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DEUTERONÔMIO – XXIII – NÃO SE FIE EM CIRCUNSTÂNCIAS

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enero 13, 2015 by Bortolato

O que V. valoriza?  Uma paz eterna ou temporária?   Uma bênção que dura para sempre ou algum bem que dura só um pouco de tempo?   Onde estão hoje os grandes magnatas que viveram no século passado?   O que levaram desta terra para se apresentarem diante do Todo Poderoso Deus, o grande Juiz do universo?

Os olhos de Deus estão sobre toda a Terra, perscrutando a cada ser, a todo instante (Zacarias 4:10).   Os Seus serafins (Ezequiel 1:18 e Apocalipse 4:8) e o Cordeiro, em Apocalipse 5:6, foram vistos nas visões proféticas desses homens de Deus, e estas assim se mostraram a fim de trazer-nos revelações de Deus.

Cada visão nos traz algo novo aos nossos olhos, que deve ser processado em nossas mentes, a fim de que se descubra o sentido do que foi captado.

As visões de alguns profetas, entretanto, algumas vezes se lhes mostraram quase que incompreensíveis, o que fez ser necessário que o Senhor mesmo, ou um anjo, lhes desvendasse o mistério da mensagem que estava embutida ocultamente em alguma linguagem prestes a ser inteligível.

No caso de Israel nas campinas de Moabe, o Senhor, em Deuteronômio, capítulo 29, estava lhes falando de tal forma a tirar-lhes as vendas dos olhos do espírito, e interessante é notar: não acerca de visões, mas sobre manifestações gloriosas de Seu poder, fatos percebidos notoriamente.   Os israelitas observaram tantas maravilhas, que jamais o mundo havia visto antes, tais como: as pragas no Egito; a descida dos pés de Javé sobre o monte Sinai acompanhada de raios, relâmpagos, trovões, alto som de trombetas, terremoto, muita fumaça; os sinais milagrosos no deserto, e algumas conquistas logradas, mas humanamente impossíveis, tais como as de Hesbom e de Basã.

Essas manifestações da presença de Deus aos homens foram reais, perceptíveis aos cinco sentidos, de modo que não as poderíamos classificar de meras “visões”.

Muito embora fossem tão reais aos olhos, ouvidos, paladar, olfato e tato, tais interferências sobrenaturais do céu não foram suficientes para lograrem abrir o entendimento dos espíritos dos seus expectadores hebreus.

Este quarto discurso de Moisés na terra de Moabe tencionou abrir-lhes as mentes e os olhos espirituais.  Quarenta anos se passaram, isso demandou muito tempo, em que muitas águas rolaram, e os corações ainda não tinham percebido o que Deus fizera.   As coisas reais se lhes mostraram diante de seus olhos, mas ainda não haviam assimilado a mensagem que Deus lhes quis comunicar em tudo aquilo.

O Senhor então lhes chama à atenção para “pequenos” detalhes: suas roupas não envelheceram (neste ponto,alguns exclamaram: – “puxa! É verdade!”), nem gastaram suas sandálias que usaram naquele chão seco, arenoso e pedregoso (alguns israelitas, ao ouvirem isso, olharam para seus pés e ergueram-nos, para examinar e conferir a sola de seus calçados: não apresentavam sequer um furo causado por desgaste!), não comeram pão e não beberam vinho; e desde já duas tribos e meia (Ruben, Gade e ½ Manassés) já estavam assentando-se em terras transjordânicas.

