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SALMOS – XXV – O AMADO E PODEROSO PASTOR

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enero 6, 2021 by Bortolato

Salmo 23

Pastor! Quem é este? Um nômade que cria reses, vestido de uma capa e de chapéu de couro? Quando uma pessoa é assim denominada, porém, carrega em sua silhueta o desenho de um tipo um pouco diferente para cada cada região pastoril do globo, mas em essência este ofício é muito bem delineado e conhecido nas regiões onde se cria gado. É aquela pessoa que leva e vigia o seu rebanho nos pastos. É também um defensor deste, em quaisquer circunstâncias. Tão antiga e conhecida é esta atividade, que com o tempo pôde também aplicar-se a alguém que em algum sentido desempenhara a função de um supervisor das movimentações de um determinado grupo. Esse título pode ser usado para designar um líder de um certo tipo de pessoas que têm certas características, e assim é que o termo é frequentemente usado como figura de linguagem, até mais vezes do que em seu sentido original – e assim o mundo todo está cheio de pastores, mesmo dentro das metrópoles mais urbanizadas.

Davi, o músico, salmista, guerreiro oficial e que depois se tornou clandestino, um ex- general que depois veio a ser feito rei de Israel, escreveu o Salmo 23, no qual se utiliza dessa figura de linguagem, com vistas a nos mostrar, dentro deste seu estilo poético, algumas facetas daquele Pastor que tanto o impressionou em sua vida.

Davi O descreve lançando mão de suas experiências, tanto no campo como no palácio real, procurando aliar e juntar padrões comparativos entre esses dois ambientes tão diferentes um do outro.

As memórias desse servo de Deus foram buscadas como que dentro de um baú, em um arquivo mental onde estavam as mais antigas lembranças de sua vida, através das quais ele aprendeu a amar profundamente ao Senhor. Estas haviam sido gravadas indelevelmente e o faziam memorar aqueles bons tempos de gratas experiências com o Senhor.

Davi então viajava em seus pensamentos, lembrando-se do período de literal pastoreio, junto às ovelhas de seu pai Jessé. Aquele foi provavelmente o tempo mais tranquilo de sua vida, com exceção de sua infância lactente e do período de subsequente crescimento dentro da casa de seus pais. Depois disso, a sua vida passou por muitos altos e baixos. Terrivelmente baixos, e terrivelmente altos.

Desde criança, ele ficou familiarizado com o contato com ovelhas, as quais passou a admirar, e a valorizar. Havia em Davi um carinho todo especial para com aqueles espécimes ovinos. Ele era um pastor amoroso para com todas aquelas cabecinhas lanosas.

Todas as manhãs Davi abria a porta do aprisco. Essa porta, dentro do conceito judeu de sua época, era guardada por ele mesmo, que, armado, ficava vigiando a passagem para que predadores não pudessem pilhar alguma delas. Os apriscos de ovelhas em Israel normalmente eram cercados de pedras sobre pedras, e no alto destas eram fixados ramos de espinheiros, de modo a não ensejar a quaisquer lobos a empreenderem tentativas de pular aquele muros.

Davi dava um sinal às ovelhas ao romper das manhãs e estas, que já estariam esperando por isso, imediatamente saíam do aprisco, quando então eram dirigidas aos pastos verdejantes e assim recebiam a sua primeira refeição do dia.

Após a pastagem, então era chegado o momento do maior calor do dia, quando as ovelhas eram levadas a descerem os campos até encontrarem um ribeirinho, que ficava na parte mais baixa do vale.

Ali as árvores mais altas se postavam, podendo ser visualizadas até certa distância. Suas folhas eram vestidas de um verde vivo, fato que se derivava de sua proximidade da umidade da terra.

Davi então escolhia uma pequena praia onde as águas se espalhavam pela parte mais larga do leito, onde as correntes seriam mais brandas, e onde não havia grande profundidade. Ele sabia que as suas ovelhas não sabiam nadar, e as fortes correntezas poderiam provocar acidentes de afogamento.

