XI – I CRÔNICAS – O SANGUE QUE NOS TRAZ A PAZ
Comentarios desactivados en XI – I CRÔNICAS – O SANGUE QUE NOS TRAZ A PAZmayo 22, 2019 by Bortolato
Isto é um mistério. Quando sangue é derramado violentamente, como poderia representar a paz?
O sangue dentro de nossos corpos é indício de que temos vida. Fora de nós, dependendo da quantidade, pode significar a morte.
E a morte, em todos os sentidos, é o salário do pecado. E o pecado, a transgressão à Lei de Deus, nos provoca separação do Ser mais justo, correto, amoroso, perfeito, inigualável, o único Deus digno de nossa adoração, e que reune todas as condições de nos dar um bom lugar em Seu Reino de luz.
Uma vez que todos pecaram, todos foram despojados da perfeita harmonia com o Rei da Glória, o Único Deus Verdadeiro.
Necessário é haver uma reconciliação entre o Senhor dos Céus e da Terra e cada um de nós. Qual seria o caminho para isto?
Alguns buscam corrigir-se a si mesmos em um esforço homérico, mas sem muita demora percebem que não conseguem manter-se impolutos no tempo e em determinadas condições. Fracassam nas suas melhores tentativas, e tentam amenizar o peso de suas consciências, desculpando-se a si mesmos.
Outros já nem tentam, pois sabem que não irão conseguir…
Muitos acabam por querer cegar os seus olhos espirituais, e tentam esconder de si mesmos que são pecadores, e prosseguem seus caminhos sem pensar no que será depois de tudo…
Há, não obstante, uma única saída para este problema.
Somente o sangue pode reparar o dano causado pelo pecado, e proporcionar-nos a reconciliação com Deus. Mas há que ser um sangue muito especial. Não o sangue de animais, tais como bodes, touros, ovelhas, aves, ou outros quaisquer. Nem tampouco o de pessoas pecadoras, pois que este não agrada a Deus.
O problema tende a alastrar-se e agravar-se porque quando alguém se afasta dos padrões de vida propostos por Deus, as coisas começam a desencadear um processo que arrastará esse tal cada vez mais para comportamentos os mais bizarros e os mais desatinados quanto possível.
É como se esse tal dispensasse a cobertura de segurança que o Senhor lhe oferece e aquele espírito inimigo de Deus, oportunista como é, logo procurará colocar uma coleira em seu pescoço, algemas e correntes que farão daquela pessoa uma escrava à mercê de forças do mal. E quando isso acontece, são destruídos o pudor, a honra, o autocontrole, o equilíbrio e a visão da vida que Deus dá aos Seus. Isto, em outras palavras, é uma morte do ser que dantes havia sido destinado à felicidade eterna, que seria gozada nas plagas sagradas do Céu.
Ora, um ser humano controlado pelas mãos do mal personificado consequentemente não tem moral e nem cessa de praticar o mal, prejudicando a outros, chegando até ao ponto de odiar e desejar a morte do seu semelhante. Ao nível espiritual isto é equiparado a derramar o sangue do desafeto. Se não é realizado o assassinato das vias aos fatos, este estará a um passo do ato, bastando apenas que surjam condições favoráveis como oportunidade, e aplicar-se o golpe final. É o que fatalmente acontecerá na ocasião que surgir propícia para tanto. Logo, um crime idealizado é um crime potencialmente realizado, com sangue derramado. Esta é uma relação íntima que há entre um projeto do mal e um fato consumado. Tudo tem um princípio, um start que começa com a formação de um perfil que desencadeia um processo o qual culmina com a realização do mal.
Em termos de macro, i.e., coletivamente, este processo pode corromper toda uma civilização, o que sempre vem a despertar a ira do Criador, que não criou homens para serem transformados em ferramentas que trabalham em oposição aos planos divinos.
A partir de certo nível de crescimento do mal, alcançado pelos homens, Deus irá interferir, destruindo a humanidade, como o fez por ocasião do Dilúvio, quando milhões incontáveis de vidas foram ceifadas, a fim de não prosseguirem mais nas práticas condenadas. Lembre-se bem: o Apocalipse não é uma ficção, e não está longe de apresentar-se ao mundo.
Isto quer dizer que o mundo já está condenado? Desconsiderando-se o fator profético, a resposta é condicional e relativa. Sim e não. Depende do desenvolver da História a se desenrolar pelos dias que temos à nossa frente.
Em grande parte sim, mas há exceções, como foi com Noé e sua família. Os julgamentos do Supremo Tribunal Celeste trabalha com almas individualmente, muito embora Suas sentenças possam ser executadas simultaneamente sobre muitos.
