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II SAMUEL – X – A SURPREENDENTE GRAÇA DE DEUS

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junio 20, 2016 by Bortolato

V. já foi surpreendido agradavelmente por um livramento impossível, mas que veio ao seu encontro de forma real, aliviando a sua carga, e tornando suave o seu caminho? V. ficou pasmado, pensando se de fato aquilo estaria acontecendo, e que não era um sonho? Essas coisas acontecem com frequência com quem crê em Jesus, o Filho de Deus.

Parece que neste mundo tudo gira em torno de uma moeda de troca.   Tudo tem um custo.  Parece que nada nos é dado gratuitamente, exceto problemas para serem resolvidos.   Esse mercantilismo com coisas sérias nos deixa até um tanto desencantados com a vida.   Faz até parecer verdade o ditado que diz que “amigo é o dinheiro no bolso, e mais nada”.  Felizmente essas palavras negativas não são verdade.

Certa vez perguntei a um colega de trabalho se ele já teve alguma experiência com Deus.   Seu comportamento denotava certa licenciosidade.  Mas ele me disse que sim, e que o caso aconteceu quando ele dirigia por uma autoestrada.   Ele de repente se viu correndo, em seu veículo, na direção de um caminhão que lhe vinha ao encontro na contramão.     Sem tempo para pensar o que fazer, ele rápida e instintivamente se viu girando a direção de seu carro para o acostamento e ali freou, e o admirável foi que este não capotou, naquela velocidade que vinha imprimindo, e por décimos de segundo, ele se viu a salvo.    Não tivesse tido essa presença de espírito no momento exato, ele não saberia se os seus restos mortais e os dos que com ele estavam seriam achados, depois daquele possível acidente de trânsito que foi evitado.    Estupefato, suspirou de alívio, e concluiu que foi a mão de Deus que o livrou.   Não haveria outra explicação.   Não fora a providência divina, ele já não estaria mais no mundo dos vivos.   Não foi a sua presteza que o salvou, disso ele estava certo.   De algum modo ele sentiu que o amor de Deus tomou conta dele naquele instante crucial de sua vida, muito embora não o merecesse.   Que ninguém pergunte o porquê disto, por quê Deus quis agir assim.   Não há como se explicar.   Deus o amou, e aos que com ele estavam, e enviou-lhes o Seu Espírito Santo para inspirar, e tomar aquele volante nas mãos, e operar um milagre salvador.   Sem levar em conta os méritos de ninguém.   Deus simplesmente os amou e os salvou – e ponto final!   Assim é a graça de Deus.

Deus Se incomoda com todos, e dispensa Sua atenção até para com os que não comungam com Ele.

V. se preocuparia com a descendência de um homem que foi alvo de muitos favores especiais da sua parte, de forma que este lhe ficou sendo um grande devedor, o qual, em troca, nada disso reconheceu, desprezou-o, e ainda fez muitas coisas inconvenientes, que o contrariaram de forma a irritá-lo continuamente durante anos a fio, como se fosse seu inimigo? Uma atitude de bom senso o levaria a deixá-lo, e a todos os seus descendentes, bem longe da sua presença, a fim de que não se acumulassem mais desgostos adicionais em sua vida. Afinal, V. tem sentimentos, não é uma barata, ou um inseto nojento de sangue frio.

Contudo, não foi assim que Davi fez, tendo agindo sob inspiração do Senhor Yaweh, com relação a um homem chamado Mefibosete, um coxo, neto de Saul.

“Desculpa de aleijado é a muleta” – diz o adágio popular, que pode ser traduzido por apenas uma palavra inglesa: “handicap”.   Esta palavra traz, entre outros significados, algumas coisas atinentes a um problema ou deficiência física que induz o seu portador a sentir-se limitado e até a desculpar-e a si mesmo por não poder realizar certas coisas ou agir de certas maneiras consideradas normais.

O handicap asiático, no entando, ou spread, é uma maneira de fazer apostas esportivas onde a aposta é nivelada ao retirarmos gols, pontos, sets do favorito e adicionarmos ao azarão.

Assim procede Deus, retirando bênçãos de Seu celeiro, para adicioná-las a nossas vidas, a custo zero para nós.

Na Lei de Moisés um descendente de sacerdote que tivesse algum defeito: cego, ou coxo, ou de rosto mulitado, ou mesmo desproporcionado em alguma parte do seu corpo, de pé ou mão quebrado, corcunda ou anão, com belida no olho, or sarna, ou impigens, ou até mesmo que tivesse testículo quebrado, não poderia receber quaisquer  tarefas ou atribuições litúrgicas, tanto no santuário  como junto ao altar dos holocaustos e ofertas queimadas (Levítico 21:16-23).

