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II REIS – XIX.a – NÃO GERE HISTÓRIA INFELIZ

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octubre 23, 2019 by Bortolato

II REIS – XIX.a – NÃO GERE HISTÓRIA INFELIZ

II Reis capítulo 14a

Os temas épicos são fascinantes. Como não haveríamos de lembrar das histórias de reis da Idade Média ou da Antiguidade? São temas muito versados em livros, filmes, monólogos e diálogos.

Nem sabemos se aconteceu de fato, ou se o chamado de “cavalo de Troia” não teria sido apenas uma ficção do escritor de Ilíada, Homero, que descreveu a longa guerra entre gregos e troianos. Foi uma narrativa poética e tanto, uma história de amor, paixão, política e vingança… De qualquer forma, o que esta história nos ensina é que devemos ter cuidado para não aceitarmos “presentes de gregos”, porque hoje se oferecem muitos deles por todo o mundo. Isto é uma lição de prudência muito importante que os incautos ignoram, e pagam um alto preço pelas suas loucuras.

Há outros romances entre Sansão e Dalila, entre Davi e Bate-Seba, ou entre Cleópatra e Marco Antonio, que são muito conhecidos, e atraem a atenção até de quem não é muito atento a acontecimentos históricos como esses.

Teríamos até mesmo falta de tempo e espaço para narrar aqui tantos e tantos incidentes notórios que nos trazem à luz muitas informações interessentes, que podem nutrir uma melhor perspicácia quanto a acontecimentos desses que hoje poderiam repetir-se, com poucas diferenças ou variações. Afinal, foram fatos que trouxeram enfoques pitorescos que nos levam a refletir bem e melhor acerca dos temas que por estes afloraram.

Sabe-se que a guerra de Troia realmente houve, pois que descobertas arqueológicas nos dão indícios de que isto não foi uma lenda, muito embora não se saiba com certeza como foi aquela cidade capitulada. Aliás, os arqueólogos descobriram não apenas uma cidade no local, mas nove delas, sequencialmente sendo destruídas e novamente edificadas com muros de até nove metros de altura, como prova de que a mesma fora reconstruída muitas vezes, sempre sobre as ruínas da cidade anterior. Das ruínas das nove Troias sobrepostas, a 7ª é a que mais lembra a cidade descrita por Homero, a qual teria existido entre 1250 a 1020 A.C.

O termo “cavalo de Troia” é muito conhecido, e didaticamente fala por si mesmo, apesar de parecer-se muito com um recurso poético da imaginação do autor da ode, mas o moral da história é válido.

Quer ver como este artifício da astúcia funcionou até com reis de Israel, o povo de Deus?

Em II Reis, capítulo 14 lemos que um rei de Judá, chamado Amazias, filho de Joás, reinou lá entre os anos de 796 e 767 A.C., segundo as atuais posições arqueológicas levantadas.

Sua história não foi da mais felizes, porque embora tenha iniciado bem o seu reinado, consta que ele cometeu alguns erros que, pouco a pouco, o conduziram à morte.

Consta que ele fez, em seu reinado de 29 anos em Jerusalém, o que era reto perante o Senhor, porém não como Davi, seu pai ( II Rs. 14:3)

O que isto quer dizer? Por que não fez tudo conforme Davi fazia? O que fez Amazias de errado, que não lhe deixou a patente de um bom e exemplar rei?

A frase que vem a seguir revela algo por trás da letra:

… fez, porém, segundo TUDO o que fizera Joás, seu pai (verso 3). Tão somente os altos não se tiraram” (verso 4)

Se investigarmos como foi o reinado de Joás, veremos que foi um bom rei até o ponto em que este relaxou na fidelidade ao Senhor nos seus último dias, o que o levou a cometer certas imprudências e sérios abusos de poder.

Além de ceder liberdade para o povo cultuar os deuses estranhos nos lugares altos, o próprio rei cedeu pessoalmente a este pecado, e teve de engolir em seco as consequências deste.

Neste ponto o reinado de Amazias foi cópia fiel ao de Joás. Começou bem, e terminou mal, aliás, muito mal. Foi lamentavelmente um desastre.

