Vamos meditar sobre o que Deus responde ante o clamor do aflito:

 

Leiamos Lucas 18:35-43:

 

“Aconteceu que, ao aproximar-se ele de Jericó, estava um cego assentado à beira do caminho, pedindo esmolas. E, ouvindo o tropel da multidão que passava, perguntou o que era aquilo”.

Auniciaram-lhe que passava Jesus, o Nazareno.

Então ele clamou: -” Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!  E os que iam à frente o repreendiam para que se calasse; ele, porém, cada vez gritava mais: – Filho de Davi, tem misericórdia de mim!”

Jesus mandou que lhe trouxessem.  E, tendo ele chegado, pergundou-lhe:

–        “Que queres que te faça?”“.

 

Agora quero lhes contar acerca do que presenciei, ao ver um dia, uma paralítica na cidade de Curitiba, Paraná (Brasil).

 

Certa vez, numa das ruas movimentadas de Curitiba, uma mulher paralítica estava assentada sobre sua cadeira de rodas, também pedindo esmolas.    Seu estado era lamentável.    Ao que parecia, alguém a deixava ali, à beira do caminho, sozinha, magérrima, e seu corpo tinha o tamanho do corpo de uma criança.

A multidão que passava não lhe dava absolutamente nenhuma atenção.

De repente, aquele corpo franzino e aleijado vira-se para o lado e começa a se sacudir ao ponto de soluçar.

O que foi?  O que a teria feito levar às lágrimas de comoção?  A multidão não percebeu isso.   Se alguém a viu, também deve ter pensado:

–        Esta é uma coitada, mas que posso eu fazer?  Nada, e porisso continuava caminhando, sem dar importância ao caso.

–        (Outros:) Não tenho nada com isso, isso não é meu problema.

–        (Outros:)  Não tenho tempo agora, eu tenho meus compromissos.

–        (outros:) Tenho mais o que fazer na vida, além de dar atenção a esse tipo de problema.    – Fui! …

 

 

Mas as Escrituras Sagradas nos falam que Deus está atento ao clamor dos órfãos e das viúvas, e que “o Senhor será um alto refúgio para o oprimido, refúgio nas horas de tribulação” (Salmo 9:9).

Uma irmã nossa viu aquela pequena criatura oprimida, e foi-lhe entregar uma palavra, e então ela pôde ouvir acerca de Jesus, que Ele estava atento aos seus problemas, e ficou patente que ela O representava, ali naquele momento.

 

A VERDADE É QUE JESUS OUVE AOS NOSSOS CLAMORES! Ele ouviu ao clamor do cego de Jericó!

 

 

QUEM SÃO OS CEGOS:

 

Os cegos são pessoas que, tendo perdido o sentido da visão, ou, para alguns, isso lhes faltou desde que se conhecem por gente, pessoa, resta-lhes desenvolver, da melhor forma que podem, os demais sentidos, mormente o ouvir, a audição e o tato.

 

Se convivêssemos com pessoas assim, nós notaríamos que são sensíveis, pessoas dóceis, dependentes de alguém que faça coisas por eles, que os conduza, que os guie pelos caminhos, avisando-os dos obstáculos como pedras, elevações, buracos ou depressões do solo do chão, se devem dar os seus passos mais à direita ou mais para a esquerda.

Infelizmente, nem todas as pessoas que com eles convivem têm a paciência necessária para facilitar os caminhos e ávida desses deficientes visuais, e com isso, as dificuldades de uma pessoa assim acabam se avolumando, e a vida delas se torna mais árdua, mais difícil do que bem poderia ser.

 

Na Lei de Moisés, em Levítico 19:14, o Senhor, na sua misericórdia extensiva aos deficientes já havia dito: –

“Não amaldiçoarás o surdo, nem porás tropeço diante do cego, mas temerás o teu Deus.   Eu sou o Senhor!”

 

Isto significa uma ordem de Deus, a fim de que venhamos a sensibilizar os nossos corações para esse tipo de pessoa.   O Senhor, ainda que tenha alguém esse tipo de deficiência, sesta atento aos seus clamores, e ouve-lhes as suas orações.

 

A Lei mosaica ordenava assim exatamente porque, nas sociedades em que essas pessoas vivem, não falta quem zombe, que se esqueça da misericórdia, e ainda, em tom de escárnio, brincadeira sem graça, coloque tropeços diante dos cegos.

 

 

SANSÃO CLAMOU, E DEUS O OUVIU!

 

No livro de Juízes, capítulos 11 a 16, lemos acerca de um homem chamado Sansão, que, devido à sua displicência e desobediência aos seus pais e a Deus, veio a se envolver com uma mulher do povo inimigo do seu povo e do Senhor.

