Salmo 119: versos 89 a 96

Como estar firmes apesar de tantas coisas acontecendo neste mundo?

Desejamos permanecer seguros sob quaisquer instâncias, por isto não devemos depositar nossa tranquilidade sobre coisas instáveis.

O que seria instável? Na realidade, nada neste mundo escapa a esta instabilidade. Tudo perece, e nada parece ser eterno.

Hoje podemos ter amigos fieis, mas amanhã ninguém o sabe.

Casamentos, dinheiro, familiares, tudo isso está inserido dentro de uma estrutura muto frágil. Às vezes basta uma palavra fora de hora, e em um click tudo desmorona. Em suma, tudo neste mundo é perecível.

Olhamos para o nosso planeta. A Terra mostra-se firmada em sua órbita, e sua movimentação translada de forma a produzir as quatro estações ao ano… ano após ano, há milhares e milhares de anos, incontáveis para nós, tudo continua firmemente neste compasso.

Graças a Deus este planeta está firme em sua rota, apresentando uma performance perfeitamente previsível. Nada o tem abalado até aqui.

O mesmo podemos dizer sobre a Lua, o Sol, os demais planetas de nosso sistema, e até mesmo os cometas têm aquele percurso esperado que leva décadas para tornar a aparecer… e eles então retornam para que todos possam ver…

Quem colocou afinal desta maneira este tremendo Universo?

Astrônomos, apesar disto, dizem que até estrelas têm prazo de duração limitado, mas este prazo nunca afetou-nos, por décadas, séculos e milênios.

Para nós, terrestres, o que está valendo é que nosso planeta ainda está firme em sua rota incansável, porque Quem o pôs neste caminho tem tido o cuidado de preservá-lo, para nossa ventura e paz.

Quem o criou, sabia muito bem aquilo que estava fazendo. Engenheiro algum neste mundo seria capaz de produzir tantas coisas, e colocá-las no vácuo do espaço de forma tão inteligente e poderosa, durante milênios e milênios a fio.

Deus é eterno, sábio, construtor inigualável, artista sem igual, aliás o maior de todos os artistas e artesãos que existam ou que já existiram.

Ele fez com que os astros todos obedecessem às leis que os regem no Universo.

Sim, Ele é sábio Legislador, e estabeleceu também leis que regem a Natureza nesta Terra. Ele formou as nuvens que destilam águas que regam a terra, formam fontes, lagos e rios. Montanhas muito altas formam suas geleiras, as quais se solidificam no inverno e derretem-se na primavera e no verão. Assim esse elemento que denominamos de H2O se disponibiliza para podermos viver.

Se não tivéssemos esta água, H2O, pereceríamos, e não haveria vida neste mundo. Chuvas, orvalho, neve, neblina, frio, vento, calor se intercalam em sábia ordem.

Para que os homens não pereçam, perdendo-se experimentando tipos de vida malfadados, o Senhor enviou a Sua Lei moral, a qual focou claramente expressa quando outorgou a Israel a Torah, através do ministério de Moisés.

O Salmo 119, em versos 89 a 96 nos mostra esta passagem, das leis naturais para a Sua Lei escrita, a Torah.

O salmista observou estas duas perspectivas: a Natureza e a Lei outorgada em Sinai, Seu monte onde escolheu revelar a Sua vontade, por cerca de 1.500 A.C.

Nela se acham preceitos, conselhos, ordens e mandamentos, os quais serviram muito bem para orientar um povo, com vistas a torná-lo um pequeno universo de gente que pudesse conhecê-Lo, ao menos em parte, mas de uma forma tal que ficasse patenteado que as Palavras de Deus são de uma insondável profundidade, ao ponto de causar admiração a todos quantos sinceramente se dão à tarefa de estudá-la com afinco.

Examinando-se a si mesmo, o salmista permite percebermos que ele teria tido uma vida por vezes insegura, instável na verdade, sujeito a perecer nas suas grandes angústias (verso 92). Entretanto ele reconhece também que, se estava tendo vida longa, era porque andou trilhando o caminho que a Palavra Divina lhe apontara.

De maneira inabalável, o salmista sentiu que a grande segurança e a fortaleza residem no seu Deus, Yaweh, o Senhor dos Exércitos. Assim sendo, a boa pedida é apegar-se ao que o Senhor diz, agarrar com todas as suas forças, e as intempéries da vida serão vencidas; olhar-se-á para Deus à sua frente, as tempestades ficaram para trás porque já passaram, e a sua segurança fica cada vez mais inabalável.

Tanto foi assim, que o homem que, obedecendo a Deus por toda a sua vida, sentiu-se apegado a essa Palavra, como uma unha fica apegada à carne. Com isto foi criada uma união inseparável.

