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SALMOS – CXIX – (ÁLEF) – A EXCLÊNCIA DA LEI DIVINA

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mayo 14, 2023 by Bortolato

Salmo 119 versos 1 a 8

É digna de um destaque especial, essa Lei que um dia foi criada por Deus, ordenada e publicada.

Afinal, para que existem leis?

Vc já deve ter ouvido a expressão: – “terra sem lei”. Significa um estado de coisas no qual as pessoas não têm um padrão de referência, um paradigma que lhes sirva de fio de prumo para bem reger suas vidas, mormente em suas relações com o próximo e com Deus.

As civilizações já sentiram a necessidade de ter esse manual de conduta desde os primórdios. Antes mesmo da Lei de Moisés (cerca de 1.500 A.C.), de acordo com descobertas arqueológicas, um compêndio de leis foi encontrado na Mesopotâmia, foi chamado de “Código de Hamurabi”, o qual foi datado entre 1792 e 1750 A.C.

O Egito antigo também foi regido por normas legais, muito embora grande parte destas fora ditada por iniciativa de um rei, que legislava, julgava a seu critério e decidia condenar ou absolver os réus que eram levados à sua presença, e assim também muitos reinos antigos.

Em Gênesis, capítulo 6º, temos uma indicação de que em tempos antediluvianos houve uma degeneração da boa ordem pública, de modo que os homens estavam totalmente entregues a práticas terríveis, abomináveis, fazendo da violência e da iniquidade o seu padrão de conduta.

Aquilo aborreceu ao Criador, que resolveu destruir a todos através do Dilúvio, com exceção de uma única família constituída de apenas oito membros, dos quais se deu um recomeço, a multiplicação do seres da raça humana. Isto foi há muito tempo, de forma que não há como datarmos este acontecimento com precisão.

Antes ainda desse cataclismo acontecer, porém, temos o registro de uma criação do homem por Deus, que lhe deu uma natureza privilegiada, que gozava de muitas benesses neste mundo, dentre a quais, a mais sublime era uma doce comunhão com Deus, o Criador.

A felicidade era uma constante. Não havia conflitos entre o primeiro casal, sem dores, sem stress, sem angústias, sem lágrimas, tudo era imergido dentro de perfeita paz, em harmonia com Aquele que os criara… até que uma, uma única determinação divina foi transgredida, e então abriu-se a porta do inferno e começaram as confusões.

Tudo mudou dali em diante, e até hoje os homens sofrem por se terem havido e assumido como transgressores da Lei. Além disso ainda insistentemente continuaram na senda das contravenções, evoluindo seus atos para a comissão de crimes, gerados pela natureza que ficou modificada dentro da humanidade.

Deus, porém, não havia desistido de buscar orientar ao homem, apesar deste haver-se distanciado do Senhor, de modo radical.

No livro de Gênesis, em seu capítulo 4:25-26 encontramos um relato em que podemos entender que após Caim haver matado Abel, Eva deu à luz um outro filho, cujo nome lhe foi dado com Sete (hebraico: Renovo, ou Compensação); e daí, Sete teve seu primeiro filho, ao qual deu o nome de Enos – “e então começou-se a invocar o nome do Senhor”, o que nos enseja a entendermos que antes disso, os homens não buscavam a Deus, pelo menos como deveriam, o que implica em um esfriamento nas relações entre os homens e Deus.

De qualquer maneira, dali em diante, parece ter havido um reavivamento espiritual que se passou de geração para geração, de modo que quando surgiu o nome de Enoque na árvore genealógica, este passou a ter grande comunhão com Deus, ao ponto em que Deus para Si o tomou, e Enoque não foi mais visto nesta Terra.

Depois de Enoque, no entanto, houve uma degeneração geral da raça humana, ao ponto de esta haver sido quase que totalmente exterminada através do Dilúvio.

Depois do Dilúvio, cremos que os filhos de Noé ainda guardaram em seus corações a responsabilidade que repousava sobre seus ombros, de modo que ainda houve a repassagem da tradicional vida de oração, de pais para filhos, mas em algum ponto, novamente, o povo começou a cair e degradar-se moral e espiritualmente.

