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JÓ – VII – SENHOR, JULGA A MINHA CAUSA!

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julio 11, 2020 by Bortolato

Jó capítulos 11 a 14

Mentiras ditas com frequência acabam por adquirir a forma exterior de verdades. Dizem alguns que assim como pretendem, acabam se tornando em verdades.

Há também quem pretenda vencer uma discussão falando mais alto, como quem acha que ganhará a disputa com seus gritos. Assim presumem estes que conseguirão encobrir verdades que o lado oposto propõe, ou mesmo abafá-las.

Provérbios 26:4-5 nos traz duas propostas para tratarmos com pessoas estúpidas, propostas estas que até parecem um tanto contraditórias, mas analisando-se as mesmas com atenção, encontraremos a coerência que traz em seu escopo, a qual reputamos por oportuna, aplicável ao caso.

Como responderemos a palavras vãs, que se erguem como se fossem a luz da verdade?

O versículo 4 de Provérbios, capítulo 26 nos diz:

Não respondas ao insensato segundo a sua estultícia para que não te faças semelhante a ele.”

Isto significa: não concorde com as palavras dos insensatos, e nem desça ao seu nível de conversa. Não use as suas mesmas estratégias e seus métodos, e nem use dos seus termos viciados, de baixo calão, imorais, e nem de chavões que distorcem o sentido das palavras da verdade.

O versículo 5, que se segue, nos diz:

Ao insensato responde segundo a sua estultícia, para que não seja ele sábio aos seus próprios olhos.”

Este último versículo quer nos dizer que, mantendo-nos com elegância no falar, devemos mostrar ao insensato que ele erra por não abrigar razões aceitáveis em suas propostas e também por baixar o nível das suas palavras.

No livro de Jó, capítulo 11, vemos alguém chamado Zofar, a insistir no erro de seus amigos que falaram anteriormente com Jó, usando basicamente dos mesmos argumentos, com nova ênfase.

A discussão entre Jó e seus amigos se aquece, e já assume formas de ofensas e palavras mal educadas que provocam o desequilíbrio no diálogo.

Zofar, o naamatita teria sido possivelmente o mais jovem dos três que até então já se haviam posicionado, quando chegou a sua oportunidade de expressar-se e aproveitou o ensejo.

Esperou que seus outros dois amigos falassem antes dele, e quando abre a boca, parece despejar um vômito de ira contra Jó com bem mais força do que os que o antecederam.

Em seu legalismo ferrenho, chega a distorcer incompreensivelmente as palavras de Jó, para repreendê-lo com vigor e contumácia.

Jó havia afirmado estar inocente diante de Deus, mas não disse que sua doutrina era pura, como disse Zofar (9:14-21 e 11:4). Extrapolou na medida, Zofar.

Jó afirmara não ser possível esquadrinhar as grandes maravilhas de Deus, e Zofar toma essa mesma palavra para tentar agravar os juízos do Senhor contra o homem sofredor (11:5-7).

Zofar intitula a Jó como um tagarela, e um mentiroso paroleiro, um falso moralista (11:4), perverso (11:20), estúpido como um asno montês (11:12) e iníquo (11:14). As suas palavras foram muito agressivas, e eivadas de ira, fruto de seu legalismo teológico. Quem tem um amigo como Zofar, não necessita ter inimigos, principalmente nas horas mais dramáticas da vida.

Esta performance lamentável de Zofar levou Jó, ressentido do ataque verbal do amigo, a desenvolver um discurso que ocupou o espaço de 75 versículos do livro, como mostra de que o seu espírito foi excessivamente conturbado.

Jó inicia sua defesa contra essas palavras de Zofar, tendo que alegar o óbvio que não estava sendo considerado pelo amigo: de que não havia entre eles um desnível tal do entendimento, ao ponto de se colocar em pauta assuntos muito bem sabidos, como que “chovendo no molhado” (12:3).

