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II CRÔNICAS – IV – UM MAPA DO TESOURO

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agosto 14, 2019 by Bortolato

II Crônicas capítulo 5

Contam-se fábulas e fábulas sobre mapas de tesouros escondidos, outrora roubados por piratas do mar. Muitos desejariam ter a posse de pelo menos uma dessas arcas, pois que esta mudaria o rumo de suas vidas, mas… quantos falsos mapas já se soube que fizeram… e se existe realmente uma arca recheada de um raríssimo tesouro, aonde é que iremos encontrá-la? Em alguma caverna, ou no fundo do mar? Possivelmente o seu último proprietário a teria colocado em um lugar de difícil acesso. Para algumas pessoas, basta apenas que lhes forneçam uma pequena pista, e estas irão correndo em busca desse tal tesouro, dispostas a pagar qualquer preço, custe o que custar. E como poder capturá-lo? Seria isto possível?

Sonhar não é proibido, mas alguns sonhos parecem que nunca se irão realizar, tamanha é a dificuldade para que isso aconteça, e o sonhador acaba ficando só no desejo, e nada mais.

Apesar da alta probabilidade de que tal coisa não aconteça, temos alguns relatos históricos que nos contam os antigos, falando de uma tal arca de tesouro.

Se abrirmos a Bíblia no livro de II Crônicas, capítulo 5º, poderemos ler uma interessantíssima história acerca de uma famosa arca, feita de madeira de acácia, mas totalmente revestida de ouro puro, por dentro e por fora, que tinha que ser carregada por quatro homens fortes, os quais a levariam, colocando suas varas de sustentação para transporte (também do mesmo material, revestidas em ouro) sobre os seus ombros, tal o peso que a mesma tinha. Esses homens teriam de ser especialmente selecionados e predestinados desde a sua linhagem étnica, para poderem executar tal tarefa, nesse transporte tão especial.

Qual a origem desse tão estimado objeto? E qual teria sido o seu conteúdo?
Esta é a Arca da Aliança que Deus fez com o povo hebreu que foi retirado do Egito através de muitos milagres, quando este, já livre da escravidão, vagueava pelo deserto.
Esta arca media um metro e dez de comprimento por sessenta e seis centímetros de largura, e sessenta e seis de altura. Nela foram colocadas quatro argolas de ouro nos quatro pés da arca, ficando duas de cada lado. Cabos de madeira de acácia, revestidos do metal nobre, foram inseridos pelas argolas, para que este singular baú pudesse ser carregado.
Uma tampa de ouro maciço suportando dois querubins esculpidos também em puro ouro foi colocada sobre a mesma.
O objeto era deslumbrantemente brilhante e atraente, mas a grande parte do povo de Israel não podia sequer vê-la, mesmo à distância, pois quando transportada, era coberta de véus e de couro de cabras e animais marinhos.
A construção desta Arca originalmente ocorreu por cerca do ano 1491 A.C.

Um artigo de tão grande valor material, por certo que seria cobiçado por pessoas que não lhe adicionavam o valor espiritual, pois era por cima daquela tampa, denominada de propiciatório, que Deus falava com Moisés para dar instruções para todo o povo. Logo, o seu maior valor não era aquilo que mostrava exteriormente, mas sim, o vínculo que o mesmo mantinha entre Deus e o Seu povo.

Quando os sacerdotes carregavam aquela Arca, não estavam prezando apenas um objeto qualquer, mas eles sabiam que estavam também levando a presença do Senhor Yaweh nos seus ombros. Isto era muito, mas muitíssimo importante, pois que valeu-lhes muitas vitórias nas guerras contra seus inimigos.

