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A BÍBLIA SOB ATAQUES (III)

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agosto 4, 2012 by Bortolato

 

SOBRE AS LEIS CRIADAS POR DEUS:

 

 

            A hermenêutica é a arte de bem interpretar textos.   No caso dos textos bíblicos, temos de considerar que precisamos interpretar aquilo que Deus falou originalmente.   Às vezes, alguma dúvida paira sobre o tipo de interpretação que deve ser dado a trechos bíblicos.

            Apenas para elucidarmos, tomamos o trecho de Mateus 5:38-39, que diz:

 

“Ouvistes o que foi dito: Olho por olho, dente por dente.

Eu, porém, vos digo: Não resistais ao homem mau.  Se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a outra.”

 

            Alguns há que entendam que, devido a esta palavra, não devemos resistir ao mal.

            O equívoco é muito claro.

            Certamente que Jesus não diria para deixarmos de nos opor às trevas do mal, pois Ele mesmo veio desfazer as obras do diabo (cf. Atos dos Apóstolos 10:38).

            A abnegação diante do sofrimento, cremos, é o que o Senhor espera de cada um de nós.

            Esta abnegação, entretanto, não deve dar lugar para se imputar quaisquer acusações contra os que sofrem.   O livro de Jó foi escrito especialmente para desmentir as acusações dos “amigos” dele, os quais desenvolveram rebuscados sermões contra o amigo aflito, acusando-o de culpa de pecados que eles mesmos desconheciam, e alegavam terem sido ocultados.    Apesar da falta do conhecimento de causa, ainda insistiram em acusá-lo, por acharem ser infalível e sempre aplicável a “lei da semeadura e colheita”, e afirmavam que Jó estaria colhendo os males que ele mesmo cultivou.  No final da história, esse pecado daqueles “amigos” acusadores incomodou a Deus, que deixou nas mãos de Jó o interceder por aqueles, a fim de que os mesmos não fossem colhidos pela ira divina.

            Outra referência bíblica que refuta tal premissa é a cura do cego de nascença, narrada em João, capítulo 9º.   A pergunta dos discípulos era:  – “Quem pecou? Ele ou os seus pais?”   Ao que Jesus disse: “Nem ele e nem seus pais … mas para que se manifestasse a glória de Deus”.   E aquele cego passou a ver, e o Senhor foi glorificado.

            Dizer, pois, que as próprias pessoas são culpadas por oferecerem a causa do mal em algum lugar no tempo atrás, e que foram elas que deram motivo para tudo o que recai sobre as mesmas, é fazer o mesmo papel que fizeram os ‘amigos” de Jó.    É muito fácil fazer isso, mas além de se chegar às raias do simplismo, quando não de uma demonstração de pensamento simplório, é estar agravando o sofrimento de quem já carrega o pesado fardo da tribulação – e isto não agrada nada a Deus.

            O texto bíblico em pauta quer significar que superar sofrimentos é, sem dúvida alguma, um sentimento nobre quando e se o fazemos com alegria, pois assim é o que diz o apóstolo Paulo em Romanos 5:3:

“… também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança… “

            Isto é bem coerente com o apóstolo Pedro (I Epístola de Pedro 1:6-7), que diz:

“Nisto exultais, ainda que no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações.  Essas provações são para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece, embora provado pelo fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo.”

            E o mesmo Pedro ainda assevera (I Pedro 5:13):

“Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós para vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse.  Mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para  que também na revelação de sua glória vos regozijeis e vos alegreis.”

            Quem, pois, pode dizer que não sofre ou não sofreu tribulação nesta vida?    Todos nós padecemos em algum tipo de dificuldade.  Ora, uma vez sendo assim, ninguém pode apontar o dedo a outra pessoa para dizer que o seu sofrimento é merecido, pois isto é tomar fatos complexos por natureza, e simplificar à fórmula que diria:  “Você mereceu, por isso, aguente firme”. Em outras palavras, é julgar e condenar ao próximo.   Disse Jesus em Mateus 7:1-2:

“Não julgueis, para que não sejais julgados, pois com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido, hão de vos medir.”

 

 

 

 

 

SOBRE LEIS DIVINAS:

 

 

            Já temos escrito que Deus Se revelou através da natureza, mas deixamos claro que a natureza, ou mesmo o universo, é muito limitada para conter tudo o que diz respeito à vontade divina.

            Diremos que as leis da natureza estão inseridas dentro de um outro contexto maior.   Para melhor esclarecermos esta questão, mencionaremos a lei da gravidade, nos termos lançados por três pessoas:

1) Aristóteles.   O filósofo grego dizia que as maçãs caem desde a árvore até o chão, porque o chão é o seu lugar.

2) Sir Isaac Newton.    As maçãs caem da árvore ao chão, porque existe uma força centrípeta que atrai todos os objetos, pessoas e coisas para o ponto central da Terra.   Esta é uma lei física.   

3) Se atentarmos para Albert Einstein, este já dirá que a gravidade é uma lei relativa, pois há outras leis no universo que a englobam, e, de certa forma, modificam o enunciado de seu axioma.

4) Mesmo conhecendo-se a teoria da Relatividade física, sabemos que existem leis espirituais que sobrepujam as leis físicas, e que o espiritual muitas vezes interfere no material, aparentemente contrariando as leis naturais do mundo.    Para se  ter uma visão mais completa do Cosmos, devemos considerar o porquê de algumas vezes certas leis físicas serem sobrepujadas e subservientes às espirituais.