Perto do ano 2000 surgiu um homem que deu ouvidos à voz de Deus, e saiu de sua cidade, e depois da casa de seus pais, para começar a cultivar uma vida de franco diálogo com o Senhor, que o amou e lhe fez promessas muito grandes e alvissareiras, nas quais ele, Abrão, creu para sua imensa ventura.

Os descendentes de Abraão, porém, não foram tão achegados a Deus como ele o foi, e geração após geração, depois de 400 anos, estes já se promiscuíram com os ídolos do Egito.

Pacientemente, lá por 1500 A.C., o Senhor entrou em contato com Moisés, e começou uma nova tentativa de reunir junto a Si aquela humanidade que se havia perdido.

Então foi revelada a Lei. Uma Lei que estabelecia limites e orientações para um bom procedimento. Ocorre que esta Lei, de maneira esclarecedora, colocou aos homens uma verdade que muitos haviam esquecido: que a virtude está nele, o Senhor, Único Deus Verdadeiro, Criador e Provedor de toda boa dádiva que se possa conhecer, e fora dEle, está um abismo de perdição.

Nele residem bênçãos eternas, mas que carecem de nossa total atenção para as regras desse jogo que nos permite alcançá-las e lançar mão das mesmas aqui nesta Terra, e depois também na eternidade.

Fora dEle o homem se perde com incrível facilidade, e não fomos criados para a perdição. Esta tem que ser vencida e removida das nossas vidas. Como? Voltando-nos para Ele, em Quem reside todo o bem, a paz e a felicidade.

Um Salmo, o de número 119, nos mostra um autor, seu escritor original, lindamente encantado com a beleza que ele achou na Lei do Senhor Yaweh. O que ele fez para encontrar toda essa riqueza?

Ele abria rolos de pergaminhos ou papiros, e lia atentamente as palavras ali escritas por Moisés, um eminente profeta, porta-voz das palavras de Deus, e amavelmente se detinha na sua leitura, admirando-se de cada item que detectava como precioso, colocava-o em prática, e logo, ao receber um retorno na forma de muitas e diversas bênçãos, percebia que aquele era o tipo de vida que vale a pena ser vivida.

Ele colheu os frutos benditos que se resultaram dessa vivência, e ficou maravilhado. Não só porque constatou no dia a dia que a obediência à Lei era muito recompensadora, e, mais do que isto, ele percebeu que a sua aproximação e comunhão de amor com Deus cresceu bastante e progredia cada vez mais, à medida que ele o experimentava, gostava, aprovava, e não permitia que nada o pudesse impedir de prosseguir ou bloqueá-lo nessa bendita carreira.

Foi assim que se fez uma história de felicidade sem par na vida de um homem.

Ele se viu feliz, de posse de um tesouro de felicidade progressiva e sem fim. Mudou a sua expectativa de vida para muito melhor, e ele não queria outra coisa. Para ele não haveria outro tipo de vida tão abundante e promissora.

Sua descoberta foi tão valiosa, que o fez sentir que precisava escrever, para comunicar a todos quão feliz ele estava por causa daquilo que havia encontrado na Lei do Senhor, que começou a usar da sua pena, inicialmente sem saber que acabaria por publicar uma longa peça, o mais longo de todos os Salmos – o Salmo 119.

Cabe aqui um esclarecimento: a Lei do Senhor, também chamada por Torah, não se trata de apenas uma lista de ordens positivas e negativas, dizendo para se fazer isto e não fazer aquilo. A Lei do Senhor compreende os cinco primeiros livros da Bíblia, onde podemos ler, além de normas, decretos e mandamentos, mas também poderemos tomar ciência de fatos marcantes desde a Criação do mundo pelo poder da Palavra de Deus; também sobre a vida, erros e acertos dos Patriarcas que se enamoraram dEle, o El-Shadday, o Todo-Poderoso, que a partir de certo ponto começou a assinar as Suas obras de poder fantástico como Yaweh, Aquele que era, é, e será para todo o sempre; da História de Israel enquanto povo de Deus, suas lutas, suas vitórias, seus feitos maravilhosos; e também sobre a vinda de um Messias, o grande Rei, o Rei dos Reis, para abrilhantar mais a glória do Altíssimo nesta Terra, o qual trará verdade, alegria, e luz a todos os povos que a Ele se sujeitarem.