Ali, depois de matarem a sede, ele as deixava repousando debaixo das sombras daquelas árvores altas, de modo que os animais podiam sentir-se bem confortáveis, sob a guarda e a direção de seu pastor.

Aqueles momentos eram um refrigério benfazejo para aqueles animais, e era quando o pastor aproveitava para usar um bálsamo sobre as feridas daqueles que se haviam ferido, e também arrancar-lhes os carrapichos.

Este ambiente é muito lindo e transmite uma paz e tranquilidade que cativava as ovelhas, e tem um aspecto que causa a sensação que se assemelhava a um colírio para as mesmas.

Essa paz, porém, por vezes era quebrada quando aparecia um predador à procura de um almoço grátis de carne in natura. Um petisco, uma iguaria para os carnívoros.

Davi teve que enfrentá-los algumas vezes. Ao surgirem lobos, estes vinham em pequenos bandos, mas o pastor tinha um alforge cheio de pedras que eram destinadas a um por um da alcateia. Os tiros de pedras que Davi lhes desferia tinha uma grande precisão, e com certeza atingia a cabeça daqueles intrusos. Os que eram atingidos, caíam fora de combate. Tonteados, o pastor corria até estes e lhes feria com uma lança, uma espada ou simplesmente uma adaga. Assim os lobos logo percebiam que tinham sido vencidos, e os que restavam, sentindo-se frustrados e em perigo de serem os próximos a morrerem, logo se retiravam e iam embora.

Pelas noites, quando as ovelhas já estavam descansando dentro do aprisco, o pastor ficava junto à porta destas, como uma sentinela armada, fechando a entrada como se fora um portão que mostrava temíveis pontas de ferro aos possíveis candidatos a um confronto.

A Bíblia nos conta que houve ocasião em que o rebanho foi ameaçado por um leão e um urso. Esses animais carnívoros, sendo de porte mais avantajado, mais fortes e mais vorazes, agem costumeiramente na espreita, aproximando-se de forma que nem sempre o pastor pode vê-los até que se exponham para desferir seus ataques.

Davi, porém, sempre ia ao seu encontro para arrancar a presa de suas garras e, com surpreendente rapidez atacava essas feras frente a frente. Estas com toda certeza não se conformaram em perder aquele delicioso banquete que estava já capturado e controlado debaixo de sua possante força, e Davi então passava a ser-lhes um inconveniente inimigo. Não haveria outra opção: o pastor teve que matá-los, mesmo sabendo ser esta uma operação de grande risco. Ele passou a usar sua arma para ferir os tais, golpeando-os até acabar com os tais.

Depois de certo tempo, Davi foi chamado para ser um guerreiro, junto à frente de batalha de seu povo. Foi quando ele pôde sentir que o Senhor era com ele, qual um grande e excelente Pastor que o guardava e defendia por todos os lados. Davi então se sentia qual uma ovelha ameaçada, que procurava defender-se com seus pobres recursos, mas sempre amparada por uma surpreendente mão invisível que lutava ao seu lado: a mão de Deus! Isto o confortava, animava-o e fazia sentir-se seguro, para não temer, e enfrentar os perigos com a vitória em suas mãos.

E Davi então podia dizer, gritar e cantar: – “O Senhor é o meu Pastor! O Senhor é o meu Pastor! O Senhor é o meu Pastor; nada me faltará. Não me faltarão recursos para viver, para me alegrar, e para vencer!”

Golias foi o primeiro filisteu a sentir que as pedras que Davi arremessava eram violentas e certeiras, que derrubava qualquer homem ao chão. Pois foi tal e qual, como o pastorzinho conseguia matar lobos, assim também foi morto o gigante.

Depois de Golias, os que ele enfrentara em campos de batalha também iam sendo vencidos, e o pastorzinho ficava mais confiante a cada confronto, pois ele sentia e sabia que o Grande Pastor o acompanhava, e lutava ao seu lado.