            Existem anjos?   A Bíblia diz que sim, e que, eventualmente, estes se revelam aos homens, mas somente a alguns poucos.    E os anjos são seres essencialmente espirituais.   Como poderão os que não os veem, crer que existem?   Pois Abraão os viu, com eles conversou, e comeram à sua presença; Jacó lutou com um deles; Gideão, Manoá, Zacarias e Maria receberam suas ordens e instruções vindas de Deus.

            Isaías e Ezequiel os viram e espantaram-se.

O que foi isso tudo?   Foram intervenções da parte de Deus, que enviou seus anjos para trazerem revelações e operações divinas ao mundo físico.

Na verdade, as leis naturais nada mais são que leis temporárias e relativas, pois que um dia esta Terra não mais existirá como a vemos, e nem com o mesmo “layout”.   Terá outra natureza, e será regida visivelmente por leis espirituais, em toda a sua face.   Assim será porque o Senhor mesmo a regerá de Seu Trono, o qual será instalado aqui, para que todos saibam a quem pertence o poder, a glória, a vitória e quem é o mais digno de louvor em todo o universo.

E se há leis espirituais, quais serão estas, que prevalecerão sobre as leis físicas naturais?

            Ao traçar-se linhas de pensamento sobre “Leis da Criação”, entendemos que se está falando de leis físicas que regem o mundo que Deus criou.   Concordamos que há, paralelamente, leis espirituais que regem nossa vida e saúde espiritual.

            A Lei da Reciprocidade, entretanto, seria mencionada de melhor maneira se esclarecêssemos que, antes de amarmos a Deus e ao próximo, precisamos experimentar e sentir o amor incondicional do Senhor.

            Esta é, na verdade, a primeira lei espiritual, que vem antes de todas as demais.   É um fato inexpugnável: Deus ama as Suas criaturas.

            Amar a Deus e ao próximo deveria ser, pois, um reflexo do amor que Ele nos estende em cada detalhe da vida.    O ar que respiramos, a água que bebemos, a chuva que rega e fertiliza a terra, o crescimento da colheita de grãos, frutos e verduras, a moradia em que podemos habitar, o alimento que ingerimos a cada refeição, já são fatos que deveriam produzir em nós todos, seres criados por Ele, um profundo senso de gratidão e louvor.

Algo muito mais, tremendamente maior, de inestimável peso, de proporções incomensuráveis, foi o amor de Deus manifesto através do primeiro advento de Cristo, conforme expressa o apóstolo João:

“Deus tanto amou ao mundo, que deu o Seu Filho unigênito, para que todo aquele que nEle crer, não pereça, mas tenha vida eterna” (João 3:16).

            Por que motivo então não se goza dessa vida plenamente feliz nesta Terra?   É nessa brecha que se dá o ensejo para a segunda lei espiritual mais importante do mundo:  É um outro fato, este muito pesado, que nos revela uma outra lei, que diz que todos os homens pecaram contra Deus, e por isso vivem debaixo de maldição – a da separação real e espiritual da presença de Deus.   Esta separação é precária, aqui na Terra, mas quando partirmos para o além-túmulo, esta poderá se definir num “ad aeternu”, para sempre, caso esta situação não venha a ser interceptada pela terceira lei espiritual, que veremos abaixo.   Deus olhou do céu à terra para ver se acharia alguém que fizesse sempre somente o bem, sem nunca falhar,  nunca pecar, mas não encontrou uma pessoa sequer.   Nas palavras do profeta Isaías (Is. 59:1-2), conforme Salmos 14:2-3 e 53:2-3:

“Certamente a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar, nem surdo o Seu ouvido, para que não possa ouvir, mas as vossas iniquidades fazem divisão entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o Seu rosto de vós, para que vos não ouça”.

            O que Deus está dizendo neste texto é que todos, todos, todos, (claro, com uma única exceção – Jesus) já fizeram por merecer a eterna separação da presença dEle, de Seus anjos, e do ambiente feliz que marca os arredores do Trono do Senhor.   Haveria alguém nesta Terra que queira pleitear sua própria justiça diante da perfeição divina?  Ainda que houvesse, não subsistiria ao juízo, por muito ou por pouco.

            Como então escaparemos nós, se todos pecaram, e se separaram da presença gloriosa do único Deus Vivo e verdadeiro?

            É neste ponto que entra a terceira Lei espiritual, que nos mostra como o Senhor pode nos acolher, apesar desse “abismo” que nos separa de Sua real presença: – o arauto dessa boa notícia, que nos aponta para uma verdadeira “ponte de salvação”, para a solução escolhida pelo próprio Deus, é o apóstolo Pedro, que escreveu (I Pedro 3:18):

“Pois Cristo padeceu uma única vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus.  Ele, na verdade, foi morto na carne, mas vivificado pelo Espírito…”

            É o madeiro da cruz que viabilizou este fato, para que pudéssemos ser beneficiados por esta bendita terceira lei.   Poderíamos dizer retoricamente que a Cruz de Cristo ligou-nos, deitando-se por cima do abismo de separação, e somente através dela, trilhando sobre o seu madeiro, é que poderemos passar para o outro lado sem cairmos nesse abismo.

            Como pode ser isto?   A morte de um justo poderia beneficiar a inúmeros injustos?   E onde vai parar a justiça individual, então?