A alegria do salmista era tanta, que ele foi escrevendo, escrevendo, e escrevendo, e foi assim que, naquele entusiasmo e inspiração, produziu cento e setenta e seis versículos, os quais dividiu em vinte e duas partes compostas de oito versos em cada uma, dentro de um estilo poético, próprio do hebraico antigo.

Para termos uma ideia mais acurada sobre o nível de inspiração poética que sobreveio ao autor, poderemos bem notar que em cada grupo de oito versículos, todos os seus 8 versos se iniciam com palavras cujas iniciais são as mesmas do número da estrofe.

(Notar que em hebraico, os números são expressos com os mesmos vocábulos do alfabeto. Por exemplo, o número UM é a primeira letra do seu abecedário: Álef. Já o número DOIS é a segunda letra: Beit. O número TRÊS é a terceira letra: Guimel. QUATRO é a quarta letra: Dálet; CINCO é a quinta letra, Hê ; SEIS é a sexta letra: Vav; e assim por diante…)

A esta complexidade, adicione-se que este, como os demais salmos, tacitamente eram providos de uma partitura de notas musicais que dotava o poema de um recurso didático que facilitava a assimilação e a memorização pelos ouvintes que o cantavam, acompanhando aos regentes, e assim era difundida uma genialidade inspirada pelo Espírito de Deus, que pode dotar a todos desse mesmo dom.

Devido a essa extensão, vamos dividir nossa análise e comentários deste Salmo em 22 partes, como o dividiu o salmista.

Vamos agora passar a analisar o texto da primeira estrofe da poesia, aos versos de 1 a 8.

A primeira palavra que ele escreveu nesta sua poesia tão entusiástica foi “Asher”, isto é, bem-aventurados, expressão que encontramos também no Salmo 1º, que também exaltava as virtudes da Lei do Senhor, que tem o condão de abençoar aos que atentam para as suas palavras.

Assim está escrito:

Bem-aventurados os que trilham caminhos retos e andam na Lei do Senhor.” (verso 1)

Bem-aventurados os que guardam os Seus testemunhos, e O buscam de todo o coração” (verso 2)

. . . . . . . . . . .

Assim como o Salmo 19, o salmista expressa um grandioso apreço pela Lei do Senhor.

A expressão “Asher” exprime um ponto muito alto da felicidade dos homens, desejável, atrativo e recompensador por si só, o que se desprende do Céu para abençoar a vida daqueles que de tudo fazem para ler, tomar conhecimento e honrar estas benditas palavras de Deus.

Esta primeira parte, composta de apenas oito versos, refere-se à Lei do Senhor, usando de sete termos hebraicos:

1- Derek (verso 1, 3), Caminho

2- Torah (verso 1), Lei

3- Edhah (verso 2,) Prescrições, Testemunhos

4- Mishvah (verso 4), Mandamentos

5- Piqqudim (verso 5) Preceitos

6- Mispot (verso 7), Juízos

7- Haqquim (verso 8), Decretos, Estatutos, Ordenanças

Estas são sete palavras usadas neste Salmo, que se referem à Palavra de Deus, que, no caso do salmista, estaria referindo-se ao Pentateuco, id est, a Torah, a Lei do Senhor.

Felizes são os que andam de maneira íntegra e irrepreensivelmente nos caminhos da Lei do Senhor, conforme verso 1º.

Estes são os que o fazem prazenteiros, com todo o coração. Não por uma obrigação, mas por amor à Palavra de Deus. Estes não andam na prática do mal, porque a simples obediência fiel e de bom grado que fazem, já os cobre com uma proteção que os livra de caírem em enganos perniciosos, os quais os levariam a contrariar a vontade de Deus.

Na Sua grande bondade, Deus lhes deu aquele norte a ser seguido, ordenando-lhes que o seguissem em toda e qualquer instância, e assim tudo lhes seria o bem, a segurança e a paz.

Obedecer é um verbo que muitas vezes é mal interpretado. Obediência é algo louvável, em uma relação entre pais e filhos.

É bonito ver a obediência redundar em uma perfeita harmonia dentro de uma família feliz.

Os desobedientes sofrem muitas amarguras, porque quando erram na vida, ao colherem os frutos da sua rebeldia, então percebem que melhor lhes seria terem dado ouvidos a pais e bons mestres. Não passariam a vergonha de ser acharem comendo o fruto que o mal lhes ofereceu no final.