Enquanto isso não acontece, temos as reportagens dos desastres que se sucedem em partes do mundo, aqui e acolá. A mídia os mostra a cada vez com mais detalhes, mas ainda não são o Apocalipse total sobre a Terra. Tratam-se, entretanto, de juízos parciais.
Um desses juízos parciais foi o que se deu em Israel, durante o reinado de Davi. O povo andou se afastando dos padrões de comportamento aprovados por Deus, e isso foi algo que, quando da subsequente execução dos juízos, alcançou a população de modo generalizado. Infelizmente este não foi um caso isolado, posto que houve diversos casos, passíveis de aplicação da lei de semeadura e colheita.
Deus não se agradou nada, nada do que vinha presenciando. O que foi que Ele viu? A Bíblia não nos deixa claro dentro do texto específico dessa narrativa, mas basta que observemos os outros casos de juízos exercidos antes ou mesmo depois deste acontecimento, e logo o deduziremos.
Satanás, que por sua vez não perde chance de deflagrar suas maldades, de repente achou uma brecha capaz de provocar o zelo divino, a fim de lograr fazer precipitar assolações ao povo que Deus chamara para Si – aliás, o povo que ele detesta.
O inimigo tentou ao rei Davi para que fosse levantado um recenseamento com vistas a obter números estatísticos e assim deixasse de confiar plenamente no Senhor, estribando-se em quantidade de soldados prontos para guerras, em Israel.
Davi ordenou que fosse feita a contagem, e esta teve que ser iniciada, mesmo com a reprovação do general Joabe. Interessante notar que dessa feita Joabe assim se posicionara, e discutiu, demonstrando então ter mais fé em Yaweh do que o seu rei.
Os números obtidos nem chegaram a ser o total real, e as narrativas de II Samuel, cap. 24 diverge com a de I Crônicas capítulo 21. Essa diferença não se sabe como se deu, mas sabe-se que havia maneiras e maneiras de levantar-se o censo. Homens acima de vinte anos, ou de trinta? Ou sem limites mínimo e máximo de idade? Os dados obtidos em ambos os livros foram extraídos de fontes diferentes, mas jamais saberemos qual a metodologia usada para a contagem em cada caso.
Estava pois Israel em má situação diante de Deus. O rei Davi não teve discernimento, falhou na fé, e isto não passou em branco. Ao nosso ver, foi a gota que transbordou a ira de Deus.
Davi então se deu conta de que procedeu totalmente fora do são juízo, arrependeu-se, e confessou a sua culpa em oração. Isto, claro, é um bom sinal, um bom indício, de vez que indica um espírito maleável quando alguém se apresenta perante o Senhor, mas não atenuou e nem adiou um julgamento que estava prestes a precipitar-se. Fazer o bem e ser uma boa pessoa não elide uma condenação pelos males que já foram feitos. Fazer o bem sem olhar a quem quer que seja não passa de uma obrigação de todos perante Deus. É muito bom praticá-lo, mas isto não nos proporciona condições de alcançarmos a salvação de nossas almas, sabia disso?
Daí, quando Davi se deu pela gafe cometida, o mal já estava feito. O profeta Gade, um porta-voz do Reino do Céu, é incumbido de levar três propostas ao rei de Israel, as quais viriam como um ultimato de protesto celestial diante do ocorrido, na forma de três opções alternativas para uma delas ser escolhida, a qual aplacaria a ira e restauraria as bênçãos de Deus sobre a terra. Vejamos quais sejam estas:
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Três anos de fome assolando a terra.
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Três meses de espada e perseguição terrível dos inimigos contra Israel.
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Três dias de peste deflagrada sobre a nação.
A segunda destas era a que mais seria doída para Davi e para o seu povo, pois significaria que o terror da espada dos inimigos estaria chegando perto de Jerusalém, expondo as vísceras e a morte dos soldados empenhados nessa possível guerra, que seria uma catástrofe. Isto Davi não suportaria.
Ele então escolheu a opção que lhe parecia menos dolorosa: que o povo fosse alcançado pela espada do Senhor, porque Ele é misericordioso.
De qualquer forma, a morte viria para ceifar vidas no meio do povo de maneira epidêmica. Haveria muito choro, lágrimas e clamores ecoando por todo lado daquela nação, que ainda era a bendita nação de Deus.
A praga então chegou, para tristeza de muitos, levando vidas e mais vidas, por atacado. Davi ficou consternado. Falou a Deus que ele, sim, se dispunha a ser o único alvo da foice da morte, em vez de esta atingir o povo na sua coletividade. Ao que tudo indica, o Senhor não aceitou estes termos, e a tragédia continuou a colher vidas, e aos milhares.
