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ESDRAS – I – QUANDO DEUS PERDOA

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enero 6, 2020 by Bortolato

Esdras capítulos 1 a 3

Deus não perdoa sempre, a todos os pecados da humanidade, indistintamente? Isto é o que muitos pensam. Na verdade, Ele tem o coração aberto para perdoar, mas isto não se concretiza automática ou incondicionalmente, liberado geral em quaisquer circunstâncias.

Diremos que Ele PODE perdoar a todos, mas há condições a serem preenchidas, e não há como subornar ao Todo Poderoso, Supremo Juiz de todos os tempos, ou sabotar os Seus planos.

Quando olhamos para o cenário mundial da atualidade, logo notamos um crescente rumor de guerras, genocídios e atrocidades ao nível de barbaridades. O mal está entalado nos corações das pessoas, e estas não aceitam os caminhos perfeitos de Deus, e procuram resolver os problemas à sua moda.

Quem pensa que a culpa disso tudo é de Deus, está precipitando conclusões, e invertendo tudo, pois cada qual usa de seu livre arbítrio da maneira que julga melhor – e o melhor para uns é o pior para outros. Eis aí o motivo de tantos conflitos na vida: todos querem o que é bom para si, sem considerar se estão ou não prejudicando ao seu próximo e nem cogitam se Deus não ficaria insatisfeito com esse tipo de comportamento. O resultado disso vem-se demonstrando através das notícias dos jornais. Ao lermos as tais, ficamos muitas vezes estarrecidos com a frieza e com o egoísmo, tão constantes entre seres da mesma espécie: humanos.

Aí vem pois o ponto crucial: como usar a nossa liberdade individual da melhor maneira? Da maneira que agrade ao Senhor dos Céus e da Terra? Em outras palavras: será que não estaríamos fazendo coisas que ferem ao próximo e desagradam a Deus? Pois neste o caso o perdão de Deus se distancia e fica suspenso por tempo indefinido, e quando isto acontece, um grave peso de julgamento se precipita sobre os pecadores, e isso realmente dói, mais do que se imagina.

Daí vêm situações tais, tão inconvenientes e pesarosas que nos impulsionam a pensar e repensar: – “Como foi que chegamos a este ponto? Precisamos encontrar o caminho do retorno, mas será que este existe? E se existe, como achá-lo?”

A História é excelente mestre, que nos mostra essa sequência de constantes tentativas, erros e acertos. Vamos a ela.

Durante os governos monárquicos de Israel e Judá entre os séculos XVIII e XI A.C. pôde-se observar um longo período em que a fé em Yaweh foi muitas e muitas vezes atacada e prejudicada por heresias, idolatria, crimes sem conta. Uma cultura de impunidade se formou de maneira a ferir desatinadamente o coração do Senhor. As constantes insistências em voltar e prosseguir na prática de pecados foram tão grandes e provocativas, que tornou-se inevitável um desastre coletivo.

Depois de muito claudicarem e de abandonarem ao Senhor, desastrosa e acintosamente, Ele resolveu também abandoná-los, deixando-os entregues à sua própria sorte. Esta descabida desvinculação do senhorio de Yaweh sempre traz consequências desastrosas. Foi o que resultou em invasões de povos cruéis, tais como o Egito, Assíria, Babilônia, nações estas que ainda obtiveram com facilidade o apoio militar de outras nações próximas, tais como a Filístia, Moabe, Edom, Amon e outras. O fato é que sempre que Israel se portou fiel ao Senhor, o seu povo foi próspero e feliz, mesmo quando tinha que lutar para se desfazer de inimigos agressivos e inconvenientes – e o reverso da medalha sempre produziu o efeito contrário, quer admitam, quer não.