Algum tempo depois, Davi teve que fugir da fúria de Saul, o que lhe trouxe tempos angustiosos. Era como andar por um vale escuro, cheio de sombras satânicas a persegui-lo por onde ele fosse, mas em cada lance nos quais o salmista pôde ver-se livre e escapar, ele pôde também notar que a mão do Senhor lhe era fiel, vez após vez, até que ele foi elevado ao trono do seu povo, sendo coroado rei sobre Israel. Ele experimentou o que é sair do vale das sombras da morte para as alturas do monte onde Deus habitava, onde o Seu Grande Pastor o esperava para reinar juntamente com ele.

Davi então podia dizer bem alto, e com a sua boca bem cheia, para que todos o ouvissem: – “Ainda que eu ande pelo vale das sombras da morte, não temerei mal algum, porque Tu estás comigo – Tu me proteges – e a Tua vara e o Teu cajado me confortam – dirigindo os meus passos, bem como fazem os bons pastores!…”

Quando então passou a assentar-se sobre o trono, nas horas vagas Davi voltava-se para a sua harpa, e cantava salmos dedicados ao Senhor, que o livrara dos inimigos, e o conduzira com muita segurança e mão forte de poder.

Sentia-se Davi como uma ovelha, sendo cuidada pelas mãos do Senhor, o seu Deus.

Cantava ele, observando cada detalhe dessa infalível parceria:

  • O Senhor é o meu Pastor; nada me faltará…” (23:1)

Não faltarão forças para pelejar, nem suprimentos para uma logística abençoada. Não faltarão armas para defesa e para ataque; não faltará a fé, a alegria, a unção e o amor, aquele amor que somente o Senhor pode dar-nos.

Sim, os celeiros do seu reino estavam repletos de trigo, cevada, e outros itens importantes para a mesa preparada para a ovelha de Yaweh.

Quando ele escreve: – “Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos”, (v. 5) ele está profetizando ao seu povo. Assim foi que a rainha Ester, anos mais tarde, pôde também estar diante de seu rei, Assuero, e de Hamã, (seu maior inimigo em carne e ossos), na plena fé que o Senhor lhe traria vitória, e assim foi.

Assim, o Senhor nos trata, como ovelhas frágeis, por vezes indefesas, ainda que por vezes nem percebam esta realidade, mas Ele não permite sermos devorados pelos que nos odeiam.

Unges a minha cabeça com óleo…” – assim como um bom pastor unge as suas ovelhas feridas com o seu bálsamo, em seu cuidado carinhosos para com elas.

Aliás aonde eram preparadas essas mesas repletas de alimentos? Nos banquetes palacianos. Davi podia sentir-se até rodeado de inimigos, pelo lado de fora de sua casa, mas o palácio real era um ambiente onde o salmista era honrado por Deus.

Havia armações políticas e ameaças de inimigos fora de Jerusalém, mas ali ele podia sentir-se dentro do palácio em que o Senhor estava, para lhe assegurar provisão, e unção real, de tal forma que podia também sentir-se recebido com honras pelo Verdadeiro Rei de Israel, que, a rigor, então o fazia como Seu hóspede em Seus domínios.

Nesses banquetes que ocorriam no Oriente Médio e Próximo, um homem, que fora perseguido e que era acolhido para dentro da tenda do hospedeiro, podia sentir-se seguro e desfrutar de uma hospitalidade sem par. Assim, o seus inimigos, frustrados, nada podam fazer, do lado de fora do recinto, a não ser rangerem seus dentes, e morderem-se de raiva.

Ali haveria unção com unguento suavemente perfumado sobre a cabeça do hóspede de honra, a fim de refrescá-lo do calor do Sol que lhe queimava a pele. Dá para ver-se que o tal passaria a ser tratado como se fora um rei.

Assim Davi pôde sentir-se no palácio do Rei de Israel e de toda a Terra, e assim também podem sentir-se os que têm o Senhor como o seu Pastor amado, tendo adentrado à sala do banquete do Pai Celestial.

