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ESTER – III – BELEZA, HONRAS E PROVIDÊNCIA DIVINA

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mayo 17, 2020 by Bortolato

Ester capítulo 2

Ouve-se muito acerca da beleza das mulheres. Este assunto é tão decantado, que ano após ano são feitos concursos, nos quais as mais belas são eleitas e recompensadas com fama, dinheiro, luxo, e viagens pelo globo.

Tudo isso, entretanto, não é sinônimo de felicidade para essas jovens selecionadas. As oportunidades que a partir daí as tais musas recebem limitam-se a um campo muito volátil e passageiro, quase todo estritamente material, onde estas geralmente não têm a sorte e a beleza de receberem vida espiritual mais profunda.

Apesar disso, as candidatas expostas nesses concursos de beleza se empolgam com a possibilidade de poderem ser eleitas como “as mais belas”. O concurso de Miss Universo, por exemplo, é o mais cobiçado pelas jovens, que fazem muitos sacrifícios para poderem dele participar com chances de talvez chegarem ao pódio, em uma decisão de escolha finalíssima.

Logicamente tais eventos são patrocinados por pessoas que têm muito interesse em ver realizar-se aquilo que desperta tantas atenções por todo o globo terrestre. Empresários do ramo de cosméticos são alguns destes, que juntamente com os da mídia, aproveitam-se para fazer publicidade para as jovens, alavancados por alguma marca comercial por detrás.

Nem sempre, porém, esse tipo de concurso é algo que desperte o desejo de participação em todas as jovens que poderiam dele participar…

Será que alguma delas teria alegria ou entusiasmo em participar de um concurso no qual as candidatas tivessem que ser totalmente separadas de suas famílias, para fazerem tratamentos de beleza durante um ano inteiro, para depois serem avaliadas, não por um júri, mas por somente um homem rico e importante, sendo que teriam que tentar conquistá-lo em uma noite de intimidades, para depois ser colocada em uma casa de onde provavelmente nunca mais poderão de lá sair, como que em uma prisão domiciliar? Isto se assemelha em alguns pontos com o conto das “Mil e Uma Noites”, de autores anônimos, no qual uma jovem de nome Sherazade teria que convencer o rei Shahariar a não matá-la depois de passar uma noite com a mesma – apenas mudando o tipo de sentença para uma reclusão perpétua em uma casa destinada ao harém das mulheres.

Tem mais detalhes nessa história: não lhes seria permitido usar telefones fixos e nem celulares, tablets, notebooks; e nem computadores lhes seriam colocados à disposição. Assim, não teriam meios de comunicação para falar com seus familiares, e nem para se distraírem com joguinhos desses que se jogam nas telas.

Isto não seria um tipo de vida realmente alvissareiro, mas de rotinas altamente repetitivas e entediantes, e a grosso molde, seria o equivalente a uma sentença jurídica de condenação… perpétua!

Parece apenas uma estória fantasiosa, fruto da mente fértil de algum criador de temas para livros de fábulas? Pois isso aconteceu, e assim é que acontecia em alguns reinos do Oriente, no passado, e talvez ainda hoje haja alguma versão do tipo ocorrendo algures, onde as mulheres são tidas por objeto de prazer, dentro dessas culturas.

Em particular, foi o que aconteceu na Pérsia, em cerca do ano 478 A.C., quando esse império ainda andava no alto de sua fama e prosperidade, sob a regência do imperador Assuero, também chamado de Xerxes.

Lemos sobre isto no livro de Ester, capítulo 2º

O desenvolvimento dessa ocorrência parecia apenas uma questão de usos e costumes, dentro da política interna da Pérsia, mas que havia pressa em ser logo realizado. O rei havia deposto a sua rainha Vasti quatro anos antes, quando estava empenhado em rumar até a Grécia, para iniciar uma conquista que poderia varrer toda a Europa. Ele perdeu a aposta, perdeu sua estupenda esquadra de navios, e também a guerra contra aquele país, e não tendo mais o que fazer, voltou frustrado para casa.

A maneira como teve lugar esse concurso de beleza no império persa é algo que vamos descrever. O fato é que Xerxes logo deveria encontrar alguém para ser a sua nova rainha, coroá-la, dar uma festa, mais um daqueles banquetes nababescos, e depois tudo voltaria à vida normal.

