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SALMOS – CXIX – (TETH) – A MARCA DOS FILHOS

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junio 29, 2023 by Bortolato

Salmo 119: versos de 65 a 72

É uma bênção termos pais neste mundo.

Filhos podem ser adotados, e estes assim admitidos em uma família recebem a dupla honra de pertencerem a esta, que os acolhe e os trata com todos os cuidados possíveis ao seu alcance.

Por este motivo, os adotados têm ainda mais motivos para serem gratos a seus pais.

Os filhos naturais recebem as características do DNA de seus pais, mas o que mais importa é que todos eles absorvam a tenacidade moral, mostrem caráter impoluto, e imitem seus progenitores nas suas qualidades, evitando herdar deles os defeitos, uma vez que todo ser humano os possui.

Filhos muitas vezes deixam transparecer defeitos durante o seu desenvolvimento e maturação, mas como isto é de se esperar, torna-se necessária a acertada correção, a fim de que não continuem repisando nessas mesmas falhas. À medida em que os infantes aprendizes crescem, também vão crescendo em desenvoltura mental e espiritual, paralelamente à estrutura física. Nesta fase é importante permitirem ser malheáveis no trato, a fim de eliminarem fatores nocivos e cultivarem as boas qualidades.

Há aqueles que não aceitam ser corrigidos e disciplinados pelos pais, mas isto não lhes traz benefícios. Todos nós necessitamos ter um bom direcionamento que nos propicie a sermos vencedores nas lutas da vida. Ninguém seria exceção neste quesito. Todos nós precisamos ter um padrão, um espelho onde possamos mirar e nos esmerarmos para escolhermos as melhores opções que temos ao nosso alcance.

Poderá ser que alguns pais não tenham a paciência e a delicadeza que certos filhos esperariam deles, mas isto também faz parte do processo educativo por que todos têm que passar. Temos que considerar que ninguém é perfeito, completamente apto a ser pais exemplares, aprovados com nota dez.

É comum que filhos guardem alguma inconformação em seus corações, quando lembram de algo que os fez pensar que foram castigados injustamente.

Lembro-me de ter guardado durante décadas a convicção de ter sido esbofeteado por minha mãe, porque ela concluiu impropriamente que eu lhe estaria mentindo. Na verdade, o que houve no caso em questão foi ter ela abraçado uma interpretação de palavras ouvidas, de forma que no final creio que ambos tínhamos razões para crermos estarmos certos, mas…

Em que pesem as razões de ambos os lados, o que hoje ficou claro é que a bofetada foi bem aplicada devido à arrogância com que me levantei para tentar derrubar a acusação que me fora implicitamente dirigida.

As coisas são um tanto mais complicadas do que a gente pensa serem…

No Salmo 119: 65 a 71 vemos o autor desta magnífica peça literária demonstrando reconhecer Deus como seu Pai bondoso, e, como um Pai assim sente a necessidade de podar más atitudes que aflorem no coração de Seus filhos – no caso, o salmista era um desses filhos que teve a necessidade de ser corrigido.

Uma forma de Deus manifestar o Seu desagrado é, de maneira silenciosa, estendendo a Sua mão no sentido de barrar a insensatez de Seus filhos, a fim de impedir que se agravem tendências perniciosas que fatalmente nos trariam consequências amargas, quando não terríveis.

É desta forma que surgem problemas que afligem o filho que estaria mal direcionando o seu comportamento.

Temos que considerar isto: Deus usa circunstâncias, boas ou más, mesmo aquelas que não nos agradam, a fim de que Seus filhos despertem em suas consciências para entenderem que determinados caminhos são bons e que outros têm que ser evitados.

Cabe aqui mencionar o exemplo do renomado servo de Deus, George Müller, nascido em 27 de setembro de 1805 em uma pequena cidade da então chamada Prússia.

Uma das coisas que ele fazia, quando algo não lhe ia bem, era parar tudo, e reservar tempo com qualidade para começar a colocar todo o seu caráter nas mãos do Senhor, refletir muito bem e tomar resoluções que viessem a contribuir para sanear os defeitos que porventura encontraria dentro de si.

Só assim ele conseguia prosseguir na sua caminhada junto ao Pai das luzes, procurando endireitar as tortuosidades e contornar os obstáculos.

Assim foi que George Müller pôde fundar e desenvolver as atividades de orfanatos que chegaram a sustentar e dar condições de vida para dez mil órfãos, apenas recebendo ofertas voluntárias que pessoas lhe cediam.

Nesta secção do Salmo 119, que o salmista cunhou com a letra hebraica Teth, letra que também significa o número nove, ele proclama a bondade divina em usar de… aflições! Aflições que teriam a finalidade de levá-lo a parar, pensar melhor, meditar sobre a ação que os fatos se lhe impuseram, de maneira a forçá-lo a revisar seus pontos de vista e a mudar de atitude.