Realmente, seria uma desfeita para o Senhor Yaweh, saber que tem  tantos filhos normais e ser usado um defeituoso para aparecer em público, diante de todos, revelando certa quebra de estética, decoro ou dos padrões aceitáveis para o serviço santo.

Os homens queriam que seus servos fossem todos perfeitos, para a execução de suas tarefas, e rejeitavam os imperfeitos fisicamente.   Esta prática era o padrão para tais casos, e se os homens rejeitavam tais aparências, o serviço de Deus não devia ser depreciado aos olhos dos mesmos, como se o Senhor não tivesse sido capaz de arregimentar pessoas perfeitas para o Seu trabalho.

Isto, porém, acarretava em um rigoroso desdém dirigido a essas pessoas atingidas pelo handicap, de forma a aplicar-lhes uma marginalização e um corte impeditivo e infeliz sobre seus desejos e sonhos de um dia serem úteis para Deus.

Tais pessoas não eram segregadas da sociedade como o eram os leprosos, mas eram vistas como um problema para os pais e para a família;  um peso, uma carga pesada a ser suportada pelo resto de seus dias.    Dessarte, não eram bem vistos pelo mundo que os rodeava.   Eram tidos como uma desgraça que atingiu aos seus pais e irmãos.

Já viu um aleijado a pedir esmolas?   Pois este acaba sendo o destino de muitos dos individuos portadores de alguma deficiência física, caso a família os abandone, ou por algum motivo os deixe entregues à sua própria sorte.   Um triste fim os espera.

O rei Davi, porém, tinha um espírito mais excelente ao contemplar casos assim.   Durante a II Grande Guerra Mundial, o nazismo era violento e assassinava friamente aos incapazes dos povos que, uma vez conquistadeos, passavam aos seus domínios.

Em II Samuel, capítulo 9º, percebemos que Davi chegou a um ponto confortável de seu reinado, com os inimigos dominados ou sob controle, e com seu reino estabilizado, e passou a ter mais tempo para pensar – e lembrou-se de seu grande amigo Jônatas.

Apesar de todas as maldades a que Saul lhe destinara, endereçando-lhe até a morte, por entender que Davi representava uma ameaça ao seu trono…   Jônatas já representava outra coisa para Davi, por sinal bem melhor, e por isso ele quis ser benevolente para com a descendência daquele que sempre lhe foi fiel, até contrariando as ordens de seu pai para manter o filho de Jessé a salvo.

Cabe aqui esclarecer que, quando um rei era deposto, toda a sua descendência passava a ser tida como uma ameaça ao que se levantava.    Esta era uma ideia muito comum nos ambientes das cortes reais, pois, a descendência do deposto poderia vir a fazer guerra ao novo rei, ambicionando fazer sua dinastia retornar ao poder.

Davi, apesar disso, procurou saber se restaria algum descendente de Jônatas, e através de um servo de Saul chamado Ziba, chegou-lhe ao conhecimento de que havia um, sim, chamado de Mefibosete, que vivia em Lo-Debar, na casa de Maquir, um simpatizante da vida daquele descendente de Saul.

Mefibosete  tinha cinco anos de idade quando se soube que o exército de Israel fora derrotado diante dos filisteus, e que Saul estava morto, após a batalha de Gibeá.   A sua babá, na pressa de fugir com ele para a Transjordânia, em busca de algum lugar seguro, infelizmente o deixou cair de seus braços, quando o mesmo sofreu uma grave fratura que o deixou defeituoso de ambos os pés.

Chamado foi ele, Mefibosete, à presença do rei Davi, aquele rei poderoso que vencera as batalhas nas quais seu avô Saul temeria travar, e em algumas delas falhara!

Mefibosete tremeu nas bases.   Talvez Davi quisesse extinguir a descendência do rei que o antecedeu, cumprindo aquela prática padrão, comum a muitos povos da antiguidade.   Por este motivo mesmo que esse neto de Saul vivia escondido em um lugar onde pretendia passar despercebido e até mesmo esquecido pelo atual rei.

-“Ele me descobriu!” – pensava assim.

Uma vez descoberto, e chamado à presença do novo rei, ele temeu realmente  por sua vida.  Como não tinha possibilidade de escapar, e como jamais fora uma ameaça ao trono davídico, lá foi ele, um coxo, à presença à presença do imperador que o chamava.

Ia mancando, às vezes fazendo seus pés escorregarem pelo caminho, e como estava abalado pelo medo, desta feita escorregava mais do que o de costume.   Aquilo era algo que jamais gostaria que lhe acontecesse.   Tal convocação não lhe cheirava bem, parecia mais um mau sinal.

Ia Mefibosete pensando, e perguntando a Ziba: – “mas o que é que o rei quer de mim?  Eu sou como um cão morto para ele, uma carta fora do baralho.   Eu não tenho condições de ir para uma guerra, para defendê-lo, pois se eu for, certamente que não voltarei vivo.”