Israel e Judá não se aperceberam de que aquelas nações todas eram politeístas, adoravam a ídolos de barro, madeira, ou metal, pretensos deuses que sempre significavam uma concorrência feroz contra o Senhor Yaweh, e ambicionavam usurpar-Lhe a glória e a adoração que Lhes eram devidas. Isto porque toda idolatria é benvinda aos olhos de Satanás, que aliás foi o seu mentor desde os primórdios, cobiçando o trono de Deus para si, o que não lhe pertence e nunca lhe pertenceu, mas que ele sempre quis reivindicar para a sua conta, querendo parecer igual ao Altíssimo, mas nunca logrando alcançar o poder do Reino Celeste. Não podendo tomar posse do Céu, ele veio à Terra como um raio, para instaurar o seu reino de trevas, e lutar contra Deus. A idolatria, pois, lhe veio a calhar para tentar desviar a verdadeira adoração ao único Deus digno de toda glória. Isto até parece um jogo sem sentido, mas o inimigo de Deus não pensa assim; Satanás percebeu que a idolatria afasta os homens de Deus, e então ele mesmo assumiu as glórias dadas aos ídolos, como se fossem para si mesmo. Bastava trocar os nomes: em vez de Lúcifer, Baal, Nosferato e outros, ele trocava por Baal, Aserá, Astarote, etc.,

Dá então para percebermos o que foi que aconteceu no tocante aos reinos de Israel e Judá?

Aqueles povos vizinhos eram todos idólatras, e tinham um alvo muito bem definido: invadir e ocupar as terras que foram um dia prometidas e entregues nas mãos dos israelitas, para então poderem atingir os seguintes objetivos:

A – invadir e matar os cidadãos de Israel, destruir suas forças armadas, e destituí-los do poder.

B – desmoralizar ao povo de Israel e de Judá que houver restado após a invasão, fazendo-os de escravos, despojando-os de tudo e estuprando mulheres e crianças.

C – saqueá-los, subtraindo-lhes todas as suas riquezas, incluindo suas terras neste seu projeto.

D- destruir o Templo de Jerusalém, o marco central da adoração ao único Deus digno de ser louvado como tal, e, feito isto, sentirem-se valorizados após a sua vitória, o que lhes ensejaria impor o culto aos seus deuses ao povo por eles vencido.

Pois bem, devido ao pecado de haverem abandonado à Lei do Senhor Yaweh e de Sua adoração com pureza de coração, a criminalidade aumentou exponencialmente, de forma a causar náuseas aos justos, tudo isso veio a acontecer para a desgraça de um povo que no passado fora venturoso, escolhido dentre os demais povos para ser a nação privilegiada a quem Ele se revelara, e com quem quis habitar e manter um relacionamento tão íntimo, elevado a um nível familiar, a fim de torná-los cada vez mais semelhantes ao único Deus digno de toda a glória, honra e louvor.

O profeta Jeremias (profeta entre 626 até pelo menos 586 A.C.) a sofreu muito nas mãos desse povo, e ainda teve de testemunhar a infeliz queda de Jerusalém, que descreve de maneira comovente no seu livro de Lamentações. Foi realmente terrível ter de presenciar tudo aquilo. Deus deixou claramente que estava tão magoado com a nação judaica, que amargamente lhes deu as costas naquela hora de terror e de aflição. Jeremias chorou muito por causa daquele desastre nacional, pois foi realmente muito triste aquela situação.

Voltamos pois à questão: Deus não lhes quis mais perdoar? Este é o problema: e quanto às Suas ricas promessas? Sabemos que Ele não mente, e não volta atrás quando dá a Sua palavra. Logo, como poderemos compreender este drama, e matar esta charada que parece ser indecifrável?

Nossas mentes tão limitadas procuram encontrar uma solução plausível, e a nossa lógica meramente humana só consegue ver nisso tudo a ira de Deus: o sangue derramado, aquelas mulheres tão frágeis sendo violadas, as suas crianças assassinadas sem piedade, aquelas pessoas mansas sendo capturadas e levadas para serem escravizadas… muitos sonhos desmoronados.

Truculenta e violentamente os muros da cidade foram derrubados, o Templo e o Altar do Senhor destruídos, profanados e saqueados, deixando ruínas de pedras tintas de sangue, ao som de gritos de pavor, altos clamores, muito choro por toda parte denotando terror, vergonha e inconformação gerais.