O salmista captou esta verdade, e colocou em prática aquilo que a Palavra de Deus lhe apontou. À medida em que ele foi aprendendo aqui, logo passava a praticá-lo ali, assim que lhe apareciam as oportunidades de fazê-lo. Foi tudo como executar uma receita, e ver que deu certo. E o fazia com prazer e amor ao Deus de seu coração, louvando-O pelo Seu cuidado paterno.

Assim deve ser a família de Deus.

No Céu não há desobedientes; os que vieram um dia a sê-lo, em algum tempo de suas vidas, pararam com aquilo, voltaram atrás e decidiram acompanhar o Mestre dos Mestres que produziu-lhes a Lei, para que gozassem de uma doce ventura, ao guardá-la em seus corações.

Felizes os que sempre apresentam esse padrão de fidelidade à vontade de Deus.

Possivelmente o leitor não teria desfrutado sempre desta felicidade, mas se já não o fez, ainda pode passar a buscá-la, buscando a sabedoria que existe nas Palavras de Deus, e verá que tudo mudará e o Senhor será glorificado no decorrer de seu tempo de vida.

Um detalhe importante: no Novo Testamento a Lei, que expressava o desejo de Deus para com os homens através das Suas Palavras, foi aprimorada através de uma só Palavra: Cristo. E a Lei de Cristo é muito mais profunda e abençoada do que o foi a Lei de Moisés.

O apóstolo S. João se refere a Jesus como o “Verbo (a Palavra, o Logos) de Deus”, porque nEle se cumpriu toda a Lei e os escritos dos Profetas.

Jesus é a maior dádiva do Céu que veio a esta Terra. É a mais clara expressão do amor de Deus, Seu cuidado e desvelo para salvar-nos.

Ele, Jesus, veio a aperfeiçoar o sentido que detalhadamente se acha na Lei, resumindo os mandamentos em apenas um: Amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a nós mesmos (Deuteronômio 6:5, combinado com Levítico 19:18).

Jesus é o princípio (João 1:1) e o fim (Apocalipse 22:13). Dele, por Ele e para Ele são todas as coisas . Nele encontramos a maior manifestação do amor de Deus.

Jesus nos propõe a andarmos com Ele. Que bênção! Que privilégio! Assim fazendo, estaremos andando com a Palavra (O Verbo Divino) de Deus ao nosso lado e Suas palavras dentro de nossos corações.

A Lei do Senhor foi dada a um povo que necessitava aprender o que era certo e o que errado; assim, o seu propósito foi o de cumprir um papel de educadora, que nos mostra que temos uma natureza inclinada para o pecado, e que esta, portanto, nos leva a errar o alvo, o que nos afasta de Deus.

Cristo, porém, nos mostrou como fazermos para agradarmos a Deus: temos que nascer da água e do Espírito, a fim de podermos entrar no Reino do Pai Celeste.

Como nascer de novo, dessa água e desse Espírito?

  • Reconhecendo que somos pecadores, e que esta condição não agrada a Deus, o Pai Celeste.

  • Humilhando-nos e buscando a reconciliação com Deus, confessando nossos pecados, vigiando nisto, e voltando-nos para Ele.

  • Atentar para o Caminho que Jesus nos ofereceu (João 14:6). Não há outro igual.

  • Aceitar o senhorio de Cristo sobre nossas vidas, a fim de sermos Seus discípulos.

  • Colocando continuamente nossas vidas perante os olhos de Deus, sempre corrigindo e aperfeiçoando-nos diante de Sua presença. Isto dará um impulso fenomenal à sua vida.

  • Por fim, esperando a chegada do Reino de Deus em nós e através de nós. SE você chegar a este nível, verá muitas coisas mudarem para melhor.

  • Eis aí o Caminho: Jesus é a nossa Lei, aprimorada e promissora, convidativa como nenhuma outra. Experimente-O. Ele é bombástico. Maravilhoso!

  • Vamos a Ele todos os dias, convertendo os nossos corações.

  • Faça assim e verá a diferença que isto trará. Vc se convencerá de que Jesus é muito bom. Ficará impressionado como nunca antes.

  • Nunca volte atrás.

  • Assim sendo, assim fazendo, o Céu de Deus nos espera.


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