Era passado da hora de acordar para a realidade de Deus.  Já não era sem tempo de receberem tais provas incontestes como revelações do céu, e não como meras contingências ou acidentes de percurso desta vida.   Para que afinal servem os milagres, sinais  e maravilhas?   Estes têm um único propósito: foram liberados do céu e escritos para a posteridade… “a fim de que creiais…” (João 20:31)

Os hebreus foram colocados em um deserto, de onde jamais sairiam dali vivos, um povo tão numeroso, pois que a falta de água e de suprimentos já lhes teriam matado de inanição.   Some-se a isso o calor e o sol causticante.   Aquelas não eram circunstâncias para se olhar com muita alegria; aliás, eram fatores determinantes para o extermínio de todo aquele povo – mas eles viveram quarenta anos usufruindo da sombra do Senhor, que lhes ofereceu uma nuvem de glória como fonte de refrigério.   Não era ar condicionado, não, mas era um favor enorme que Jeová lhes prestava diariamente.   Água lhes era dada, brotando da rocha;  alimento, este descia do céu como um orvalho de cada manhã.

Sua simples sobrevivência ali por quarenta anos já era uma mostra do sobrenatural de Deus, mas parece que aquele povo estava já se acostumando com a situação, e não estavam atentos para o fato de que sem o Deus Jeová, eles teriam caído e deixado seus corpos no chão daquele deserto, para os abutres se banquetearem.

Eles queriam, sim, mudar-se dali para melhor.   Aquelas condições extremas não eram desejáveis, e o Senhor lhes estava preparando essa mudança.

Acontece que, quando as circunstâncias mudam, trazendo melhoras, o povo fica pensando que conquistaram um novo status, e têm uma tendência mui acentuada de olhar para as novas condições, esquecendo-se dos apuros por que passaram.   Uma vez saídos das dificuldades de um deserto abrasador, passariam a confiar na sua própria força, achando que o conforto alcançado lhes seria um bem vitalício.

Quando se assentassem na terra que mana leite e mel, com pastos verdejantes, fontes de águas, chuvas temporãs, abundância de víveres, colheitas fartas, gado nédio, de matrizes muito férteis, seus estômagos e sua posição confortável os enganaria, induzindo-os a pensar que poderiam desafiar, ou mesmo brincar de esconde-esconde com Deus, julgando-se “os poderosos senhores da  terra”.   Uma visão distorcida da própria realidade poderia encher os seus corações de ilusão, fazendo-os pensar que as palavras de  maldição da Lei não lhes causariam dano (Deuteronômio 29:19-20).   Que pena!  Ai deles!   Os que assim procedessem veriam a sua terra se abrasada com enxofre e sal (minerais até hoje abundantes nas proximidades do Mar Morto), de forma a torná-la estéril  (29:23).

Atualmente, no século XXI, a terra de Israel tem sido muito bem trabalhada e tratada, a fim de poder produzir satisfatoriamente, mas até 1947, muito de sua área era semiárida, deserta, de um chão pedregoso – sinal de que a profecia de Deuteronômio 29:23 realmente havia-se tornado um fato concreto, como resultado da rebelião  espiritual.

Certamente que o corte das árvores ao redor das cidades sitiadas  pelos romanos em 70 AD. se incumbiu de dar um golpe certeiro no alvo contra os pecados de Israel e Judá, para fazer os judeus sentirem que a Palavra de Deus se cumpre com exatidão e não falha.    Depreendemos desta passagem profética de Deuteronômio, que antes da invasão romana as cidades judaicas, inclusive Jerusalém, eram mais rodeadas de árvores, ervas dos campos, flores e frutos, a exemplo do que dantes eram Sodoma e Gomorra (Gênesis 13:10).   Os cercos do General Tito tinham, como prática, cortar todas árvores ao redor das cidades que queriam conquistar à custa de muita perseverança em manobras militares, a fim de vencer pela fome, sede e cansaço (conforme relado de Flávio Josefo em “A Guerra dos Judeus”).  Sem árvores, a terra ficava privada de receber o orvalho que se acumulava em suas folhas e caía lentamente, abençoando a relva que forraria o chão abaixo de si (conf. Salmo 133:3).   Ainda mais com a falta de chuvas, a situação seca chegou às raias de uma calamidade pública.