Aqui vislumbramos um mistério. Davi queria ser o substituto único a morrer no lugar do seu povo. Deus não o consentiu, mas no lugar dele, o Senhor aceitaria Um descendente da linhagem davídica, Jesus, o Cristo, o próprio Filho Unigênito de Deus, que haveria de sofrer morte vicária ali, em Jerusalém, mas ainda não tinha chegado o tempo para esta substituição. O tempo não era aquele, mas quanto ao lugar, o Senhor já o estava escolhendo.
O que aconteceu a seguir? O Senhor mesmo tratou de expor as condições para que a praga cessasse. O profeta Gade outra vez é escolhido para entregar um recado: que Davi se dirigisse ao Monte Moriá, ali mesmo, dentro do território de Jerusalém…
Ah, esse famoso monte Moriá, onde Abraão, por cerca de um milhar de anos antes, havia oferecido seu filho querido, Isaque, em sacrifício para o Senhor. Um desenrolar dramático, no qual Deus pôde sentir ter a total primazia no coração do Seu servo patriarca, e por isso Ele honrou aquela fé extrema de Seu amigo, fé esta que levaria tudo às últimas consequências. Isaque afinal não chegou a morrer, mas aquele local ficou marcado para sempre no coração do Senhor, até porque o drama que se iniciara ali, culminaria com a morte do Senhor Jesus, no monte Calvário.
O monte Moriá naquele momento pertencia a um jebuseu chamado Ornã (ou Arauna, dependendo da fonética empregada para este nome), e Gade disse a Davi que erguesse ali um altar de sacrifícios.
A propósito, ali naquele mesmo lugar onde a renúncia de Abraão chegou a entregar o seu filho Isaque, lá se postava, acima do seu pico, o anjo exterminador portando na mão sua espada desembainhada, a qual já havia matado muitos israelitas por aquela instância. Agora estava agindo aceleradamente sobre Jerusalém.
Arauna mesmo já o havia visto, e ficou amedrontado, desviou-se e escondeu-se juntamente com seus quatro filhos que estavam então trilhando o trigo.
Davi aproximou-se do jebuseu e este, quando viu o seu rei, logo foi prostrar-se ante o mesmo, quando recebeu uma proposta de compra daquele lugar. Arauna nem quis vendê-lo, mas doá-lo de bom grado, e ainda oferecer gratuitamente a madeira para servir de lenha, e os bois para o holocausto, e tudo o mais quanto fosse necessário, até o trigo, ao saber qual seria a finalidade daquela transação.
Aquele desprendimento, quanta cortesia mostrou, decorrente de um coração generoso como o de Aruna! Foi um gesto muito gentil, mas Davi não quis aceitar a gratuidade com que recebeu a contraoferta, antes insistiu que pagaria o preço justo, e assim o fez.
Seiscentos siclos (algo equivalente a sete quilos) de de ouro pelo monte, e mais cinquenta siclos (cerca de 580 gramas) de prata pela eira e os bois oferecidos por Arauna.
Levantado o altar, Davi então inicia o sacrifício, usando os bois comprados de Ornã. Os trilhos do arado também vieram a calhar, e serviram como lenha.
Ao colocar a lenha sobre aquele altar improvisado, e a oferta sobre a lenha, o Senhor respondeu-lhe fazendo com que o fogo do céu caísse e isto foi extremamente significativo.
O fogo do céu foi uma resposta sem palavras, mas com profundo significado de aceitação, pois foi uma clara manifestação da aprovação ou do agrado de Deus. Quando se manifesta, provoca um profundo temor e fé nos corações que o presenciam. Grande dia, foi aquele!
Chegamos a um ponto crítico, e sagrado, que nos leva a parar e refletirmos detidamente.
O profeta Isaías escreveu uma mensagem de Deus em certa ocasião, perto de 700 a 690 A.C., a qual nos revela que o sangue de animais não têm quaisquer relevância em si para agradá-Lo:
“De que me serve a mim a multidão dos vossos sacrifícios, diz o Senhor? Já estou farto dos holocaustos de carneiros e de animais nédios; e não folgo com o sangue de bezerros, nem de cordeiros, nem de bodes” ( Isaías 1:12)
E agora? Como entendermos tais palavras?
Vejamos também Salmo 51:16 a 19, que adiciona algumas informações: –
“Porque não te comprazes em sacrifícios, senão eu os daria; Tu não te deleitas em holocaustos.
Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito, não desprezarás, ó Deus…”
Porém, quebrando este sentido da palavra, Davi então escreve algo que até parece estar fora do contexto:
“…Abençoa a Sião, segundo a Tua boa vontade; edifica os muros de Jerusalém. Então te agradarás de sacrifícios de justiça, dos holocaustos e das ofertas queimadas, então se oferecerão novilhos sobre o Teu altar”.
Logo após o fogo do céu cair sobre a lenha e a oferta, I Crônicas 21:27 diz que:… “o Senhor deu ordem ao anjo e ele meteu a sua espada na bainha”.
Isto significa que a peste cessou naquele mesmo instante.
Este acontecimento foi determinante para Davi, Gade e os servos de Deus entenderem que aquele monte teria sido aceito pelo Senhor como local de adoração.
Até então o Tabernáculo da Aliança, bem como o Altar dos holocaustos haviam estado em Gibeão; e Davi, a esta altura dos acontecimentos, nem ousou sair de Jerusalém para sequer consultar ao Senhor perante sacerdotes que lá em Gibeão ministravam.
De repente, tacitamente houve um direcionamento divino para alterar o lugar onde Deus passaria a aceitar as ofertas sacrificiais – ou… seria uma única oferta de sacrifício que Ele esperava acontecer ali?
Cerca de trezentos anos depois de Davi, Isaías em certo dia se viu diante do Templo que o rei Salomão construíra, ali, sobre aquele mesmo monte onde Davi erigiu um altar (Isaías cap. 6).
Isaías viu ali o Senhor, e chegou a preocupar-se com a própria vida, porque achou que os seus pecados o condenavam e ele não seria poupado. O profeta percebeu que os seus lábios eram impuros, e isto era o suficiente para ele merecer a morte, pois que sua boca ainda carregava o peso de suas palavras mal proferidas. Agora sejamos bem honestos: Isto não se parece nem um pouco conosco? Não se arrepende de coisas que já falou alguma vez na vida? Por pouco ou por muito, Isaías se sentiu muito pequeno e indigno naquela hora…
Humilhado e impotente para se defender, Isaías apenas lamentava que era chegada a sua hora final, e ele se via despreparado para aquele tremendo encontro… com Deus!
Era diante de Deus que ele se achava, o Soberano, inatingível em justiça… mas ao mesmo tempo mui grandioso em usar de misericórdias, e assim foi que um dos anjos (da ordem dos serafins, um ser com alguma semelhança com humanos, mas atipicamente dotados de seis asas, sendo quatro destas destinadas a cobrirem seus rostos e seus pés), que O adoravam sem cessar, voara até o altar dos holocaustos, que se localizava à direita do Templo em Jerusalém (cujo recinto ficara totalmente preenchido pelas abas das vestes do Senhor) para trazer uma brasa viva que tirara dali com uma tenaz (Is. 6:6).
Pergunta: por que o serafim teve que usar de uma tenaz para tirar aquela brasa do altar? Ele parecia ter evitado tirá-la diretamente com as suas mãos…
Observe-se bem: no altar que recebia as ofertas de animais mortos, aquela carne que sofria a ação contínua do assar das brasas estava continuamente sendo desidratada e desengordurada pelo caldo do sangue que vertia e pingava pouco a pouco sobre aquele fogo ardente e a cada gota que ali caía, uma nova labareda se acendia a cada instante.
Pois bem, o sangue que vertia de sobre o altar em Jerusalém, muito embora sendo de animais, era um elemento que representava misteriosamente um ato que Deus mesmo preparou e aprovou – a oferta de um homem, especificamente o Homem Deus, Jesus o Messias, o qual deixou verter o seu sangue de um monte, o Calvário, cerca de mil anos depois de Davi, e setecentos depois de Isaías.
Se abrirmos a cortina desse mistério, veremos que o sangue dos animais era uma representação muito rústica, a grosso molde, mas que aos olhos de Deus, restava agradável, satisfatória, desenhada muito bem, pois nada mais era senão aquilo que foi divinamente ordenado na Lei.
O que era que Deus via naquele sangue de animais oferecidos naquele altar de Jerusalém?
Nada menos do que imagens que O transportavam pelo tempo para ver o sangue de Seu Filho sendo vertido da cruz do monte Calvário. Cada gota do sangue de Jesus fez acender o fogo da aceitação de Deus de um modo cabal, que nem mesmo um serafim podia colocar suas mãos diretamente sobre aquelas brasas do altar, ainda que o sangue do altar era uma representação, naquele momento da história de Isaías.
Como pôde isto se processar desta forma? Pois o inigualável sangue de Jesus não é um sangue comum, e o sangue de animais nem pode ser comparado a ele, pois não há termo de comparação. Só Deus assim permitiu por causa da consciência dos homens, que necessitava ser marcada de figuras, imagens de um sacrifício visível dentro de si.