Quando Amazias estava andando de bem com Deus, seu reinado prosperava. Fez guerra contra dez mil edomitas, vencendo-os no Vale do Sal.

Teria sido um grande motivo para ele render graças ao Senhor, que lhe permitiu ser o vencedor, apesar de ter ido sem a ajuda alugada do exército de Israel Norte.

Ao vencer os edomitas, o que fez Amazias? Tomou os ídolos dos vencidos e passou a adorá-los! Foi repreendido pelos profetas, mas não se corrigiu.

Eis aí o problema: não se deve retomar o curso de um passado infeliz. Não foi uma lição suficiente o que sucedeu a Joás?

A História deve servir para que não venhamos a deixar-nos seduzir pelas forças que levaram nossos antepassados a errar – e para que não imitemos as tais coisas nas quais pecaram.

Amazias ignorou a precaução. Não meditou sobre os acontecimentos que levaram seu pai Joás à morte. Não captou a mensagem que a vida deste último lhe deixou, ainda que subliminarmente. Faltou-lhe o cuidado, o zelo e o discernimento pela causa do Senhor. Daí vemos a necessidade de orarmos, pedindo a Deus que nos dê estes dons preciosos…

Quando alguém obtém uma vitória em alguma batalha da vida, se deixar de seguir fielmente ao Senhor, acaba por não reconhecer Quem foi que lhe concedeu tal bênção. Daí, passa a achar que foi o seu tirocínio, a sua capacidade, o seu gênio batalhador, as suas estratégias bem montadas que o levaram ao êxito, de vez que as probabilidades lhe pareceram concorrer a seu favor… e esquecer-se do Senhor, que lhe deu as forças, a destreza nas mãos, um exército de gente para o amparar, e tudo o mais. Isto não é bom. Não é justo, e essa falha traz as decorrências logo atrás de si, como demônios a reclamar pelo seu direito ao castigo.

À idolatria então somou-se a essa negligência espiritual para agravar mais ainda o quadro. Foi fatal! Foi como fazer retirar-se o chão de debaixo de seus pés, repentinamente, abatendo a sua autoconfiança até o chão. Amazias levou aqueles ídolos para Judá, assim como conta Homero que os troianos levaram o cavalo de Troia para dentro de sua cidade.

Quer saber como ser enganado por um “presente de grego” e dar ocasião à sua própria destruição? Leve ídolos para dentro de sua casa, ou construa-os dentro de seu coração.

Amazias, depois disso, provocou acintosamente uma batalha contra Israel Norte, chamando o rei Jeoás para o confronto, de forma totalmente desnecessária. Segundo Flávio Josefo, ele enviou mensagem a Jeoás, exigindo a posse do poder sobre as cidades e tribos do norte de Israel. Ele queria ser um imperador tal como Davi e Salomão o foram, estendendo os limites do seu reino, quando aquela divisão entre norte e sul havia sido determinada por Deus já na época de Salomão (I Reis 11:28-40).

A pretensão de Amazias excedeu os limites da vontade de Deus e o levou à perdição.

O combate aconteceu e Amazias foi derrotado, preso e levado de volta de Bete-Semes, local da batalha, para Jerusalém, onde teve que pagar os custos dessa aventura a Jeorão: todo o ouro e a prata da Casa do Senhor e nos tesouros da casa do rei, além de vários reféns.

Essa infeliz derrocada não foi o suficiente para ensinar a Amazias que o Deus Yaweh é bem maior do que uma nação e seu rei possam ter, e a seguir, coisas mais graves foram se sucedendo.

Uma conspiração se lhe armou em Jerusalém. Quiseram depô-lo do trono, visando assassiná-lo, e quando ele então percebeu a trama se insurgindo como se fora uma bomba dentro de sua casa, no afã de salvar-se, ele, Amazias, já com 54 anos de idade, e 29 de reinado, fugiu para Laquis, onde buscou refugiar-se da perseguição, mas…

Fazendo um retrospecto da vida e o reinado de Amazias, seguimos as pistas deixadas por ele, e numa análise mais a fundo concluímos que a primeira causa da queda desse rei foi acontecer quando ele resolveu aceitar os ídolos capturados dos edomitas. Este foi o princípio da queda.