Ninguém, portanto, presuma de si mesmo ser autossuficiente ao ponto de menosprezar a verdade de que é o Senhor quem dá a Terra aos homens e seus filhos.   Ele mesmo estava para expulsar de Canaã  aquelas sete nações que Lhe estavam irritando, semelhantes a um fumo em suas narinas – motivo suficiente para o povo de Javé “colocar suas barbas de molho”, e procurar diligentemente não incorrer nos mesmos erros daqueles povos.

Homens fieis então tomariam posse daquela terra, mas a mensagem de Deuteronômio era muito incisiva, e até mesmo chocante.   Se eles não cuidassem em tomar conhecimento da Lei e se dessem a práticas detestáveis aos olhos do Senhor, que os estava lá colocando, então eles passariam a sofrer duros reveses, mais fortes do que suas estruturas poderiam suportar.  O fato é que quem se afasta das fontes de águas vivas do Senhor, fatalmente sofrerá sede, podendo até chegar a perecer por esse motivo.

Este discurso de Moisés é um solene aviso, que poderemos resumir nas palavras: – “Hoje, com o Senhor, tudo bem.  Amanhã, sem Ele, tudo ficará insuportável, mal, horrivelmente.”   É um convite a permanecer junto a Jeová e viver.   As ameaças desta seção apenas esclarecem que fora dEle não há esperança de vida com prazer de se viver.

Os homens mal sabem quanto precisam ser atentos à vontade de Deus.  Nele está a virtude, o poder, a honra, o domínio, a nobreza de caráter, o amor verdadeiro e a misericórdia – e tudo quanto nos dá prazer na vida.

Quando se ouve ou se sabe de tantas e tantas desditas que recaem sobre os que teimam em seguir pelos seus próprios caminhos, menosprezando os caminhos do Senhor, alguns, sem discernimento, distorcem a verdade primária, a mais básica e principal, alegando que:

  1. As palavras de Javé enojam, porque são negativistas; envolvem mais ameaças, castigos e desgraças, do que os fatores positivos, tais como promessas de bênçãos.
  2. Jeová é vingativo, egoísta, e não tem consideração para com Suas criaturas, que apenas buscam realizar-se em seus desejos – diga-se de passagem – muitos dos quais são incontidos.

Abrigar tais ideias seria uma inversão de valores.   Seria procurar justificar ao injusto, dar o avisado por desavisado, valorizar a imoralidade, desprezar o amor de Deus, apoiar a ingratidão.   Seria tapar os olhos para uma grande realidade, da qual não poderiam alegar ignorância.

Uma breve análise de bom juízo, e logo se verifica que se o amor, a bondade, a verdade mais pura, a justiça perfeita, a paz duradoura, e a vida abundante, enfim, estão nas mãos do magnífico Deus do céu, Criador e sustentador da Sua criação – logo, fora dEle, quem se propuser a ser um concorrente Seu, criar uma outra opção, um caminho paralelo, este vai ser eivado, sem dúvida, dos vícios que estão fora dos padrões do Senhor, que culminarão contrários às virtudes divinas.

Esta situação é como andar dentro de um trem por cima dos trilhos que lhe foram colocados à frente para se poder viajar com segurança.   Andar fora desses trilhos é correr perigo de vida, é descarrilar.   Trem que descarrila é trem que logo sofre acidentes.   Poderão (?) os passageiros achar que fizeram boa escolha, assumindo-se uma outra opção, abrindo-se um novo caminho, mas os acontecimentos que os esperam a seguir só podem ser definidos por uma palavra: desastre!   Fora do Senhor é andar fora dos trilhos.

“Disse Jesus: Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida; ninguém vem ao Pai senão por mim…” (João 14:6)

Reforço esta linha de ideias  inserindo as palavras do profeta Isaías, em seu capítulo 55, especialmente em seus versos 6-8:

“Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-O enquanto está perto.  Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo os seus pensamentos; converta-se ao Senhor, que se compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em perdoar.   Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor…”

Deuteronômio, capítulo 30, então, dentro desse contexto de avisos e exortações a tomar-se medidas de precaução contra o desviar os olhos de sobre o Deus Jeová, seu libertador e Senhor, contra o desviar dos Seus santos e ótimos caminhos, traz-nos um outro tom nas suas palavras.