            Existem várias maneiras de explicar-se esta tremenda lei, que aplica uma “virada sensacional” nos caminhos que nos conduziriam à perdição eterna.   Jesus tentou explicar, usando de uma parábola, a dos trabalhadores da vinha do Senhor, conforme Mateus 20:1-16.  Esta parábola mostra-nos a soberania de Deus, que dá a recompensa a cada um após finda a jornada de trabalho, destinando o mesmo valor a judeus, como aos gentios, tanto a pequenos como a grandes pecadores que se voltam a Ele.

            Poderia esta terceira lei espiritual sobrepor-se à lei da reciprocidade?  Pois a Bíblia nos diz que sim, e esta é a nossa única esperança!

            Como foram escolhidos os discípulos de Jesus, homens falhos, para serem Seus apóstolos?  Comecemos por Paulo.   Era chamado de Saulo, um servo do Sumo Sacerdote de Jerusalém, antes de ser de Jesus.  Que fazia ele?  Perseguia a todos quantos pudesse, para desviá-los da cruz de Cristo.   Consentiu na morte de Estevão, um dos primeiros mártires da igreja.    Ultrajou a muitos.    Foi uma pedra de tropeço no caminho dos primeiros cristãos, ao ponto destes últimos se verem obrigados a fugir de Jerusalém para a Judéia e Samaria, para escaparem de suas mãos (Atos 8:1).  Mas a graça de Cristo se manifestou em sua vida, e o seu destino mudou.    Estava condenado por Deus, mas foi tocado por Jesus, e transformado em Paulo, que se dizia o menor dos apóstolos, indigno de ser assim chamado, por ter perseguido a igreja (I Coríntios 15:9 e Gálatas 1:13) .

            Passemos aos demais apóstolos.   Pedro negou a Jesus no pátio da casa do sumo sacerdote Caifás.    Tiago e João tinham pretensões de serem os maiores apóstolos, e de se assentarem à esquerda e à direita de Jesus, quando o Senhor vier para reinar sobre toda a Terra, além de desejarem que caísse fogo dos céus e consumisse aos samaritanos que não deram boas vindas ao seu Mestre.   Jesus os advertiu por estes dois episódios.   Após a ressurreição, Tomé duvidou que o Senhor estivesse ainda vivo na Terra, e exigiu que tocasse nas suas mãos fendidas pelos cravos da cruz.   Só depois de tocá-Lo, é que aceitou o fato, e o adorou.   E quem era Simão, o zelote, antes de conhecer a Jesus?  Era um fanático, partidário de uma seita radical, que era famosa por sua rebelião, e seus atos de terrorismo.

            Quem foram eles, depois do discipulado, da morte e ressurreição de Jesus?  Também tocados e transformados, passaram da condenação eterna para a Vida eterna, só por Jesus.   Tornaram-se apóstolos, foram enviados pelo mundo para pregar, e ainda sofrer por amor a Cristo.

            Nas palavras do profeta Isaías, cap. 53: 5-6:

“Mas Ele foi ferido pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniquidades, o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.   Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, cada um se desviava pelo seu caminho, e o Senhor fez cair sobe Ele a iniquidade de nós todos.”

           

            A quarta lei espiritual, esta tem sido muito desdenhada, ou não compreendida, ou até mesmo rejeitada.  Esta nos diz que o sacrifício, no qual Jesus pagou pelos nossos pecados, em nosso lugar, substituindo-nos na cruz, pode cair na inocuidade, pode não surtir efeito nenhum na vida de algumas pessoas, porque não se reconhecem pecadores, ou, mesmo reconhecendo, não se humilham diante dEle, arrependendo-se e renunciando aos seus próprios caminhos e pensamentos vãos, pois isto significa compreender e aceitar a sua incapacidade de salvar-se.   Por isso, não caem de joelhos e em rogos para que Jesus lhes seja seu Salvador e Senhor de suas vidas.    Somente aqueles que desejam ardentemente que a mão de Deus intervenha em seu favor, é que verão essa mudança de destino, essa anulação de sentença condenatória acontecer, para que o portal da glória de Deus se lhes venha a abrir pela eternidade a dentro.

É, pois, necessário que todos nós, que pecamos, decidamos nos arrepender e procuremos estar na presença gloriosa de Deus para, em oração, suplicarmos por seu perdão, e pedir que Jesus entre de maneira decisiva em nossas vidas, tornando-Se o nosso Salvador e Senhor, transformando-nos como Ele fez a transformação da água em vinho.

 

A transformação da água em vinho foi uma intervenção divina onde Jesus mostrou-nos o Seu poder de transformar nossas vidas, de águas sem sabor e sem nutrientes, águas sem muita relevância, para um vinho novo.   O vinho que Jesus maravilhosamente trouxe à existência, era um vinho tido por excelente, mas diremos ainda: era o melhor vinho que algum fiel já provou – um vinho que alegra mas não nos prejudica a saúde, um vinho puro, sem mistura com álcool ou açúcar quaisquer – um vinho que Deus fez, para provar que tudo o que Ele faz é bom, e que os homens devem experimentá-lo, e serem também transformados em criaturas excelentes, realces de Sua criação, diferentes das demais criaturas.

 

transformar pedras em pães não fazia parte dos planos de Deus.   Jesus fez somente a vontade do Pai, sempre a seu tempo certo.   Operar um milagre debaixo da ordem de Lúcifer está fora de Suas cogitações, e por isso as pedras continuaram a ser pedras.   Somente ao fim de Seu período de consagração, dedicação ao Senhor, Jesus foi servido por anjos, prodigiosamente, e nada de pedras do diabo.   Assim cada um de nós deve proceder, esperando somente na providência divina, e repudiando os “pratos” do inimigo.