Ora, os ídolos dos lares eram considerados como certificados de propriedade das terras onde estes eram colocados, e o fato dele arrestá-los dos edomitas já nos mostra que ele não deu atenção ao primeiro dos dez mandamentos, que diz que o Senhor Yaweh é o único Deus; e o segundo, que diz para não ter outros deuses concomitantemente com o verdadeiro Senhor. Pois além de carregar os “certificados de propriedade” dos edomitas, o que já é um erro por si só, ainda lhes queimou incenso, provocando a ira de Deus.

Ele trouxe aqueles ídolos para casa e estes, quais verdadeiros “cavalos de Troia”, foram a primeira causa do seu fracasso.

Quantos cavalos de Troia existem neste mundo…

A internet está repleta desses … e quando menos se espera, o tal “cavalinho” se achega sorrateiramente, enganando com sua aparência de inofensivo, e logo depois gera uma dor de cabeça para quem não suspeitou dele…

Assim também se nos mostra uma droga… um remédio que parecia ser uma coisa boa… trazia, a princípio, boas sensações, mas depois vêm as consequências: ansiedade, atos precipitados, um transtorno obsessivo compulsivo, atitudes reprováveis, sentimentos de culpa, de frustração, angústias e choro, trazendo sofrimentos para a sua família.

Um ídolo representa tudo quanto vai em desacordo com a vontade de Deus, vestido de um bonito disfarce ou embalagem. Até mesmo um apego exagerado a uma pessoa faz desta mesma um cavalo de Troia, ainda que inconscientemente.

O dinheiro também pode fazer o papel de um cavalo de Troia, se nos apegarmos a ele, pois “o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males”! Ele pode ter algum poder de aquisição, mas nem tudo o que se deseja comprar está à venda, e os negócios ilícitos, por exemplo, nunca têm um final feliz.

Um plano de vida, uma empresa, um emprego, uma carreira, ou um status social também podem concorrer neste sentido, dependendo da forma com que o nosso coração os ambiciona. Não permita que estas coisas se acabem por se transformarem em deuses aos seus olhos, nem mesmo o próprio trabalho dedicado a Deus.

A Bíblia diz em II Reis 14:3 que Amazias fez o que era reto aos olhos do Senhor até certo ponto de sua vida. Começou bem, mas de repente tudo se lhe transtornou a partir de certo momento. Podemos diagnosticar sem sombra de dúvida que a causa de sua derrota teve lugar quando ele admitiu levar os ídolos de Edom, verdadeiro cavalos de Troia, para a sua casa.

O verso 17 do capítulo 14 revela que ele viveu mais quinze anos após a morte de Jeoás, o rei de Israel Norte que o aprisionou, de c. 782 a 767 A.C., dos 29 anos em que foi rei de Judá (de 796 a 767 A.C.), o que nos dá a entender que ele logrou ser liberto, voltando do cativeiro, e, enquanto preso em Israel, seu filho Azarias (também chamado de Uzias) teve que reinar como regente em seu lugar desde os dezesseis anos de idade, isto é, desde 792 A.C. Pela sua volta para casa, ao que tudo indica, ambos, pai e filho, compartilharam o trono do seu reino.

Uma mesma e infeliz ironia do destino fez com que, assim como Joás, o seu pai, Amazias também sofresse uma conspiração em Jerusalém. Ao perceber que alguém tencionava atentar contra sua vida, ele fugiu para Laquis, cidade a trinta milhas a sudoeste de Jerusalém, mas foram até lá para o matarem. Quem teria tanto ódio desse rei, ao ponto de perseguirem sua vida com tanta tenacidade?

Os reféns que Jeoás havia levado em cativeiro para Samaria provavelmente eram os filhos dos nobres, os quais tinham razões de sobra para reprovarem e até detestarem a forma com que Amazias reinava, prejudicando a todo Judá, e em especial as suas famílias. Os conspiradores então o perseguiram até Laquis, e ali mesmo o mataram.

Eis aí a necessidade de sermos fieis ao Senhor até o fim. Amazias teve um feliz início de reinado, mas não serviu a Yaweh de todo o seu coração.

