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SALMOS – XXVIII – ORAÇÃO DE UM CORAÇÃO ATRIBULADO

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enero 20, 2021 by Bortolato

Salmo 25

Orar é frequentemente definido como falar com Deus. Mas isto não deve acontecer de qualquer jeito, pois antes de tudo devemos concordar com Ele.

Quer ser ouvido por Deus? Então é preciso considerar que se tratará de um monólogo que poderá evoluir para um diálogo entre um ser humano pecador por definição, e Alguém muito perfeito, certíssimo em suas decisões, soberano, e santo. Isto é assim desde as múltiplas gerações que vêm trazendo esta condição, que remonta desde o Jardim do Éden.

Antes de começarmos a expressar nossas razões a Deus, um bom prelúdio quietos, em silêncio, calados nos ajudará a fazer-nos sentir que estamos nos preparando para entrar na presença do Senhor, verdadeiro e único Deus, Salvador nosso, e portanto será mister colocarmos muito bem as nossas propostas e quaisquer palavras.

Nossas razões necessitarão ser as mais sérias e profundas de dentro de nossas almas. Se queremos apresentá-las a Deus, é de bom alvitre que estas realmente estejam no nosso mais alto grau de importância dentro de nós.

O salmista Davi começa sua oração que podemos ler no Salmo 25 da seguinte forma:

A Ti, Senhor, elevo a minha alma.” (verso 1)

Ele inicia a sua prece, abrindo por completo o seu coração. Isto é um fator decisivo para quem almeja ter sucesso ao lançar suas petições diante do Senhor do Universo, o Régio Dominador de tudo, aquele que detém nas Suas mãos todo o poder, mas que opera a Seu tempo e segundo a Sua vontade.

Embora Deus seja tão alto, tão grande e tão poderoso, não precisamos achar que Ele nos irá destruir por ousarmos elevar nossos espíritos até a altura do Seu Trono de Glória. Ele promete ouvir-nos, principalmente quando temos os corações quebrantados e contritos (Salmo 9:9).

Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de Santo: – Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos.” (Isaías 57:15)

Um segundo ponto de apoio, mas não menos importante, para elevarmos a Deus as nossas orações está na fé. Precisamos crer nEle, no sentido de confiarmos a Ele tudo quanto se passa em nossas vidas.

Deus meu, em Ti confio”, assim escreveu Davi. (verso 2)

Com efeito, dos que em Ti esperam, ninguém será envergonhado”… (verso 3)

A seguir, Davi, o autor deste Salmo, escreve pedindo a Deus que o ensine quais sejam os Seus caminhos. Apesar de conhecer muito das coisas divinas, o salmista sente que ainda é ignorante acerca de muitas das riquezas gloriosas do Céu, e por isso pede para que ele mesmo possa conhecer melhor os seus próprios caminhos – a fim de compará-los e ajustá-los com os caminhos do Senhor Altíssimo. Neste quesito, Ele sente-se como um noviço, que tem muito ainda a aprender, e sabe que Deus sempre tem esclarecimentos e direcionamentos novos a nos dar, e portanto devemos ficar bem atentos à Sua orientação.

Davi então diz que espera pelo Deus da sua salvação todo o dia! Tal e qual um construtor que se inicia ao labor, ele vai fazendo as suas orações continuamente, tal como alguém vai levantando um edifício, com paciência, constância, cada dia executando uma parte da obra. Em um dia ele lança os alicerces, e como não deu tempo de continuar, volta no dia seguinte para então erguer as estruturas das paredes; noutro dia, vai colocando tijolos em uma das paredes, e assim por diante, até que a tal obra esteja bem acabada.

Este Salmo 25 nos traz à luz que a vida é uma jornada difícil, na qual não poderemos ignorar que não seremos felizes vencedores se decidirmos encarar os fatos e enfrentar as guerras deixando tudo para o encargo das nossas virtudes ou capacidades.

Às vezes essa obra que chamamos de edifício de oração poderá ser interrompida, por exemplo, quando o salmista se surpreende com um pensamento que lhe chega à mente como um obstáculo a ser superado, como uma barreira, diante da qual um atleta precisa esforçar-se para executar um salto desafiador.

São memórias lamentáveis dos seus pecados, e por isso, quando tais lembranças nos atacam em meio à nossa conversa com Deus, façamos como Davi fez: ele invocou as misericórdias e as bondades do Senhor. Ele sabe que é um pecador, e que não merece ser privilegiado com o auxílio do Senhor, mas mesmo assim, tem esperanças de ser atendido, e insiste.

Certamente que, quando um homem estiver orando ao Deus de imensa bondade, e sentir-se interrompido em sua comunicação por uma acusação de homicídio doloso agravado com um adultério cometido com a mulher de sua vítima, como foi o caso de Davi, este se sentirá impotente para estar em pé e continuar desenvolvendo a sua oração até o ponto em que gostaria de chegar. Seu espírito lamenta muito este fato tão lastimável.

Quando então, cumprindo a profecia de Natã, houve aquela rebelião impiedosa de Absalão, seu próprio filho, que desferiu-lhe uma perseguição, Davi soube avaliar os fatos, e concluir que aquilo era uma pedra de tropeço que lhe foi colocada ali em punição à sua sedutora aventura com Bate-Seba; mas também, pela grande misericórdia divina, nem tudo se perdeu; e então, mesmo com o coração ferido pela sua própria insensatez, ainda prosseguiu a sua jornada, e cumpriu o seu ministério real.

