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SALMOS – XXVIII – PARA TER FIRMEZA NA CAMINHADA

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enero 28, 2021 by Bortolato

Salmo 26

É necessário que tenhamos um alvo em foco e o persigamos com tenacidade. Mas o que nos proporcionará essa força de vontade? Uma causa justa e nobre. A maneira como a perseguimos deverá formar o nosso caráter, à medida em que dermos os passos certos em sua direção.

No Salmo 26 encontramos um homem que se achega diante de Deus de uma forma como poucos poderiam fazê-lo. A íntegra do texto nos mostra alguém que se olha e se vê inocente, sem pecado, e sem medo de ser abalado neste mundo e nem de ser culpado diante do Tribunal do Céu..

Você poderia recitar as palavras deste Salmo sem sentir-se um hipócrita, como um fariseu de galochas?

Dirão, pois: – Como assim? Davi, o autor desta obra literária sacra não era um homem justo? Uma resposta rigorosamente correta seria: – “Sim, e não”!

Vamos ver isso de perto? Vamos colocar uma lupa com poder de visão de raios-X dos corações, e mirá-la para o peito de Davi. Não para o miocárdio, mas para o íntimo da alma.

O conteúdo deste Salmo, no entanto, leva-nos a meditar, analisá-lo, e chamá-lo de “oração de um pecador inocentado”.

Certa vez Jesus citou o exemplo da oração de um fariseu e a de um publicano, em uma parábola. Ambos estariam diante do Templo, a orar. (Lucas 18:9-14)

As parábolas do Senhor são flashes de exemplos da vida diária, nas quais não usa de casos pontuais ou raros, mas trazem amostras representativas que, de qualquer forma, expõem problemas reais que ocorrem com alguma constância, com a finalidade de nos chamar a atenção e trazer luz, ensinar-nos as realidades espirituais que tangem a esfera do Reino de Deus.

No caso em pauta, o fariseu ufanava-se de ser um homem honesto, piedoso, cerimonialmente correto e puro. Não contente com este autorretrato que lançava diante de Deus e dos homens, ainda fazia comparações entre ele e um certo publicano que orava ao seu lado. Para o fariseu, olhando para dentro de si mesmo, ele estava bem certo de que andava muito corretamente, e julgava-se totalmente apto para o Reino de Deus – mas também, por outro lado, julgava ao seu próximo, estigmatizando-o de um reles pecador que não merecia a bênção do Senhor, um sério candidato a aumentar o número dos que são lançados no Hades – o Inferno, segundo o conceito judaico de sua época.

O publicano, por sua vez, compungia-se em espírito, sofrendo os grilhões de suas culpas dentro de sua alma, reconhecendo ser um pecador e não se conformava com essa condição tão desconfortável diante de um Deus justo, perfeito e intolerante para com os pecados de quem quer que seja. Esse homem batia em seu peito em atitude de desaprovação para com os seus atos reprováveis. Apesar desse conflito interior fazê-lo sentir-se mal consigo mesmo, ele ainda tinha a esperança de alcançar um lampejo da misericórdia divina. Ele pedia: – “Tem misericórdia de mim, pecador!”

Conta-nos o evangelista que Jesus, o Filho de Deus, o Justo Juiz, que conhece os corações das pessoas, passou a descrever a ambos em dado momento, pesando seus pensamentos e motivações na balança do Senhor, e, para surpresa de muitos religiosos, o Mestre justificou ao publicano e não ao fariseu. Demonstrou-se, pois, que o sentido de justiça de Deus muitas vezes não se harmoniza com o dos homens.

O que acontece? O fato é que Deus tem um prêmio a dar a cada um, de conformidade com as atitudes de cada coração. Ele é o Sol da Justiça, e atribui esta a quem percebe que se humilha, arrependido, assumindo suas culpas, e a estes oferece a maravilha do Seu perdão nesta Era da Graça do Senhor Jesus Cristo, abrindo-lhes o caminho para uma reaproximação do Seu Trono de Glória.

Podemos perceber, pois, que a justiça plena reside nEle, e não nos homens, certo? Que não reside nos julgamentos de pessoas tidas por religiosas, mas sim, no coração divino, OK?

Que Deus, pois, nos queira atribuir a Sua justiça, que é dada aos que têm a fé como foi a de Abraão.