 

Sobre a expulsão de demônios.   Quem eram estes seres?

Já vimos que existem anjos que servem a Deus.   São seres espirituais, de diversas aparências (podendo passar de uma aparência visual para outra repentinamente), categorias, e submetidos a uma hierarquia muito rígida, semelhante à militar.   Os anjos fiéis a Javeh são aqueles que O rodeiam, e são privilegiados com poderes espirituais que os capacitam a cumprir os propósitos e ordens divinas.

Ao redor do Trono divino, porém, já andaram alguns anjos que, intentando usurpar a Deus, amotinaram-se, desviando-se da obediência às determinações divinas, fazendo-se culpados e não andam mais de acordo com os planos do Senhor do céu e da Terra.   Tornaram-se corruptos e corruptores.   O Senhor os criara com dons particulares, pessoais e inerentes a cada um, e Ele ainda não retirou destes as características dos poderes que os definiu quando foram criados.   Como já foi dito, a Criação de Deus é perfeita, e Ele não fará diferentes aqueles a quem já os fez assim perfeitos – nem o seu livre arbítrio lhes será tirado, pois que nem mesmo dos homens o tirou, nem mesmo depois do incidente do pecado.

Estas criaturas espirituais corrompidas tornaram-se  inescrupulosas, mentirosas, vingativas, invejosas, ardilosas, sutis no enganar, de forma a conseguir arrastar para a destruição uma grande multidão de homens e mulheres, intentando, com isso, destruir os seres que Deus criou com tanto amor, tentando assim ofuscar a glória do seu Criador.   Estes são inimigos ferrenhos do Pai, de Jesus, do Espírito Santo e de Seu Reino de luz.

Esses tais têm tido poder para acorrentar e controlar algumas criaturas desta terra, uma vez encontrando brechas de pecados nos homens.

Jesus veio, porém, desfazendo as obras do diabo, e por isso teve que enfrentar tais poderes das trevas, para o bem das pessoas oprimidas, e revelar-se a Si mesmo como o Messias e Salvador deste mundo.

Quando o Mestre consentiu com os demônios, que estes migrassem para se aninharem naquela manada de porcos, estava duelando com aqueles seres.   Ele lhes ordenara que saíssem do endemoninhado, e aqueles espíritos malignos, aquela legião, sentindo-se comprimidos e obrigados a fazê-lo, sabia que não poderia resistir-Lhe.   Infelizmente, Satanás tem-se instalado nesta Terra, e ainda não chegou o tempo em que seus exércitos serão daqui totalmente desalojados, mas esse tempo não falhará.    Deus deu ao homem esta Terra, e este último deixou que a mesma fosse entregue ao inimigo.   Enquanto não forem julgados todos os maus deste mundo, ainda estará aberta a brecha para que as hostes inimigas estejam rondando por aqui, lá e acolá.  

Jesus permitiu que os demônios se transferissem do endemoninhado para a manada de porcos por diversas razões, senão vejamos:

  1. 1.      Comer carne suína não era permitido aos judeus e israelitas, a quem lhes ordenou claro em Sua Lei.   Criar porcos significava, consequentemente,  fornecer este tipo de carne a pessoas conhecedoras da Lei Mosaica e que, portanto, comendo, estariam desobedecendo às ordens divinas, e, portanto, pecando.   Era isso o que o diabo queria que se ostentasse pelo criador daquela vara – mais uma bandeira da desobediência a Deus!   Mas o que esperava por aqueles pobres animais?  Nenhuma outra opção lhes era dada senão o abate que os aguardava.    Os demônios, sentindo-se derrotados pela força do Senhor, quiseram apegar-se ao seu último reduto que lhes parecia disponível.   Assim são eles: procuram levar consigo tudo o que podem, para a desgraça.   Jesus o consentiu, mas não para ficarem permeando por aquelas paragens, pois o poder de Deus continuava pressionando àquele batalhão de anjos caídos. Logo após ter havido a sua expulsão do corpo daquele homem, alojaram-se naqueles porcos e, sentindo-se totalmente sem possibilidade de ali permanecerem, devido à presença do Filho de Deus e Seu Espírito, desesperados, fugiram, lançando-se ao fundo do mar de Tiberíades.   Com o afogamento dos animais, daquele pecado os israelitas ficaram livres, e os porcos deixaram de ter sua carne aproveitada.
  2. 2.      Mais importante do que os porcos eram os israelitas, os que viram os animais morrerem, e que deveriam aprender que a Palavra de Deus é importante, relevante, poderosa, e que com o Senhor não se brinca.
  3. 3.      O afogamento dos porcos foi também um recado aos donos dos porcos: tiveram sua oportunidade de se arrepender e deixar de criar rebanhos proibidos por Deus, para passar a crer nEle e andar nos Seus caminhos doravante, de forma diferente da que vinham fazendo.
  4. 4.      A carne de porco traz alguns problemas à saúde, mormente de pessoas que vivem em regiões quentes, e cremos que por isso foi proibido o seu consumo aos israelitas, desde a Lei mosaica.   A morte dos porcos, nesta passagem, não foi evitada (considere-se que o abate esperava a todos eles), tendo em vista a própria saúde do povo.  
  5. 5.      Com o advento de Cristo, a Lei não foi abolida, mas foi por Ele mesmo cumprida.   Mais tarde, com o espalhar do evangelho a todo o mundo, a outras nações de outras terras, dotadas de outros climas e de outras condições ecológicas, a proibição de certos tipos de carne animal deu lugar à liberdade de opção. A questão da salubridade dos alimentos, entretanto, ainda é pertinente, e embora o comer, ou não, deixasse de constituir uma contravenção à Lei (esta havia sido dada somente ao povo de Israel), é uma medida de prudência não se ingerir a todo tipo de carne, e a carne suína pode transmitir várias doenças aos seus consumidores.