Conta-nos o relato histórico da Bíblia que Sansão escolhia a sua companheira  “porque agradava aos seus olhos”.   Por este relato, cremos que era, talvez, uma mulher muito bonita,  mas que estava nas mãos do inimigo.

A Bíblia ainda fala que Sansão dormia com a cabeça em seu colo, e assim, ele, sem perceber, estava descansando a sua cabeça no colo do seu inimigo.

Resultado, para encurtar a história: perdeu suas tranças, seus cabelos, perdeu sua força, aquela força que o Senhor lhe deu, perdeu a sua liberdade, perdeu sua mulher, perdeu sua visão dos olhos, e passou a ser praticamente um “burro de carga”, que empurrava a moenda na prisão, e, nas horas vagas, virou palhaço no santuário do inimigo.  Os seus inimigos tinham prazer em gastar horas para zombar de sua cegueira, divertir-se às suas custas.

Esta não era a vida que Deus tinha preparado para ele, e, na sua angústia, ele clamou a Deus que queria  ser usado com aquela antiga força só mais uma vez na vida, e Deus ouviu ao seu clamor.  Ele moveu as colunas do templo de Dagom, e morreu ali, mas com ele, milhares de filisteus, e pela primeira vez na história se ouve falar que um só homem destruiu um templo idólatra num só movimento de suas mãos.

 

 

O SENHOR É JESUS?

 

Houve, certa ocasião, uma convenção da área de vendas, e muitos vendedores vieram de longe até aquele local.

No final daquela última reunião, as atividades se estenderam além do horário previsto, e aqueles vendedores tiveram-se apertados no horário para pegar o avião que os levaria de volta para sua cidade de origem.

Com isso, aconteceu uma correria de gente com malas nas mãos, nas costa, bolsas, maletas, e, naquele corre-corre, tinham de passar por um corredor cheio de comerciantes ambulantes á beira do caminho.

Daí, uma das malas tocou numa cesta de frutas, e  esta virou, e rolaram maçãs por todos os lados.   Na correria, alguns ainda pisaram em algumas maçãs, e a mulher que as vendia começou a chorar, no seu desespero.

Um daqueles vendedores, tentando alcançar o seu avião a tempo, e os seus colegas, na pressa iam passando e ainda chutando as maçãs para mais distante ainda.

De repente, aquele homem parou, percebeu a situação, e avisou aos colegas: – “Eu vou voltar!   Avisem minha esposa que não pude pegar esse avião, e porisso vou chegar mais tarde em casa, pois eu ficarei para o próximo vôo” .

Dito isto, ele volta, e começa a buscar as maçãs  espalhadas pela rua, e tenta recompor o balaio de frutas.   Algumas maçãs já estavam pisadas, outras esfoladas, e outras completamente esfaceladas.

Com isso, mesmo após a recuperação de maçãs ainda inteiras, balaio ficou ainda meio vazio, mas tentando consolar aquela simples vendedora de frutas, ele percebeu que ela era cega, e então ele pôde entender melhor o porquê daquele choro, daquele lamento comovido, de dor na alma.

Parou um pouco, pensou, e pediu-lhe muito que desculpasse o que seus colegas fizeram, e no final, entregou-lhe nas suas mãos a importância de R$ 100,00, dizendo que era por conta dos prejuízos.

Apanhou, depois disso, suas malas, e novamente se pôs a caminho.   Quando tinha dado as costas àquela mulher cega, ela lhe dirigiu uma pergunta: –

“ –  O senhor é Jesus?”

 

O teor dessa pergunta significa muito.   Jesus é Aquele que está atento ao clamor dos oprimidos, quando não têm quem ajude.

 

 

VIVENDO A ÚLTIMA OPORTUNIDADE DE CLAMAR:

 

Era, há cerca de 2000 anos atrás,  já a última semana da vida terrena e ministério de Jesus nesta terra, antes de sua crucifixão na semana da Páscoa.

Jesus ia, então, passando pela entrada de Jericó pela última vez naquele maravilhoso ministério de sua vida em carne…      Ele estava a caminho de Jerusalém, ao encontro de Anãs e Caifás, de Pilatos e Herodes, aonde seria preso, maltratado e crucificado.    Jesus sabia muito bem disso, mas a multidão que o cercava, não.

Pela última vez daquele seu ministério terreno, estava passando por Jericó.

Multidões o cercavam, e isso era o que mais lhe acontecia.   Quanto mais se aproximava da cidade, mais numeroso ia se tornando o povo ao seu redor.

