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II CRÔNICAS – V – COMO ORAR A DEUS?

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septiembre 6, 2019 by Bortolato

II Crônicas capítulo 6º

Alcançar o favor e a graça de Deus de forma constante. Este é o alvo de pessoas que realmente desejam fazer parte da comunhão com o Seu amor, ou, no mínimo, receber o Seu favor em alguma necessidade.

Na verdade seria impossível agradá-Lo apenas Lhe oferecendo as obras que nossas mãos podem executar com certa facilidade. Ele não Se satisfaz com nossas facilidades, mas isto, por outro lado, não significa que tenhamos que sacrificar tudo o que temos ou que somos com o intuito de alcançar a simpatia de Deus. Tolstoi tentou fazê-lo sacrificando tudo quanto possuía, mas sua vida familiar demonstrou o seu fracasso, pois não adianta nada agir assim perante o Santo Deus.

Afinal, o Senhor é Deus, é diferente de nós, humanos, em muitos aspectos, embora tenhamos sido por Sua mão criados à Sua imagem e semelhança. Lograr obter o Seu favor em algum sentido, eis o anelo e ao mesmo tempo o desafio que temos de encarar.

Alguns falam e rezar… Tomar nas mãos uma fórmula de palavras, e repeti-la várias vezes. Será que isso dá certo? Nem sempre o conteúdo dessas fórmulas traduzem o que realmente reside em nossos corações – e Ele sabe muito bem reconhecer corações presentes e corações ausentes das palavras proferidas. Meras repetições não podem garantir um bom resultado, pois os papagaios também podem fazê-lo, talvez até com mais insistência do que os homens que se propõem a fazer assim.

Outros dizem outra palavra: orar! Oração! Falar palavras que saem espontaneamente de nossos lábios, sem o uso de um texto previamente preparado. Pelo menos assim teremos muito mais chances de expressarmos nossa espontaneidade. Mas a mesma questão nos pergunta: Será que isso dará certo? Analisando bem, isso também pode falhar, porque nem sempre aquilo que sai de nossos lábios, traduz o que se confina em nossos corações.

Aonde residirá o segredo de um diálogo bem sucedido com Deus?

Cremos que tudo depende da intensidade do anseio que temos dentro de nós de podermos encontrá-Lo, e falar-Lhe tudo o que vai por dentro das nossas almas.

Esta vida terrena é cheia de notícias, atrativos e distrações que prendem nossa atenção por muito tempo, que nos levam a um mundo sem Deus. Por este detalhe ocorre que muitos nem se dão conta de que estão se perdendo, deixando de desfrutar da bênção de poderem gastar algumas horas com o Deus que os criou. Talvez achem que não precisam, mas quando chegam à conclusão de que Ele poderia mudar o nosso destino com um estalar de dedos… Distanciam-se tanto dessa santa busca, que acham até difícil achegarem-se a Ele. Encontram vários obstáculos que lhes travam a via de acesso, já dentro de suas próprias almas. Vivem tanto sem Ele, que até já deixaram de pensar no caso, e quando querem sair desse marasmo espiritual, sentem-se amarrados, de mãos atadas, sem perceber que estão presos e impossibilitados. Para não se sentirem mal com esta situação, procuram desviar-se deste problema, escondendo de si mesmos um item tão importante da existência, que pode fazer muito por eles em horas difíceis… O passo seguinte é o naufrágio… mas, calma! Não se desespere, pois enquanto ainda respiramos, ainda há vida, e Ele ainda é muito poderoso para salvar-nos, mesmo nas piores condições em que estivermos.

Para quem nos voltaremos, a fim de podermos remover tais dificuldades? Quem nos poderá oferecer exemplos que nos facilitem a entendermos melhor esta problemática? Queremos uma solução… onde poderemos achá-la?

A Bíblia, o livro das Revelações de Deus, contém em alguns de seus ensinos, casos práticos em que orações foram muito bem sucedidas.

Vamos a um deles. Leiamos II Crônicas capítulo 6º.

Era cerca do ano 959 A.C., no undécimo ano do reinado de Salomão. Deus havia consentido em que fosse construída uma casa, um Templo para Ele, na cidade de Jerusalém, seguindo uma planta que fora revelada ao então Rei Davi. Tudo foi feito dentro dos seus conformes, e uma nova morada para o Senhor Yaweh habitar com o Seu povo estava pronta. A Arca da Aliança fora colocada dentro do Santo dos Santos, o Lugar Santíssimo, cumprindo um cerimonial muito festivo, acompanhado de música entoada em alto e bom som, ao vivo, com a presença de todos os homens de Israel.

A Casa do Senhor então se encheu de uma nuvem que foi acompanhada com a glória de Deus ali, de tal forma que os sacerdotes nem puderam ficar para ministrar.

Era o momento da consagração do Templo que tanto quis Davi que fosse dedicado ao Senhor.