O Senhor sabia que o coração do povo era fraco de memória, e que mais tarde eles deixariam de amá-Lo e Lhe seriam infiéis, seguindo a outros deuses.  Então, tento em vista a certeza da sua ruína futura, qual seria a atitude do Senhor?  Seria de se pensar que Ele se regozijaria, como um Deus sádico, que teria muito prazer em ver sofrer os que O viriam a trair?   Seria lá de se imaginar que Ele esfregaria as mãos, ávido de ver Seus filhos na miséria, dor, desonra e destruição?  Não e não!

Ele não é vingativo como se julgava que eram os deuses das outras nações.   Ele não tem ganas de revanche com perversidade no brilho de Seus olhos.

Quando nós, homens, nos afastamos de Seus caminhos, Ele, lá do alto de Sua morada, apenas não demonstra ao público, para que não se veja nEle qualquer tipo de fraqueza – mas o Seu coração se enche de tristeza.   Ele chorará escondendo de nós o Seu santo rosto (Isaías 22:4; Jeremas 13:17).

Jesus mesmo não pôde esconder o Seu sentimento de tristeza, quando estava para entrar em Jerusalém (Lucas 19:41).   Em outra ocasião, porém, o Seu choro se manifestou por sentir na alma o peso amargo que a morte de um chegado amigo, Lázaro, Lhe trouxe (João 11:35).

Deus se ressente da condição terrível de condenação que acompanha a alma dos pecadores, mas aqueles que se tornam Seus amigos, voltando-se do pecado para Ele, estes alcançarão toda a Sua misericórdia.

CONCLUSÃO:

O pecado gerou a morte e a separação eterna da presença de Deus, para nossa desdita e para tristeza do Pai.

MAS… (que bom que podemos inserir aqui esta conjunção adversativa!)

Se nos tornarmos para Ele (Deut. 30:2), apesar de nos termos tornado detestáveis durante algum tempo atrás…  Por piores que tenhamos sido…   Isto quer dizer, se nos arrependermos dos nossos pecados, de todo o nosso coração e de toda a nossa alma voltarmos a Ele, estaremos novamente atraindo a Sua atenção para sermos outra vez abençoados.

As promessas de Deus em Deuteronômio 30 revertem todas as maldições de Deuteronômio 28 e 29 em múltiplas e maravilhosas bênçãos!

Ele faz questão de deixar isso bem claro; não se escreveram estas palavras em linguagem erudita, e nem se usando de enigmas ou de parábolas.   Até um louco as pode entender (30:11).

Ele fez questão de que tudo isso fosse escrito, de forma que ninguém poderá dizer que necessitaria de uma nova revelação para relembrar-se das palavras que Ele falou (30:12).

Esta palavra é dada livremente, a quem queira lê-las ou publicá-las, sem cobrança pecuniária sobre direitos autorais, contanto que se tenha a sensatez de atribuir-Lhe a devida autoria; nada custa senão o tempo para nela se meditar, a nossa atenção e nosso zelo para colocarmos os seus princípios em prática.   Custará, sim, a nossa disposição para permitirmos que o Senhor transforme nossas vidas.

Sejamos sábios – escolhamos a Sua vida.   Disse o apóstolo Paulo:

“Estou crucificado com Cristo; não mais vivo eu, mas Cristo vive em mim.”  (Gálatas 2:20)

Outra vez escreveremos:

“Disse Jesus: Eu sou o caminho, a verdade e a vida…”  (João 14:6)

E mais:

“Vinde a mim, todos vós que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei.  Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para vossas almas; porque o Meu jugo é suave e Meu fardo é leve. “  (Mateus 10:28-29)


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