Até então parecia que não havia mais jeito, pois Deus não lhes abria a porta da graça, da misericórdia e do perdão, e que estava tudo perdido…

De fato, quando homens se afastam de Deus, não pesam bem o que estão fazendo, pois quando é assim, Deus também se afasta dessas criaturas, e aquela simples atitude de Deus, de afastar-Se de quem O menosprezou fora motivo suficiente para o Senhor demonstrar uma atitude de nojo e repúdio para com o povo que O decepcionara. Tal afastamento resultou em tragédia indiscutivelmente marcante sobre as nações que Ele tinha escolhido como Suas, de modo que não houve como evitar aquele desastre fatídico.

Israel e Judá passaram a ser nações humilhadas, roubadas, totalmente despojadas e sem mais nenhuma possessão, castigadas pela separação das bênçãos que Deus lhes havia outrora concedido.

Chama-nos a atenção um detalhe: será que todos os judeus naquele ano de 606 A.C eram indignos da compaixão de Deus? Certamente que não. Daniel com seus três amigos judeus, Ezequiel e muitos outros, apesar de terem que sofrer o desterro, levaram a fé e a glória do Senhor para onde os colocaram na Babilônia, em Susã e outros locais, e lá puderam servir a Deus, e o mundo conheceu que o seu Deus é soberano, acima de todos os tidos por deuses. Foram graciosamente honrados pela fé e apego que tinham do único Deus verdadeiro, e o período do cativeiro babilônico foi uma dura lição contra a idolatria, que tiveram de engolir em seco.

Houve então um interstício silencioso durante o cativeiro babilônico, o qual foi rompido em 538 A.C.

Foi quando Ciro, rei da Pérsia, também chamado de Ciro II, resolveu invadir Babilônia e logrou fazê-lo de uma forma espetacular e surpreendente, sem ter de arcar com graves perdas em seu contingente militar no ato de sua manobra: desviou o curso do rio Eufrates e invadiu facilmente a cidade em uma noite escura, usando o leito semiesgotado do rio. Tomou o poder de Babilônia, e tornou-se o imperador mais poderoso de sua época.

Logo que Ciro se firmou como imperador de todas a s terras conquistadas por Babilônia, usou de benevolência para com as suas nações vassalas. Permitiu-lhes adorarem os seus respectivos deuses – mas particularmente dedicou especial atenção ao povo judeu. Não somente permitiu que este voltasse a suas terras de outrora, como encarregou-se de financiar parcialmente o retorno e a reconstrução do Templo dedicado ao Senhor Yaweh.

Alguém poderia pensar que isto teria sido apenas um ato de simpatia de um monarca para com um povo sofrido, mas quem pensa assim está enxergando as coisas pela metade.

Como assim? Vamos aos capítulos 44 e 45 do livro do profeta Isaías, escrito entre 700 e 690 A.C., onde o nome de Ciro é mencionado antes que o mesmo nascesse, e nem o seu império persa ainda havia sido fundado. Isaías 41:2, 25; 46:11 e 48:14 referem-se também a Ciro.

E mais: o nome de Ciro é profetizado em 44:24-28, no qual o Senhor lhe dá ordem de edificar as cidades de Judá, especialmente Jerusalém, e menciona a refundação do Templo de Yaweh. Ciro é chamado de “meu pastor”, assim intitulando Deus ao Seu braço executor.

Desta maneira, após a consternação sofrida pelos judeus em virtude da destruição das suas cidades, seguida de desterro, acompanhado de um choro que durou todos os dias do cativeiro babilônico, chegou o dia em que puderam respirar aliviados.

O cativeiro foi uma demorada lição, mas que valeu. Foram muitas orações, muito arrependimento, por setenta anos de exílio, com jejuns após jejuns, clamores, confissões de pecados, e lamentações que só recebiam consolo nas palavras da profecia de Isaías.

Esta foi a história. Esta história não esconde o fato de que Deus se ira, devido às circunstâncias do mal, quando este prolifera, pois Deus é santo, isto é, totalmente diferente da nossa natureza pecaminosa, e como Supremo Juiz que é, não tolera, não é conivente e não deixa pecado algum sem julgamento. Qualquer alma que pecar tem já escrita sua sentença. Assim Ele fez com Israel e Judá, e assim com qualquer pessoa.