Esta história é realmente sui generis, em que, apesar de tratar-se de um procedimento muito mundano, aparentemente corriqueiro, e por mais chulo que pareça, foi algo que não passou despercebido por Deus, que na Sua muita misericórdia, permitiu e usou-o para interferir na História, e dar força para o povo judeu, a fim de que este pudesse ser liberto de uma feroz chacina.

Ao retornar de sua malograda expedição militar, que voltou envergonhada pelo fracasso, Assuero, como um rei derrotado, recomeça a viver a vida quotidiana que tinha antes daquela guerra. Foi quando os seus pensamentos começaram a se voltar para as lembranças do amor que mantinha com a bela ex-rainha Vasti, a quem havia despido do seu posto em meio à embriaguez do vinho.

Os seus mais chegados da corte, sabendo disso, ficaram muito incomodados, pois se Vasti tornasse a ser a preferida do rei, as cabeças dos que o aconselharam a separar-se dela correriam sério perigo de rolar pelo chão.

Estes então procuraram agir depressa, conhecendo o estado de espírito do seu rei, sentindo que ele estaria de fato precisando de uma compensação pela perda da guerra aos gregos. Assim como a necessidade é a mãe das invenções, suas mentes férteis começaram a trabalhar com afinco. Foi então que algum deles teve uma “grande ideia”, para distrair e divertir o seu monarca: fazer com que as mais belas jovens virgens do reino lhe fossem trazidas a uma das casas das mulheres para fazerem um tratamento intenso de beleza, o qual teria de durar pelo menos por um ano.

Terminado todo esse preparo, uma de cada vez lhe seria trazida para que ele pudesse conhecê-las intimamente e sentir um pouco de alegria com as tais, por uma noite com cada uma delas, e aquela que mais lhe agradasse, e lhe desse a segurança de que o episódio negativo de Vasti não se repetisse, e a tal recebesse a nota máxima de sua “avaliação pessoal”, esta fosse feita sua nova rainha.

Esse tipo de proposta parecia ser muito boa para eles, dentro daquela cultura oriental, mas em geral, numa cultura crstã ocidental provavelmente seria reprovada como desavergonhada e imoral.

Deixando à parte essa questão cultural, Assuero, pois, como um bom apreciador da beleza feminina, gostou da ideia, que lhe pareceu ter vindo muito a calhar, a fim de encontrar uma satisfação que lhe compensasse o sentimento de perda que sentia ao remoer-se nas memórias acerca do desastre da derrota da guerra.

Aprovado o projeto, logo os correios persas agilizaram seus mensageiros em seus ginetes e camelos, e espalharam a notícia por todo o império, de cento e vinte e sete províncias que abrangiam desde a Índia até a Etiópia.

Não demorou para que fosse feito um censo com enquete e averiguações em visitas aos lares, procurando investigar se em cada casa residiam jovens muito belas, dentro dos padrões pré-estabelecidos pelos persas, e assim chegaram à casa de Mardoqueu, um judeu da diáspora.

O representante do rei, ao tomar conhecimento da existência da jovem Ester, (nome que usou entre os persas, pois seu nome original era Hadassa), logo quis vê-la, e então percebeu que aquela era alguém que tinha excelente potencial para cair nas graças do rei Xerxes.

Para amenizar um pouco aquele caráter de obrigatoriedade no procedimento, o tal agente real apresentou uma visão do lado mais interessante e atrativo para ela e a Mardoqueu, seu primo e pai adotivo, procurando exaltar as vantagens oferecidas para aquela que teria de acompanhá-lo até a Casa das jovens virgens, tentando fazê-los crer que isto seria muito bom também para a sua família, sempre com vistas a lograr quotá-la sem demora dentro daquele programa de concurso.

Não foi preciso o uso de coerção para a condução de Ester à Casa das Virgens. A ação foi feita de forma à família pensar que estava ocorrendo uma boa coisa, com grandes perspectivas à frente, apostando alto com o que era apenas uma possibilidade de eleição ao posto de rainha , e desde o início estavam erguendo uma bandeira vitoriana, enchendo de esperanças o coração da jovem.