Sabendo também que o Senhor continuava a estar com ele, mesmo em meio a grandes dificuldades, a ensiná-lo como proceder em cada instância, isto só já lhe ofereceu um fôlego e um alento.

Quais seriam os pecados do passado que nos ferem as nossas consciências? O Senhor guia ao humildes e mansos nas veredas da Sua justiça. O homem que teme ao Senhor será instruído no caminho em que deve seguir (Verso 12), e entenderá que há uma intimidade santa preparada para ele, malgrado não seja merecedor de tal privilégio que Deus lhe dá graciosamente.

Certo é que todo pecado traz suas consequências, estas nada atrativas, mas assim como Davi logrou encontrar o alívio no Senhor, o seu caso nos lega esperanças diante do Altíssimo. Quando chegarem os nossos dias de aflição, pela fé nós também hemos de lograr encontrar a paz para os nossos corações. Como regente de seu povo, Davi também grangeou, obteve e estendeu o perdão a sua gente.

É uma grande bênção para nós quando sentimos tristeza por causa de nossos pecados, pois que isto nos afasta da atmosfera do mundo. Dizer o que é verdade é que o mundanismo constantemente se nos apresenta como um lugar confortável, macio e aconchegante, convidativo para nele permanecermos indefinidamente. Esta visão do mundo é facilmente captada quando alguém anda em cegueira espiritual, pois não enxerga as coisas do alto.

Quanto então percebemos que esse casulo, que mui enganosamente se nos apresenta como protetor das intempéries, mas em dado momento começa a se romper na sua fragilidade, então sentimos os ventos, o pó, a frieza e a espinhosa ação do diabo, que nos agrilhoam.

Graças a Deus, porque então podemos começar a compreender que, qual uma borboleta, a natureza divina nos faz crescer e nos dá uma dimensão que não cabe mais naquele recipiente que lhe parecia ser eterno, e desta forma não é mais compatível permanecer dentro daquele reduto enganoso e passageiro. Daí então começam dores como as de parto. A borboleta se espreme e se esforça para dali sair, porque as condições não são e não poderão mais ser as mesmas. É premente, é necessário, e não dá para esperar mais. É preferível sofrer a dor, porque não há outra opção para quem quer receber o ar para respirar; é chegada a hora de nascer para a vida – caso contrário, a permanência no casulo será seguida de morte.

Ao sermos contemplados com essa maravilha de mudança, qual uma borboleta, começamos a exercitar as asas da fé, até que estas se sequem, fazendo esquecidas as condições úmidas e temporárias da vida antiga; e recebemos em nosso interior a seiva da Palavra de Deus. Então logo percebemos que podemos bater as asas, e levantar um voo delicioso. Então a nova vida se manifesta, levando-nos a cantarmos um novo cântico, diferente das canções antigas, porque este é um presente vindo de cima, do Céu.

Tudo muda, nas alturas. O ar é diferente, mais puro, limpo, sem termos de comparação.

Se olharmos para baixo, e contemplarmos o casulo terreno abandonado, veremos que foi muito bom sofrermos as tristezas que nos agrilhoaram por causa do pecado, visto que este passou a representar um lixo em processo de deterioração, descartável, de modo que nunca mais deveremos para lá voltarmos. Isto é muito bom mesmo. É maravilhoso.

Esta nova vida nos é prometida por Cristo, Jesus. Ele assim falou para Nicodemos, um príncipe dos judeus que, embora sendo conhecedor da Lei de Deus, não sabia que precisava nascer de novo. Assim também nós, podemos estar seguros de que temos a ciência das coisas divinas, mas não sabemos de fato nem metade do que Deus nos preparou para vivermos neste mundo, e na vida eterna.

Jesus nos promete: –

Eu vim para que tenhais vida, e vida em abundância.” (João 10:10)

Esta vida está no Filho de Deus, que nos doou a Sua própria vida, a fim de que pudéssemos nascer de novo para o Seu Reino Celestial, onde reina a paz, o amor, a esperança e a fé não é em vão.

Quando chegar o fim das nossas jornadas terrenas, teremos que partir para outra dimensão. Só poderemos conhecer as deliciosas maravilhas do Céu, se pudermos experimentar e assumir a postura desse novo nascimento que Jesus nos oferece.

Vamos lá, esse parto pode parecer um pouco desconfortável, mas se não enfrentarmos a dor oriunda das nossas consciências que não se coadunam com o pecado, e decidirmos ser expelidos deste esquema mundano, não poderemos ver o Reino de Deus.

Vamos lá, Jesus nos ajuda a passar por este sacrifício inevitável, que afinal não é comparável nem mesmo a um milésimo das dores que Ele sofreu por nossa causa.

Ele diz: – “Vem!”

Tomemos a nossa cruz e sigamo-Lo. A cada passo dado em Sua direção, as nossas cruzes ficarão mais leves, porque Ele nos ama e nos ajuda a carregá-las.

Sejamos felizes para sempre. Só Jesus tem o poder de nos dar essa vida que vale a pena vivermos.


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