Aquele publicano que assumiu seu estado de miséria espiritual, então, ao final de suas orações, foi galardoado por Jesus que, mesmo sem lhe dirigir uma só palavra, deu-lhe a Sua graça, visitou-o em espírito, e um gozo suavizador abraçou-lhe a alma. O pecador foi remido por Jesus e voltou para casa com uma vitória que até chegava a estonteá-lo de alegria; ele parecia andar sobre as nuvens.

Chegamos então a concluir que a ufanação do fariseu foi uma expressão do seu engano e caíram por terra os seus argumentos diante de Deus. Assim também caem por terra todas as presunções de quem se julga justo, que não se acha incluído entre os que pecam certos tipos de pecados de outras pessoas. Chamamos a atenção para o fato de que, a rigor, não há um justo, nem um sequer sob o olhar dos acurados padrões de Deus para os homens. (Salmos 14 e 53).

Isto precisa ficar muito bem claro em nosso entendimento.

Um coração tem muita volatilidade em sentimentos que abriga dentro de si, de forma tal que em um momento podemos ser justificados por Deus, mas basta aceitarmos um simples pensamento eivado de vaidade pretensamente espiritual, e a aceitação divina lhe é negada, em reprovação.

Não é isto o que o apóstolo Paulo diz aos gentios que foram enxertados na oliveira de Deus?

Se, porém, alguns ramos foram quebrados, e tu, sendo oliveira brava, foste enxertado em meio deles e te tornaste participante da raiz e da seiva da oliveira, não te glories contra os ramos. Dirás pois: – alguns ramos foram quebrados para que eu fosse enxertado… Bem! Pela sua incredulidade foram quebrados; tu, porém, mediante a fé, estás firme. Não te ensoberbeças, mas teme, porque se Deus não poupou os ramos naturais, também não te poupará”. ( Romanos 11:17-20)

Voltamos agora para o Salmo 26. Davi coloca-se diante de Deus como alguém que tem andado na SUA integridade. Notamos bem para esse pronome possessivo: SUA – que embute uma ideia de relativismo, algo essencialmente pessoal. Ele não se propõe como o “perfeito” fariseu que se achou digno totalmente de nota dez diante de Deus, mas fez o que seu limitado entendimento lhe permitiu para agradar a Deus.

Assim, o caso de Davi foi um pouco diferente do caso do fariseu.

Davi sabia que ele também era um pecador. Em outros salmos tais como 25, 51, 69, e outros, ele confessa e repudia sua natureza corrupta diante de Deus – mas confiado nas misericórdias divinas é que ele se coloca como alguém que mesmo dentro de suas limitações, uma vez justificado pela graça divina, passa a andar de maneira que sabe ser do agrado do Senhor, e isto lhe é o bastante para ficar feliz e exultante.

Ele encontrou a única saída de seu beco sem saída: a justificação que a misericórdia de Deus proporciona aos que nEle creem. Esta faceta do Senhor realmente nos faz sentir a segurança que o amor dEle nos oferece.

Assim suprido de forças para caminhar, o salmista levanta-se, ergue a sua cabeça e sente-se revigorado como um tigre. Quem o deterá? Ele sabe que o seu coração foi aprovado diante de Deus e o resto não passa de questiúnculas desinteressantes; e portanto vive como se nunca tivesse cometido um pecado sequer. Assim lhe foi estendida a graça de Deus. Sua alma está limpa, e isto é tudo. Ele não precisa de mais nada, pois tudo lhe é novo, até mesmo seu corpo físico. Mesmo sabendo que ele tem de fato um passado de máculas, diferente do seu presente ditoso, Ele olha para trás, e sem grandes esforços percebe que o mal foi lançado em um profundo depósito de lixo, e não se preocupa mais com este.

Consciente ele está de que embora vivendo em clima feliz, cheio de alegria de ter sido salvo e perdoado, ele necessita estar continuamente sendo lavado pela ação do Espírito do Senhor. Por isso é que ele pede ao seu Redentor:

Examina-me, Senhor, e prova-me; sonda-me o coração e os pensamentos…” (verso 2)

No verso 3 Davi ressalta um fator muito atraente que ele achou ao ser visitado pela presença de Deus:

Pois a Tua benignidade, tenho-a perante os olhos, e tenho andado na Tua verdade…”

Deus é benigno. Ele nunca deixou de nos olhar com amor no Seu olhar, e o salmista notou-o. Como poderia deixar de notá-lo? Como deixar de amar o resultado do que a benignidade do Senhor lhe tem trazido?