É como acontece com um caminhante distraído que está indo para a beira de um abismo, mas antes que este ali caísse e mergulhasse nas profundezas do penhasco, seus pés e pernas sentem que alguma coisa os feriu, talvez um espinho dolorido ou um inseto nocivo ao picá-lo, o que o obrigou a parar, tirar a venda de seus olhos, e, ao fazê-lo, pôde perceber o perigo que corria. Então ele louvou a Deus, por havê-lo impedido de prosseguir para a destruição.

Benditos espinhos, benditos insetos, instrumentos de Deus usados para deter desastres em nossas vidas.

Aqueles que não tiveram que parar, e tirar a venda dos olhos, sofreram muito maior dano, puxados para a própria irreversível perdição.

Louvado seja Deus pelos Seus cuidados paternos. O Seu amor se manifesta de muitas formas, mas esta é apenas uma delas.

O salmista reconhece isto e faz um retrospecto da sua situação:

Antes de ser afligido, andava errado, mas agora guardo a Tua Palavra” (verso 67)

Quem pode ver assim, sabe que é como o despertar para a doçura das verdades de Deus, que nos revelam que temos que ficar atentos para observar detalhes tão importantes, que nos avisam que o destino mais feliz que o homem pode encontrar só é alcançado quando se volta atrás da direção errada que se havia tomado.

Então com os olhos abertos, o salmista proclama:

Tu és bom e fazes o bem; ensina-me os Teus decretos”. (verso 68)

Há também mister que os justos tenham que parar…

Vc já parou diante de calúnias ou mexericos maldosos, até indecentes, que procuram encobrir as suas virtudes, e levantar falsas teorias com a finalidade de denegrir o seu bom nome?

É sim, isto também pode acontecer, e acontece com a permissão do Senhor.

Neste caso não se trata de obra do Altíssimo. Em vez disso, são venenos que serpentes cospem com o objetivo de nos fazer desviar do rumo ao verdadeiro, bom e justo. Essas peçonhas atiradas sobre os olhos dos fiéis têm a finalidade de nos desviar do foco, do nosso verdadeiro alvo, turvando a nossa visão, tencionando a nos desequilibrar.

Pode ser que sejamos injustamente perseguidos e sermos levados a pensar que isto nos é justamente merecido.

A melhor atitude diante deste problema é mantermos uma boa consciência. Uma vida remida, lavada e purificada diante de Deus, por si só já é uma boa resposta a essas calúnias lançadas como cortinas de fumaça sobre a nossa visão espiritual da vida.

Então a indignação é repelida à medida que o tempo passa e nos voltamos com perseverança à prática de orações e do bem.

E o que é que nos desvenda aquilo que é uma mentirosa injúria, daquilo que é uma virtude? – Resposta: a Palavra de Deus.

Disse o salmista: – “mas eu me comprazo na Tua Lei”…(verso 70)

É a Palavra que o Senhor nos alerta, mas também nos orienta, a qual nos diz por onde é o caminho que nos conduz à felicidade eterna.

Vale pois enfatizar que Jesus Cristo veio para alumiar as áreas nebulosas que as entrelinhas da Lei de Moisés havia deixado.

As palavras de Cristo são luzes que iluminam o nosso viver a cada instante das nossas vidas.

Assim Ele asseverou a respeito de Si mesmo:

  • EU SOU o caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai, senão por Mim.”(João 14:6)

Assim como o Caminho (Jesus) é perfeito, a Palavra do Senhor (O Lógos de Deus) também o é.

Como é imprescindível descobrirmos e encararmos esta perfeição como frutos da bondade divina.

As obras de Deus são boas (v. 65); os Seus julgamentos também (v.66); a aflição, no caso, é benfazeja (v. 67); Deus é bom (v. 68) e a Lei do Senhor é melhor do que qualquer riqueza desta Terra (v. 72).

Se encararmos assim as interações de Deus com as nossas vidas, as Palavras de Vida serão o nosso maior tesouro, um excitante estímulo a vivermos apegados àquilo que Ele nos diz. A Bíblia então passará a ser um livro que, dantes cheia de mistérios que nos perturbavam, para passar a ser um delicioso manjar que tem que ser degustado todos os dias, sempre, para a nossa eterna ventura e cheia de gratas surpresas.

Comamos esta Palavra cada dia, para crescermos dada dia um pouco mais.

Façamos da Palavra de Deus a marca que nos identifica como filhos do Eterno.

Ouçamos o que ela nos tem a dizer, e coloquemos em prática.

Será como um santo remédio a curar-nos, sarar feridas e abrir-nos os portais do Céu.


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