Ziba procurava, à sua maneira, sossegá-lo, mas não o conseguia.   Afinal, Mefibosete é quem era o neto de Saul, e se encontrava agora em uma situação muito melindrosa.

Aventaram também a hipótese de que aquela condição de anormalidade física pudesse dar ao filho de Jônatas um passe livre, um habeas corpus, e escapar de alguma sentença cruel.

Seu pai Jônatas e seu avô Saul já haviam feito Davi jurar que não lhes eliminaria a descendência (I Samuel 20:15-17 e 24:21), mas chegara então a hora da verdade.   Honraria Davi a sua palavra, ou prevaleceria ao revanchismo, a sede de vingança em nome de um sentimento de preservação do trono?   De qualquer forma, esta era uma dúvida cruel.   Só indo à presença de Davi que essa questão deixaria de ser uma incógnita para ser desvendada.

Cabe aqui uma analogia que lança luz a uma situação do atual povo de Deus.

Tal como Saul era, pecador, rebelde, desviado do Senhor, injusto, maligno e cruel, indigno de confiança, assim são todos os pecadores, diante de Deus, inclusive nós mesmos.   – Como? –  V. pode protestar, mas os olhos de Deus a tudo veem, e penetram no mais profundo dos corações.   Aliás, enganoso é o coração do homem, quem o conhecerá?   Somente o Senhor tem os raios “X” capazes de examiná-lo exaustivamente, e não há aquele que possa resistir ao Seu exame sem uma reprovação.

Somos filhos de pais, de avós e de ascestrais pecadores, e a qualquer momento podemos receber uma sentença de morte por infidelidade ao cetro divino.

Se um policiamento e um juízo humano pudessem ser aplicados a nós, em lugar do agir do Juízo Divino, certamente que não escaparíamos de uma pena máxima.   Em alguns lugares do nosso globo, rolariam as nossas cabeças, ou seríamos queimados vivos, sem defesa – e pergunte-se ao Estado Islâmico, na Síria ou no Iraque, se haveria alguma possibilidade de recurso extraordinário para o escape.

Se fomos achados em falta, no entanto, temos que nos preocupar com o Juízo Final.   Se somos poupados temporariamente aqui, com toda certeza que não teremos condições, humanamente falando, de subsistir ao Tribunal do Reino do Céu.

Enquanto vivemos fugindo da presença de Deus, temos que ser temerosos quanto ao nosso futuro, pois um dia havermos de ser chamados para nos apresentarmos diante dEle, assim como Mefibosete o foi, mas…  vamos continuar a observar os acontecimentos na vida desse homem.

O rei Davi, prefigurando ao futuro Grande Rei dos Reis, foi cheio de amor e misericórdia para com aquele pobre descendentes do rei inimigo que tanto pelejou contra a vida do ungido do Senhor.   Em vez de prevalecer a ira e o ressentimento pelas perseguições de Saul, venceu o amor semeado através de Jônatas.   Venceram a bondade e a benignidade, assim como o Senhor é bom e benigno.

Isto também pode ser chamado de Graça Divina.

Davi não somente poupou a vida de Mefibosete, como usou de toda bondade  para com este, fazendo ser-lhe restituída a herança de seu avô Saul, fazendo Ziba reassumir  sua função de administrador dos bens herdados , e ainda mais:   Mefibosete passaria a participar da mesa do rei, todos os dias, como se fosse um de seus filhos.

Assim é o amor de Jesus: atrai os seus inimigos a Si, e chama-os à Sua santa presença real, não para julgá-los com todo o rigor, ou para aplicar-lhes castigos, mas para que se esqueçam de suas raízes antagônicas e passem a ser filhos adotivos do Pai Celestial, comendo todos os dias à mesa real.

Isto nos faz lembrar da mesa das santas ceias.   Somos do Senhor.   Já não há mais castigo, mas uma vida cheia do Seu amor, na Sua presença.   O castigo que nos redime e nos traz a paz caiu sobre Ele, Jesus.   Isto é verdadeira Graça.

A Sua graça nos basta, e ainda que não participemos das guloseimas da mesa de um rei terreno, podemos participar da mesa do Rei Jesus, e somente o cálice do Seu sangue, e o pão que representa a Sua carne já nos são suficientes para nos sentirmos agraciados e privilegiados eternamente.

Que venha o Seu Reino!   Sua graça e bondade não têm fim.

Não apenas ficamos livres da condenação e da força do pecado, como ainda teremos uma vida gloriosa, promissora, arrebatadora na Presença do Senhor!

Cristo nos chama à Sua santa Presença a fim de nos salvar, e nos abençoar.   Que O atendamos alegremente com muitos louvores, pois esta é uma oportunidade muito festiva e feliz!


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