           

 

 

O RESGATE DAS CULPAS

 

 

            A lei da reciprocidade, como temos visto, pode levar pessoas a anseios por vingança, por retaliação, e a atitudes movidas pelo ódio, pois que se crê que os males recebidos da parte de outrem estão computados, e a retribuição virá de alguma forma.   Imbuídos desse espírito legalista, alguns de fora de uma determinada situação poderão até ficar esperando pela retroação, como que fazendo parte de uma torcida.   Isto é desejar o mal ao próximo, e não amá-lo.

            Esta atitude era tal e qual aquela encontrada no Antigo Testamento, que até permitiu que houvesse as pagas do tipo “olho por olho”, ou “dente por dente”.   É muito provável que este pensamento provocasse aplausos da parte de quem se sentisse prejudicado, ou solidário a alguém prejudicado.

            Jesus, porém, falou a respeito desses procedimentos da Lei mosaica.   Mateus escreve (Mt. 5:38-44) as palavras do Mestre, dizendo:  – “Ouvistes o que foi dito aos antigos… eu, porém, vos digo…” – colocando a Lei de Moisés debaixo da nova Lei, a de Cristo.   Na verdade, a Lei de Cristo é muito mais profunda e difícil de ser seguida (Gálatas 6:2).   Se a Lei antiga lhes foi um fardo que não conseguiram suportar, ousamos dizer que, à Lei de Cristo, ninguém é capaz de seguir por suas próprias forças, pois todos nós já tropeçamos neste ou naquele mandamento, ou ordens do Senhor Jesus.   E se já tropeçamos, não somos perfeitos.  

Não queiramos justificar-nos de nossos erros, pois isso não adiantará de nada, e, além disso, não apagará os nossos pecados.

            Se desejamos ser perfeitos, isso é um sentimento que apenas aprova a justiça de Deus, que é perfeito em todas as Suas atitudes e obras.

            Tampouco compartilhamos da crença de que o ocupante do cargo mais elevado da Igreja Católica Romana, ou de quaisquer outra igreja que assim arrogasse tal título, seria a maior autoridade eclesiástica, delegada por Jesus a Pedro em Mateus 16:18-19.   A autoridade apostólica foi dada aos doze, mas a autoridade de substituto do Filho de Deus na Terra foi dada a somente UMA pessoa, e mais ninguém – ao Espírito Santo.   Jesus não deu ao Espírito Santo o poder de subdelegação da Sua substituição.  Por este motivo, não há que se falar em indulgências (venda de perdão de pecados) e nem em penitências (autoflagelos), e nem em santa inquisição (queima de supostos hereges) para a purificação de pecados.    Deus é o Grande Juiz, e a Ele somente pertence o poder de exercer a força para vingar-Se de quaisquer tipos de inimigos ou pecadores.

            A assim chamada “Lei da Reciprocidade” coloca a todos os seres humanos debaixo da maldição do pecado, tanto quanto a Lei mosaica.   Vemos uma integração de princípios muito grande entre estas.    Ora, se o cumprir destas duas Leis, derramando-se a ira divina sobre todos, fosse a vontade plena e inquebrantável do Senhor, Cristo não teria necessidade de vir a este mundo, e de entregar-Se voluntariamente, como um Cordeiro manso e submisso, para morrer em uma cruz.    Pois que os homens já tinham recebido a Lei mosaica…    Não bastasse isso, já tinham recebido os ensinos dos profetas.  

 A Bíblia mostra-nos que, mesmo antes de Cristo, já houve alguém que amou os próprios inimigos que o perseguiram para matá-lo (II Reis 6:12-23).   Já houve profetas que morreram supliciados por causa de sua mensagem (Zacarias, profeta contemporâneo do rei Joás, conf. II Crônicas 24:20-23, e outros).    Isaías foi, segundo a tradição judaica, serrado ao meio, por ordem do rei Manasses, filho de Ezequias.   Estevão, diácono da igreja primitiva, abençoou seus apedrejadores, quando morria sob o impacto das pedras.    Este sentimento reflete o que Deus sente com relação aos pecadores.    Lembramos que Ele não tem prazer na morte do ímpio.

Voltando os nossos olhos para a cruz de Jesus, vemos que se a questão fosse somente oferecer exemplos dignos de homens de Deus, a história sagrada já está repleta destes.   Desnecessário e um desperdício de tempo, de recursos, e um investimento inútil seria se o Filho de Deus viesse a este mundo para ser simplesmente assassinado, numa “contra mão” dos planos e propósitos do Senhor.   E se assim fosse, já não teria passado da hora do Soberano do Universo despejar a Sua vingança sobre a Terra, e exterminar toda a raça, para acabar com toda a impiedade?    Pois esta seria a paga merecida a toda aquela gente, que, além de rejeitar a vontade divina, ainda zombou de Deus, matando o Seu próprio Filho!

