Salmo 119:57 a 64

Qual a melhor coisa que já lhe aconteceu nesta vida?

Para alguns foi ter encontrado a sua cara-metade, o que lhe trouxe muitas alegrias, pois daí foi que formaram uma família feliz.

Para outros foi terem achado uma mina de ouro, aquele “negócio da China”, que lhes proporcionou um grande passo para sua vida econômica ser largamente abençoada. Daí puderam realizar todos os sonhos que lhes ferviam em seu coração: lindas casas, carros “vip” incomuns, passeios turísticos de causar inveja, um vida cheia de ricas experiências…

Outros ainda lutaram muito na vida para obterem o poder político em suas mãos. Objetivaram lograr êxito, lançando mão de recursos desenvolvidos de suas personalidades, alcançando um status de líder carismático, e assim ficaram satisfeitos…

Outros querem muito alcançar feitos memoráveis, usando de seus conhecimentos científicos, literários, tecnológicos…

Outros também almejam subir os degraus dos pódios, sendo renomados esportistas, medalhistas de olimpíadas ou de célebres campeonatos reconhecidos mundialmente…

Noutro dia pudemos notar uma longa fila de moças bem jovens, de bonita aparência, que se desembocava à porta de uma agência de modelos, todas sonhando poderem desfilar nas passarelas da moda… Há também rapazes que têm a mesma aspiração… estão querendo subir nesta carreira que lhes pareceu promissora…

Aliada a esta profissão, alguns se lançam com tudo o que podem para obterem uma oportunidade no mundo artístico junto à mídia. Poucos são os que o conseguem…

Por fim, há também os que anelam por alcançar o grande sonho que poucos consideram importante, que é a sua liberdade. Presos, não somente os que estão apenados dentro de uma cela, mas também os que vivem como se escravos fossem, dando duro, trabalhando sem um retorno que pudesse lhes proporcionar uma vida minimamente digna, mas no seu íntimo desejando um dia poderem dar a volta por cima…

A pergunta que se torna relevante a esta altura é: – em qual situação se encontra a sua vida atual?

Há outrossim quem já realizou os sonhos materiais desta vida, e pode estar achando que não há nada mais a conquistar, e portanto podem pensar que a glória obtida é o ponto máximo em que poderiam chegar, nada mais tendo a sonhar. Isto não raro leva pessoas a um sentimento de frustração, ou sentimento de vazio existencial, o que não é bom…

Isto aconteceu com um renomado comandante militar, um dos mais bem sucedidos da História Universal. A maior preocupação de Alexandre, o Grande, era a de que seu pai, Filipe da Macedônia, não deixasse para ele, seu filho, um bom espaço a ser conquistado dentre os reinos e terras de seu mundo de então. Pois bem, Alexandre realmente conquistou muito mesmo, em seu tempo de vida – mas muito cedo a morte o ceifou e ele nem teve o prazer de poder considerar-se como o “conquistador do mundo”, pois em meio a suas guerras, partiu deste mundo sem deixar o seu trono para um filho seu. Fez uma estonteante carreira ascendente, subiu como um foguete no cenário político mundial, mas pouco ou nada pôde aproveitar de tudo o que fez… nem deu tempo de sentir-se frustrado por isso.

Fato é que todos os seres humanos que vivem neste mundo terão que prestar contas de seus erros, tanto Alexandre como qualquer pobre e miserável desta vida.

“E o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu.” (Eclesiastes 12:7)

Depois desta vida haver passado, o que será de suas conquistas? Decerto, passará para alguém que lhe sucederá. Quem será? Será que valorizará tanto quanto você espera que valorize aquilo que lhe parece da maior importância?

Uma coisa porém temos que considerar: o destino que estará reservado para as nossas almas.

Vc acha que poderia levar pelo menos um pouquinho de suas conquistas para a vida eterna?

O que poderíamos fazer a fim de que possamos chegar diante do Trono Divino, e apresentar como feitos aprazíveis aos olhos do Supremo Juiz? Pense! É realmente um caso a ser pensado, mas muito bem pensado!