Depois, Jó aponta o defeito principal do amigo: Zofar acha-se seguro e despreza o infortúnio alheio, e em vez de consolar, oferece um empurrão moral naquele cujos pés estão vacilando (12:5). Apesar disso, Jó não o trata com a mesma leviandade, mas didaticamente aponta-lhe o seu erro a tempo deste poder ser corrigido.

Ao que tudo indica, os seus três amigos seriam mais velhos do que Jó, e com isso estavam jogando um peso muito grande sobre este fator, forçando-o a prevalecer sobre a razão e o bom senso.

Jó lhe responde que a grande sabedoria está com Deus, e não necessariamente com os idosos. Tampouco está com conselheiros das cortes reais, ou com os juízes, os reis, os sacerdotes, os eloquentes, os fortes e os príncipes. A sabedoria destes fica entenebrecida diante da sabedoria divina, que os faz parecer obscurecidos em seus entendimentos.

Os amigos de Jó tanto se empenharam em querer colocar a justiça divina de forma intocável e a salvo de cogitações da alma, e tanto foi assim que chegaram ao ponto de perverterem-na. Com toda certeza, Deus naõ estava se agradando deles, como se pode ver em 13:10 e 42:7 do livro.

Acerbamente vos repreenderá se em oculto fordes parciais”

Zofar exorta a Jó para que parasse para meditar e considerar a extensão e a profundidade da sabedoria de Deus, e com isto pensasse como seria impossível pecar sem ser descoberto. Esta colocação indiretamente significa que Zofar conhecia muito sobre esta matéria, tendo alcançado um nível didático capaz de ensinar a Jó…

Na verdade se Zofar de fato conhecesse toda essa grandeza de Deus, não teria falhado ao tentar mostrar o amor divino dentro do seu próprio coração e estendê-lo a Jó, compreendendo a profundidade das feridas causadas pelo sofrer que este estava tentando tratar em sua alma.

Jó, no entanto, já estava torcendo para que seus amigos se calassem de todo, pois assim pelo menos deixariam de ser intolerantes, inconvenientes (13:5), e seriam mais compreensivos para com ele. No Talmude podemos ler um ditado que diz: “Quanto mais profunda a tristeza, menor a língua”.

Uma tônica se percebe no discurso de Jó: que ele realmente tem uma fé muito linda, alicerçada em seu coração. Ele sabe que Deus, com o Seu poder, poderia fulminá-lo em um centésimo de segundo, em havendo desagrado para com a ousadia do Seu servo, mas mesmo assim, Jó queria obter o especial favor de ser ouvido, o que denota uma fé pura, desinteressada, e que apesar da tremenda provação a que foi obrigado a suportar, e da possibilidade de não ser bem acolhido em seu pleito diante do Todo-Poderoso, ainda assim confiava na Sua bondade (13:15).

Sim, apesar de tudo Jó acreditava na soberana sabedoria e justiça divinas, mesmo não estando entendendo como Deus o haveria tratado, como se ele fosse Seu inimigo. Ele estava pronto a apresentar-se perante o Trono do Céu, para tentar demonstrar que de maneira alguma era Seu algoz, mas que, pelo contrário, Jó era apenas uma frágil folha ao vento, ou uma palha que até desaparece ao ser espalhada pelo ar (13:25), isto é, que jamais faria o mal diante do Senhor, e mesmo que o fizesse, ele era um nada, que de nada adiantaria ser perseguido com tanta persistência, e, ademais, não cria em absoluto que ele teria cometido algum pecado tão grave que não tivesse já sido passível de ser perdoado.

Daí a sua audácia de sentir ser como um pequeno grão de areia no meio de milhares de gentes, um sem-número destes que esperam a vez de serem levados e recebidos no Tribunal de Deus para defenderem a sua própria causa, e, em caso de não ser compreendido, que fosse imediatamente morto, sem mais nenhuma apelação.