Notamos uma estreita relação entre a fidelidade ao Senhor e o sucesso dos reis que lhe foram fieis adoradores. É um vínculo aparentemente oculto pela maneira silenciosa, mas bem palpável de Deus honrar aos que O honram.

Esta é a nota mais importante a ser feita: quem deseja ter um sucesso firme e inabalável na vida, que seja fiel adorador do Senhor, sob quaisquer circunstâncias, e em todo o tempo. Encante-se com os magnos feitos dEle, anseie ardentemente aproximar-se dEle. Ame-O com todo o seu ser. Não se deixe impressionar com aparentes sucessos de pessoas que não têm o temor de Deus, porque estas não demorarão para sofrerem a queda (Salmo 37:1,2 e 73:1-20). O tempo dirá que isto é assim, com toda a certeza.

Nestes últimos tempos os maus têm sido visto por muitos como os grandes bem sucedidos… mas seria isto duradouro? Pois até mesmo o chamado de Anticristo, que está para ser revelado, depois de seu governo impiedoso e espúrio, será tomado pela mão de Deus e lançado vivo no lago de fogo e enxofre, onde de lá não mais sairá por todos os séculos a fio.

Realmente, o que há de maior valor é acima de tudo crer no Senhor e fazer o que Lhe agrada, fazer o bem, pois quem assim procede estará acumulando riquezas imperecíveis, que aguardam os fieis para toda a eternidade.

Não olhemos para exemplos negativos da fé como alternativas benfazejas. Basta olharmos para o fim dos que delas se valeram: Caim, Coré, Datã, Abirão, Acã, Judas Iscariotes,e tantos outros… o prêmio da injustiça é severo demais, e não vale a pena.

Para quem olhar?

Há muitos bons exemplos de homens e mulheres que levaram suas vidas de forma agradável a Deus, tais como os mencionados em Hebreus capitulo 11: Abel, Enoque, Noé, Abraão, Isaque, Jacó, José, Moisés, Elias e muitos outros.

Mencionaríamos também aqui, o profeta João Batista, que, pertencendo à linhagem sacerdotal de Israel, preferiu viver no deserto, longe dos seus, a fim de não compactuar com os vícios de sua própria parentela. Mas vamos apontar principalmente para o Profeta a quem ele apontou como aquele que veio depois dele, do qual julgava não ter a dignidade de sequer carregar as suas sandálias, pois sabemos que todos os homens e mulheres pecaram à semelhança do pecado de Adão, e todos assim se fizeram corrompidos e inúteis para Deus, em que pesem todas as virtudes dos que serviram a Ele fielmente.

João Batista se referiu a Jesus, o Cristo, virtuosidade das virtuosidades.

Olhemos para Jesus, o real Mestre.

João testificou que Jesus é o Filho de Deus (João 1:34), e certo dia, estando em Betânia, junto ao rio Jordão, com dois de seus discípulos, vendo passar Jesus, disse: “Eis aqui o Cordeiro de Deus” – e aqueles dois então passaram a seguir a Jesus. Assim também nós devemos fazer, seguindo-O.

Se alguém, por outro lado, olha muito para Maria, a mãe de Jesus, mulher abençoada, a quem o Senhor deu o privilégio de dar à luz ao mundo Aquele que é o seu Salvador, também deve prestar atenção para aquilo que ela disse aos serventes das bodas de Caná da Galileia: – “Fazei tudo quanto Ele vos disser”, pois sabia Quem foi que lhe gerara Aquele Filho que saíra de seu ventre, e Quem era ele, afinal.

Chegamos ao ponto culminante desta crônica. A quem, pois, devemos imitar, como fieis adoradores de Deus? A quem seguir? Para quem nos voltarmos? Quem nos indicará o caminho?

Disse Ele mesmo: – “ Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim.”

(João 14:6). Ponto.

Sigamos a Jesus sem desanimarmos, sem pararmos, e sem nos desviarmos nem para a direita e nem para a esquerda. Ao final desta reta, teremos evitado muitos males deste mundo, e ali nos esperam as bodas do Cordeiro.


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