Esta Terra um dia não mais existirá, porque será destruída, ocasião em que até o Sol, a Lua, e estrelas sofrerão uma ação transformadora de âmbito universal, quando então virá o fim dos tempos. Juntamente com esse descontrole entre os astros, e cataclismos aqui no mundo, virá o fim de todas as oportunidades, todos os planos humanos, projetos na planta como os em execução, porque o Grande Criador e Juiz dos Juízes virá para julgar a todos. Ninguém dos homens terá um habeas corpus preventivo com intenções de evitar ser condenado e aprisionado, salvo…

Parece até que o Senhor estaria esperando a Sua chance de estender o Seu chicote para ferir a todo o gênero humano… mas isto não passa apenas de enganosa impressão.

Daí concluirmos que a melhor coisa que lhes poderia ter acontecido na vida, teria sido serem libertos das práticas reprovadas pelo Senhor do Céu e da Terra… mas espere! Não fique pessimista quanto ao seu futuro. Há uma saída justa, honrosa e benfazeja, aproveitável enquanto temos vida.

Haverá somente um tipo de passaporte que deixará o pecador livre de condenação, nessa ação jurídica interposta pelo Deus Criador…

Quem tem olhos desvendados para esta realidade, certamente que valorizará a verdade, a liberdade que faz o homem sentir-se livre das penas eternas.

O autor do Salmo 119 descreveu em seus versos 57 a 64 a grande bênção que ele alcançou, logrando passar a viver livre de suas culpas.

Ele começa esta secção, escrevendo as seguintes palavras:

“O Senhor é a minha porção…”

A minha porção! O que ele quis dizer com isto?

Naquele tempo e lugar em que ele vivia, a Terra da Promessa, a Canaã terrestre, era o sonho dos israelitas, que lutaram para conquistá-lo, e um dia o alcançaram.

Então cada tribo de Israel, clã, e família ganharam terras, pastos, cidades e casas para morar, onde mana leite e mel, o sonho de todo empresário do agronegócio. Muitos assim se tornaram ricos de repente, lá onde puderam desenvolver suas atividades com afinco, e serem muito bem sucedidos.

Somente uma das tribos de Israel não recebeu terras para desenvolver seus negócios lucrativos como sua porção. Apenas ganhou um espaço dentro algumas das cidades locais, e, quando muito, umas datas bem menores, ao redor dos muros das suas urbes onde puderam estabelecer-se. E assim passaram a viver.

Isto porém não foi motivo de desapontamento para essa tribo, sabe por quê?

Porque no fundo, bem no fundo, na mais profunda realidade, a porção deles era muito mais valiosa do que a das demais tribos.

Vamos explicar.

A tribo dos levitas, composta dos descendentes de Levi, o terceiro filho de Jacó, fora escolhida por Deus para ser legítima mandatária do Reino de Deus aqui nesta Terra. As suas atividades não se atinham aos labores do campo.

O labor que foi reservado aos levitas era o de exercerem o papel de instrutores, preparando tudo para que o povo de Israel tivesse condições de adorar Àquele que lhes havia concedido o privilégio do acesso e do direito de morar naquele pedaço do mundo que era tão disputado por nações outras que, idólatras, viviam fazendo coisas que desagradavam em extremo ao Único Deus Verdadeiro.

Aquelas nações esculpiam imagens que afrontavam ao Senhor de toda a Terra.

Imagine você se alguém, ao referir-se ou dirigir-se à sua pessoa, apresentasse o retrato de um animal qualquer: um macaco, um peixe, uma carranca surreal de feições de mal humoradas e assustadoras, imagem própria de demônios. Quem aceitava tais imagens, aliás por força de atração, acabava mesmo fazendo coisas características de demônios: roubos, extorsões, estupros, feitiçarias, assassinatos, infanticídios, latrocínios, fraticídios, esquartejamentos, adultérios, incestos e coisas do tipo – coisas que jamais sequer se aproximariam daquilo que o Verdadeiro Deus queria ver nas Suas criaturas, as quais com grande carinho as havia posto neste mundo.

