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II SAMUEL – INTRODUÇÃO: QUANDO HOMENS DE DEUS GOVERNAM

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abril 2, 2016 by Bortolato

A Bíblia foi escrita por diversos autores.  Vários homens de Deus, inspirados pelo Espírito Santo, deixaram-nos seu legado por escrito, sessenta e seis livros que hoje perfazem a composição desse livro que traz tantas e tantas afirmações bombásticas, que nos levam a tomar apenas uma atitude: a de crer ou a de não crer.  Quem consegue crer no que nele está escrito, só tem a agradecer a Deus, pois são verdades que nos levam para uma vida eterna.

O Livro de II Samuel, muito embora não tenha um único autor humano, e estes não foram identificados com toda clareza, podemos confiar plenamente que o verdadeiro Autor foi o Espírito de Deus, que os inspirou.

A forma final de II Samuel teria sido encerrada, ao que nos indica seu capítulo 27, verso 6, após a morte de Salomão, pois ali lemos que a cidade de Ziclague pertence aos reis de JUDÁ até o dia de hoje.   De outro lado, é muito bem dedutível  que fora compilada antes do ano 722 A.C., quando aconteceu a queda de Samaria nas mãos dos assírios – fato muito importante, o qual não poderia ser omitido em um relato da história de Israel.

Muito embora o livro tenha recebido o nome do profeta Samuel como seu título, é muito evidente que não fora este mesmo quem o escreveu, pois os fatos narrados apontam para uma época após o falecimento desse juiz, o que também nos mostra que houve a contribuição de outros escritores – que muito provavelmente teriam sido os profetas Gade e Natã, com um arremate e toques finais de algum outro profeta ou sacerdote.   O nome II Samuel, pois, seria uma cortesia literária ao nome do profeta que viveu para fazer o elo entre o período dos Juízes e a monarquia em Israel.

Convém notar que I e II Samuel, na apresentação dos manuscritos mais antigos, reúnem os dois livros como se fossem um só, o que também acontece com I e II Reis.   Isto só vem a corroborar com a conclusão de que vários foram seus autores humanos, que cobriram um período tão vasto da história de Israel, isto é, desde 1120 a 970 A.C. (I e II Samuel)e de 970 até 586 A.C. (I e II Reis).

II Samuel foi escrito para relatar os acontecimentos do reinado de Davi, desde a morte de Saul e Jônatas até o fim de seu período como rei.

O mais importante desse livro é a forma como Deus ama a Davi e ao povo de Israel, e o faz prosperar, mesmo em meio a tantas lutas, mortes e guerras.

Foi muito clara a forma do Senhor operar: abençoando nos tempos de comunhão com Ele, firmando e exaltando o reinado de um homem temente a Ele, sem se omitir quando os pecados, tanto os de Davi como os do povo, fossem reprovados e tratados com o rigor veterotestamentário, mas sem deixar de mostrar, acima de tudo, que Israel fora e é um povo privilegiado por Deus pela simples revelação divina haver-lhe dado a chance de convivência e aprendizado, dentro do binômio em que interagem Deus e o homem.

O reinado de Davi foi, de fato, diferenciado do de Saul e do período dos Juízes, por um fator muito relevante: o da submissão incondicional à voz de Deus, apesar de tudo, e da graça do Senhor que sobrepuja ao pecado.

Davi não foi perfeito em tudo o que fez, mas foi submisso e humilde  ao ponto de reconhecer os seu erros perante o Senhor, e exaltá-Lo acima de tudo, mormente sobre o cetro das mãos do rei humano.   Ah, o poder!  Alvo da cobiça de muitos, conquista de poucos, uma tentação e um forte teste de humildade, justiça, honestidade, equilíbrio e equidade…

No caso de Davi, este se inclinava e deixava que o verdadeiro Rei fosse reverenciado, sempre reservando um espaço para que a glória celeste passasse por ele e o Senhor reinasse soberano acima de vontades humanas.   O Urim e o Tumim foram muito usados neste período.   As profecias divinas eram muito valorizadas.

Como resultado dessa cumplicidade, vemos que Davi acumulou glórias incontáveis em cada batalha.   Israel foi vitorioso sob sua liderança contra inimigos, mas teve que, alguma vez, sofrer ao ser disciplinado pela mão de Deus – como uma criança submissa que, quando erra, é tratada com concomitantes rigor e brandura necessários em cada caso de aprendizado.

A questão mais difícil que resta nesta história é como Deus veio a abençoar tanto a uma nação repleta de homens e mulheres pecadores, imperfeitos, em detrimento da vida de milhares de homens de outras nações, as quais tiveram de ceder submissas diante da força inquebrantável que os exércitos de Israel demonstravam, indiscutivelmente amparados pela mão de Deus.

O fato é que precisamos cair na realidade: quando se entra em uma batalha, ninguém o faz para morrer, e se não lutar, será vítima da força dos inimigos – o que significará abrir mão das próprias economias, de uma ideologia, da terra, da supremacia de uma  nação, ser explorado, atropelado e na grande maioria das vezes até chacinado pelos adversários.

Ninguém tampouco nega a rivalidade e o ódio racial que existe no Oriente Médio, desde longa data até os dias atuais.    Não podemos apontar quem deu início a esse ódio, pois a questão é muito antiga, e traz erros de ambos os lados – e ambos os lados queixam-se do seu oponente.

Ambos os lados tiveram que guerrear em busca da defesa de seus alegados direitos, e quando há guerras, há mortes, mágoas, tristezas e dor.

Um detalhe importante se faz necessário colocar-se aqui:  Deus abençoou muito a Israel, prometendo-lhe fazê-lo cabeça e não cauda, mas somente enquanto a nação fosse fiel à Sua Palavra.

Deus permitiu que Israel fosse vencedor nos dias de Davi, como também permitiu que essa nação fosse derrotada inúmeras vezes no período dos reis, no período Interbíblico e também no neotestamentário.   As vitórias eram apenas um termômetro gracioso que media a fidelidade do povo ao Seu Senhor e Rei.

A questão moral das guerras, no entanto, torna-se resolvida quando vemos as Escrituras apontando para um período futuro em que o Senhor Jesus mesmo haverá de reinar nesta Terra, impondo a justiça, a verdade e todo o rol de virtudes celestes, vencendo aos Seus inimigos e instaurando um longo tempo de paz, como nunca houve antes e não terá mais fim.

É desta forma que o reinado vitorioso de Davi se faz um emblema temporário do que Deus fará para sempre na era do fim.   É uma demonstração da força do Altíssimo, intentando mostrar aos homens que a Sua bandeira é nobre, maravilhosa, e marcha sempre vitoriosa sobre os Seus inimigos, sempre seguida por homens e mulheres que se inclinam voluntariamente submissos à vontade do Excelso.   Assim foi nos dias de Davi, e muito mais o será nos dias da eternidade.

Sigamo-Lo!   Ele sempre nos conduz em triunfo!  (Romanos 8:31-39)


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