Para ilustrarmos melhor o valor espiritual que esse objeto detinha em si, podemos fazer algumas considerações, como seguem:
Um tesouro pirata, para ter valor, tinha que conter muitas moedas de ouro, mas a Arca da Aliança mostrava seu valor de outra forma, pois seu conteúdo era uma vara de Aarão que florescera, uma porção do maná que caía do céu para alimentar os israelitas, e as pedras dos dez mandamentos do Senhor, que Moisés recebera no monte Horebe.
Entrando na Terra Prometida, ela ficou parada no fundo do leito seco do rio Jordão, quando Israel fez a sua travessia milagrosa.
Pela queda de Jericó, e pela cerimônia de memorização da Aliança do Senhor junto ao monte Ebal, ela marcou presença, como que mostrando que o Deus de Abraão estava junto ao Seu povo.
Levada primeiramente a Gilgal, depois foi para Betel (Jz.2:1; 20:27), e depois ainda para Silo, na época dos Juízes, até cair nas mãos de inimigos filisteus, que tiveram esta permissão divina por causa do julgamento que estava sendo executado sobre a casa do sacerdote Eli e seus filhos.
Quando então foi capturada pelos filisteus (cerca do ano 1.141 A.C.), seus raptores sofreram graves enfermidades, pois não podiam, como também o povo de Israel, sequer olhar para a Arca, e nem tampouco colocá-la no templo de seu deus, mas o fizeram incontinentes, e pagaram um alto preço por este motivo. A mesma foi por fim colocada sobre um carro puxado “ao acaso” por vacas paridas que foram berrando pelo caminho rumo à próxima cidade dos israelitas, Bete Semes, onde ficou por pouco tempo, sendo logo encaminhada a Quiriate-Jearim, para a casa de um levita, que dela cuidou por vinte anos.
Depois desses vinte anos, Davi levou-a para Jerusalém, onde ficou depositada dentro de uma Tenda.
Dali, a Arca de Deus passou a ter um destino aparentemente mais nobre: foi levada para dentro do Templo construído por Salomão. Por essa ocasião o narrador bíblico diz que somente as duas tábuas da Lei de Moisés se acharam dentro da mesma (II Cr.5:10).

Todos os vasos sagrados que estavam na Tenda também foram levados para o novo Templo, o qual também era adornado com muito ouro em suas dependências. O Lugar Santíssimo, onde a Arca foi colocada, era totalmente revestido de ouro, onde muitos e muitos quilos do metal nobre foram aplicados nas paredes. Ela foi depositada debaixo das asas dos dois querubins dourados, para ali ficar por muitos anos, sendo visitada uma só vez por ano pelo sumo sacerdote, que diante dela se apresentava trazendo em suas mãos o sangue de animais sacrificados com intenção de alcançar a expiação e o perdão dos pecados do povo.

O mais importante desta lição é que não podemos avaliar o valor dessa Arca.
Há coisas que não têm preço. O seu valor excede muito ao que os homens prezam nesta vida terrena.

O que valeria mais para alguém: o ouro da Arca do Concerto, ou a presença de Deus, que se manifestava sobre a mesma em certos tempos?

O destino dessa Arca do Senhor não nos é revelado. Existe uma versão que diz que a mesma foi raptada e trocada por outra quando Salomão estava nos dias de sua corrupção. Além disso, houve várias invasões de nações estrangeiras em Jerusalém, depois que morreu Salomão. Por fim, pelo ano 536 A.C., os babilônios destruíram a cidade e o Templo, levando toda sorte de bens materiais que tiveram ciência de que lá existia.

A arca do Concerto, porém, detinha um significado muito mais profundo, em toda essa história.

Tirada da madeira de uma árvore viva, ela foi revestida do ouro da santidade de Deus, contendo o Pão da vida, o maná, a vara que deu a Aarão a prova de que Deus aprovava o seu sacerdócio, e com as Tábuas da Lei dentro do seu interior, essa Arca representava Cristo, no Velho Testamento. Jesus é o Pão da Vida, a Árvore da Vida, o maior Tesouro que alguém possa ter em seu coração, a Rosa de Sarom, o Lírio dos Vales, Aquele que nos escreve a Sua santa Lei dentro de nossas almas.