O amor de Deus é mais alto que o Céu e mais profundo do que os oceanos. Ele nos olha com a intenção de nos buscar no mais fundo das trevas em que nos metemos, para nos retirar dali, e elevar-nos às delícias do Céu. Tanto quanto o oriente se dista do ocidente, Ele sempre está pronto para lançar para longe de nós os nossos pecados.

Por este motivo Davi leva a vida procurando escolher as suas amizades, a fim de resguardar sua alma. Se alguém se lhe mostrar falso diante de Deus e dos homens, ele se afasta deste, a fim de não sofrer más influências.

Interessante também é a sua postura quanto a malfeitores, isto é, criminosos, pessoas que abraçaram a iniquidade e se identificaram conscientemente com estas. São aquelas que vivem à margem da Lei do Senhor, caíram na lama dos que roubam, matam, adulteram, blasfemam à vontade, vivem pensando somente no seu prazer e comodidade, desrespeitando o direito do seu próximo. Desprezaram a Palavra de Deus…

Davi diz aborrecer a estes . Ele não tomava goles de cafezinho com o diabo, e não se dava por incomodado se esses ímpios se sentissem ofendidos por ele. Logicamente que a sua visão veterotestamentária não lhe dava espaços para o evangelismo dos povos que andavam perdidos, longe dos caminhos do Senhor. Daí o seu senso de justiça era tipicamente lastreado pela Lei, e somente a Lei; e como ele veio a ser rei sobre Israel, suas decisões acerca dos que o buscaram para poderem contar com uma justiça plena em suas vidas não poderiam ser frustradoras para os lesados, abusados, e injustiçados. Isto explica a sua força e rigidez nos julgamentos.

A inocência de Davi, como já vimos, é relativa, mas válida para o seu tempo, porque é complementada pela justificação que lhe foi outorgada pelo Senhor Yaweh.

Davi não se sentia um traidor da pátria, mesmo quando perseguido por Saul. Nisto ele podia dizer que lavava as suas mãos em protesto contra seus acusadores. Ele não era um traidor, embora tendo sido mal julgado e traído pelo seu ex-sogro.

Implacável lhe foi a perseguição de Saul. Até os sacerdotes de Nobe, que ajudaram inocentemente a Davi, foram mortos como se traidores da pátria fossem.

Davi se lamenta por haver mentido àqueles sacerdotes, o que fez com vistas a poder ser ajudado, mas rejeita veementemente a culpa de uma traição à coroa. Aliás neste episódio de sua vida, podemos notar a relatividade de sua inocência. Ele mentiu, foi atendido pelos sacerdotes, e estes morreram, pagando com sangue por uma traição que nunca existiu. Morreram por haverem crido em sua mentira, mas não houve culpa de sangue e nem de traição em suas mãos .

Em que pese todo este desfecho infeliz causado pela truculência de Saul, tanto quanto os sacerdotes, Davi também não era um traidor da coroa de Israel – muito pelo contrário, era-lhe um fiel defensor, mesmo no tempo em que forçosamente teve de optar pela vida de clandestino.

Assim, ele não louva a si mesmo, mas coloca sua oração confiantemente diante de Deus, na esperança de que esta seja apreciada. Espera pela justiça divina, certo de que será absolvido.

Um paradoxo aberrante é quando o salmista lança sua súplica diante de Deus, pedindo que não seja incluído no rol dos homens sanguinários (Salmo 26:9). Isto contrasta com a vida que ele levou.

Sabemos que Davi, em sua longa carreira cheia de glórias de guerras, teve de usar da espada e muitas e muitas vezes, mas aqui temos que estabelecer um diferença. Alguém já disse que guerra é guerra, e que chumbo trocado não dói. Na verdade, dói, sim, para ambos os lados, mas vejamos o exemplo de como se iniciou a carreira militar de Davi – arriscando-se a ser morto por um homem que se gloriava ser um matador e que declarava estar ansioso por matar a quem quer que se lhe colocasse à sua frente; este era o gigante Golias. Confiado na segurança e proteção de Yaweh, ele foi, como um rapaz inexperiente, e matou ao gabola matador filisteu.

