora não O possamos ver pessoalmente em todos os momentos das nossas vidas, Ele está sempre Se movendo e manifestando-Se aqui e ali, em favor dos Seus.

Ele tanto ama, que nos escolheu para sermos vasos de honra, para a Sua glória. Ele nos predestinou e nos chamou para olharmos para Jesus e segui-Lo. Além disso, também resgatou àqueles que atenderam ao Seu chamado, e assim fomos comprados por preço do Seu maravilhoso sangue.

Davi também arroga a si integridade para com o Senhor (verso 23). Sabemos que o salmista não foi perfeito em tudo quanto fez, mas era irrepreensível em suas motivações. Neste sentido, ele era um homem completamente sincero, cujo coração era como um livro aberto diante de Deus. Não era isento de erros, como todo ser humano; a história nos revela que, quando no começo de sua vida de clandestino em Israel, mentiu para o sacerdote Aimeleque, de Nobe, e para Áquis, rei de Gate ( I Samuel 21). Não fazemos apologia da mentira, mas quem quiser colocar-se no lugar de Davi, naquelas mesmas circunstâncias, que o prove como agiria de forma diferente.

Havia, a propósito, uma diferença moral entre Davi e Saul. O rei Saul foi traiçoeiro, enganador e desonesto para com Davi; e também foi assim para com o Senhor e com o povo. Davi porém, naquele tempo nem sonhava em considerar Saul como seu inimigo, até que teve que fugir para salvar a própria vida, e provar da amargura de ser condenado sumariamente como réu de morte pela boca de seu próprio sogro, e seu rei em Israel.

O grande lance que Davi aproveitou muito bem em sua vida de fugitivo foi manter-se fiel ao Senhor, que com o benigno, benigno Se mostra; com o íntegro, Ele é íntegro; com o puro, mais puro ainda, mas para com o perverso, Ele é inflexível.

Pois o que fez Deus com Davi nos anos de perseguição, clandestinidade, e fugas constantes? Estes fatores parecem totalmente negativos, não? Mas Deus preparou-o. Nas mãos do Senhor, Davi pôde sentir-se em Sua total dependência, e isso contribuiu para que o jovem salmista aprendesse a guerrear as guerras do Senhor, sentindo uma energia fenomenal a assisti-lo, vinda do Céu.

Foi assim que Davi correu, saltou, lutou, sendo movido pela sabedoria e o poder de Deus. Ao correr, suas pernas pareciam ter a ligeireza das corças (conf. Verso 33), havia também uma grande firmeza em suas mãos e uma força extraordinária em seus braços (verso 34). Seus passos passaram a ser largos e os seus pés mui ligeiros.

O Salmo 18 foi escrito e cantado depois que Davi havia sido coroado rei em Israel, e pôde desfrutar da bênção de ver que as nações que se lhe opunham envergavam-se diante dele, e ele então reconheceu que seus sucessos em todas essas lutas deveu-se por excelência a um grande fator, determinante para que fosse o vencedor: a cativante bondade do Senhor, que aqueceu o coração do músico adorador dAquele que não somente o salvou dos perigos, como lhe deu a alegria de ser o Seu ungido, e até ser elevado à posição de rei sobre Israel.

Uma situação privilegiada, depois do desconforto de ter sido humilhado, caluniado, e procurado em sua nação como se fora um criminoso, condição esta que foi transformada pelo cuidado amoroso do Senhor, como não geraria um espírito de gratidão e louvor ao Deus da sua salvação? Pois foi o que Davi fez, e a composição deste Salmo o mostra assim.

Façamos nós também com ele, executando uma meditação neste Salmo, viajemos com as palavas do salmista, em espírito de louvor e adoração ao Deus que nos ama.

Davi cantava com espírito cheio de gratidão. Escreveu as palavras que lhe vieram à boca, rememorando aquilo que Deus fez em seu favor. Façamos coro com ele e com os cantores que entoaram esta canção para Aquele que tanto opera com vistas a conquistar os nossos corações. Cantemos ao Senhor.

Este louvor clareia nossos espíritos, espanca as dúvidas, as trevas e as obras do tentador. Este louvor liberta-nos, pois desvia o foco de nossos olhos de sobre as dificuldades da vida, para nos elevar à presença do Deus Vivo, que nos deu o Seu Filho Unigênito, Jesus para ser nosso salvador. Disse Jesus: “Se o Espírito vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (João 8:36).

Hoje é o dia da salvação. Jesus está de braços abertos, esperando por todos nós, um por um.

Vamos caminhar e correr ao Seu encontro. Vai ser muito bom, mesmo!.


Comentarios desactivados en SALMOS – XX – EM MEMÓRIA DO QUE DEUS FAZ

Sorry, comments are closed.

Asesorado por:
Asesoramiento Web

Comentarios recientes

    Archivos