Sim, porque Cristo foi cortado deste mundo enquanto revestido da santidade do Senhor, um verdadeiro Profeta, Sacerdote e Rei, adornado das mais altas riquezas e honras celestiais, e era Ele, o Messias, quem foi o intermediário entre Deus e os homens, que segredava aos seus discípulos as Palavras do Pai, a fim de divulgar, instruir e edificar o Seu povo.

Aí vem a pergunta que não deixa escapar o nosso anelo. Este tema nos envolve, mesmo que não o percebamos, e cada um de nós está a perseguir algo, seja isto claro ou imperceptível: qual é o alvo do seu maior interesse, valorizado como um verdadeiro tesouro, dentro de seu coração?

Alguns estão querendo enriquecer, e tornar-se ricos. Outros estão querendo ter a sua família – cônjuge, e filhos, e perseguem este caminho descartando-se de outros valores que esta vida pode oferecer.
Outros querem ter a glória de serem os campeões, ter medalhas de ouro fixadas em seu peito, ou fazer história dentro do livro dos recordes. Isto dentro da modalidade de aptidões que Deus lhe deu, seja na área dos esportes, como na música, na literatura, na ciência, ou na política. Esforçam-se ao máximo, deixando todo o mais de lado, só enfocados no seu único objetivo.
Há ainda quem queira chegar ao extremo ascetismo, pensando estar galgando os píncaros das alturas em seu autoflagelo.

Muitas dessas coisas são até certo ponto válidas, louváveis, e dignas de nota, mas vamos e venhamos: depois que se alcança um objetivo desses, e chegam os anos em que não mais se poderá fazer aquilo que se fazia antes, que glória mais se terá?

Em outras palavras, o que se fará com esses passageiros tesouros, que um dia se irão, e não os levaremos para o além túmulo? Isto é muito sério. É o tipo de assunto que muitos não querem nem pensar, e continuam vivendo de suas ilusões, mas é um fato inevitável.

Todos nós haveremos de comparecer perante Deus um dia, para prestar contas daquilo que fizemos ou que deixamos de fazer em vida terrena – e que valor terá tudo aquilo que nos impulsionou e nos moveu em diversas direções, mas não acumulou riqueza alguma diante do Criador? Muitas coisas não sobreviverão diante do Eterno, mas serão reduzidas a cinzas, como que fossem palhas queimadas pelo fogo.

Existe, porém, o maior Tesouro de todos os séculos.
Quem buscou e O encontrou, encontrou a vida eterna. O único profeta, ou religioso que pôde dar provas de que tem tal Tesouro é o Senhor Jesus, o Cristo. Nenhum outro pôde curar cegos, leprosos, paralíticos e lunáticos, ressuscitar mortos, multiplicar pães e peixes, passear sobre as águas do mar sem prancha de surf, e por fim, ao ser morto em uma cruz, ressuscitando ao terceiro dia. Para completar a Sua obra, ainda enviou o Espírito Santo no dia de Pentecostes, para selar e dar continuidade ao Seu ministério nesta Terra.
Ele tem a Vida Eterna para nos dar, e gozarmos de Sua doce presença, no Reino de Deus. Como mais será? Impossível descrevê-lo com poucas palavras. O que podemos saber com certeza está escrito na Bíblia. Quem quiser, poderá lê-la, pesquisá-la, e tirar suas conclusões.

Este Seu Tesouro não é passível de ser corroído por ferrugem, e nem pode ser roubado ou assaltado, porque é implantado dentro dos corações.

É aí que então lhe dizemos: abra o seu coração para Jesus entrar, e o maior Tesouro de todos os tempos estará implantado dentro de sua alma, alegrando-lhe os seus dias, e garantindo que, no descortinar do futuro além rio, Ele estará à nossa espera, de braços abertos.

Que todos possamos ouvi-Lo dizer:

– “Vinde, benditos de meu Pai; possuí por herança o Reino que vos está preparado desde antes da fundação do mundo”…


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