O que foi que aconteceu, então, que Deus não se vingou de seus algozes naquela mesma hora?   Se Ele ordenou que morressem cerca de 3.000 homens, quando a Lei de Moisés foi desprezada no episódio do bezerro de ouro, não teria a Sua ira se tornado muito maior, naquele momento da cruz?    A humanidade estava rejeitando e matando o Filho amado, unigênito do Pai, enviado por Ele a este mundo.   Teria sido o caso de uma revanche fulminante, que exterminasse a todos quantos pecaram contra o Senhor.   O que teria mudado o coração do Pai naquela hora?

Pois nada de mais grave aconteceu porque o Senhor ouviu o pedido de Jesus, ali:

– “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.”

E nós?

E Você, deve ou não perdoar a um filho drogado, que lhe desdenha e rejeita todos os seus esforços para encaminhá-lo num bom caminho?   V. pode vacilar, pensar bastante, perder até o sono por sua causa, sentir raiva das atitudes grosseiras de seu filho, mas o seu coração só será feliz quando V. chegar a ver que ele se arrependeu e quis mudar de procedimento.   Mas e quanto aos pecados que ele já cometeu lesando, destruindo seus bens, e infelicitando sua família?    Ele, seu filho, não tem como restituir certas coisas.  A sua felicidade só será plena, se V. perdoá-lo.

Agora, vamos para o campo espiritual.   Se V. acha que seu filho e sua família serão felizes com o seu perdão, o que V. acha que Deus fará com os que pecaram contra Ele?    Será Ele mais severo, terá Ele mais vontade da vingança do que V. em relação a seu filho pródigo?    Meditemos na parábola do Filho Pródigo (Lucas 15:11-32).

Não há dúvida de que aquilo que o homem semear, isso ele o ceifará – contudo, o profundo arrependimento também é uma semente plantada nos corações, a qual o Senhor enxerga muito bem, e que, pelo poder do Cristo Salvador, fará germinar, crescer, frutificar e sufocar a semente do pecado.

Ocorre, porém, que cada um de nós tem o seu senso de justiça muito acurado.   Lembramo-nos com ira de cada momento em que fomos roubados, maltratados, cada violência ou ato de covardia a que nos infringiram, cada traição, cada “puxada de tapete” que sofremos, cada engano, cada abuso, cada soco, mordida ou pontapé, cada  palavra áspera, cada atitude de ousadia ou menosprezo, e cada uma dessas coisas que tenham feito contra nós ou nossos parentes e amigos.    Achamos tudo isso injusto, e realmente o é.    Às vezes somos tomados pelo desejo de vingança, e sonhamos com uma doce vingança, e por vezes ambicionamos mesmo até o derramar de sangue com as nossas próprias mãos, em atitude de retaliação.

É exatamente por esse caminho de “justiça utópica” que vemos que pessoas queiram que todos paguem por tudo de mal que fizeram, a nós ou a quem quer.   Desejo de vingança é o que realmente temos dentro de nosso ser – e quando vemos que algum nosso inimigo foi infelicitado por alguma desgraça, algo dentro de nós parece querer gritar: – “Finalmente”, ou, “Deus existe”, ou qualquer coisa do gênero.

Temos de considerar três coisas com respeito a esta questão.

  1. O nosso senso de justiça não é o mesmo que aquele que o Senhor deseja ensinar-nos (Isaías 55:8-9).
  2. Existe, sim, a lei da ação e da retroação.   Disse Jesus certa vez a Pedro: – “Aquele que com ferro fere, com ferro será ferido”.   A tradução de Thompson diz: – “Todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão”. (Mateus 26:52).   Assim foi a sorte de Saul, e de três de seus filhos, inclusive Jônatas.   Sua espada matou a muitos, mas no fim, também eles foram mortos à espada.  Refletimos mais um pouco, e que teríamos a dizer acerca de Davi, Josué, Otoniel, Tola, Jair, Jefté, Gideão, Baraque, Eúde, Sangar, e tantos outros que morreram em paz depois de terem efetuado literalmente matanças e genocídios?   Lembremos, pois, que os nossos pensamentos não são como os pensamentos de Deus, e os nossos caminhos são muito mais limitados, mesquinhos, vazios, e sanguinolentos do que os caminhos do Senhor.   Hoje temos bem diante de nossos olhos o conflito árabe-israelense – conflito que não tem fim.  Por quê?  Porque nenhum lado se esquece do que o outro lhe fez algum dia.  Porque a lei da ação e da retroação lhes está muito viva e feroz, dentro de seus corações.   Não há lugar para perdão e esquecimento do mal.   Só se satisfazem com a retroação (e veja-se que um acusa o outro de ter dado causa a essa retroação).  Em suma, isto não soluciona conflito algum.   O mundo assiste a esta guerra há séculos, mas não se conforma, ou fica assustado ao imaginar as proporções que isso pode tomar e a que ponto chegar.   Talvez, para solucionar a questão, V. proporia ser lançada uma série de bombas “H” que caíssem ali no Oriente Médio, exterminando a árabes e israelenses, e assim acabasse essa história de rixa entre raças.   Seja qual for o seu ponto de vista a respeito, o que está valendo é que a longanimidade do Senhor tem protelado o dia do fim dessa guerra, pois Ele, por amor àqueles que podem ainda ser resgatados do mal, está assistindo a estas cenas, com um olhar de muita paciência e misericórdia.   É o espírito da parábola do joio e do trigo – não vamos ceifar o bom juntamente com o mau.  Há que se esperar para chegar e haver o tempo da separação, antes de um julgamento, uma condenação e um fim justo.
  3. Apontamos como solução as palavras de Jesus dirigidas a Pedro, antes de dizermos que os que ferem à espada também morrerão à espada: – “Embainha a tua espada”.   Concorda-se que a prisão e a morte de Jesus foi um dos atos mais injustos, se não o mais injusto, que aconteceu na história universal.   Logicamente, a reação de Pedro teria sido a mais justa do mundo, pois queriam prender, levar e maltratar até a morte o Filho de Deus.   Alguns até aplaudem quando assistem no cinema ou na tela da TV, a cena em que Pedro decepa a orelha de Malco, o servo do sumo sacerdote.    Jesus mesmo não disse ser injusto o que Pedro fez, mas… não deixou de lhe dizer qual era a melhor opção, ou melhor dizendo, qual a opção que Deus aprova, e espera de cada um de nós – a solução para o problema da afronta do pecado – o perdão e a paz.