Muitos corriam ao seu encontro, desejosos de vê-lo, quem sabe, de ouvi-lo falar de uma palavra profética que viesse a surtir efeito e transformar a sua vida, ou, quem sabe se não receberiam um toque especial que lhes traria o poder celestial invadindo seus seres, curando-lhes enfermidades incuráveis, abençoando suas vidas, enchendo-os da graça, do amor, da compaixão de Deus , transformando-lhes não somente o físico, mas também o seu interior, suas almas, seu caráter, tudo, enfim.

Eram momentos de muita expectativa e a Bíblia diz que aquela multidão que corria pela estrada de Jericó começou a produzir um ruído de tropel cada vez mais intenso.

Um cego ali, à beira do caminho, estava levando uma vida muito limitada.  Alguém o conduzia até a beira do caminho, e ali ele passava o dia – pedindo esmolas.

 

 

CLAMANDO E SENDO ATENDIDO

 

A multidão apenas informou a Bartimeu, o cego de Jericó, quem estava por ali passando:  Jesus Nazareno!  E o cego começou a clamar:

–        “Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!”

Os que passavam ainda o repreendiam, ordenando que ele se calasse!

Vejam só!

O mundo já deu tantas voltas, mas o caráter mesquinho de um povo parece que continua na mesma.   Os homens parecem que estão no meio de uma “roda viva”, aquelas rodas que giram sem para , e nos circos colocam uns artistas circenses para correr lá dentro, e quem não correr acaba caindo.   Ás vezes, colocam palhaços lá dentro, para vê-los cair, mesmo, ser jogados para lá e para cá, dentro daquela roda viva numa loucura sem igual!

 

Bartimeu, porém, sentindo que aquela chance poderia nunca mais se repetir, começou a clamar cada vez mais alto.   O povo dizia-lhe para se calar, mas quando é que Jesus passaria por lá outra vez?   Ele clamava mais e mais !

Esta era uma voz de fé e de esperança, que merecia ser ouvida!

 

Jesus parou!   Ele não podia, ainda, vê-lo em meio à aglomeração de gente ao seu redor, mas podia ouvi-lo gritando.   Vozes de pessoas por todos os lados pareciam querer abafar a voz do cego, mas Jesus, enfim, ouviu-a, e parou!

Era um ser humano, era uma alma que sofria.  Era alguém, uma pessoa, um ser criado por Deus!

Ele, Jesus, o Criador, o Logos, Palavra de Deus feita em Carne, repentinamente ouviu a voz de um ser que ele queria que fosse um homem completo, perfeito, com visão perfeita, desde o nascimento, mas aquele homem era cego.  Por que razão era cego, a Bíblia não o diz, mas ainda que fosse por causa dos seus pecados, como foi o caso de Sansão, Jesus queria lhe restaurar a luz dos seus olhos, e Bartimeu clamava para a pessoa certa!

Jesus então, mandou que lhe trouxessem.  O homem não podia localizar Jesus por si só, e porisso, alguém o tomou e o trouxe, e então o clamor de Bartimeu começou a cessar.

Chegado à presença de Jesus, ele sentiu naquele momento que tinha dado os passos mais esperançosos, felizes, alegres de toda a sua vida.

 

JESUS LHE PERGUNTA: QUE QUERES QUE TE FAÇA?

 

Que queres?

Esta pergunta, Jesus faz a cada um que se achega a Ele com fé e esperança, como Bartimeu se lhe achegou.

Quem pergunta é o Senhor do Universo, o seu Criador, aquele que tem o poder nas mãos para curar e abençoar!

Aquele que ama a sua alma, a sua vida, e que não somente pára a sua trajetória de passagem para lhe ouvir, mas também para lhe perguntar:

 

Que queres que te faça?

Num ato de fé e coragem, diante de todos, aquele cego exprime o seu desejo maior, aquilo que vai ao mais profundo do seu coração, sem medo de estar passando pelo ridículo, diante de toda uma multidão de gente que ele nem conhecia, não sabia quem eram, e nem de onde vinham, nem quantos eram:

“Senhor, que eu torne a ver!”.

 

O Senhor nos diz também a nós, a cada um de nós: o que queres que eu te faça?

 

O que V. quer, do mais profundo de sua alma?

O que lhe oprime?

Por que você não dorme?

Por que você não come direito?

Por que a sua alma não está tranqüila?

O que V. quer que Eu faça com aquilo que lhe está demolindo a alma?

É Jesus que pergunta, e Ele tem o poder nas mãos para transformar o impossível em possível.

Tudo é possível ao que crê!…