Aliás, alguns séculos antes disso, Deus se entristeceu tanto com a humanidade que resolveu, na ocasião, enviar um Dilúvio Universal, para poder começar tudo de novo, a partir de uma família de apenas oito pessoas, as quais foram salvas pela Sua misericórdia dentro de uma Arca – e não seria então na época da tomada da terra de Canaã que Ele consentiu essas cosas acontecerem, por cerca de 1500 A.C.

Pois bem, aquela atividade dos levitas era ligada ao funcionamento do Tabernáculo da Aliança, estigma da fé e práticas que agradavam ao Único Deus digno de adoração.

Os levitas tinham por obrigações várias atividades, tais como o montar e desmontar o Tabernáculo; transportá-lo, levando-o para o lugar que fosse do agrado de Deus. Acompanhando as estruturas, todos os seus periféricos, também transportavam o Altar, o Mar de Bronze, a Arca da Aliança, mesas e toda a mobília, todos os utensílios destinados para viabilizarem os cultos ao Senhor.

Além disso, os levitas tinham também que prestar a guarda daqueles objetos, receber e encaminhar as ofertas destinadas aos sacrifícios, e cooperar com a execução dos mesmos.

A atividade mais alvissareira, mais feliz e mais fascinante que lhes estava proposta, porém, era poderem viver em plena comunhão com o Espírito de Deus, que lhes prometera coabitar ali, naquela Tenda toda especial. Eles tinham como modelo e inspiração, o profeta Moisés, que se dedicou ampla e totalmente a Deus, por todo o restante de sua vida, desde o seu encontro com Ele no monte Sinai.

Naquele tempo do profeta, Deus falava, dava ordens, esperava serem cumpridas, e cobrava do povo sua fiel execução, de modo que Moisés e Aarão tiveram posições altamente valorizadas perante o povo de Israel.

Viver, pois, ali, bem próximos, juntinho à morada do Altíssimo nesta Terra, era-lhes um sonho sem igual, muito melhor do que trabalhar na terra para esta produzir seus frutos.

Os sacerdotes levitas podiam, uma vez ao ano, entrar no Lugar Santíssimo, que era o recinto reservado à exclusiva habitação do Senhor dos Céus e da Terra. Ali eles podiam adentrar, respeitados todos os protocolos previstos na Lei para assim procederem, isto é, apresentando aquele incenso de fórmula especial, e apresentando-se ali como representantes do povo que fora adotado como propriedade do Santo de Israel, e assim desfrutariam da Presença Única e Gloriosa, ao estarem bem próximos do Senhor, face a face.

Se alguém diz hoje que não crê em Deus, é porque não se aproximou da forma devida de onde Ele está, para sentir o grandiosíssimo prazer que é; mas se um dia tiverem interesse, e cumprirem a vontade divina da forma esperada por Ele, também sentirão o alto privilégio de conhecerem o mais importante, digno, adorável, e maravilhoso Ser que sempre existiu, existe e sempre existirá, e estará ao alcance daqueles que nEle crerem.

Deus é mais importante do que o maior e melhor estadista, presidente ou premier do mundo. Por que razão esperam os homens que Ele não use de critérios próprios do Rei dos Reis, Senhor de toda a Terra? Ele tem este direito. É o Senhor da vida, que nos concedeu o nosso fôlego de vida. Já expressou sua gratidão a Ele por lhe ter proporcionado o ar para respirar? Está atrasado, hein? Já perdeu muito tempo, mas ainda pode salvar o restante que tem pela frente…

Os levitas tinham também o dever de conduzir o povo todo à adoração, regendo canções para todos poderem adorá-Lo.

Em suma, os levitas tinham esta porção: gozarem do privilégio de poderem viver para Yaweh, em Sua presença. Enquanto os demais do povo se davam na maior parte do seu tempo a trabalharem junto às terras de Canaã, os levitas trabalhavam junto ao Senhor dos Exércitos do Céu.

Por vezes, os levitas se sentiam como que nas nuvens, tanto era o seu prazer de estar junto a Deus. Não essencialmente por causa do trabalho que faziam, mas porque estar junto ao Senhor é extremamente gratificante.