 

 

Antes de concluirmos este ponto, ainda temos outras coisas a ponderar.

Pode, contudo, haver paz, quando a justiça não é plenamente satisfeita?   Observe-se mais uma vez que os caminhos de Deus não são como os nossos caminhos.   Assim também a Sua justiça.

Então alguém diria: – “Deus iria torcer a justiça, para dar perdão a uns poucos “felizardos escolhidos”, os quais poderiam pecar às baciadas para serem depois simplesmente perdoados e absolvidos em juízo?  Enquanto isso, o resto iria para a “caldeirinha do diabo” a sofrer eternamente?

Esta pergunta revela que algo muito importante está sendo esquecido.   Deus é, além de eternamente justo, bom, misericordioso e sereno, acima de tudo, soberano!     Somente Ele tem a sabedoria infinita, capaz de dar a cada caso o devido julgamento – no tempo apropriado.   Somente Ele sabe, e pode conduzir acontecimentos com a balança em suas mãos, para apontar as medidas que devem ser tomadas – tudo no seu devido tempo.

Somente Ele é Deus!   Há outros que se dizem deuses, mas nada são, diante da Única Majestade Divina.   Quer queiram, quer não, Ele é o Todo Poderoso que tem todo poder para fazer como o quer, e não há quem possa sequer segurar a Sua mão para lhe perguntar ou questionar o que é que Ele está querendo fazer.   Ele escolhe seus próprios planos e Ele é quem ordena e faz conforme planejou.

Há espíritos, alguns diriam anjos, outros diriam “seres extraterrestres”, ou enteais, ou mensageiros do espaço, que querem distorcer as ordens e os planos divinos. Discordam dos métodos divinos, pretensiosamente tentam contrariar aquilo que o Único e Soberano Deus faz, e mais ainda, insinuam que são enviados da parte do céu, só para enganar pessoas e tentar desfazer a santa vontade, e os santos caminhos.   Muitos são os que crêem nesses espíritos.   Tais entidades colocam-se neste mundo como se dominadores fossem, e o Senhor lhes tem permitido assim agirem, ainda que contrários à Sua vontade.   Colocam-se como se fossem deuses, reivindicando toda a reverência (que é devida a Deus)… a si.

Enganam os seres humanos com muita facilidade, pois que ainda possuem poderes espirituais para interferir junto à matéria, em diversas formas de energia.   Fazem até alguns tipos de “milagres” com o objetivo de demonstrar força.   Fazem teorias sobre Deus, sobre o homem, a justiça, o juízo e o final dos tempos, e com muita habilidade conseguem levar para si o máximo número que podem, afastando pessoas dos caminhos, das bênçãos e dos planos que o único Deus e Senhor lhes preparou.  São seres que procuram “dar um show”, onde fazem coisas mirabolantes, como o fazem os show-men dos espetáculos que se projetam pela mídia.

Uma das mentiras que esses seres propagam é a tremenda “válvula de escape do calote” – a chamada “reencarnação” – e asseguram que a justiça cabal fica adiada para uma subsequente encarnação.    Além de adiada “ad aeternum” – pois nunca se sabe até quando teriam de se suceder tais numerosas reencarnações, devido à crescente onda de imoralidades e maldades – cada vez mais pessoas teriam de ser “infinitas” vezes reencarnadas, a fim de serem purificadas totalmente.   Um assassino “serial killer” teria que viver várias vidas, a fim de pagar, com sucessivas mortes, todos os seus débitos adquiridos junto à Justiça Eterna. Por consequência disto, o fim dos tempos e o Juízo Final não fariam sentido algum, de vez que cada encarnação já traria consigo o juízo (assim é que os reencarnacionistas explicam os fortes infortúnios da vida: cada vida vivida teria a função de punir e liquidar todo o mal praticado, desde o início da história de cada indivíduo, para que estes fossem purificados). Assim, os infratores das leis não teriam um espaço para serem ouvidos no Tribunal do céu, pois que já teriam recebido suas sentenças, quando levados a serem reencarnados para pagar por seus pecados.

Aqueles que maltratam a animais teriam que nascer como animais para serem maltratados?   Perguntamos, pois, quantos animais já foram mortos e os ingerimos em nossas refeições?    Teremos que pagar também por isso?   Se tudo isso é subterfúgio para ser protelado o Juízo Final, então vai demorar para chegar o fim, hein?

Ficaremos apenas com estes exemplos, para não nos estendermos ainda mais.