… e o meu cálice transborda”.

Um cálice de vinho, simbolo da Sua cortesia, era servido pelo anfitrião de forma abundante, até a boca, sem economia alguma, para alimentar a alegria de um protegido e amado pelo hospedeiro. Enquanto isso, os inimigos do hóspede corroem-se de ira, e alimentam-se do veneno que escraviza suas almas.

Jesus, o Cristo, no Evangelho de S. João, capítulo 10, verso 11, declara que Ele é o Bom Pastor. Ele é aquele Pastor de nossas almas que dá a vida por Suas ovelhas. Ele é o Grande e Excelente Pastor, que se planta à porta do aprisco para afugentar os predadores. Assim, como Ele mesmo falou, Ele é a porta do aprisco das ovelhas.

Ele é também quem, que quando dá pela falta de alguma delas, deixa as demais sob cuidados de um servo Seu, e vai em busca daquela que Ele ama. Ao encontrá-la, coloca-a sobre os Seus ombros e de coração leve, feliz e alegre, leva-a para o aprisco.

Ele é aquele Pastor que oferece uma louvável segurança para as Suas ovelhas (Jo. 10:26-29):

Dou-lhes a vida eterna; e nunca hão de perecer; e ninguém as arrebatará da Minha mão.”

O amor de Deus é o Seu grande predicado, que nos encanta, nos atrai para Si, nos abraça e nos dá o perdão para os pecados. Diante de um Pastor amantíssimo como Ele é, temos fé muito firme de que não haverá dias em que Ele não deixará de nos presentear de maneira cativante, todos os dias das nossas vidas. A Sua bondade é inigualável, e Sua misericórdia, inesgotável.

Ao chegar-se o ápice do desenvolvimento desse nosso relacionamento com o Grande Pastor amado, não resta dúvida de que Ele, naquele momento, nos buscará e nos levará para Si, para vivermos dentro de Sua Casa, na imensa habitação celestial, dentro daquele fantástico ambiente que deixará a todos os Seus convidados boquiabertos, sendo surpreendidos a cada momento com o grande amor de Deus.

Isto realmente é o maior de todos os privilégios que um ser humano possa receber em toda a sua existência.

A melhor notícia é que este privilégio é ofertado a todos quantos queiram crer nEle e nas Suas santas Palavras. Vc e eu também somos convidados a aceitá-lo e abraçá-lo com todas as nossas forças.

Há porém um senão: quem não o quiser, não o aceitar, terminantemente rejeitá-lo, ou sutilmente desprezá-lo, não poderá ser esse hóspede eterno junto ao Lar Celeste. Trata-se de uma questão de justiça, de uma tomada de decisão que assume um caminho por onde os viajores deste mundo queiram trilhar: com Deus ao seu lado, ou sem Ele – e quando se toma uma direção nesta área da vida, temos que assumir também as futuras consequências.

Com Jesus, é tudo bondade, amor, alegria eterna, gozo da santidade de Deus, da companhia de santos e admiráveis seres celestiais. Aqui nesta Terra, nos é facultado esse privilégio de caminharmos carregando dentro de nossas almas esta esperança e um antegozo da glória sem fim, mas não sem o desafio de termos que enfrentar males que nos queiram assolar.

Não permitamos que os males e atrativos enganosos deste mundo nos levem para distante da presença deste nosso Grande Pastor.

Jesus nos espera para irmos com Ele, desfrutando de Sua consoladora companhia. Olhemos firmemente com o foco naquilo que nos aguarda no Reino do amor de Deus. Espinhos, pedras, dores, mágoas, golpes do inimigo, nesta jornada terrestre, quererão atrapalhar a nossa visão deste nosso melhor futuro. Vamos deixar tudo isso de lado, prestemos bastante atenção no prêmio que nos aguarda no final, deixemos que Deus suavize nossos sofrimentos e vamos correndo com paciência no caminho de Jesus.

Abraços a todos. Deus os abençoe.


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