Deus conhece, contudo, as fraquezas humanas, e também Lhe dói ter de fazer pesar a Sua mão sobre os pecadores. Ele tampouco tem prazer na morte dos ímpios.

Assim, se Ele não esconde a Sua ira aqui e ali em nosso globo terrestre, de outro lado não há como se negar o Seu imenso amor. O amor é a Sua essência por excelência.

Se pecadores têm de ser dobrados pela Sua forte mão, para fazer prevalecer a Sua vontade sobre a vontade deste mundo (veja-se o exemplo de Israel e Judá), também, por outro lado, Ele tem perdão a conceder até aos Seus inimigos que vierem a arrepender-se e voltar-se para Ele.

Tal foi a situação dos judeus ao conhecerem o decreto de Ciro, pois os seus corações já ardiam de vontade de voltarem para Jerusalém, e reconstruir o Templo e o Altar dos holocaustos.

Esta é a mensagem do livro de Esdras: há esperança para os pecadores que se arrependem, pois o Senhor é fiel a Suas promessas e no tempo aceitável para Ele, socorrerá àqueles que nEle depositam sua fé, esperanças e amor.

Escrito dentro dos anos 450 a 420 A.C. por Esdras, um sacerdote levita que estava em 457 na Babilônia, o qual reuniu outros sacerdotes para irem juntos a Jerusalém, sendo escriba versado na Lei de Moisés, foi importante figura que deu força aos exilados regressos a Judá.

Sua mensagem aplica-se a quem quer que se arrependa de seus pecados e deseje obter o favor de Deus, para voltar a gozar de Suas promessas, voltar a possuir as suas terras e ali adorar ao Deus único verdadeiro.

Qualquer que seja o seu estado, sempre é tempo de pecadores abandonarem os seus pecados e, quais filhos pródigos, buscarem o perdão e a reconciliação com Deus, mas é bom lembrar que o tempo passa, Ciro e seu império também passaram, de forma que as situações de hoje, aqui e agora, nunca são definitivas.

Portanto bom é aproveitar as oportunidades legítimas de hoje, para bem voltarmos para Aquele que nos pode salvar.

Em Isaías, capítulo 40, Deus fala de consolo ao Seu povo. É como uma luz no final do túnel, a qual vai-se aproximando, e nos versos 3 a 5 vemos que nos foi prometida a vinda do arauto percursos de Jesus: João, o Batista, o qual também pregava arrependimento, a fim de preparar o caminho do Senhor Yaweh – que no Novo Testamento logo se vê o ministério do Batista a preparar o povo para a chegada do Messias, Jesus.

Pois Jesus é o estigma do perdão de Deus aos pecadores que se arrependem. Ele tomou nossas culpas sobre Si, carregou a cruz que era nossa, e expiou os nossos pecados. Ele pagou por nossos pecados doando a Sua própria vida no lugar dos pecadores – nós, por sinal.

Ele não ficou no vale da morte. Ele ressuscitou, e está vivo, trabalhando pela causa do Pai, até hoje, e em breve virá para instaurar o Reino do Céu aqui na Terra.

Hoje é o dia de nos encontrarmos com Jesus, para nos colocarmos ao Seu lado de uma vez para sempre, transpormos, deixarmos para trás e acabarmos com esse abismo de separação entre nós e Deus. Dizer adeus à desesperança, à perspectiva da desgraça, e à falta de amor nos nossos corações.

A salvação de Deus está ao nosso alcance – hoje, isto é, por ora! – é para não deixarmos que escape de nossas mãos. Aproveitemos agora, agarremo-la com todas as nossas forças, porque um dia será muito tarde.

Não deixemos para outra hora, pois o amor de Jesus nos constrange a imediatamente segui-Lo. Façamos isto já, e desfrutemos da felicidade eterna! Busquemos a Ele rasgando os nossos corações, pedindo-Lhe que nos ajude a sairmos salvos do meio desta geração que se afoga no mar de pecados e ofensas desta vida.

Sejamos, pois, felizes com Jesus, desde já e para sempre. Que Deus nos abençoe!


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