Conhecer a Deus e obedecê-Lo tornou-se-Lhe a receita mais bendita que ele poderia conhecer. Não poderia haver outra igual. Ele se considera um afortunado, contemplado pela sorte grande, e desta não abre mão, jamais haverá de separar-se dela por motivo algum.

Nesta certeza de estar andando pelo caminho que preserva-Lhe a vida (verso 93), o salmista olha para o infinito, amando a Quem lhe forneceu as condições propícias a viver bem; olha também para as ameaças de pessoas que o cercaram com más intenções, e apenas solta uma oração reafirmando ser pertencente ao Autor da sabedoria inerente à Lei, e pede por sua salvação (verso 94), certo de que será atendido.

Tantas foram as vezes em que ele pôde constatar a verdade que emanava da Lei do Senhor, que pôde também sentir que a pureza, a sabedoria, a valorização do verdadeiro estilo de vida, a prudência notória, e as resultantes vitórias que lhe trouxeram paz duradoura ao seu espírito, que estes predicados deliciosos se multiplicaram de maneira assombrosamente infinita, dentro de seu ser. Quanto mais os experimentava, mais sentia que a vida ficava melhor e mais interessante.

Concluiu o salmista: a Lei do Senhor é perfeita, mas de um tipo de perfeição que sempre jorra como uma fonte inesgotável, e então chamou-a de “mandamento de perfeição ilimitada”.

Quanto mais ele estudou-a, conheceu-a, analisou-a e se aprofundou na Palavra do Senhor, mais ele ficou feliz e exultante, e mais quis aprofundar-se nela.

Importante e oportuno aqui é também notar que a Lei do Senhor foi aprimorada por Cristo Jesus.

Jesus não veio para revogar a Lei. Pelo contrário, sempre deu o maior valor para ela, apenas esclarecendo aquilo que necessitava maiores esclarecimentos, dando-nos uma linha acertada para interpretá-la, à luz do mais profundo conhecimento de Deus.

Em um tempo em que o povo de Deus vivia dias de subserviência a um império feroz, até animalesco, longe dos princípios da Torah, Jesus veio trazendo a palavra que veio do Céu, fazendo milagres que somente o Todo-Poderoso poderia fazer, vencendo trevas, curando enfermidades incuráveis, ressuscitando mortos, iluminando e alegrando os corações dos Seus fiéis, transformando as vidas que O ouviam e nEle acreditavam… e a Lei do Senhor passou a ser uma consequência de vidas reconciliadas e realinhadas com Ele, o Filho de Deus, o Messias prometido.

Se águas naturais saciam a sede de alguém sedento, Jesus um dia lançou no Templo em Jerusalém, durante uma festa sagrada, o desafiante convite, dizendo:

“Se alguém tem sede, venha a Mim e beba. Quem crer em Mim, como diz a Escritura, rios de águas vivas fluirão do seu interior.” (João 7:37, 38)

Ter sede é algo natural. Passar sede em uma caminhada num deserto, pode ser fatal, se não for saciada, mas essa água da qual Jesus falava não era água física.

Certa vez, quando Jesus ia passando pelas terras samaritanas, pela cidade de Sicar, Ele disse à mulher com quem pôde manter um diálogo:

“Se tu conheceras o dom de Deus, e quem é que te diz – Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva.” (João 4: 10)

E mais disse Ele à samaritana:

“Qualquer que beber desta água (a que saía do poço de Jacó) tornará a ter sede; mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der ser fará nele uma fonte dágua que salte para a vida eterna”. (João 4:13, 14)

Aquela mulher, que já estava além de seu quinto casamento, unida a um homem com quem não estava casada, ao desejar poder beber da água viva, recebeu de Jesus uma palavra que lhe penetrou no coração. Ela, que estava junto ao poço tirando água para beber, ao sentir que estava conversando com o Messias prometido, deixou o seu cântaro ali, e foi até a cidade para dizer a todos quantos a acharam, que encontrou Alguém, um profeta, que lhe disse ser o Cristo.

A sua sede de Deus aflorou naquele momento, de forma que a sede por água física havia perdido um tanto do seu valor…

Jesus é assim: quem tem com Ele um encontro, recebe a vida. E Ele tem desejo de contemplar a vida dos leitores também.

Vamos a Jesus, Ele é firme como a Rocha. Com Ele, enormes problemas acabam-se tornando em pequenas coisas, porque Ele tem nas mãos a solução para cada um de nós.

Venha, Jesus está lhe esperando. Abra o seu coração para crer, e segui-LO. Vai ser a melhor jornada que você já fez na vida.

Aproveite pois esta é a hora. Não perca mais tempo. Venha conhecer ao Mestre, Jesus o Cristo.