Salomão reconheceu que aquela nuvem era aquela mesma que envolveu o monte Sinai naquele dia em que Yaweh desceu em seu cume, e iniciou um discurso, enfatizando que aquela nova Casa fora levantada pela vontade do Senhor. Não fora erguida antes de Salomão, mas prometida a Davi que seu filho herdeiro do trono de Israel assim o faria, mas agora estava feita e bem acabada, para iniciar uma nova etapa de relacionamento entre Deus e o Seu povo.

Perto do altar do Senhor, próximo à entrada do novo Templo, Salomão tinha feito uma tribuna de bronze, de formato quadrado, de cerca de dois metros e vinte centímetros de cada lado, e um metro e trinta de altura, e ali ele se posicionou perante todo o povo de Israel.

Salomão ali subiu, ajoelhou-se e estendeu as mãos ao céu, e começou a oração que está registrada no Livro Sagrado. Apontaremos os principais componentes dessa sua fala com Deus, que cremos que nos fornecerá várias informações importantes, traçando um modelo próprio para o seguirmos em nossa fé e prática (versos 12 a 13).

1 – A oração se inicia prestando exaltado louvor ao Deus, a Quem se estava prestigiando naquela oportunidade, colocando em evidência a natureza inigualável do Senhor, em todo o Universo. Esta é uma boa maneira de começarmos a falar com Deus: reconhecendo expressamente a Sua grandeza, imensurável diante dos nossos olhos e entendimento limitados (versos de 14 a 17).

Esta introdução ao restante do corpo da oração de Salomão nos levam a estabelecer um paralelo com a oração que Jesus ensinou aos Seus discípulos: “Pai nosso que estás no Céu”…

2 – Um segundo ingrediente dessa oração foram as palavras que louvaram a Ele por Sua grande misericórdia mantida durante os anos que antecederam aquele momento, que o Senhor exerce fielmente para com aqueles que Lhe são fieis (v.16), cumprindo as Suas promessas, sem jamais esquecê-las. Expressá-las é um ato de fé e de reverência, é externar amor de dentro dos nossos corações – por sinal, amor que Ele tem escrito de diversas maneiras em todos os seres que criou, e em especial no povo ao qual quis resgatar para Si.

Este segundo ítem da oração, em outras palavras, coincidem com o início da oração do Pai Nosso, ensinada por Jesus, o Messias: ”…santificado seja o Teu Nome… pois Teu é o Reino, o poder e a glória para sempre”

3 – No verso 18, Salomão insere uma nota de humildade, ao lançar sua súplica para que Deus ouça a sua oração feita por Seu povo naquela Casa, malgrado uma casa terrestre não pudesse conter toda a presença do Todo-Poderoso Deus de Abraão, e, aliás, nem mesmo o céu dos céus o poderia. É uma confissão que indiretamente bendiz o fato de ser parte do povo a quem Ele dispensou amorosamente a Sua graça, ao ponto de consentir em habitar com homens pecadores, fracos e falhos, mas que sabem que dependem dEle para tudo.

Continuando o paralelo com a oração de Jesus, Salomão ainda enfatiza o fato de Deus estar acima de todos, e que Ele está no Céu, o que contrasta com a nossa morada nesta Terra.

4 – Nos versos 22 a 23 ele continua as suas palavras dirigidas ao Altíssimo, suplicando que o mais Justo entre todos os juízes julgue ao Seu povo, uma vez que não se encontraria maior justiça em ninguém mais além de Yaweh. Homens como nós não têm ciência de tudo quanto ocorre neste mundo, mas conta com a ajuda imprescindível do mais sábio do que todos os maiores sábios deste mundo, pois Ele, conhecendo todos os fatores que envolvem todas as situações, não terá ninguém melhor para poder julgar e decidir a quem aquiescer e a quem negar alguma coisa sob juízo.

Salomão está pedindo que o Senhor, através de Seu ato de descer do Céu para morar em uma Casa terrestre, de forma prática, que… “seja feita a Tua vontade na Terra como no Céu…”

5 – Nos versos 24 e 25 Salomão parece antever que Israel haveria de padecer nas mãos de inimigos, sendo por estes ferido, derrotado e subjugado, fatos humilhantes para os cidadãos pertencentes a essas nações vencidas. Todavia, ainda que o povo de Deus tenha prevaricado e sofrido sérias consequências decorrentes de seus pecados, coube aqui uma alternativa: fazer petições por socorro e misericórdia no sentido de ser contemplado com o livramento divino, na esperança de ser ouvido.

6 – Em versos 26 e 27 uma outra confissão de que problemas outros, tais como intempéries, estios prolongados demais, e alterações climáticas dramáticas, que certamente adviriam como resultado de um esfriamento na fé e afastamento dos caminhos do Senhor por parte de Seu povo. Também aqui, condições drásticas, ensejaram uma petição para que o povo pudesse contar com a salvação do Senhor para com os que se voltam para Ele com os corações quebrantados, sinceros e contritos.