Uma vida tranquila pela frente lhes foi apresentada, muito bem servida em um SPA gratuito, com assistência médica a todo instante em que fosse necessária, um prestígio especial para a sua família perante o imperador do reino mais rico e supostamente o mais poderoso de sua época; presentes finos a surpreender a jovem, e tudo isso sem se falar da possibilidade de Ester vir a tornar-se a próxima rainha, a preferida do rei.

Era um caso a pensar e avaliar bem os prós e contras, pesando-os em uma balança onde deve prevalecer o bom senso. Se Mardoqueu e Ester se negassem à proposta do rei… como ficariam as coisas? Eles eram estrangeiros vivendo dentro de uma das cidades sedes do império, e acharam melhor seguir conforme os planos da corte persa. Afinal, os “pedidos” do rei da Pérsia vinham trazendo sutilmente embutida a força de ordens que deviam ser cumpridas a qualquer custo.

Apesar dos riscos e da possibilidade de tudo se frustrar e desfazer os sonhos de uma jovem debutante, e da vida de Ester tornar-se dali em diante em uma rotina limitada e enfadonha até o resto de seus dias, não era prudente negar-se a aceitar o desafio. O melhor era olhar para o lado positivo daquilo tudo, e não se deixar estressar com a faceta negativa, e foi assim que eles fizeram.

Mardoqueu ganhou um passaporte que lhe permitiria entrar à fortaleza, e do pátio à frente do palácio real, ali receber notícias de sua filha adotiva por intermédio de um eunuco, um empregado do rei incumbido a servir à jovem.

Daí então, tudo parecia caminhar normalmente, segundo o previsto, planejado de conformidade com a proposta do rei para Ester e Mardoqueu.

Em meio a tudo isso, muito embora não aprovando toda essa manobra mundana de agir, Deus acompanhava os acontecimentos, com atenção para o fato de que as coisas estavam rumando para um clímax intenso, e um dia dramático para o Seu povo, mas controlando tudo a fim de que aquele jogo do poder estivesse ensejando haver condições para que os judeus pudessem ser salvos.

Lá foi então Hadassa, usando o nome de Ester (que significa “estrela”), ocultando as suas raízes judaicas por prudente cautela, e apresentada a Hegai, o eunuco responsável pelo tratamento e treinamento das belas jovens virgens, o qual, ao vê-la, sentiu uma boa impressão, e olhando para os traços e as qualidades: gentileza e elegância no porte e nos gestos, feminilidade, inteligência, instrução e sabedoria dela; ele percebeu que uma linda joia preciosa estava sendo entregue nas suas mãos, para com a mesma agradar ao rei. Ele bem conhecia o gosto de Assuero, e tratou de levá-la ao melhor lugar da casa, onde ela seria servida por cinco servas, que cuidariam de trazer-lhe os alimentos especiais, os cosméticos, prover os tratamentos de beleza e ajudá-la no que mais pudessem fazer.

Ester ali, seguia uma trilha de rotinas na casa das mulheres, sempre atenta e obediente ao fiel Hegai, com quem desenvolveu uma boa amizade. A submissão com sábia e humilde simplicidade fazia com que Ester cativasse a todos quantos a conheciam, e ela passou a ser admirada cada vez mais.  Era notório que ela possuía uma graça especial, que outras não tinham.

O encontro de Assuero com Ester então veio a acontecer em uma noite marcada para isso. Ester encantou-o à primeira vista, mas o relacionamento que se iniciou entre ambos foi que definiu o seu futuro. Ela esteve uma vez com ele, que, sentindo-se abençoado pela jovem, desejou mais vezes revê-la, até que… O rei se apercebeu de que estava apaixonado pela jovem de tal forma que nem sequer se aventou sobre o protocolo tradicional de escolher uma jovem persa para o cargo de rainha – e o desejo do rei, como sempre imperioso, também era aquilo mesmo que os seus conselheiros queriam: que o seu coração fosse reconfortado com uma nova rainha que o fizesse feliz, e assim fosse virada a página que levava o nome da rainha Vasti, no reino persa.

Não demorou muito para marcarem o dia da coroação de Ester, seguido de um laudo banquete para os príncipes e servos do rei; e pela alegria no coração de Assuero, espontânea e liberalmente foram enviados presentes e medidas de alívio foram concedidas às províncias.