Em tempos de caserna, lembro-me bem que o exército tem suas credenciais hierárquicas dadas a cada oficial ou praça, e assim, era dado a um coronel comandar todo um Regimento de soldados – mas este comandante, depois do seu expediente normal, ia para a sua casa, ter com sua família, deixando um outro oficial de patente inferior, mesmo até um tenente, para servir de substituto do comandante junto ao quartel durante aquele período programado de sua ausência – era a figura do “oficial de dia”. Em quaisquer eventualidades, aquele oficial de dia era respeitado e obedecido como se fora ele mesmo o coronel comandante – e ai daquele que ousasse desacatá-lo como se fora um “simples tenente”.
Assim é que Deus via o sangue dos animais: não era realmente o sangue de Seu Filho, mas como Ele mesmo determinara as especificações para tais sacrifícios na Lei de Moisés, desde que tudo fosse feito conforme o especificado, aquele sangue de novilhos, bodes, carneiros, ou mesmo de pombos bem representavam o drama de Jesus, quando teve de subir naquela cruz… e era assim que Deus olhava para aquele altar de Jerusalém.
Creio que diríamos melhor, revelando que o brilho do sangue carmesim daqueles animais tinha o mesmo brilho carmesim do sangue de Jesus, trazendo ao Pai Celeste a memória do drama que Seu Filho sofreu na cruz do monte Calvário… mas… Espere aí!… existe um problema anacrônico entre estes dois sacrifícios, pois o sangue de Jesus ainda não havia sido derramado quando da expedição da Lei de Moisés. De fato, mas não se preocupe com isto, pois este é um problema que não é problema para Deus.
Quando vemos o sangue de alguém escorrer não nos impressionamos? Quanto mais o sangue justo e imaculado de Jesus, que nada fez para merecer morte tão horrível em Jerusalém.
Pense agora sobre a Onisciência de Deus. Ele de tudo sabe, sem exceção. Os profetas de Deus anteviram fatos que vieram a suceder centenas e até milhares de anos à frente, dotados de faíscas do dom da ciência divina dentro de seus espíritos.
Pois é, se Deus sabia da morte de Jesus, ocorrida pelo ano 29 D.C., e a Sua crucificação lhe aparecia à consciência como um quadro vívido, como se estivesse acontecendo no tempo presente, diante de Seus olhos, os sacrifícios apresentados desde Abel, os que SEMPRE foram executados com a mesma qualidade dos de Abel, atraíram a graça do Senhor aos homens pelo poder inerente ao sangue de Jesus, o Cristo, como se o poder do sangue do Filho de Deus estivesse autorizando uma representação Sua e do Seu poder em cada sacrifício do Antigo Testamento por Ele determinado.
Entendemos assim a razão por que o serafim, que quis pegar uma brasa viva do altar, tomou-a usando uma tenaz (Is. 6:6). Eu também não ousaria tocá-la precipitadamente com minhas mãos.
A razão é que o poder que há no sangue de Jesus realmente queima! Queima o pecado juntamente com o pecador, tal e qual o fogo físico queimaria a nossa carne, mas a boa notícia é que Ele queima também as enfermidades, as misérias, as desgraças, e os laços do diabo. Mas cuidado, porque queima também toda presunção altiva que se levanta contra Deus.
É neste ponto que alguém perguntaria: então somos destinados ao fogo que nos queimará? Pois digo que bemaventurados aqueles que são queimados pelo poder do sangue de Jesus nesta vida, porque quem não é assim tocado por este, que santifica o fogo do altar, será queimado pelo fogo do inferno, na eternidade. Isto é muito drástico, mas é a realidade…
Que o Senhor nos limpe com o poder do sangue do Cordeiro, e felizes seremos eternamente, começando aqui neste século e culminando com a promoção celestial. Louvado seja Deus!
Não tenhamos medo da brasa viva do altar de Deus, que o anjo traz para nos queimar dentro deste século, pois o fogo de Deus não nos faz mal algum, mas pelo contrário, queima todo o mal.
Digamos nós como falou Isaías, ao ouvir a voz de Deus naquela oportunidade: “Eis-me aqui, envia-me a mim”. (Isaías 6:8) – e veremos a diferença que isto irá fazer pelo restante de nossas vidas.
Category 1º LIVRO DE CRÔNICAS, BÍBLIA, LIVROS HISTÓRICOS DO AT | Tags: Abraão, anjo exterminador, Cristo, Davi, espada, Gade, Isaque, Jerusalém, peste, praga, sacrifício
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