Assim foi também com outros inimigos, que queriam invadir, matar, estuprar mulheres, despojar, expulsar ou escravizar israelitas, de modo extremamente maldoso e opressivo. Nesses casos, era lutar ou morrer, e de ambos os lados, ninguém queria ser ferido, mas a sobrevivência privilegiada do salmista é prova de que ele jamais foi vencido em batalha alguma, de forma que Davi derramou muito sangue em sua vida de guerreiro.

Para aliviar essa carga pesada em sua consciência, o Senhor o ajudou sempre, a fim de que prevalecesse sobre seus inimigos, e desse modo, ficava bem claro que ele era um abençoado invencível nas guerras, essencialmente porque era um fiel servo de Yaweh.

Assim é que podemos entender os versos onze e doze do Salmo 26. Que segurança! Seus pés não vacilavam, sempre firmes a cada passo.

Buscando, pois, andar em retidão, o salmista se alegrava muito em poder estar sempre por perto do lugar onde habita Deus. É um lugar glorioso (v.8). É o lugar onde ele sempre desejou viver para todo o sempre.

Como um homem que está atento e sempre observa como o final da vida dos ímpios é desonroso e indesejável, longe das múltiplas misericórdias do Senhor, Davi lança sua expressão de anelo de estar longe de homens criminosos, que não se ajustam à vontade de Deus, cujo destino é o castigo eterno.

Desejoso de ser colhido com os justos, o salmista segue seu caminho buscando ser íntegro, confiante de que será liberto de todo o mal, e assim ele pôde exclamar:

O meu pé está firme em terreno plano…”

Ele sente que Deus lhe deu firmeza para dar as suas passadas. Não há o que temer, pois o melhor de tudo será quando puder estar presente entre os remidos do Senhor, cantando louvores e expressando todo o amor pelo Deus que tanto o amou, protegeu-o, livrou-o do mal e marcou com um carimbo de graça e misericórdia o passaporte que o facultou a entrar junto à morada de Deus, para ali morar gostosamente com Ele, eternamente, abraçado com os braços paternos que sempre estiveram à sua espera.

A maior expressão da graça de Deus encontramos na pessoa de Jesus, o Cristo. Conforme os anjos cantaram naquela noite em que Ele nasceu em Belém: – “glórias a Deus nas maiores alturas, paz na Terra e boa vontade para com os homens”. Cristo é a grande manifestação de boa vontade da parte de Deus, que O enviou a este mundo para ser o seu Salvador. Isto é muito exclusivo, pois quem tem o Filho de Deus, tem a vida eterna, mas quem não O tem dentro de sua alma, não terá vida, mas sofrerá a morte eterna.

Deus nos fez nascer nesta era em que a Sua graça é outorgada de forma livre, abundante, sem limites, e só este fato nos faz sermos os privilegiados de todas as demais eras por que esta Terra já passou.

Ocorre, no entanto, que esta época já está chegando no fim, e logo a porta da graça se fechará. O tempo urge, e não devemos ficar parados só pensando, a crermos em teorias que se desmancham com o vento que passa, a duvidar ou brincar com coisas que não são de brincadeira.

Só o Senhor é eterno, o Criador, que não teve começo e não terá fim. Ele era, é, e será sempre; e mais: Ele há de vir. Jesus voltará, e desta vez não será como o Servo Sofredor, mas como o Juiz e Rei de todo este mundo.

Ele hoje quer os nossos corações nas Suas benditas mãos. Temos que crer nEle, e agir de acordo com as Suas Palavras, a fim de que possamos ser recompensados com uma vida cheia de gozo, vigor, poder do Céu, e eterna.

Ele é a fonte das águas purificadoras, e quer purificar os nossos corações. Abramo-nos totalmente para Ele, e esta será a mais doce, maravilhosa e promissora experiência que poderemos ter neste mundo.

Então, digamos: – “Vem, Senhor Jesus! Vem morar dentro de minha alma, pois desejo muito Te conhecer e ser Teu eternamente”

Ora, vem, Senhor Jesus!


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