Aqueles que podiam experimentar tal privilégio, logo percebiam que a melhor porção é a daqueles que podem viver louvando de várias maneiras a Deus, estando ali, bem junto à Sua morada.

Os que traziam seus dízimos e ofertas ao Senhor, entregavam-nas para as mãos dos levitas, e assim podiam louvá-Lo: as mãos que as entregavam, bem como as mãos daqueles que as recebiam e as encaminhavam da maneira devida, a fim de alcançarem a graça de Deus..

Os levitas, ademais, recebiam todas as coisas que eram oferecidas a Deus, e louvavam-nO por recebê-las, porque destas eles retiravam o seu sustento e o sustento de suas famílias.

Além dos levitas, alguns israelitas foram escolhidos por Deus para serem seus profetas, id est, tinham o ofício que também ocupava todo o seu tempo para servirem ao Senhor como seus porta-vozes.

Além dos levitas e sacerdotes, Israel também teve reis que foram destinados a exercer julgamentos à luz da Palavra de Deus, o que obrigava tais homens a dedicarem muito de seu tempo estudando, ouvindo e aplicando a vontade do Senhor perante o Seu povo.

Desta maneira não podemos afirmar que o autor do Salmo 119 seria, com boa margem de certeza, um levita, ou um profeta ou um rei. O importante disso tudo é que eles todos liam, ouviam, cantavam, oravam e praticavam a Palavra de Deus.

O autor do Salmo 119 orava, decorava, cantava e dedilhava seus instrumentos musicais em louvor ao Senhor, o seu Deus. Buscava-O pelas madrugadas (conf verso 62) e procurava sempre andar com o seu Senhor. Proclamava a verdadeira fé, e prazenteiramente nela vivia.

Meus queridos leitores, é sempre muito bom lembrar que Jesus, o Cristo, o Filho Unigênito do Pai, veio a este mundo para exercer com maestria e excelência essas funções de Profeta, Sacerdote e Rei. Nunca houve ninguém que fosse igual a Ele. As Suas Palavras e feitos o atestam até hoje. Até os séculos foram divididos em duas partes: antes e depois dEle.

Ele proclamou, confirmando as palavras de João, o Batista:

“Arrependei-vos, porque é chegado a vós o Reino dos Céus.” (Mateus 4:17 e 3:1,2)

Arrepender-se é deixar de praticar coisas de certo cunho, que nos ligam a este mundo, ao tempo em que nos afastam de Deus. Em outras palavras, arrepender-se é um doce convite aos que perceberam que muito daquilo que o mundo nos oferece não nos levam a um perfeito e duradouro estado de felicidade. Enquanto estas coisas poluídas, cheias de injustiças, acabam sendo inconvenientes e más, Jesus nos promete uma vida plena de inexpressável satisfação, que preenche os nossos corações – e o melhor disso tudo é que a Sua oferta não tem prazo de validade, nunca deixará de valer, que ultrapassam o até o nosso tempo de vida aqui e se cumprirão todas, em maior extensão e intensidade, na vida eterna, cabendo a nós nos apossarmos das mesmas com toda a nossa alma.

Vc sabia que para podemos ganhar esse prêmio fabuloso e ao mesmo tempo real, custou a Jesus o seu próprio sangue? Sim, foi o que Ele fez na cruz por nós. Pagou pelos nossos pecados, a fim de que não nos perdêssemos neste mundo enganoso e perverso. Quem crer nEle, tem a vida eterna, mas quem não crer, já está condenado, percebe?

Disse Ele:

“As minhas ovelhas (figura de linguagem representando o povo de Deus) ouvem a minha voz, e eu as conheço e elas me seguem; e dou-lhes a vida eterna, e nunca irão perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de Meu Pai.” (Evangelho de S.João 10:27 a 29)

O que nos resta então a fazer?

Sejamos discípulos de Jesus, o Mestre. Aproximemos dEle. Aprendamos das Suas Palavras. Vivamos de acordo com o que Ele diz. Ele é maravilhoso, e lhe comprovará o que lhe estamos afirmando. Quem faz isto de todo o coração, nunca se arrependerá.

Venham todos a Jesus.