Ainda que se considerasse como uma coisa sem valor, a qual teria sido deixada de lado, sofrendo, até ser chamado, Jó está certo de que perante o Supremo Tribunal do Céu ele ainda deveria ser bem acolhido, e o Senhor até ficaria saudoso de sua memória, observaria com alegria os passos de Seu servo terreno vindo em Sua direção, não levaria em conta os seus pecados, e teria encoberto as suas iniquidades.

Por isso Jó conta com a misericórdia do Senhor sobre sua vida, mesmo após a morte, tal a intensidade de sua crença de que Deus é bondoso, apesar das desditas da vida.

Esta esperança no homem Jó é, no fundo, uma característica de protoevangelho da graça de Deus que extemporaneamente lhe fora revelada, para ser gravada no livro que leva o seu nome.

A vida tem idas e vindas, altos e baixos, alegrias e tristezas, aos milhares, mas por pior que nos tenha sido, há um Deus, aliás o Único Deus, que nos ama e tem traçado um plano maravilhoso de remissão dos nossos pecados, para os que O têm como o Seu único Salvador, Aquele que detém nas mãos a corda que nos atará, nos puxará e alçará até a Sua Presença, para sermos absolvidos das nossas transgressões, e sermos justificados pela fé.

Esta corda tem um nome, e o seu nome é Jesus!

Mas lembremos bem: Jesus é a corda da salvação e justificação dos pecados somente para os que nEle creem, e se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram, e eis que tudo se fez novo (II Coríntios 5:17).

Assim, a nossa justificação perante o Pai não é uma graça automática, que basta apenas existirmos para a recebermos como dádiva obrigatoriamente a ser-nos dada. Não é assim.

Antes de tudo precisamos conhecer que os nossos pecados são execráveis diante de Deus, e só em ouvir a respeito destes, isto Lhe é coisa detestável e condenável.

Você não se sente assim? Sim? Pois bem, então saiba que há esperança para V. e para mim também. Estamos no mesmo barco, necessitados do Salvador.

Realmente os nossos pecados fazem separação entre nós e Deus, e precisamos ficar atentos para não perdermos a oportunidade de sermos marcados e reconhecidos com uma certa marca que pode nos identificar como um dos pecadores a quem o Senhor não rejeita.

Esta marca se sobrepõe por cima daquela que o pecado nos estigmatiza. É o sangue de Cristo em nossos corações, em nossas cabeças e em nossos lábios.

Se formos marcados pelo sangue de Jesus, escorrido na cruz do monte Calvário, é porque até essa cruz nos temos achegado com os nossos corações contritos, devido ao dramático ato de Deus de deixar que o Seu próprio Filho fosse morto com a específica finalidade de que fôssemos alcançados pela Sua Justiça – justiça esta que nos deixou livres da condenação, e fez Jesus condenado em nosso lugar.

Quem esteve assim levado à cruz de Jesus e permitiu que Ele fizesse morrer ali a nossa natureza de pecadores, receberá o perdão e terá a vida eterna, escapará da grande condenação. Terá uma nova vida, como quem nasce de novo.

Esta é a situação. Jó não conhecia este evangelho neotestamentário, mas nós somos a geração privilegiada pelo Novo Pacto de Deus e com Deus.

Não poderíamos deixar de lhe propor, a esta altura: V. quer ter este Novo Pacto em seu coração? É gracioso, exerce um poder impressionante sobre nós, e implica que teremos as nossas vidas mudadas, trocadas por uma outra muito melhor – basta que aceitemos de fato trocar nosso fardo de pecado pelo da graça de Jesus. V. quer?

Oremos: – Deus, perdoa-me, e faz de mim uma nova criatura, por esse meio que Jesus nos ofereceu e franqueou, morrendo em nosso e especialmente em meu lugar. Inscreve o meu nome no Teu livro da Vida, pois quero ser Teu e Te glorificar eternamente, e dá-me forças para seguir contigo este Teu caminho, sem me desviar dele. Em nome do Filho de Deus, Jesus, o Cristo, nosso Senhor.


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