É intuitivo que essa reencarnação, como vemos, fica sempre adiando e jogando para uma próxima “vida”, as culpas que alguém não possa pagar ou expiar nesta vida.    O fato é que ninguém pode saber, e de fato não sabe, até que dia isso tudo termina.   Disso os já mencionados “anjos” desvirtuados ou seres espirituais, de diversas hierarquias e aparências, são experts em se aproveitarem, e ficam inventando revelações espirituais, dizendo que “faltam apenas sete ou oito “encarnações” para “pagar” aquilo que se fez em gerações passadas.  Quem sabe, chegam a dizer então que “esta será a última”, porque V. já chegou ao “máximo” da perfeição (sem ter vergonha de soltar esta mentira deslavada!)?  Desta forma, afastam e distanciam-nos do verdadeiro plano que Deus fez para nossas vidas.

            Qual é o plano de Deus?

            A justiça que o Senhor exige é muito severa, muito perfeita, muito meticulosa, e não admite aplicação de “calotes”.   Na verdade, jamais houve alguém que a pudesse satisfazer, neste mundo.   Nem Davi, nem Samuel, nem Elias, nem Moisés, nem Daniel, ninguém, com uma única e isolada exceção:  Jesus, o Cristo, o rabi de Nazaré.

            O preço de uma remissão de pecados é muito alto.   É a morte, em todos os seus sentidos: física, espiritual e da alma!   Infelizmente, na verdade, todos fomos sentenciados à morte física, à sepultura; à espiritual, id est, a eterna separação da presença de Deus; e a da alma, que sente e sofrerá eternamente, caso o próprio Senhor não exerça Sua misericórdia, concedendo-nos a Sua Vida eterna.

 

            Jesus, porém, entregou-Se a si mesmo para ser imolado, como se fora um Cordeiro Pascal.   Na verdade, João Batista apontou à Sua direção, dizendo: – “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1:29).   Assassinado?   Sim, diriam os seus algozes – finalmente o conseguimos!  Matamos aquele que dizia ser o Filho de Deus, e tanto nos perturbava.

            Sob o ponto de vista divino, porém, a morte de Cristo foi o cumprimento de uma profecia que o Senhor nos deu, conforme foi escrito por Isaías, por cerca de 700 A.C.:

 

“Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, cada um se desviava pelo seu caminho; e o Senhor fez cair sobre Ele a iniquidade de nós todos.   Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a sua boca; como cordeiro foi levado ao matadouro, como ovelha muda perante seus tosquiadores,ele não abriu a sua boca.   Pela opressão e pelo juízo foi tirado.   E quem pode falar da sua linhagem (descendência)?   Pois foi cortado da terra dos viventes; pela transgressão do meu povo, foi Ele atingido.   Deram-lhe sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte, embora nunca tivesse cometido injustiça, nem houvesse engano em Sua boca.   Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar, quando a Sua alma se puser pela expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias e o bom prazer do Senhor prosperará na sua mão.   Ele verá o trabalho da sua alma e ficará satisfeito; com o seu conhecimento, o meu servo, o justo, justificará a muitos, e as iniqüidades deles levará sobre si” (Is.53:6-11).

 

            Este trecho das Escrituras, aliás, nunca perdeu o seu sentido.   Até o ano de 1948, alguns chamados “Teólogos” acharam que a referida seção teria sido escrita após a morte de Jesus na cruz, dado ao seu volume de informações que se cumpriram na íntegra.   Pura falta de fé que Deus é poderoso para mandar escrever, e ordenar para que a mensagem não se corrompa no decorrer do tempo.

 

NOTA ARQUEOLÓGICA:

            Pois esta mesma mensagem de Isaías foi encontrada em 1948 dentre os achados “Rolos do Mar Morto”.  Tais rolos foram levados ao teste do chamado Carbono 14, tão referido e usado entre os cientistas contemporâneos.   Pois tais testes denunciaram a idade desses rolos: datam de cerca do ano 150 A.C. – e estão expostos, inclusive o rolo do Profeta Isaías, no Museu do Livro, na cidade de Tel Aviv, Israel, para quem quiser vê-los de perto.   E note-se bem:  a mesma mensagem profética que está escrita nos rolos do Mar Morto pode ser lida nos pergaminhos mais recentes – copiados nos anos 400 a 300 d.C (a versão siríaca), ou nos Códices Vaticano, Sinaítico e Alexandrino (estes datam suas escritas, de 325 a 450 d.C.), com o mesmo conteúdo, mesma mensagem, que não perdeu o seu sentido, apesar do tempo que passou.

            Há variação de palavras entre tais manuscritos?  Sim, mas de algumas poucas palavras que, por semelhança de escrita, trouxeram algumas poucas diferenças de redação, o que não fez com que o sentido dos originais se corrompesse ou se perdesse.

            Comparando-se o rolo de Isaías, achado nas cavernas do Mar Morto (de c.150 AC.), com um outro de edição de 980 DC., são idênticos, palavra por palavra, em 95% do texto.   Trata-se da mesma mensagem original, mostrada pelos rolos do Mar Morto, na versão siríaca, ou dos códices hebraicos mencionados.  É também aquela mesma mensagem que lemos nas traduções dos livros da Bíblia nos dias de hoje.   Referimo-nos às edições Revista e Atualizada, Revista e Atualizada Contemporânea, Revista e Corrigida, Edições Contemporâneas, da Sociedade Bíblica do Brasil, ou da Imprensa Bíblica, ou Editora Vida, de João Ferreira de Almeida, Bíblia de Jerusalém, e existem muitas outras traduções que são sérias e que foram fidedignas aos textos mais conceituados entre os arqueólogos.   Claro que o uso de palavras pode ter variações ligeiramente diferentes, mas a mensagem é a mesma dos originais.

           


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