A Providência divina, porém, não parou por aí. Com toques quase que imperceptíveis, o Senhor continuou a trabalhar nos mínimos detalhes.

Mardoqueu recebeu de Ester um cargo oficial à porta do rei, onde assuntos oficiais eram tratados. Esta era uma prática muito antiga, que podemos observar em Deuteronômio 22:13-15. Esta foi uma posição estratégica onde ele poderia, com esse novo status pessoal, tomar conhecimento das novidades palacianas. Ele ficava assentado ali, e ouvia muitas das conversas mantidas entre os servos do rei.

Um dia, estando ali no seu lugar de costume, Mardoqueu pôde tomar conhecimento, por meio de um servo de um dos guardas do rei chamado Barnabas (conforme Josefo escreve em “História do Povo Hebreu”), acerca de dois eunucos a sussurrar aos ouvidos, um do outro, e tramarem uma conspiração com o objetivo de assassinar a Assuero. Os dois eram guardas da porta, membros da guarda pessoal do rei, portanto eram também os que guardavam os aposentos reais. Logo, conclui-se que teriam muita facilidade para realizar seu intento macabro.

Depois de perceber aquele conluio, discretamente Mardoqueu deixa o cochicho terminar, e os dois se retirarem da porta do palácio, para tão logo quanto pôde, passar a informação para a rainha Ester, e esta, por sua vez, revelou-a ao rei, em nome de seu primo e pai adotivo. A reação de Assuero foi investigar a verdade do caso, que se confirmou para espanto de toda a casa real. Os dois homens rebeldes foram sentenciados a uma morte cruel, a estilo dos reis do Oriente. A Bíblia na versão de João Ferreira de Almeida traduz a expressão hebraica como “enforcados em uma forca”, mas uma tradução mais fiel ao texto diria que eles foram “empalados”, isto é, foram espetados na região mais baixa do ventre, contra um madeiro, e assim morreram depois de uma sessão de tortura.

Isto foi registrado no Livro das Crônicas, um diário das atividades ocorridas junto ao trono do rei, o que já se constituiu em uma semente que mais tarde brotou e vingou, trazendo à baila a ascensão de Mardoqueu, e uma virada espetacular que trouxe, depois disso, a paz para todo o povo judeu.

Essa trama descoberta e desfeita foi apenas uma das que Mardoqueu viria a tomar conhecimento. Outra muito mais terrível e abrangente lhe seria revelada cinco anos depois, trazendo-lhe a oportunidade criada por Deus para fazer o povo de Deus escapar de um martírio violento.

Assim é que o Senhor faz as coisas convergirem de acordo com a Sua vontade, sem nem mesmo dar-Se ao luxo de reivindicar para Si a glória de Seus feitos, porque a simples existência destes já são reflexos, como por espelhos, da Sua atuante presença, do Seu poder, da Sua mão criadora e protetora.

E esta atuação protetora é franqueada a quem?

E sabemos que todas as coisas concorrem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o Seu propósito”. (Romanos 8:28)

Cabe aqui a pergunta: Vc ama ao Senhor Deus? Se sim, então é um bem-aventurado.

Jesus Cristo, o Filho de Deus, em uma das mais dramáticas atuações de Deus, colocou-Se em posição de condenado a sofrimento e foi levado à morte de cruz, estrategicamente para que as nossas vidas fossem protegidas e salvas das tramas das trevas deste mundo.

Ele é assim, amoroso, fiel, compassivo e não se esquece de Seu povo. Todos os que O amam, vão a Cristo, para terem suas almas lavadas, purificadas e salvas da morte eterna.

Crê no Senhor Jesus e serás savo, tu e tua casa” (Atos 16:31)

O grande lance, pois, é crer incondicionalmente em Cristo, tornar-se Seu seguidor, e assim, no devido tempo, nos encontraremos com Ele quando se manifestar a vinda do Seu reino nesta Terra.

O Seu tempo está chegando, e o nosso também. Não vai tardar, e logo se manifestará.

Vamos a Ele hoje, em oração, e gozemos de uma vida eterna, cheia de propósitos, que vale a pena ser vivida, a salvo da grande condenação, e das dores que existem neste mundo.


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