7 -Nos versos 28 a 31 há uma previsão de que pragas tais como gafanhotos, larvas e ferrugem pudessem atacar as colheitas dos servos do Senhor, e também de acontecimentos mais diretamente ligados às pessoas, tais como pestes e doenças. Não se cogita claramente aqui de que essas tragédias tenham vindo como fruto de pecados cometidos, mas sempre considerando a onisciência de Deus que sabe recompensar os bons e punir os maus, aceitando os Seus juízos como justos e perfeitos, e que em qualquer desses casos a misericórdia divina interfira e desfaça essas condições nocivas e lamentáveis.

Esta parte da oração de Salomão se harmoniza com parte da oração do Pai Nosso, em que Jesus falou: “… o pão nosso da cada dia, dá-nos hoje…”

8 – Versos 32 e 33 trazem uma boa notícia aos estrangeiros, gentios mesmo, que, procurando conhecer melhor quem é Aquele que reina e exerce justiça e juízo no meio do povo de Israel, pudessem receber uma manifestação do Seu poder, ao exercitarem a fé através de orações com o rosto voltado para a Casa onde habita Yaweh, a fim de que todos os povos da terra venham a conhecer que o nome do Senhor é poderoso, e convertam-se a Ele incondicionalmente.

9 – Em versos 34 e 35, uma menção é feita a respeito de guerras. O povo de Deus deveria ser um povo de paz por excelência, mas nem sempre o diálogo e o bom entendimento é mantido entre os homens, de modo que muitas vezes os servos do Senhor teriam de organizar-se e marchar contra inimigos que viriam para assaltá-los com violência. Ficar de braços cruzados seria aceitar as humilhantes condições impostas pelos que odeiam o povo de Deus. Lutar confiados na força da carne seria um erro fatal – porque do Senhor é a guerra, pois Ele é Homem de guerras, e sair para guerrear sem Ele seria estar sujeitos a qualquer tipo de resultado, que deploravelmente seria negativo. Pedir ao Senhor a Sua proteção em tempos de guerra é a melhor das pedidas.

Tal como Jesus falou: “…livra-nos do mal…” Logicamente que a visão de Deus que fora outorgada no Velho Testamento era um tanto diferente da do Novo, daí o porquê das guerras santas do passado não estarem incluídas na visão neotestamentária.

10 – Nos versos 36 a 39 constatamos que Salomão é bom conhecedor da natureza humana, pois afirma que não há homem que não peque – e por saber que todos pecam, sabe também que o pecado traz as suas consequências, assim como dita a lei da semeadura e colheita. Parece que Salomão está vendo profeticamente que Israel pecará tanto ao ponto de fazer com que o Senhor se afaste de Seu povo, deixando-o cair como cativo nas mãos de inimigos, e levado para o exílio para sofrer e meditar bem a respeito da causa que o levou à consternação total. Ele também antevê que Israel haveria de, parte do seu povo, cair em si, arrepender-se e converter-se, e chegariam ao ponto de confessarem-no e suplicarem, voltados para a direção onde se acharia a Casa de Deus em Jerusalém, pedindo perdão, e recebendo como resposta a libertação do cativeiro e a volta para a Terra que lhes fora prometida um dia.

Aqui, há uma clara identificação com aquela palavra da oração de Jesus, que diz: “… perdoa nossos pecados assim como perdoamos os nossos devedores…”

11 – A conclusão desta oração se acha em versos 40 a 42. Salomão pede que o Senhor esteja sempre atento às orações dirigidas a Ele em Sua Casa, ou voltados para a direção onde ficaria a Sua Casa, e que haja salvação, e adiciona mais uma súplica: de que o Senhor não rejeite o Seu povo, mas que o galardoe com as Suas boas respostas, que se fazem ver das mais diversas maneiras que Lhe darão prazer em fazer, indo ao encontro das esperanças dos que a Ele buscam de todo o coração.

Isto equivale a pedir-Lhe que esteja bem pertinho dos Seus, onde estes estiverem, pois este é o alvo final: desfrutarmos da Sua doce presença aqui nesta vida, bem como eternamente.

Nota-se uma certa correlação entre a oração de Salomão e aquela que Jesus nos ensinou. Se levarmos ambas para o campo formal, estas não passarão de meras fórmulas, nada mais do que palavras, uma simples liturgia. O mesmo poderíamos dizer da oração sacerdotal que Jesus fez junto aos Seus mais íntimos discípulos, mas… como não reagirmos diante de palavras tão poderosas? Quando as ouvimos com os nossos espíritos abertos, essas palavras se tornam verdadeiras ferramentas divinas que operam eficazmente em nós, fazendo-nos concordar, assentir com que as mesmas tenham aquele efeito maravilhoso, inexplicável aos olhos materialistas, e desejamos que assim seja, assim aconteça, para a nossa alegria e também a de Deus.

O Céu se abre para a oração sincera, humilde de coração, de uma alma totalmente entregue nas mãos de Deus.

Assim incentivamos o leitor a proceder, e o Céu se lhe abrirá à sua oração.

Seja bendito, e bem sucedido nesta sagrada e doce tarefa. Deus lhe abençoe.


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